Estreia24 de outubro de 1737 na Academia Real de Música de Paris
LibretoPierre-Jospeh Justin Bernard
Antecedentes e ResumoCastor e Pollux é a terceira ópera da produção de Rameau, e a segunda a ter o epíteto de tragédia em música.
Castor e Pollux são heróis famosos. Apesar de serem irmãos gémeos, um é mortal (Castor) e o outro imortal (Pollux). Estão ambos apaixonados pela princesa Telaira. Acontece que o coração dela só tem lugar para Castor. Entretanto os dois irmãos viram-se forçados a travar uma batalha contra o rei inimigo Lynceus. As consequências foram terríveis: Castor foi ferido fatalmente e a ópera começa precisamente com as cerimónias fúnebres de Castor. Telaira está desolada. Eis que a cerimónia é interrompida por Pollux. Ele vem acompanhado pelos soldados espartanos. Trazem o corpo do rei Lynceus. Castor ficava assim vingado com a morte do rei inimigo. Depois disto, e ainda durante a cerimónia, Pollux decide confessar o seu amor a Telaira. A princesa evita responder… Em vez disso, ela pede a Pollux que vá ter com Júpiter, o pai dos gémeos. Telaira quer que Pollux interceda junto de Júpiter para que o rei dos deuses devolva a vida a Castor.
Pollux está completamente perdido… Se, por um lado, sente o apelo de Telaira para trazer o seu irmão do mundo dos mortos, por outro lado, sabe perfeitamente que com o seu irmão de regresso, as hipóteses de ter a princesa só para si, são praticamente nulas. Decide-se a aceder ao pedido de Telaira… vai ter com o seu pai e pede-lhe para trazer de novo o seu irmão. Júpiter diz-lhe não ter poder para alterar a obra do destino. Contudo, existe uma maneira de Castor voltar ao mundo dos vivos… Polux tem que o substituir nos infernos. O desespero apodera-se Pollux. Pressentindo cada vez mais longe a possibilidade de ter Telaira nos seus braços, decide ir então para o submundo.
Júpiter tenta dissuadir o seu filho de tal missão, mas nem com a ajuda de Hebes, a deusa da juventude, consegue fazer com que ele se demova. É a vez de Phoebe tentar dissuadir Pollux. Acompanhada pelos espartanos, tenta impedir que ele se aproxime das portas do inferno. Phoebe está apaixonada por Pollux, mas perante o amor que ele sente por Telaira, só lhe resta pedir aos espíritos do inferno que o impeçam de entrar nos domínios de Hades. Pollux pede ajuda a Mercúrio e assim consegue vencer os espíritos descendo aos infernos.
Contrariando tudo e todos, Pollux acede aos desejos de Telaira e desce aos infernos para resgatar o seu irmão.
O quarto acto tem início nos Campos Eliseos do submundo. Apesar de rodeado por um cenário paradisíaco Castor lamenta a falta que lhe faz Telaira. Nem os espíritos alegres o conseguem reconfortar. Quando chega Pollux, Castor fica absolutamente estupefacto. Pollux conta-lhe do sacrifício que está disposto a fazer por ele e por Telaira. A comoção apodera-se de Castor. Ele diz ao seu irmão que só precisa que ele permaneça nos infernos um dia, porque um dia é o suficiente para se poder despedir de Telaira.
Castor regressa a Esparta. Quando Phoebe o vê, julga que Pollux está morto e suicida-se de maneira a poder encontrar-se com ele no submundo. Entretanto, quando Castor finalmente vê Telaira, anuncia-lhe ter vindo despedir-se dela. Quando lhe explica que só ficará por um dia, Telaira acusa-o de nunca a ter amado verdadeiramente. Nesse momento rebenta uma grande tempestade. Dela, surge Júpiter que vem para resolver o dilema. Os dois irmãos tornam-se imortais e a ópera termina com a festa do universo, na qual as estrelas, os planetas e o sol celebram a decisão do rei dos deuses e os dois irmãos são recebidos como membros do Zodíaco na constelação de gémeos.