Temporada Concertos Antena 2
Transmissão direta
a partir do Auditório do
Concerto à porta fechada
Sonata em Ré Maior p/ piano e violino, Op. 12 nº 1
Sonata em Sol Maior p/ piano e violino, Op. 12 nº 3
Sonata em dó menor p/ piano e violino, Op. 30 nº 2
das mais importantes partes do repertório para violino e piano. Além de Mozart, que também escreveu um grande
conjunto de sonatas, também podemos encontrar obras primas por Schumann,
Brahms, Franck, Prokofiev e outros. E como todos os outros géneros que
escreveu, Beethoven conseguiu igualmente criar um modelo que inspirou outros
compositores nos anos que se seguiram. Infelizmente as sonatas não representam
todas as fases da sua carreira como compositor, como por exemplo as suas
sinfonias, sonatas para piano ou quartetos de cordas. Nove das suas dez sonatas
foram escritas antes da Sinfonia Heróica. Quando completou a Sonata Kreutzer
na primavera de 1803, tinha apenas 32 anos: iria viver mais 20 anos e escrever
só mais uma sonata para violino e piano.
No entanto estas sonatas são obras para duo no
melhor que há para esta formação. Estão perfeitamente equilibradas em termos de
escrita idiomática para ambos os instrumentos e mostram como Beethoven começou
a fazer experiências para expandir esta forma: no gracioso mas audaz opus 12, composto no final da década de
1790, ainda se sente a tradição do séc. XVIII: a sonata é escrita primariamente
para teclado com acompanhamento de violino. No entanto, Beethoven anuncia-se
como revolucionário e inovador: A primeira
sonata poderia muito bem uma obra grandiosa de Mozart, mas o humor robusto
da segunda é bastante mais
Haydnesco. A terceira sonata eleva o
género a um expressivo e virtuoso nível ainda antes não visto. Na viragem do
século aparecem mais duas contrastantes sonatas (op.23 e 24, originalmente destinadas a ser publicadas em conjunto).
Ambas as sonatas assumem um carácter individual com a primeira, num tenso e
sombrio lá menor, contra o lirismo generoso da sonata mais conhecida por Primavera. Com as sonatas opus 30, Beethoven move-se para um novo
território. A primeira sonata é
cheia de otimismo com um dos mais sublimes segundos andamentos e a terceira sonata distingue-se pelo seu
carácter direto e bucólico. Mas entre estas duas, a segunda sonata é uma obra prima em dó menor antecipando a
magnificência do seu período médio. Numa obra de um pathos dramático e eventual
tragédia, as linhas entre o classicismo e romantismo começam a se desvanecer.
Em pleno período médio veio a Sonata Op.
47 – Kreutzer. Aqui estamos em plena era de grandiosa expansão que
caracteriza este período de Beethoven. Este "concerto para dois" atinge
vertiginosos níveis de virtuosidade e emoção, parecendo querer atingir algo
completamente diferente das outras sonatas. Nos seus três andamentos somos
levados para três diferentes mundos. Passado uma década surge finalmente a sua
última sonata, a sua magnífica (e talvez mais estranha) sonata op. 96. Aqui o lirismo sublime é ao mesmo tempo profundo e
abstrato, reminiscente do quarto concerto para piano da mesma tonalidade (Sol
Maior). Estamos agora com um pé na última fase de Beethoven, que infelizmente
esta é só alcançada com as suas últimas sonatas para piano e quartetos.
Transmissão direta
Apresentação: Pedro Ramos
Produção: Anabela Luís, Cristina do Carmo
Anna Paliwoda | Nasceu em Katowice (Polónia) em 1992. Iniciou os seus estudos musicais aos 7 anos na Escola de Música Karol Szymanowski em Katowice. Prosseguiu os estudos na Academia de Música Ignacy Jan Paderewski em Poznan, na Polónia. Entre 2013 e 2017 formou-se na Escola de Música Reina Sofía, na classe do violino de Marco Rizzi e na classe de viola de Diemut Poppen. Frequentou masterclasses de Vadim Gluzman, Nils Mönkemeyer, Günter Pichler, Mauricio Fuks.
Pedro Costa | Especializado no acompanhamento de canto e música de câmara, Pedro Costa é um pianista português que vive actualmente em Viena (Áustria). Desde 2017 é Pianista Correpetidor da Universidade de Música e Artes Performativas de Graz.