Temporada de Concertos Antena 2
13 março | 19h00
Auditório do Liceu Camões
Entrada gratuita
Trio Desidério Lázaro
Desidério Lázaro, saxofones
António Quintino, contrabaixo
João Sousa, bateria
Programa
Random Number Generator
Clockwork
Now What?
Silent Weep
Meditation III
Safe Travels
Bluesy
Desidério Lázaro, incontornável saxofonista e compositor de jazz português, regressa ao formato de trio para apresentar o seu 10° álbum de composições originais, MicrUs.
MicrUs pressupõe a palavra “Us” (“nós” em inglês”) em conjugação com o moldável “Micro”, numa reflexão de vários anos sobre o quão pequenos somos e de quanto essa percepção nos influencia, positiva e negativamente. Partimos da assumpção egocêntrica de que só nós é que sentimos e vivenciamos determinadas emoções e linhas de pensamento, não nos permitindo trocar sensações com quem nos rodeia e, dessa forma, talvez atenuar efeitos secundários e diretos durante o processo.
A música, improvisada mas com pontos de partida melódicos e/ou harmónicos concretos, serve como veículo de micro narrativas, como se de pequenos pensamentos ao longo do dia se tratassem.
A formação em trio não é nova para Desidério Lázaro – com dois discos gravados: Rotina Impermanente (Jacc, 2010) e Cérebro: Estado Zero (Sintoma, 2013) – mas desta vez faz-se acompanhar com dois sustentados talentos da nova geração: André Rosinha no contrabaixo e João Sousa na bateria.
Transmissão direta
Apresentação: João Almeida
Produção: Anabela Luís, Cristina do Carmo
Desidério Lázaro | Nasceu em Faro, em 1982. Iniciou os seus estudos de flauta aos 6 anos de idade, mudando-se para o clarinete aos 10. Estudou música clássica nos conservatórios de Faro e Setúbal, onde foi aluno de Paulo Gaspar. Em 2002 ingressou no estudo da música Jazz e do saxofone no Hot Clube de Portugal, novamente com Paulo Gaspar e Pedro Moreira. Dois anos mais tarde, mudou-se para Amsterdão, onde terminou com mérito a licenciatura em Jazz no Conservatório de Amsterdão, e onde teve oportunidade de estudar com Ferdinand Povel, Jasper Blom e Dick Oatts.
Pelo caminho fez centenas de concertos por todo o país e no estrangeiro (Espanha, Alemanha, Holanda, Bélgica, Áustria, Itália, Macau) e, a par da sua atividade como músico, leciona na Escola Superior de Música de Lisboa e Universidade Lusíada de Lisboa.
Apresenta-se em variadíssimas formações que vão desde o jazz mais tradicional a vertentes mais contemporâneas (pop, funk, fusão), tendo já tocado com nomes como Mário Laginha, Maria João, Carlos Barretto, André Fernandes, Alexandre Frazão, assim como Luís Represas, The Black Mamba, Mafalda Veiga, Carlos do Carmo e B Fachada, entre outros.
Como autor, tem apresentado os seus projetos nos principais festivais de jazz portugueses e salas de espetáculo do país. Iniciou-se nas edições discográficas em 2010 com Rotina Impermanente, e o seu trabalho mais recente é Oblivion (ASuR, 2022) tendo sempre recebido críticas favoráveis e entusiastas, assim como diversas nomeações para “disco jazz do ano”.
António Quintino | Nascido em 1988, começou aulas de baixo elétrico em 2004 na escola JB Jazz, com Gustavo Roriz e Francesco Valente, tendo no ano seguinte mudado para o contrabaixo, estudando com Yuri Daniel, Nuno Alan e Demian Cabaud.
Mais tarde licenciou-se na Escola Superior de Música de Lisboa, onde estudou com Nelson Cascais e Bernardo Moreira.
No decurso da sua careira profissional, trabalhou e gravou com José Mário Branco, Mário Laginha, Maria João, Sara Serpa & André Matos, Scott Reeves, Dan Weiss, Ohad Talmor, Mário Laginha, John Ellis, João Paulo Esteves da Silva, André Santos, Gianni Gagliardi, Manuel Paulo, Nancy Vieira, Afonso Pais, Luís Figueiredo, Luís Madureira, entre outros, tendo a oportunidade de tocar em inúmeros países como Espanha, França, Bélgica, Holanda, Lituânia, Alemanha, Áustria, Roménia, Brasil, México, Argélia, Egito, Turquia, Cabo Verde e EUA.
João Sousa | Músico, baterista e compositor nasceu em 1990 em Faro. Em 2017 concluiu o mestrado em música no Royal Conservatory of the Hague onde estudou com o reconhecido mestre holandês Erik Ineke.
Old Mountain é já uma madura parceria entre Sousa e Pedro Branco. Surge em 2016 e desde logo iniciam colaborações com diferentes músicos, George Dumitriu, Demian Cabaud, Nicóló Ricci, João Hasselberg ou Carlos Barreto são alguns exemplos. Old Mountain conta com dois álbuns editados Parallels e This is not our music, carimbo Nischo Records e vários concertos por diversas salas do país.
Integra o coletivo Garfo que em 2021 edita o seu álbum de estreia através da prestigiada clean feed records. Grupo revelação do ano (2021) – prémio RTP/Festa do Jazz, Garfo prepara- se para o seu segundo registo fonográfico. Em 2023 sai Habitat (robalo music), resultado de três dias de residência em Serpa com o grupo composto por Samuel Gapp, João Carreiro e João Sousa.
Paralelamente Sousa faz parte de projetos como, P.S. Lucas, Narciso, Fuchsia Trio, Branco toca Marco Paulo, The Hinge, OJS, Tomás longo “our lady of pleasures”, Esteves, João Espadinha septeto ou Motian & More de Hernâni Faustino.
É co-criador de V.A.G.O. projeto multidisciplinar em parceria com a coreógrafa Raquel Cabral. No final de 2018 integrou o coletivo criado no âmbito da residência artística liderada pelo trompetista Gabrielle Mitelli uma parceria entre a Fundação Árpád Szenes Vieira da Silva e o Instituto Italiano da cultura em Lisboa. Fruto de uma semelhante parceria estabelece ligação com a música do contrabaixista Pietro Paris. Esta resulta num disco até ao final de 2023.
Fotos Jorge Carmona / Antena 2