Temporada Concertos Antena 2
7 Janeiro | 19h00
Auditório do
Concerto à porta fechadaPedro Costa & André Gaio Pereira
Pedro Costa, piano
André Gaio Pereira, violino
Programa
Sonatas Completas para Piano e Violino de L. v. Beethoven
250 anos do seu Nascimento | 3ª Parte– Sonata em Lá Maior para Piano e Violino, op. 30 nº 1
– Sonata em lá menor para Piano e Violino, op. 23
– Sonata em Lá Maior para Piano e Violino, op. 12 nº 2
– Sonata em Sol Maior para Piano e Violino, op. 96
Transmissão direta
Apresentação: Pedro Ramos
Produção: Anabela Luís, Cristina do Carmo
Apresentação: Pedro Ramos
Produção: Anabela Luís, Cristina do Carmo
Não há dúvida que as 10 sonatas de Beethoven representam uma das mais importantes partes do repertório para violino e piano. Além de Mozart, que também escreveu um grande conjunto de sonatas, também podemos encontrar obras primas por Schumann, Brahms, Franck, Prokofiev e outros. E como todos os outros géneros que escreveu, Beethoven conseguiu igualmente criar um modelo que inspirou outros compositores nos anos que se seguiram.
Infelizmente as sonatas não representam todas as fases da sua carreira como compositor, como por exemplo as suas sinfonias, sonatas para piano ou quartetos de cordas. Nove das suas dez sonatas foram escritas antes da Sinfonia “Eroica”. Quando completou a Sonata Kreutzer na primavera de 1803, tinha apenas 32 anos: iria viver mais 20 anos e escrever só mais uma sonata para violino e piano.
No entanto estas sonatas são obras para duo no melhor que há para esta formação. Estão perfeitamente equilibradas em termos de escrita idiomática para ambos os instrumentos e mostram como Beethoven começou a fazer experiências para expandir esta forma:
No gracioso mas audaz opus 12, composto no final da década de 1790, ainda se sente a tradição do séc. XVIII: A sonata é escrita primariamente para teclado com acompanhamento de violino. No entanto, Beethoven anuncia-se como revolucionário e inovador: A primeira sonata poderia muito bem uma obra grandiosa de Mozart, mas o humor robusto da segunda é bastante mais Haydnesco. A terceira sonata eleva o género a um espressivo e virtuoso nível ainda antes não visto.
Infelizmente as sonatas não representam todas as fases da sua carreira como compositor, como por exemplo as suas sinfonias, sonatas para piano ou quartetos de cordas. Nove das suas dez sonatas foram escritas antes da Sinfonia “Eroica”. Quando completou a Sonata Kreutzer na primavera de 1803, tinha apenas 32 anos: iria viver mais 20 anos e escrever só mais uma sonata para violino e piano.
No entanto estas sonatas são obras para duo no melhor que há para esta formação. Estão perfeitamente equilibradas em termos de escrita idiomática para ambos os instrumentos e mostram como Beethoven começou a fazer experiências para expandir esta forma:
No gracioso mas audaz opus 12, composto no final da década de 1790, ainda se sente a tradição do séc. XVIII: A sonata é escrita primariamente para teclado com acompanhamento de violino. No entanto, Beethoven anuncia-se como revolucionário e inovador: A primeira sonata poderia muito bem uma obra grandiosa de Mozart, mas o humor robusto da segunda é bastante mais Haydnesco. A terceira sonata eleva o género a um espressivo e virtuoso nível ainda antes não visto.
Na viragem do século aparecem mais duas contrastantes sonatas (op.23 e 24, originalmente destinadas a ser publicadas em conjunto). Ambas as sonatas assumem um carácter individual com a primeira, num tenso e sombrio lá menor, contra o lirismo generoso da sonata mais conhecida por “Primavera”.
Com as sonatas opus 30, Beethoven move-se para um novo território. A primeira sonata é cheia de otimismo com um dos mais sublimes segundos andamentos e a terceira sonata distingue-se pelo seu carácter direto e bucólico. Mas entre estas duas, a segunda sonata é uma obra prima em dó menor antecipando a magnificência do seu período médio. Numa obra de um pathos dramático e eventual tragédia, as linhas entre o classicismo e romantismo começam a se desvanecer.
Em pleno periodo médio veio a Sonata Op. 47 “Kreutzer”. Aqui estamos em plena era de grandiosa expansão que caracteriza este período de Beethoven. Este “concerto para dois” atinge vertiginosos níveis de virtuosidade e emoção, parecendo querer atingir algo completamente diferente das outras sonatas. Nos seus três andamentos somos levados para três diferentes mundos.
Passado uma década surge finalmente a sua última sonata, a sua magnífica (e talvez mais estranha) sonata op. 96. Aqui o lirismo sublime é ao mesmo tempo profundo e abstracto, reminescente do quarto concerto para piano da mesma tonalidade (Sol Maior). Estamos agora com um pé na última fase de Beethoven, que infelizmente esta é só alcançada com as suas últimas sonatas para piano e quartetos.
Com as sonatas opus 30, Beethoven move-se para um novo território. A primeira sonata é cheia de otimismo com um dos mais sublimes segundos andamentos e a terceira sonata distingue-se pelo seu carácter direto e bucólico. Mas entre estas duas, a segunda sonata é uma obra prima em dó menor antecipando a magnificência do seu período médio. Numa obra de um pathos dramático e eventual tragédia, as linhas entre o classicismo e romantismo começam a se desvanecer.
Em pleno periodo médio veio a Sonata Op. 47 “Kreutzer”. Aqui estamos em plena era de grandiosa expansão que caracteriza este período de Beethoven. Este “concerto para dois” atinge vertiginosos níveis de virtuosidade e emoção, parecendo querer atingir algo completamente diferente das outras sonatas. Nos seus três andamentos somos levados para três diferentes mundos.
Passado uma década surge finalmente a sua última sonata, a sua magnífica (e talvez mais estranha) sonata op. 96. Aqui o lirismo sublime é ao mesmo tempo profundo e abstracto, reminescente do quarto concerto para piano da mesma tonalidade (Sol Maior). Estamos agora com um pé na última fase de Beethoven, que infelizmente esta é só alcançada com as suas últimas sonatas para piano e quartetos.
André Gaio Pereira | Foi nomeado Prémio Maestro Silva Pereira – Jovem Músico do Ano 2017, uma das mais prestigiadas distinções em Portugal, e segue uma versátil carreira como solista, músico de câmara e de orquestra.
Das suas actuações a solo destacam-se aquelas com a Orquestra Gulbenkian, Orquestra Metropolitana de Lisboa, Orquestra Clássica do Sul, Orquestra de Câmara de Cascais e Oeiras, Orquestra Filarmonia das Beiras e a Sinfonietta de Ponta Delgada, e colaborações com os maestros Christoph Poppen, Jean-Sébastien Béreau, Nuno Coelho, José Eduardo Gomes nos Festival ao Largo, Festival Internacional de Música de Marvão e Festival dos Canais.
Do outro lado da orquestra, colabora com a London Symphony Orchestra, a English Chamber Orchestra, o Remix Ensemble e ocupa a posição de 2º Concertino convidado na Orquestra Sinfónica do Porto Casa da Música. Estas colaborações, em conjunto com parcerias de música de câmara com o Nash Ensemble e o Doric Quartet, levaram-no em digressão pelo Japão, Tailândia, China, Itália, Alemanha, Suíça, França e Áustria, apresentando-se em algumas das mais prestigiadas salas de espetáculo do mundo e sob a regência de maestros como Valery Gergiev, Bernard Haitink, Semyon Bychkov e Michael Tilson Thomas.
Concluiu, em 2016, a sua licenciatura na Royal Academy of Music (Londres), distinguido como melhor aluno do curso, e dois anos depois o seu Mestrado em Performance, na mesma instituição. Durante os seus estudos, foi bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian e da prestigiada ABRSM, enquanto aluno dos professores Remus Azoitei e Levon Chilingirian.
O Quarteto Tejo, agrupamento vencedor do Prémio Jovens Músicos 2019 e do qual é membro fundador e 1º violino, é um dos seus mais recentes projetos. No âmbito da música de câmara integrou os festivais Mendelssohn on Mull, Cistermúsica, Festival Estoril Lisboa, Dias da Música e Festival Jovens Músicos. Complementando a sua atividade, André explora novas aventuras musicais e artísticas, incluindo os seus arranjos para violino solo da música de Carlos Paredes e a edição do seu primeiro livro de poesia, a ser publicado ainda em 2020.
Pedro Costa | Especializado no acompanhamento de canto e música de câmara, o pianista português que vive atualmente em Viena (Áustria). Desde 2017 é Pianista Correpetidor da Universidade de Música e Artes Performativas de Graz. Foi o vencedor de importantes concursos como o Concurso de Interpretação do Estoril, o Prémio Jovens Músicos (Música de Câmara), o Prémio Helena Sá e Costa, o Concurso Louis Spohr para Acompanhamento de Lied em Kassel (Alemanha), o Concurso New Tenuto (Bélgica), entre outros.
Atuou como solista com a Orquestra Sinfónica Portuguesa, a Orquestra Metropolitana de Lisboa, Orquestra Filarmonia das Beiras, a Orquestra de Câmara de Cascais e Oeiras, a Orkest der Lage Landen e a Koninklijke Muziekkapel van de Gidsen.
Tem vindo a apresentar-se em diversas salas europeias destacando-se o Wigmore Hall em Londres, o MusikVerein em Viena, a Große Saal Mozarteum em Salzburgo, Flagey em Bruxelas, Casa da Música no Porto, CCB, Teatro S. Carlos e Fundação Calouste Gulbenkian em Lisboa. Participou igualmente em Festivais Internacionais como o Cistermúsica, Festival ao Largo, Festival Internacional de Música da Póvoa do Varzim, Festival Estoril Lisboa, Europart, Harmos Classical, entre outros.
Dado o seu especial interesse no acompanhamento de Lied, participou em várias edições do International Lied Masterclasses em Bruxelas, onde trabalhou com prestigiados cantores e pianistas, tais como Udo Reinemann, Christianne Stotijn, Anne Sophie von Otter, Peter Schreier, Ann Murray, Christoph Prégardien, Sir Thomas Allen, Mitsuko Shirai, Hartmut Höll, entre outros.
Recentemente foi premiado com o Prémio de Melhor Acompanhador no Concurso de Canto Lírico da Fundação Rotária Portuguesa em Lisboa e o 3º Prémio de Piano no International Lied Competition “Helmut Deutsch” em Viena (Áustria).
Juntamente com o oboista Guilherme Sousa e o fagotista Paulo Ferreira fundou o Perspective Trio com o qual alcançaram o primeiro prémio na categoria de Música de Câmara do Prémio Jovens Músicos em 2015.
Celebrando todos os anos as efemérides de vários compositores, mantém intensa atividade com o Trio à la Joie, fundado em 2017 e constituído pela soprano Marina Pacheco e pelo barítono Tiago Matos, e com quem nos últimos dois colaborou no projeto pedagógico Xiquitsi em Maputo (Moçambique).
Nascido em 1989 em Macau, Pedro Costa estudou em Espinho com Fausto Neves e na ESMAE com Luís Filipe Sá. Em 2015 terminou com distinção o Mestrado em Piano no Koninklijk Conservatorium Brussel (Bélgica) com Piet Kuijken. Estudou também num Mestrado especializado em Acompanhamento de Canto na Kunstuniversität Graz (Áustria) na classe de Joseph Breinl e de Julius Drake.
Fotos Jorge Carmona / Antena 2