Auditório Caixa Geral Depósitos,
O Eterno Feminino
Recital de Canto e Piano
Das profundezas das estrelas às flores luminosas da natureza, o mistério da trindade do feminino divino é ilimitado. No fundo da vastidão do universo… é onde onde a vai encontrar.
Isha Lerner
Cecile Chaminade (1857-1944) – Angelus
– Chanson Triste
– Chanson gröenlandaise
– Chanson espagnole
Poema «Para atravessar contigo o deserto do mundo», de Sophia de Mello Breyner
Lilly Boulanger (1893-1918) – Elle était descendue au bas de la prairie
– Elle était gravement gaie
– Au pied de mon lit
– Vous m’avez regardé
Poema «Mulher transmontana», de Margarida Fidalgo
Maria Malibran (1808-1836) – J’étais sur la rive fleurie
– En soupirant
Fanny Mendelssohn (1805-1847) – Wanderers Nachtlied
Poema «Segredo de ti», de Maria Teresa Horta
Alma Mahler (1879-1964) – Die stille Stadt
– Laue Sommernacht
– Bei dir ist es traut
Pauline Viardot (1821-1910) – Rossignol
– Solitude
– Tarantele
Poema «O mar dos meus olhos», de Sophia de Mello Breyner
Pauline Viardot (1821-1910) – Rêverie
É sabido que quando pensamos em música erudita, grandes compositores nos vêm à mente. Numa sociedade, ainda hoje a contrariar as tendências patriarcais, as mulheres viveram sempre à margem da arte. Chegou até a circular como verdade "científica" que as mulheres eram desprovidas do pensamento abstrato indispensável à criação musical. E gerações delas foram educadas nessa crença. Houve, no entanto, algumas que conseguiram rasgar o paradigma artístico na viragem para o século XX.
Neste concerto, pelas vozes de Ariana Russo e Rita Tavares e as mãos ao piano de Melissa Fontoura, recriamos o mundo de compositoras marcantes da história da Música como Alma Mahler, Fanny Mendelssohn, Cecile Chaminade, Pauline Viardot e Lilly Boulanger.
Transmissão direta
Realização e Apresentação: André Cunha Leal
Produção: Anabela Luís
Ariana Russo iniciou os seus estudos musicais no Instituto Gregoriano de Lisboa, tem o Curso de Canto do Conservatório Nacional e é licenciada em Canto pela Escola Superior de Música de Lisboa.
Integrou o elenco do musical Sweeney Todd de Stephen Sondheim no Teatro Aberto (2007) e da ópera Les dialogues des Carmélites de Poulenc, no Teatro Nacional de S. Carlos, sob a direcção de João Paulo Santos (2016).
É membro do coro Gulbenkian desde 2008. Em 2015 actuou no concerto de solistas do Coro Gulbenkian, na Igreja de S. Roque.
Como solista, cantou na Missa Brevis de Haydn , o Requiem de Mozart, o Sacred Concert de Duke Ellington, a Missa em sol de Carlos Seixas, Oratória de Natal de C. Saint-Säens, Cantata BWV 61 de J. S. Bach, Cantos de Natal de Fernando Lopes-Graça, O Achamento do Brasil e O Conquistador de Jorge Salgueiro, Stabat Mater de Pergolesi (Festival de Música Antiga de Castelo Novo).
Estreou-se no papel de “2nd Woman” na ópera Dido e Eneias de Purcell, interpretou “O Fogo” na ópera L’enfant et les Sortiléges de Ravel, o “Prince” em Cendrillon de Massenet, “Semele” em L’Egisto de Cavalli, “Fillide” em Il sogno dello Zingano de A. Miro, “Lisetta” em Il Mondo della Luna de Avondano, “Berta” em Il Barbière di Siviglia de Rossini e “Maria” em West Side Story de L. Bernstein.
Em 2011 integrou o elenco de solistas que fez a estreia mundial da ópera de Edward Ayres de Abreu “Ainda não vi-te as mãos”.
Em 2011/12 frequentou a Escola Superior de Musica de Karlsruhe (Alemanha), onde, entre outros, estudou com Donald Litaker.
Rita Tavares, natural de Lisboa, iniciou os estudos musicais com cinco anos de idade. Frequentou o curso de piano do Instituto Gregoriano de Lisboa, onde estudou técnica vocal com Elsa Cortez. É licenciada em Canto pela Escola Superior de Música de Lisboa, na classe de canto de Sílvia Mateus. Estudou na EMCN com Ana Paula Russo.
Apresentou-se em recital com os pianistas José Eduardo Martins, Nuno Vieira de Almeida e Luíza Gama Santos e participou em Masterclasses orientadas por Enza Ferrari, Peter Philips e Susan Waters.
É membro do Officium Ensemble e do Coro Gulbenkian e colabora com o Nederlands Kamerkoor.
Como solista, interpretou obras de Juan Allende-Blin, J. Francisco de Lima, Henrique Oswald, J. S. Bach, B. Britten, G. F. Handel, James MacMillan e W. A. Mozart, F. Mendelssohn e G. Pergolesi. Em 2014, foi solista no Te Deum de J. Francisco de Lima com o Coro e Orquestra Gulbenkian.
Em 2015, fez a estreia mundial dos Cantos Sefardins de Fernando Lopes Graça com o pianista José Eduardo Martins, na Unibes Cultural, em São Paulo. Nesse ano atuou também no concerto de solistas do Coro Gulbenkian, na Igreja de S. Roque.
Em 2016 integrou o elenco da ópera Les Dialogues des Carmélites de F. Poulenc, no Teatro Nacional de S. Carlos, sob a direcção de João Paulo Santos.
Melissa Fidalgo Fontoura nasceu em Vilarandelo, concelho de Valpaços. Iniciou os seus estudos de piano aos seis anos com Francisco Dieguez Doutel na Escola de Música Osnabruck.
Prosseguiu a sua formação artística no Conservatório Regional de Guimarães e posteriormente no Conservatório de Música do Porto, onde concluiu o 8º Grau com 18 valores, sob orientação do pianista Constantin Sandu. Ingressou na Escola Superior de Música e Artes do Espectáculo onde estudou com nomes de referência no panorama musical nacional, tais como Helena Sá e Costa, Madalena Soveral, Manuela Gouveia, Constantin Sandu, Manuel Campos e José Parra.
Desde sempre que tem realizado um trabalho de pianista acompanhadora em cursos, masterclasses e projectos com artistas de várias vertentes. Na Universidade de Aveiro, sob orientação do Professor Doutor António Chagas Rosa defendeu a sua Tese de Mestrado, sobre a Música Tradicional Transmontana e a sua aplicação ao Ensino do Piano.
É co-fundadora do Trio In tempore e Trio Garrett.
Dedica-se também a trabalhos de etnomusicologia, tendo editado juntamente com José Sardinha, “As Canções da Avó Guida”; um Livro/CD e DVD a partir de recolhas de cantares e tradições transmontanas, feitas junto da sua avó, Margarida Fidalgo.