Temporada de Concertos Antena 2
18 novembro | 19h00
Palácio Marquês da Fronteira
Entrada gratuita
mediante reserva em loja.fronteira-alorna.pt
Quarteto Tágide
Vicente Sobral, violino I
Ana Sofia Faria, violino II
Raquel Noemi Agostinho, viola d’arco
Inérzio Macome, violoncelo
Programa
Joly Braga Santos (1924-1988) – Quarteto de Arcos nº 2, op. 27, em Lá
1. Largo – Allegro moderato
2. Adagio molto
3. Largo – Allegro molto vivace
Dmitri Chostakovich (1906-1975) – Quarteto de Cordas nº 8, op. 110, em dó menor
I. Largo
II. Allegro molto
III. Allegretto
IV. Largo
V. Largo
Ao longo do século XX, o quarteto de cordas transformou-se e refletiu a pluralidade de correntes, pensamento e acontecimentos que marcaram estes anos. Neste concerto, propomos uma abordagem a dois nomes da tradição musical ocidental do século XX.
Reconhecendo o papel incontornável de Joly Braga Santos na obra musical portuguesa e a importância de trazer a público a nossa tradição musical, tão rica e, tantas vezes, pouco interpretada, apresentamos o seu 2º Quarteto de Arcos. Composto em 1957, quando o compositor se encontrava em Milão e dedicado à sua mulher, apenas foi estreado em 1986, no Salão Nobre do Teatro Nacional de São Carlos, pelo Quarteto Capela. Os anos que o compositor passou em Itália representam um período charneira com que se encerra a primeira fase composicional da sua obra, predominantemente modal e com abundantes referências ao folclore português. Nesta obra, o modalismo já é conjugado com princípios pentatónicos, cromatismo, oposições tritonais e harmonia baseada no ciclo das quintas.
Já o Quarteto nº 8, de Dmitri Chostakovich, de carácter muito diferente, assume um tom autobiográfico, construído à volta do motivo DSCH. Composto em apenas três dias, em 1960, quando o compositor se encontrava em Dresden, evoca tensão, instabilidade e reflete o contexto político e social em que o compositor viveu e a sua expressão na sua obra. É dedicado “à memória das vítimas do fascismo e da guerra”. O motivo DSCH, assinatura autobiográfica do compositor – D, de Dmitri, SCH de Schostakovich, é utilizado de forma obsessiva, a par de citações de obras anteriores do compositor. Está estruturado em 5 andamentos contínuos.
Estes dois quartetos, que distam apenas 3 anos na data da sua composição, permitem, assim, conhecer duas tradições musicais distintas, portuguesa e russa, celebrando, ainda, as efemérides de Joly (100 anos do nascimento em 2024) e Chostakovich (50 anos da morte em 2025).
Ana Sofia Ribeiro de Faria
Transmissão direta
Apresentação: Pedro Ramos
Produção: Anabela Luís, Zulmira Holstein

O Quarteto Tágide, constituído por Vicente Sobral e Ana Sofia Faria nos violinos, Raquel Agostinho na viola e Inérzio Macome no violoncelo, formou-se em 2022, sob a orientação de Irene Lima e, ao longo do seu percurso, tem também sido orientado por Andrew Atkinson, Catherine Strynckx, Evan Rothstein, Lars Anders Tomter, Levon Mouradian, Meagan Milatz, Mihai Cochea, Oyvor Volle, Paul Wakabayashi, Samuel Barsegian, Tiago Neto e Varoujan Bartikian, bem como pelo Sonoro Quartet, rising star da European Concert Hall Organisation (ECHO).
O ensemble procura explorar a riqueza do repertório nacional e internacional existente para quarteto de cordas, bem como aproximar o trabalho em Música de Câmara do público mais jovem, tendo já partilhado o seu testemunho com os alunos do Instituto Gregoriano de Lisboa e da Academia de Música de Santa Cecília.
Tem-se apresentado em vários palcos em Portugal, com destaque para atuações na Fundação Calouste Gulbenkian, Casa da Música, Festival Estoril Lisboa, Cistermúsica, Lisbon Music Fest, MusicEd ESML-IPL, e em representação da Orquestra Sem Fronteiras. Integrou, em 2024, a Temporada de Concertos Antena 2 / Ciclo PortugalSom, em parceria com a Direção Geral das Artes e a ESML.
Em 2025, é membro da Artway Showcase e recebeu o 1º prémio da Verão Clássico Academy na categoria de Música de Câmara. Em 2024, foi premiado no I Concurso Nacional Cidade do Montijo de Música de Câmara e recebeu o 1º prémio na categoria de Música de Câmara, Nível Superior, na 37.ª edição do Prémio Jovens Músicos.
Com o apoio do PJM e da GDA, irá lançar o seu primeiro disco em 2026.

@ DR
 
                               
           
           
          