Temporada de Concertos Antena 2
23 Novembro | 19h00
Palácio Marquês da Fronteira
Entrada gratuita
mediante reserva em loja.fronteira-alorna.pt
Concerto Beethoven, Schumann e Carrapatoso
Obras para clarinete, violoncelo e piano
Esther Georgie, clarinete
Maria José Falcão, violoncelo
Anne Kaasa, piano
Programa
Ludwig Van Beethoven (1770-1827)
Sete Variações sobre o tema “Bei Männern, welche Liebe fühlen”
da ópera A Flauta Mágica de Mozart, WoO 46
para violoncelo e piano
Robert Schumann (1810-1856) – Fantasie-Stücke, Op. 73, para clarinete e piano
Zart und mit Ausdruck
Lebhaft, leicht
Rasch und mit Feuer
Ludwig Van Beethoven – Trio em Si bemol Maior, Op. 11, para clarinete, violoncelo e piano
Allegro con brio
Adagio
Thema con variazone, “Pria ch’io l’impegno”
Eurico Carrapatoso (1962) – Duas suites da música para “Peer Gynt” de Henrik Ibsen, para clarinete, violoncelo e piano
O eterno feminino em Peer Gynt
Anitra
Solveig
Ingrid
O Imaginário em Peer Gynt
A mulher de verde
Peer, negreiro, dança o Charleston em Charlestown
Trolls
Coroação do imperador Peer pelos loucos no manicómio de Cairo
Mar
Peer, imperador do mundo
Neste programa confrontam-se obras de três épocas distintas: passando do vigor, da clareza e da vivacidade das Sete Variações sobre um tema da “Flauta Mágica” e do Trio, op. 22, do período mais clássico de Ludwig van Beethoven, para o romantismo emotivo, das Peças de Fantasia, op. 73 de Robert Schumann, uma obra que se move entre vários estados de alma, a melancolia profunda, a leveza sonhador e a alegria transbordante.
O concerto termina com obras modernistas, cheias de contrastes, cores e imagens: as duas suítes da música de cena para a peça de teatro Peer Gynt: O eterno feminino em Peer Gynt e O imaginário em Peer Gynt, de Eurico Carrapatoso, um dos maiores compositores portugueses da actualidade.
O drama satírico de Henrik Ibsen, Peer Gynt, foi levado ao palco do Teatro Aberto em 2003, e nesta ocasião fez-se a encomenda da música de cena ao Eurico Carrapatoso. Neste drama segue-se o anti-herói Peer Gynt, um aldeão das montanhas norueguesas, mitómano, sonhador e megalómano, na sua viagem à conquista do mundo. A música de Eurico Carrapatoso evoca magistralmente o mundo fantasioso de Peer Gynt, com dramatismo, poesia, exotismo, humor e ironia.
O trio Georgie – Falcão – Kaasa tem a sua origem na Orquestra Gulbenkian e une três instrumentistas que durante décadas têm marcado a vida musical portuguesa: a clarinetista Esther Georgie, a violoncelista Maria José Falcão e a pianista Anne Kaasa.
Transmissão direta
Apresentação: Pedro Ramos
Produção: Anabela Luís, Reinaldo Francisco
Esther Georgie | Nasceu em Michigan, nos Estados Unidos da América. Filha de mãe pianista e de pai organista, começou a tocar piano a partir dos três anos de idade. Mais tarde apaixonou-se pelo clarinete, tendo atuado com a sua mãe em vários recitais. Aos doze anos viajou para Inglaterra para prosseguir os seus estudos de piano e clarinete no Royal College of Music, em Londres. Diplomou-se com First Class Honours e foi distinguida com vários prémios, incluindo o Frederick Thurston Memorial Prize. Nessa altura, venceu a International Young Concert Artists Competition e o Young Artists Platform de Londres.
Estes êxitos permitiram-lhe apresentar-se em recitais no Wigmore Hall, no Fairfield Hall, na Leighton House e para a BBC. Sir David Willcoks convidou-a para interpretar o Quinteto de Brahms, com o Quarteto Auriol, na presença de S. A. R. o Príncipe de Gales. Como 1º Clarinete, colaborou com a Royal Liverpool Philharmonic no ano em que esta orquestra celebrou 150 anos, incluindo um concerto de gala na presença da Rainha Elizabeth.
De 1987 a 2019 Esther Georgie foi 1.º Clarinete Solista da Orquestra Gulbenkian em Lisboa, trabalhando com os maiores músicos dos nossos tempos, realizando também muitos concertos a solo para clarinete e orquestra com variadíssimos repertórios, desde os mais clássicos até obras contemporâneas, algumas dedicadas a ela. Esther Georgie continua, em Portugal, o seu trabalho no domínio de recital (música de câmara e solista) e como professora convidada em ocasiões de masterclass.
Maria José Falcão | Iniciou os seus estudos musicais aos seis anos na Fundação Musical dos Amigos das Crianças em Lisboa. Obteve o diploma do Curso Superior do Conservatório Nacional de Lisboa com as mais altas classificações, após o que iniciou os seus estudos de aperfeiçoamento em Paris, com o violoncelista Paul Tortelier. Foi laureada por duas vezes com o Prémio Guilhermina Suggia.
Foi primeiro violoncelo da Orquestra Sinfónica da Emissora Nacional e da Orquestra Gulbenkian. De 1976 a 1990 ocupou o lugar de violoncelo solo na Orquestra de Câmara de Lausanne na Suíça e simultaneamente professora de violoncelo no Conservatório de Música de Lausanne. De regresso a Portugal ingressou de novo na Orquestra Gulbenkian onde ocupou o lugar de primeiro violoncelo solo de 1990 até 2015 e foi professora no Conservatório Nacional de Lisboa até 2015. É licenciada pela Escola Superior de Música de Lisboa.
Deu numerosos concertos em Portugal e no estrangeiro. Participou em vários Festivais, nomeadamente Algarve, de Sintra, de Macau e do Funchal. Colabora regularmente com a Antena 2, e tem gravado um CD com o Concerto para violoncelo e orquestra de Fernando Lopes-Graça com a Orquestra Sinfónica Nacional de Hungria.
Anne Kaasa | Pianista norueguesa, radicada em Portugal, é caracterizada pela revista musical francesa Le Monde de la Musique como “uma pianista que se destaca no abundante mundo de solistas pela profundidade das suas interpretações, pela fluidez do seu discurso musical e pela delicadeza do seu toucher”.
A sua atividade de solista levou-a a tocar em salas como Wigmore Hall (Londres), Grande Auditório da Fundação Gulbenkian e do Centro Cultural de Belém (Lisboa), Auditorio Nacional (Madrid), Ateneu Romano (Bucareste) e Palácio Sheremetev (S. Petersburgo) e em festivais internacionais como Ljubliana Festival, Nuits pianistiques de Aix-en-Provence, Festival de Maputo, Festival de Costa de Estoril, Festival de Madeira e Dias de Música no CCB. Apresentou-se como solista com orquestras, entre as quais a Orquestra Gulbenkian, a Orquestra Sinfónica Portuguesa, a Orquestra de la Comunidad de Madrid, a Orquestra Nacional do Porto a Orquestra de Câmara de Florença.
Anne Kaasa gravou para rádios nacionais em França, Espanha, Eslovénia, Noruega e Portugal. As suas gravações de obras de Grieg, Ravel e Debussy para as editoras EMI Classics, Grave, e Saphir foram muito elogiadas pela crítica musical internacional (Diapason, Le Monde de la Musique, Radio France, La Stampa, entre outros).
Fotos Jorge Carmona / Antena 2
(excepto a assinalada)