Temporada de Concertos Antena 2
13 maio | 19h00
Auditório da Escola Secundária João de Barros
em Corroios, Seixal
Entrada gratuita
Beatriz Cortesão
Recital de harpa
Programa
G. F. Haendel (1685-1789) – Suite em Si bemol Maior, HWV 440
Jacques de La Presle (1888-1969) – O Jardim Molhado
Louis Claude Daquin (1694-1772) – Peças para cravo, Suite nº 3: I. O Cuco
P. Hindemith (1895-1963) – Sonata para Harpa
I. Moderadamente rápido
II. Animado
III. Lied “Vós amigos, pendurai” (L. H. Chr. Hölty) – Muito Lento
M. Glinka (1804-1857) / Mily Balakirev (1837-1910) – A Cotovia
Henriette Renié (1875-1956) – Peça Sinfónica em Três Episódios
Introdução – Marcha fúnebre
Appassionata
“O pensamento de esperanças futuras não destrói a dor, mas transfigura-a.”
Natureza e Espiritualidade – Pensamentos de esperança futura não destroem a dor, mas transfiguram-na. Natureza e Espiritualidade: os dois eixos deste programa. Georg Friedrich Händel, Paul Hindemith e Henriette Renié são os pilares que conferem a dimensão espiritual a esta viagem musical. Já as obras de Jacques de La Presle, Louis-Claude Daquin e Mily Balakirev dão forma à componente natural do programa, evocando elementos da natureza como o canto de pássaros e a água.
Parte-se da Suite em Si bemol maior HWV 440, de Händel (1685-1759), originalmente escrita para cravo, transcrita para harpa, proposta para acalmar o público e entrar num estado meditativo, por meio da contemplação auditiva. Segue-se a obra O Jardim Molhado, de Jacques de La Presle (1888-1969), onde a água é o elemento essencial que conduz o público, desde umas simples gotas de chuva a uma tempestade. De seguida o Cuco torna-se protagonista com o seu cantar característico, num possível diálogo com outro cuco (a identificar pelo ouvinte). Uma peça breve de Louis-Claude Daquin (1694-1772), mas que cativa facilmente a atenção do público. Em seguida a Sonata para Harpa de Paul Hindemith (1895-1963), escrita durante a Segunda Guerra Mundial. O primeiro andamento retrata uma igreja refletindo a sua imponência, monumentalidade, estrutura. Já o segundo andamento retrata as crianças que brincam na parte anterior da igreja, ainda que com o clima de insegurança e instabilidade da altura. O terceiro andamento passa-se dentro da Igreja, onde se sente o acalmar da agitação externa, abrindo passagem para uma escuta profunda e um estado de meditação interior. A Cotovia de Mily Balakirev (1837-1910) entra em palco, convidando-nos a sintonizar com o seu bater de asas e canto. Para terminar, Peça Sinfónica em Três Episódios, de Henriette Renié (1875-1956) – uma ode à transfiguração do sentimento. Foi escrita após a morte da sobrinha de Renié, evento que a deixou muito perturbada e que inspirou a compositora a compor esta obra. Inicia com uma marcha fúnebre, seguida por uma parte intitulada de “Appassionata”, terminando com uma forte citação, com a qual concluo: “O pensamento de esperanças futuras não destrói a dor, mas transfigura-na.”
Transmissão direta
Apresentação: Pedro Ramos
Produção: Anabela Luís, Alexandra Louro de Almeida
Beatriz Cortesão | Primeira harpista a ganhar o prémio nacional Jovem Músico do Ano, a “virtuosa harpista” (Prémio Jovens Músicos) tem vindo a cativar público a nível global com a sua “energia contagiosa” complementada por uma “técnica impressionante” (Harp Column).
Entre os seus diversos prémios internacionais salienta-se o Prémio Mario Falcão no 21º Concurso Internacional de Harpa em Israel. Recentemente foi vencedora do prémio Jovem Músico do Ano no concurso nacional Prémio Jovens Músicos.
Enquanto solista, Cortesão apresentou-se com a Orquestra Gulbenkian, Orquestra Sinfónica Portuguesa, Orquestra Metropolitana de Lisboa, Orquestra Clássica do Centro, Orquestra Sinfónica de Jerusalém, Real Filarmonia da Galiza. Estreou a obra Hybris para harpa solo e orquestra de Alejandro Civilotti no Noia Harp Fest (Espanha, 2023), e Trio para flauta, viola e harpa de Clotilde Rosa com o Lisbon Ensemble 20/21 (Portugal, 2020). Beatriz foi também a harpista na estreia nacional de Transparent(e) para flauta, viola e harpa de H. Vasco Reis (Portugal, 2020). Cortesão gravou com o Ensemble D’Arcos os álbuns Tremor (2021) e Time Stands Still (2020) de Nuno Côrte-Real, e é a co-fundadora do duo de harpas AnimArpa, com Carolina Coimbra. Colabora regularmente com António Victorino D’Almeida, nomeadamente para o projeto “Gaudeamus – Ciclo de Canções para a Europa”, para Soprano e Orquestra de Câmara.
Enquanto recitalista, Cortesão apresentou-se em performances em Israel, Itália, Portugal, Rússia, Eslovénia, Espanha e Suiça. Ganhou a audição para o lugar de harpista da Accademia Teatro Alla Scala, em Milão (temporada 2023/2024). Em 2020/2021, foi harpista da Orquestra de Jovens da União Europeia.
É convidada regularmente para desempenhar o papel de júri em concursos nacionais e internacionais de harpa. É membro do Conselho da Associação Portuguesa de Harpa e membro da Associação À Corda.
Beatriz Cortesão estudou harpa desde jovem com Eleonor Picas, Beatrix Schmidt, Rita Campos e Erica Versace. A academia HarpMasters desempenhou um papel vital no desenvolvimento das suas capacidades assim como no seu crescimento pessoal e artístico, desde 2012. Possui os títulos de Licenciatura e Mestrado em Performance da Música, com a mais alta distinção, da Civica Scuola di Musica Claudio Abbado, onde estudou na classe de Irina Zingg.
Fotos Jorge Carmona / Antena 2