Temporada Concertos Antena 2
18 Janeiro | 19h00
Entrada gratuita
André Rosinha Trio
João Paulo Esteves da Silva, piano
André́ Rosinha, contrabaixo
Marcos Cavaleiro, bateria
Programa
Apresentação do álbum Triskel
Triskel dá nome ao terceiro álbum de André Rosinha. A etimologia da palavra grega que nos chega até hoje, tríscele, é original da cultura Celta, e significa três pernas. A simbologia ligada a este termo representa uma roseta que a partir de um centro comum se enrola numa espiral com três linhas curvas. O movimento criado a partir da união destes traços refere-se à ideia de ciclo, ação e progresso e remete-nos também para o equilíbrio dos três elementos fundamentais da cultura Celta: Terra, Água e Ar; evocando ainda a interação divina entre Corpo, Mente e Alma.
É a partir desta Trindade simbólica de complemento que o trio agora se apresenta. O disco Triskel surge assim enquanto evolução do projeto Árvore, que permitiu ao grupo conhecer-se melhor musicalmente e criar uma linguagem cada vez mais coesa e consolidada.
Avançando agora por novos territórios, o reportório é inteiramente da autoria de André Rosinha, especialmente desenhado para ser interpretado pelos músicos João Paulo Esteves da Silva, no piano, Marcos Cavaleiro, na bateria e, claro, pelo próprio Rosinha no contrabaixo.
Compreendendo cada vez melhor as potencialidades do trio, as músicas foram mais trabalhadas a nível composicional, preservando, no entanto, o tão importante espaço para a improvisação livre. Em Triskel, foi mantida a atenção à melodia, agora com mais exploração do arco no contrabaixo e ainda momentos de uníssono entre piano e cordas. Respeitaram-se algumas das influências do álbum anterior, desta vez com maior ênfase na música clássica e na estética lírica do jazz europeu. Depois do sucesso e reconhecimento do anterior álbum, faz sentido expandir e continuar a desenvolver as afinidades musicais de André Rosinha Trio.
Transmissão direta
Apresentação: João Almeida
Produção: Anabela Luís, Cristina do Carmo
João Paulo Esteves da Silva | Nasceu em Lisboa em 1961. Em 1979 participou no Festival de Jazz de Cascais com o grupo Quinto Crescente. Em 1984 completa o Curso Superior de Piano do Conservatório Nacional e parte para França, onde vive até 1992.
Em 1993 grava o seu primeiro disco em nome próprio Serra sem Fim para a editora Farol. Em 1996 conhece o produtor Todd Garfinkle, da editora M.A. recordings, com quem inicia uma longa colaboração, documentada em seis discos, e que dura até 2001.
Neste ano, instigado por Carlos Bica, grava um primeiro solo de piano, Roda, para a editora francesa L’Empreinte Digitale. Em 2003 começa a gravar para a editora Cleanfeed. O seu último disco Scapegrace, em duo com Dennis Gonzalez, foi galardoado com o prémio Autores da SPA para o «melhor disco 2009».
Ao longo dos anos são inúmeras as colaborações, em concertos e discos, com músicos nacionais e estrangeiros. De destacar particularmente os trabalhos com Ricardo Rocha, Carlos Bica, Cláudio Puntin, Jean-Luc Fillon, Peter Epstein, Ricardo Dias, Dennis Gonzalez no campo da música instrumental; e também as parcerias com cantores e cantoras, Vitorino, Sérgio Godinho, Filipa Pais, Ana Brandão, Maria Ana Bobone, Cristina Branco, entre outros.
Tem vindo a trabalhar cada vez mais noutras áreas como a poesia – publicando dois livros e colaborando em revistas, de papel e on-line o teatro, enquanto tradutor e músico -Beckett, Ibsen, Strindberg, Brecht – e a interessar-se por aproximações e diálogos entre a música e outras artes, tendo assinado trabalhos conjuntos com o fotógrafo José Luís Neto e composto, por exemplo, a banda sonora do filme Sem Nome de Gonçalo Waddinton.
Desde 2009 que lecciona na licenciatura em Jazz da ESML.
Marcos Cavaleiro | Nasceu em Basel, Suíça, em 1980 e iniciou os seus estudos musicais na cidade da Guarda. Estudou na escola Taller de Musics em Barcelona e, mais tarde, licenciou-se pela Escola Superior de Música e Artes do Espectáculo do Porto. Frequentou aulas particulares e masterclasses com Acácio Salero, Alexandre Frazão, Marc Miralta, Michael Lauren, Kenny Washington, Ian Froman e John Riley.
Já teve a oportunidade de colaborar com André Fernandes, André Matos, Anders Christensen, Afonso Pais, Bernardo Sasseti, Bernardo Moreira, Bill Carrothers, David Doruzka, Demian Cabaud, Ernesto Jodos, Guillermo Klein, Jeff Davis, João Paulo Esteves da Silva, João Moreira, Julian Arguelles, Jorge Rossy, Kevin Hays, Leo Genovese, Maria João e Mário Laginha, Matt Renzi, Nuno Ferreira, Nelson Cascais, Pedro Moreira, Romain Pilon, Sara Serpa, entre outros.
É membro da Orquestra Jazz de Matosinhos desde 2007, tendo colaborado com Carla Bley, Chris Cheek, Fred Hersch, Jim McNeely, Kurt Rosenwinkel, Lee Konitz, Maria Schneider, Maria Rita, Maria João, Mayra Andrade, Mark Turner, Manuela Azevedo, Michael Mantler, Steve Swallow, Rich Perry. É endorser da marcas Turkish e Craviotto .
André Rosinha | Natural de Sintra (1987), iniciou os estudos em contrabaixo aos 20 anos, estando inscrito em simultâneo no Conservatório Nacional, na Escola Jazz Luiz Villas-Boas – Hot Clube de Portugal e ainda acompanhado em aulas privadas com Demian Cabaud. Em 2010 participa no Lisbon Jazz Summer School como bolseiro da Escola Jazz Luiz Villas-Boas, onde teve a oportunidade de aprender com nomes maiores da cena jazzística norte americana, como são os casos de Danilo Perez, Ben Street, Adam Cruz, Rogerio Boccato e Rudresh Mahanthappa. Assistiu ainda a seminários e masterclasses com Dave Holland, Matt Penman, Aaron Goldberg, Reuben Rogers, Greg Hutchinson, Chris Cheek, Jorge Rossy, Matt Renzi, Jon Irabagon, Paulinho Braga ou Matt Pavolka.
Em 2011 foi convidado para fazer parte do corpo docente da Escola Luiz Villas-Boas – Hot Clube de Portugal, onde é professor desde então. Licenciou-se em Contrabaixo Jazz pela Escola Superior de Música de Lisboa em 2014.
Pórtico dá nome do seu primeiro disco como líder de uma banda, onde toca originais seus com os músicos João Barradas, Albert Cirera, Eduardo Cardinho e Bruno Pedroso. O álbum foi apresentado em locais como a Casa da Música do Porto ou no Círculo de Jazz de Setúbal.
O seu segundo disco em nome próprio, Árvore, conta com a participação do pianista João Paulo Esteves da Silva e do baterista Marcos Cavaleiro. O projeto foi apresentado no Centro Cultural de Belém, Jazz2020 organizado pela Fundação Calouste Gulbenkian, Seixal Jazz e Noites Azuladas de Castelo Branco.
O álbum Triskel é lançado em 2022.
Paralelamente ao seu projeto, faz parte da banda do cantor Salvador Sobral desde 2015, com quem já gravou quatro discos, e é também membro do grupo do pianista Júlio Resende, João Barradas Trio, Eduardo Cardinho Quinteto, Samuel Lercher Trio ou Ricardo Pinto Quinteto.
Já atuou em múltiplos festivais internacionais de jazz nomeadamente no Jazzaldia, Festival Noches del Botánico e Cadiz Jazz Festival (Espanha), Festival Au Fil des Voix (França), Reset Jazz Festival (Luxemburgo), Jazzfestival Münster e Jazzahead (Alemanha), Sopot Jazz Festival (Polónia), Jazzkar (Estónia) e Kaunas Jazz (Lituânia). Em Portugal é presença habitual nos festivais de jazz, com destaque para o Funchal Jazz e o Seixal Jazz.
Rosinha já partilhou palco com músicos como Perico Sambeat, Greg Osby, Alexi Tuomarila, Seamus Blake, Marc Miralta, Theo Ceccaldi, Abe Rabade, Jeffery Davis, Xavi Torres, Ben Van Gelder, Roberto Negro e com os portugueses Mário Laginha, João Moreira, Afonso Pais e ainda André Fernandes.
Fotos Jorge Carmona / Antena 2