Gravação para posterior transmissão
16 Novembro | 19h00
Centenário de Eugénio Andrade
Recital Alberto Serra (voz / leitura) & Carlos Azevedo (piano / paisagens sonoras)
Poemas de Eugénio de Andrade
Arte dos versos
Nunca o verão se demorara
Música, levai-me
Levar-te à boca
Respiro o teu corpo
As palavras
Os amigos
As amoras
Caledónia
Veneza
Lettera amorosa
As cabras
Nocturno a duas vozes
Solidão
Frente a frente
O sorriso
Passamos pelas coisas sem as ver
A poesia não vai à missa
Devias estar aqui rente aos meus lábios
Como se houvesse uma tempestade
As palavras
Três ou quatro sílabas
Poema à mãe
Ao Miguel, no seu quarto aniversário, e contra o nuclear
É urgente o amor
Os trabalhos da mão
Gravação para posterior transmissão
Apresentação: João Almeida
Produção: Anabela Luís, Cristina do Carmo
Eugénio de Andrade | Nasceu na freguesia de Póvoa de Atalaia, no Fundão, no dia 19 de janeiro de 1923. Mudou-se para Lisboa aos dez anos devido à separação dos seus pais.
Frequentou o Liceu Passos Manuel e a Escola Técnica Machado de Castro, tendo escrito os seus primeiros poemas em 1936. Em 1938, aos 15 anos, enviou alguns desses poemas a António Botto que, gostando do que leu, o quis conhecer, encorajando-lhe a veia literária.
Em 1943 mudou-se para Coimbra, onde regressa depois de cumprido o serviço militar convivendo com Miguel Torga e Eduardo Lourenço. Tornou-se funcionário público em 1947, exercendo durante 35 anos as funções de Inspector Administrativo do Ministério da Saúde. Uma transferência de serviço levá-lo-ia a instalar-se no Porto em 1950, numa casa que só deixou mais de quatro décadas depois, quando se mudou para o edifício da extinta Fundação Eugénio de Andrade, na Foz do Douro.
Durante os anos que se seguem até à data da sua morte, o poeta fez diversas viagens, foi convidado para participar em vários eventos e travou amizades com muitas personalidades da cultura portuguesa e estrangeira, como Joel Serrão, Miguel Torga, Afonso Duarte, Carlos Oliveira, Eduardo Lourenço, Joaquim Namorado, Sophia de Mello Breyner Andresen, Agustina Bessa Luís, Teixeira de Pascoaes, Vitorino Nemésio, Jorge de Sena, Mário Cesariny, José Luís Cano, Ángel Crespo, Luis Cernuda, Jaime Montestrela, Marguerite Yourcenar, Herberto Helder, Joaquim Manuel Magalhães, João Miguel Fernandes Jorge, Óscar Lopes, e muitos outros.
Apesar do seu enorme prestígio nacional e internacional, Eugénio de Andrade sempre viveu distanciado da chamada vida social, literária ou mundana, tendo o próprio justificado as suas raras aparições públicas com «essa debilidade do coração que é a amizade».
Recebeu inúmeras distinções, entre as quais o Prémio da Associação Internacional de Críticos Literários (1986), Prémio D. Dinis da Fundação Casa de Mateus (1988), Grande Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores (1989) e Prémio Camões (2001).
Faleceu a 13 de junho de 2005, no Porto, após uma doença neurológica prolongada. Encontra-se sepultado no Cemitério do Prado do Repouso, no Porto. A sua campa é rasa em mármore branco, desenhada pelo arquitecto seu amigo Siza Vieira, possuindo os versos do seu livro As Mãos e os Frutos.
Alberto Serra | Nasceu em Barcelos em 1957, homem da comunicação, começou na imprensa regional. Passou depois por várias rádios, Rádio antena Minho, Braga, Rádio Nova e TSF. Em televisão, esteve na SIC, RTP e RTP2. É autor de reportagens premiadas, Sina de cigano, RTP, e Rostos de Pedra, SIC. São também da sua autoria os documentários: Levantado do Chão, único documentário sobre a vida e obra do Nobel português, Um Sítio onde Pousar a Cabeça, sobre a vida e a obra de António Manuel Pina.
Carlos Azevedo | Nasceu em Vila Real, em 1964 estudou composição na Escola Superior de Música do Instituto Politécnico do Porto. Posteriormente estudou com George Nicholson na Universidade de Sheffield, onde obteve o mestrado em composição e mais tarde o Doutoramento.