Letra Original:
The Vagabond
Give to me the life I love,
Let the lave go by me,
Give the jolly heaven above,
And the by-way nigh me.
Bed in the bush with stars to see,
Bread I dip in the river
There’s the life for a man like me,
There’s the life for ever.
Let the blow fall soon or late,
Let what will be o´er me;
Give the face of earth around,
And the road before me.
Wealth I seek not, hope nor love
Nor a friend to know me;
All I seek, the heaven above,
And the road below me.
Or let autumn fall on me
Where afield I linger,
Silencing the bird on tree,
Biting the blue finger.
White as meal frosty field
Warm the fireside haven
Not to autumn will I yield,
Not to winter even!
Let the blow fall soon or late
Let what will be o’er me;
Give the face of earth around,
And the road before me.
Wealth I ask not, hope nor love,
Nor a friend to know me;
All I ask, the heaven above,
And the road below me.
Let Beauty
Awake
Let Beauty awake in the morn from beautiful dreams,
Beauty awake from rest!
Let Beauty awake
For Beauty’s sake
In the hour when the birds awake in the brake
And the stars are bright in the west!
Let Beauty awake in the eve from the slumber
of day
Awake in the crimson eve!
In the day’s dusk end
When the shade ascend,
Let her wake to the kiss of a tender friend,
To render again and receive!
The Roadside
Fire
I will make you brooches and toys for your delight,
Of bird-song at morning and starshine at night.
I will make a palace fit for you and me,
Of green days in forests, and blue days at sea.
I will make my kitchen and you shall keep your room,
Where white flows the river and bright blows the broom;
And you shall wash your linen, and keep your body white
In rainfall at morning and dew-fall at night.
And this shall be for music when no one else is near,
The fine song for singing, the rare song to hear!
That only I remember, that only you admire,
Of the broad road that stretches and the roadside fire.
Youth
and Love
To the heart of youth the world is a highway side.
Passing for ever, he fares; and on either hand,
Deep in the gardens golden pavilions hide
Nestle in orchard bloom, and far on the level land
Call him with lighted lamp in the eventide.
Thick as stars at night when the moon is down
Pleasures assail him. He to his nobler fate
Fares; and but waves a hand as he passes on,
Cries but a wayside word to her at the garden gate,
Sings but a boyish stave and his face is gone.
In Dreams
In dreams unhappy, I behold you stand as heretofore;
The unremember’d tokens in your hand avail no more.
No more the morning glow, no more the grace, enshrines,
endears.
Cold beats the light of time upon your face and shows
your tears.
He came and went. Perchance you wept awhile and then forgot.
Ah me! But he that left you with a smile forgets you not.
The Infinite
Shining Heavens
The infinite shining heavens
Rose, and I saw in the night
Uncountable angel stars
Showering sorrow and light.
I saw them distant as heaven
Dumb and shining and dead,
And the idle stars of the night
Were dearer to me than bread.
Night after night in my sorrow
The stars looked over the sea,
Till io! I looked in the dusk
And a star had come down to me.
Whither
Must I Wander?
Home no more to me, whither must I wander?
Hunger my driver, I go where I must.
Cold blows the winter wind over hill and heather:
Thick drives the rain and my roof in the dust.
Lov’d of wise men was the shade of my roof-tree,
The true word of welcome was spoken in the door:
Dear days of old with the faces in the firelight;
Kind folks of old, you come again no more.
Home was home then, my dear, full of kindly faces,
Home was home then, my dear, happy for the child.
Fire and the windows bright glittered on the moorland;
Song, tuneful song, built a palace in the wild.
Now when day dawns on the brow of the moorland,
Lone stands the house and the chimney is cold.
Lone let it stand now the friends are all departed,
The kind hearts, the true hearts, that loved the place of old.
Spring shall come, come again, calling up the moor-fowl,
Spring shall bring the sun and rain, bring the bees and flowers;
Red shall the heather bloom over hill and valley,
Soft flow the stream through the even flowing hours.
Fair the day shine as it shone on my childhood;
Fair shine the day on the house with open door.
Birds come and cry there and twitter in the chimney,
But I go forever and come again no more.
Bright
is the Ring of Words
Bright is the ring of words
When the right man rings them,
Fair the fall of songs
When the singer sings them.
Still they are carolled and said
On wings they are carried
After the singer is dead
And the maker buried.
Low as the singer lies
In the field of heather,
Songs of his fashion bring
The swain together.
And when the west is red
With sunset embers,
The lover lingers and sings,
And the maid remembers.
I Have
Trod the Upward and the Downward Slope
I have trod the upward and the downward slope;
I have endured and done in days before;
I have longed for all, and bid farewell to hope;
And I have lived and loved, and closed the door.
Tradução para Português:
Tradução: Serviço de Música da Fundação Gulbenkian
O Vagabundo
Dai-me a vida que eu gosto,
Deixai o regato passar-me ao lado,
Com o belo céu por cima,
E o atalho perto de mim.
A cama na mata, a ver as
estrelas,
O pão molho-o no rio;
Esta é a vida para um homem como eu,
Esta é a vida para todo o sempre.
Que o golpe caia mais cedo ou mais
tarde,
Que suceda o que tiver de suceder;
Dai-me a face da terra à volta,
E a estrada à minha frente.
Não procuro riquezas, esperança ou
amor,
Nem um amigo que me conheça;
Basta-me o céu sobre a minha cabeça,
E a estrada sob os meus pés.
Deixai o Outono cair sobre
mim,
Quando me arrasto pelos campos,
Calando os pássaros nas árvores,
Mordendo os dedos enregelados.
Branco como farinha o campo
gelado,
Quente, o abrigo à lareira;
Mas não cederei ao Outono
Nem cederei tão-pouco ao Inverno!
Que a
Beleza acorde
Que a Beleza acorde de manhã, de belos sonhos,
Após o seu descanso!
Que a Beleza acorde
Por amor da Beleza
À hora a que as aves acordam
E as estrelas brilham no Ocidente!
Que a Beleza acorde ao anoitecer da sonolência do dia
No carmezim do poente!
No crepúsculo do fim do dia
Quando as sombras crescem,
Que ela acorde ao beijo de um terno amigo,
Para dar de novo e receber!
O fogo
à beira do caminho
Far-te-ei jóias e brinquedos para teu prazer,
Do canto das aves, de manhã e do brilho das estrelas à noite.
Farei um palácio digno de ti e de mim,
De dias verdes na floresta, e de dias azuis no mar.
Farei a minha cozinha e tu ficarás no teu quarto,
Onde o rio desliza alvo e a giesta floresce viva;
Lavarás a tua roupa e manterás o teu corpo branco
Com a chuva da manhã e o orvalho da noite
E esta será para música quando ninguém estiver perto,
A bela canção para cantar, a canção rara para ouvir!
É tudo quanto recordo, tudo quanto admiras,
Da estrada larga que se estende e do fogo à beira do caminho.
Juventude
e Amor
Para o coração jovem o mundo é uma estrada.
Passando para sempre, caminha; e de ambos os lados,
No fundo dos jardins escondem-se pavilhões doirados,
Aninhados em pomares floridos e, ao longe, na terra plana,
Chamam-no com a lâmpada acesa, ao anoitecer.
Tantos como as estrelas à noite quando não há lua
Os prazeres assaltam-no. Ele para o seu destino mais nobre
Prossegue, e apenas acena com a mão ao passar,
Grita apenas uma palavra de passagem para a rapariga à porta,
Canta apenas uma estrofe pueril e o seu rosto desapareceu.
Em sonhos
Infeliz em sonhos, vi-te tal como antigamente;
As recordações esquecidas na tua mão já de nada valem.
Nem o ardor da manhã, nem a graça, despertam já ternura.
A luz do tempo bate fria no teu rosto e revela-te as lágrimas.
Ele veio e partiu. Talvez tenhas chorado um pouco e depois
esquecido.
Ai de mim! Mas aquele que te deixar com um sorriso, não
te esquece.
O cintilante
firmamento infinito
O cintilante firmamento infinito
Ergueu-se e avistei na noite
Inúmeras estrelas-anjos
Derramando dores e luz.
Avistei-as distantes como o céu
Mudas, brilhantes e mortas,
E as estrelas ociosas da noite
Eram-me mais caras que o pão.
Noite após noite, na minha dor,
As estrelas brilhavam sobre o mar,
Até que vêde! Olhei ao anoitecer
E uma estrela descera ao meu encontro.
Para aonde hei-de vaguear?
Sem ter já casa, para aonde hei-de vaguear?
A fome impele-me, vou para onde tenho de ir;
O vento de Inverno sopra frio sobre a colina e a urze,
Empurra a chuva espessa e o meu telhado na poeira.
Os homens sensatos amavam a sombra do meu tecto,
À porta diziam-se palavras sinceras de boas-vindas;
Belos dias de outrora, com os rostos à luz da lareira;
Ternos parentes de outrora, não voltareis nunca mais.
O lar estava então pleno de faces bondosas,
O lar era então bem ditoso para a criança.
O fogo e as janelas iluminadas brilhavam na charneca
Canções, canções melodiosas construíam um palácio no deserto.
A Primavera há-de voltar, chamando as aves dos baldios,
A Primavera há-de trazer o sol e a chuva, as abelhas e as flores;
A urze há-de florir púrpura sobre colinas e vales,
O regato deslizará suave entre as horas sempre a correr.
Que o dia brilhe claro como brilhou na minha infância;
Que brilhe o dia na casa com a sua porta aberta.
Que os pássaros entrem e gritem e chilreiem na chaminé,
Mas eu vou-me embora para nunca mais voltar.
Vivo é
o círculo de palavras
Vivo é o círculo de palavras
Quando o homem certo as encadeia,
Belo o cair das canções
Quando o cantor as entoa.
São ainda cantadas e ditas,
Transportadas em asas,
Depois de o cantor morrer
E o autor ser enterrado.
Embora o cantor jaza fundo
No campo de urze,
Canções da sua lavra unem
Os namorados.
E quando o Oeste está rubro
Com as brasas do sol poente,
O enamorado demora-se, cantando,
E a rapariga recorda.
Percorri
os caminhos para cima e para baixo
Percorri os caminhos para cima e para baixo;
Perseverei e consegui em tempos idos;
Por tudo ansiei, e disse adeus à esperança;
E vivi e amei, e fechei a minha porta.