Temporada Concertos Antena 2
Auditório do
Concerto à porta fechada
Ensemble Darcos & Ana Quintans
Ana Quintans, soprano
Nuno Côrte-Real, direção musical
Ensemble Darcos
José Pereira, Violino I
César Nogueira, Violino II
Reyes Gallardo, Viola
Marco Pereira, Violoncelo
Duncan Fox, Contrabaixo
Marina Camponês, Flauta
Nuno Pinto, Clarinete
Carolina Coimbra, Harpa
Helder Marques, Piano
Marco Fernandes, Percussão I
Tomás Moital, Percussão II
Programa
Maurice
Ravel (1875-1937) –
Introdução e
Allegro
(septeto com harpa)
John Dowland (1563-1626) / Nuno Côrte-Real (n.1971) – Time Stands Still
I. Mr. Sérgio Azevedo’s Prelude
II. "Come again! sweet Love doth now invite"
III. Mr. António Pinho Vargas Pavan
IV. "Flow, my tears"
V. Mr. Artur Ribeiro’s Air
VI. "Awake, sweet love"
VII. Mr. Mats Lidstrom his Fantasia
VIII. "I saw my lady weep"
IX. Sir Christopher Bochmann his atonal transition
X. "Shall I sue"
XI. Mr. Eurico Carrapatoso’s Fugue
XII. "Weep you no more, sad fountains"
XIII. Lady Maria João’s Improvisation
XIV. "Time stands still"
XV. "I Know not what tomorrow will bring"
(Fernando Pessoa’s last written words on the day of his death)
Numa alusão às Lachrimae or Seven Tears de John Dowland, Time Stands Still é uma revisitação pelo compositor Nuno Côrte-Real, da obra do compositor inglês, contemporâneo de Shakespeare. Com uma linguagem e instrumentação modernas que sem nos afastar do século XXI nos levam também ao século XVII e à sua melancolia, Côrte-Real cria um contraste entre as luth songs originais de Dowland que parecem ter sido feitas para a voz de Ana Quintans (não fossem os quatro séculos de distância) e peças instrumentais dedicadas a compositores e intérpretes caros ao compositor português, dentro de géneros musicais barrocos revisitados, como a pavana ou a fuga.
O programa é completado por uma Introdução de Maurice Ravel, escrita a pedido da Casa Érard, fabricante da recém-criada harpa cromática, com o intuito de mostrar as potencialidades do instrumento.
Transmissão direta
Apresentação: Pedro Ramos
Produção: Anabela Luís
Ana Quintans | Licenciada em Escultura e estudou Canto na EMCN em Lisboa e no Flanders Operastudio em Ghent (bolseira da Fundação Calouste Gulbenkian). Iniciou-se profissionalmente em 2005 com uma ópera de Claudio Monteverdi e dedica ainda hoje a maioria do seu trabalho à música dos séc. XVII e XVIII. Nesse âmbito colabora com as mais conceituadas orquestras da especialidade, com maestros como William Christie, Marc Minkowski, Michel Corboz, Raphael Pichon, Alan Curtis, Vincent Dumestre, Marcello de Lisa, Antonio Florio, Paul McCreesh, Christian Curnyn, Marcos Magalhães, Laurence Cummings, Leonardo Garcìa Alarcón, Enrico Onofri e Ivor Bolton. Em ópera destacam-se os papéis de Jonathas em
David et Jonathas de Charpentier, Folie em
Le Carnaval et la Folie de Destouches, Hebé, Zima, Amour e Zaire em
Les Indes Galantes de Rameau, Argie em
Les Paladins de Rameau, Spinalba em
La Spinalba e Ippolito em
L’Ippolito de F.A.Almeida; Amore e Aurore em
L’Egisto de Cavalli, Elisa em
Hipermestra de Cavalli, Poppea e Drusilla em
L’incoronazione di Poppea de Monteverdi, Ismene em
Antigono de Mazzoni, Atalanta em
Serse, Dalinda em
Ariodante, Clizia em
Teseo e Galatea em
Acis and Galatea de Handel, Arbante em
Catone in Utica de Vivaldi, Alceste em
Alceste de Gluck, Amore em
Orfeo ed Euridice e Elena em
Paride ed Elena de Gluck, Sidonie e Melisse em
Armide de Gluck, Ilia em
Idomeneo, Pamina em
Die Zauberflote e Despina em
Così fan tutte de Mozart.
Apresenta-se na Opéra Comique de Paris, Cité de la Musique, Théâtre des Champs Elysées, Salle Pleyel Paris, Festival d’Aix en Provence, Glyndebourne Festival, Festival d’Ambronay, DNO Amsterdão, Concertgebouw Amsterdão, Opéra de Lyon, Opéra de Rouen, TNSC Lisboa, Alten Oper Frankfur, Teatro Real de Madrid, Scottish Opera, Victoria Hall Genebra, Bozar Bruxelas, Fundação Calouste Gulbenkian, Centro Cultural de Belém, Casa da Música Porto, Carnegie Hall NY, BAM NY, La Folle Journée Japão, Helsinki Music Centre, Festival Misteria Paschalia Cracóvia, Maggio Musicale Fiorentino, Budapest Palace of Arts, Wien Festwochen, Opéra Royal Versailles, Edinburgh International Festival, Mozarteum Salzburg.
Gravou vários cd’s para editoras como a Naxos, Virgin, Mirare, Alpha, Numérica e para a Deutsche Harmonia Mundi gravou com Concerto de’ Cavalieri arias de ópera de Albinoni dirigida por Marcello di Lisa. Em suporte DVD surge em diversas produções de ópera barroca como Dido and Aeneas de Purcell na Opera Comique Paris (Christie/Warner), em L’incoronazione di Poppea de Monteverdi no Teatro Real Madrid (Christie/Pizzi), L’incoronazione di Poppea de Monteverdi em Salzburg Festival (Christie/Lauwers), Hippolyte et Aricie de Rameau em Glyndebourne (Christie/Kent) e Dido and Aeneas de Purcell na Opera de Rouen (Dumestre/Roussat&Lubek).
Ensemble Darcos | Um dos mais prestigiados grupos de câmara portugueses da atualidade. Foi criado em 2002, pelo compositor e maestro Nuno Côrte-real, e tem como propósito a interpretação dos grandes compositores europeus de música de câmara, como Beethoven, Brahms ou Debussy, e a música de Côrte-real; esta relação confere-lhe contornos de projeto de autor.
Em termos instrumentais, o Ensemble Darcos varia a sua formação consoante o programa que apresenta, de duos a quintetos, até à típica formação novecentista de quinze músicos, tendo como base os músicos Filipe Quaresma, Gaël Rassaert, Hélder Marques e Reyes Gallardo. Para o efeito convida regularmente músicos de excelência oriundos de várias regiões do globo, destacando-se, entre outros, o violoncelista Mats Lidström, os violinistas Massimo spadano, Giulio Plotino e Junko Naito, o pianista António Rosado, a violetista Ana Bela Chaves, ou o percussionista Miquel Bernat. Interpreta regularmente programas líricos, onde tem convidado alguns dos mais importantes cantores portugueses da atualidade, tais como Eduarda Melo, Luís Rodrigues, Dora Rodrigues, Lara Martins ou Job Tomé.
Desde 2006 o Ensemble Darcos efetua uma residência artística em Torres Vedras, tendo iniciado em 2008 a Temporada Darcos, série de concertos de música de câmara e sinfónicos.
Da sua atividade concertista, destacam-se os concertos na sala Magnus em Berlim, em Outubro de 2007, na interpretação do Triplo Concerto para violino, violoncelo, piano e orquestra de Beethoven, na igreja de St. John’s Smith Square, em Londres, com direção musical de Nuno Côrte-Real, e a participação regular nas últimas edições dos Dias da Música, em Lisboa. No verão de 2014, apresentou-se no Festival Internacional de Música da Póvoa de Varzim.
Em Janeiro de 2010, o Ensemble Darcos gravou para a Rádio e Televisão de Portugal uma série de canções de Cole Porter com os cantores Sónia Alcobaça e Rui Baeta, programa apresentado em Lyon, França, em parceria com a Camerata du Rhône. O CD Volupia, primeiro trabalho discográfico do grupo e inteiramente dedicado à obra de câmara de Nuno Côrte-real, foi lançado em Outubro de 2012 pela editora Numérica. Seguiram-se Mirror of the Soul (Odradek 2016), Agora Muda Tudo (Odradek 2019) e, mais recentemente, Cante (Odradek 2020).
Nuno Côrte-Real | Nascido em Lisboa em 1971, tem vindo a afirmar-se como um dos mais importantes compositores e maestros portugueses da atualidade. Recentemente ganhou, consecutivamente, o prémio de Melhor Trabalho de Música Erudita da Sociedade Portuguesa de Autores, em 2018 e 2019, com o ciclo de canções Agora Muda Tudo, e a ópera Canção do Bandido, respetivamente.
Das suas estreias destacam-se 7 Dances to the death of the harpist na Kleine Zaal do Concertgebouw em Amsterdam, Pequenas músicas de mar na Purcel Room em Londres, Concerto Vedras na St. Peter’s Episcopal Church em Nova York, Novíssimo Cancioneiro no Siglufirdi Festival em Reikiavik, e Andarilhos – música de bailado na Casa da Música no Porto.
A sua discografia inclui discos editados nacional e internacionalmente em vários géneros musicais, desde a música de câmara à música coral, sinfónica e ópera. Destacam-se Volupia (Numérica 2012), Mirror of the Soul (Odradek 2016), Agora Muda Tudo (Odradek 2019) e, mais recentemente, Cante (Odradek 2020).
No mundo cénico, Nuno Côrte-Real tem trabalhado com alguns dos principais nomes da ópera, teatro, literatura e cinema portugueses.
Como maestro, Nuno Côrte-Real já dirigiu a Mahler Chamber Orchestra, Orquestra Sinfonica Giuseppe Verdi, Orquestra Sinfónica Portuguesa, Orquesta Sinfonica de Castilla y León, Orquesta Ciudad Granada, Real Filharmonía de Galicia, Orquesta de Extremadura, Orquestra Metropolitana de Lisboa, entre outras, para além de inúmeros projetos com o Ensemble Darcos. É fundador e diretor artístico do Ensemble Darcos, grupo de música de câmara que se dedica à interpretação da sua música e do grande repertório europeu, e assina artisticamente a Temporada Darcos. Foi bolseiro do Centro Nacional de Cultura, e em 2003 foi-lhe atribuída a medalha de Mérito Grau Prata da Câmara Municipal de Torres Vedras.
Fotos Jorge Carmona / Antena 2