Festival de Música Dom Fernando Mascarenhas
Música e património
Folias, fantasias e algo mais
22 maio | 20h00
Palácio Marquês da Fronteira
Sala Juno
Entrada gratuita
mediante reserva em loja.fronteira-alorna.pt
Trio Jakob
Manuel de Almeida-Ferrer, violino
Carla Peña Romero, violoncelo
Carlos Marín Rayo, piano
Programa
F. Schubert – “Sonatensatz” para trio com piano em Si-bemol Maior, D. 28
J. Turina – “Círculo…” fantasia para trio com piano, op. 91
I. Amanecer
II. Mediodía
III. Crepúsculo
G. Fauré – Trio com piano em Ré menor, Op. 120
I. Allegro ma non troppo
II. Andantino
III. Allegro vivo
Fantasia…
O que é a fantasia? Certamente o termo pode fazer referência a um género musical de forma livre, sem restrições e de caráter improvisado; mas o que é realmente a fantasia? Na sua origem, a palavra queria dizer “aparição” — derivada de Phantasos, figura mitológica grega encarregada de produzir as visões dos sonhos — mais tarde convertendo-se em ideia, pensamento. Assim, a fantasia é a capacidade que uma pessoa tem de ser imaginativa sem entraves, de inventar coisas jamais pensadas antes e de descobrir a inocência e sinceridade. Não é por acaso que o género musical que toma este mesmo nome tenha surgido como um meio pelo qual o artista podia dar livre passagem a todas as suas inquietudes sem nenhum tipo de limite. Um bom artista, um bom compositor, tem como característica esta busca constante, inacabável e quase infantil, que não se rege por normas nem estilos, como uma criança que descobre com absoluto deslumbre como fazer algo pela primeira vez.
Por estas razões, o programa em mãos inclui uma obra de extrema juventude, a Sonatensatz de Franz Schubert, composta na tenra idade de 15 anos, e uma obra do fim-de-vida, o Trio Op. 120 de Gabriel Fauré, completado no ano anterior à sua morte e provavelmente a penúltima obra escrita pelo compositor. Há algo que une estas obras, ainda que décadas de experiências e vivências as separem: essa centelha de exploração insaciável que habita no coração de um artista.
Como nexo entre estas duas peças compostas respetivamente no amanhecer e no ocaso da vida, tocaremos a Fantasia “Círculo…” Op. 91 de Joaquín Turina; exemplo perfeito do que pode um artista criar transbordando de ideias e sem quaisquer travões. Uma obra baseada no ciclo solar, ciclo que fascinou a humanidade desde as suas origens e que foi objeto de lendas, contos e inspiração artística. Não será por acaso que em muitas ocasiões os germes de ideias artísticas surgem durante a noite, no reino dos sonhos…
Carlos Marín Rayo
Paris, 12 de Abril de 2025
Transmissão direta
Apresentação: João Almeida / Alexandra Corvela
Produção: Anabela Luís

@ Jorge Carmona / Antena 2
Trio Jakob | Tendo recebido vários prémios internacionais, é um ensemble com o objetivo de explorar o repertório de trio com piano e uma sonoridade única através da conjunção de três personalidades distintas. Presentemente residindo nos Países Baixos e provenientes de Portugal e Espanha, o trio é constituído pelo violinista Manuel De Almeida-Ferrer, a violoncelista Carla Peña Romero e o pianista Imanol Casán.
Desde a sua fundação em 2014 o trio apresentou-se em festivais e temporadas de concerto internacionais — entre as quais a Fundación Juan March(Madrid), Fringe Festival de Torroella de Montgrí (Espanha), Prisma Poliedric Festival (Itália) e a Stadsgehoorzaal(Leiden) — e é laureado em vários concursos internacionais como o XVI CIM Les Corts (Barcelona), o II Concurso Cambra Románica (Andorra) e a La Follia NuovaInternational Competition (Itália).
O trio foi recipiente do Prémio Champagne Maillard do Concurso Europeu de Música de Câmara FNAPEC (Paris), o terceiro prémio no Concurso Internacional de Música de Câmara Antonio GarcíaAbril, e o segundo prémio na edição de 2021 do concurso de música de câmara das Juventudes Musicais de Espanha.
O Trio Jakob foi o primeiro trio com piano a integrar a Nederlands Strijkkwartet Akademie NSKA, onde trabalha regularmente com o seu líder artístico, Marc Danel, assim como outros músicos convidados, entre os quais Luc-Marie Aguera, Simone Gramaglia e Alexander Pavlovsky.
Formam também parte da academia ProQuartet em Paris, e participam regularmente nos encontros anuais de música de câmara da Juventudes Musicais Internacionais da Alemanha em Weikersheim, com uma bolsa completa da JMI-Deutschlandassim como conta com o apoio da fundação holandesa Stichting Young Notables.

@ DR