Temporada de Concertos Antena 2
21 novembro | 19h00
Auditório do Museu do Oriente
Entrada gratuita
Maria José Falcão & Anne Kaasa
Maria José Falcão, violoncelo
Anne Kaasa, piano
Programa
O Violoncelo Romântico
Edvard Grieg (1843-1907) – Sonata para violoncelo e piano em Lá menor, op. 36
Allegro agitato
Andante molto tranquillo
Allegro molto e marcato
César Franck – (1822-1890) – Sonata em Lá Maior para violoncelo e piano
Allegretto ben moderato
Allegro
Recitativo-Fantasia
Allegretto poco mosso
Neste concerto apresentamos duas grandes sonatas românticas que, de formas bem distintas, evidenciam a enorme capacidade expressiva do violoncelo no seu conjunto com piano.
A violoncelista Maria José Falcão, que foi violoncelo solo da Orquestra Gulbenkian durante décadas, é muito apreciada pelo público português pela poesia e pela profundidade que marcam as suas interpretações. A sua colaboração com a pianista Anne Kaasa distingue-se por uma cumplicidade musical perfeita.
O concerto começa com uma obra do compositor e pianista norueguês Edvard Grieg. Ele nasceu em Bergen, Noruega, em 1843. Com 15 anos foi estudar no famoso Conservatório de Leipzig, fundado por Felix Mendelssohn. Depois voltou para viver na Noruega, embora com frequentes digressões de concertos pelo mundo fora. A estética de Grieg integra três elementos: a tradição romântica alemã, o colorido da natureza nórdica e a música popular norueguesa. Grieg constrói a partir destes elementos uma linguagem própria, inconfundivelmente sua.
A Sonata para violoncelo e piano em Lá menor, de 1883, foi dedicada ao irmão do compositor que era violoncelista. Nesta sonata, sente-se claramente a inspiração da natureza norueguesa com os seus contrastes fortes. Ao longo dos três andamentos, Allegro agitato, Andante molto tranquillo e Allegro molto e marcato, evocam-se atmosferas deslumbrantes, o misticismo das florestas, a poesia das noites luminosas de verão, a alegria dos prados verdes e o dramatismo das montanhas selvagens.
César Franck, pianista, organista e compositor, nasceu na Bélgica em 1822, mas viveu grande parte da sua vida em França, onde foi professor de órgão no Conservatório de Paris desde 1872. A grande Sonata em Lá maior para violino e piano, de 1886, é sem dúvida a sua mais famosa obra de música de câmara. A sonata pode-se tocar também no violoncelo, e existem indícios de que o compositor viu com bons olhos essa versão. É uma sonata de grande fôlego, onde os vários temas aparecem e reaparecem ao longo dos quatro andamentos dando uma grande unidade e coesão à obra na chamada forma cíclica.
Do Allegretto moderato etérico e de uma poesia comovente do primeiro andamento passa-se ao fervor emocional e à tremenda paixão do Allegro. Segue o Recitativo-Fantasia, um lamento de intensa expressividade, um cântico das profundezas da alma. O finale, Allegretto poco mosso abre com um cânon de alegria serena, passando por uma parte central de turbulência e de grande dramatismo para terminar com brio numa marcha triunfante.
Transmissão direta
Apresentação: André Cunha Leal
Produção: Anabela Luís, Reinaldo Francisco

Maria José Falcão | Iniciou os seus estudos musicais aos seis anos, na Fundação Musical dos Amigos das Crianças em Lisboa, com os violoncelistas Adriana De Vecchi e Fernando Costa. Obteve o diploma do Curso Superior do Conservatório Nacional de Lisboa com as mais altas classificações, após o que iniciou os seus estudos de aperfeiçoamento em Paris, com o violoncelista Paul Tortelier.
Foi laureada por duas vezes com o Prémio Guilhermina Suggia. Foi primeiro violoncelo da Orquestra Sinfónica da Emissora Nacional e da Orquestra Gulbenkian. De 1976 a 1990 ocupou o lugar de violoncelo solo na Orquestra de Câmara de Lausanne na Suíça e simultaneamente professora de violoncelo no Conservatório de Música de Lausanne. De regresso a Portugal ingressou de novo na Orquestra Gulbenkian onde ocupou o lugar de primeiro violoncelo solo de 1990 até 2015 e foi professora no Conservatório Nacional de Lisboa até 2015.
É licenciada pela Escola Superior de Música de Lisboa. Deu numerosos concertos em Portugal e no estrangeiro. Participou em vários Festivais, nomeadamente Algarve, de Sintra, de Macau e do Funchal. Colabora regularmente com a Antena 2, e tem gravado um CD com o Concerto para violoncelo e orquestra de Fernando Lopes-Graça com a Orquestra Sinfónica Nacional da Hungria.
Anne Kaasa | Natural da Noruega e radicada em Portugal, onde ensina no Conservatório Nacional de Lisboa, é caracterizada pela revista musical francesa Le Monde de la Musique como “uma pianista que se destaca no abundante mundo de solistas pela profundidade das suas interpretações, pela fluidez do seu discurso musical e pela delicadeza do seu toucher”.
A sua atividade de solista levou-a a tocar em salas como Wigmore Hall (Londres), Grande Auditório da Fundação Gulbenkian e do Centro Cultural de Belém (Lisboa), Auditório Nacional (Madrid), Ateneu Romano (Bucareste) e Palácio Sheremetev (S. Petersburgo) e em festivais internacionais como Ljubliana Festival, Nuits pianistiques de Aix-en-Provence, Festival de Maputo, Festival de Costa de Estoril, Festival de Madeira e Dias de Música no CCB.
Apresentou-se como solista com orquestras, entre as quais a Orquestra Gulbenkian, a Orquestra Sinfónica Portuguesa, a Orquestra de la Comunidad de Madrid, a Orquestra Nacional do Porto, a Orquestra de Granada e a Orquestra de Câmara de Florença.
Gravou para rádios nacionais em França, Espanha, Eslovénia, Noruega e Portugal. As suas gravações de obras de Grieg, Ravel e Debussy para as editoras EMI Classics, Grave, e Saphir foram muito elogiadas pela crítica musical internacional (Diapason, Le Monde de la Musique, Radio France, e La Stampa, entre outros).
Fotos Antena 2