António Mega Ferreira (1949-2022)
Faleceu hoje António Mega Ferreira. Intelectual e homem de ação cultural. Escritor, gestor, editor. Colaborou como jornalista e cronista na maioria da imprensa escrita portuguesa.
Escreveu sobre poesia, pintores e escritores, sobre a amizade e o amor, sobre gastronomia, viagens e cidades. Criador cultural, tinha um fascínio particular sobre Itália, o país de Dante.
António Mega Ferreira era presença regular nos programas culturais de Luís Caetano, na Antena 2.
As emissões ao longo desta semana do programa A Ronda da Noite são-lhe dedicadas.
Para ouvir, aqui (26 Dez.), aqui (27 Dez.), aqui (28 Dez.), aqui (29 Dez.), aqui (30 Dez.) e aqui (31 Dez.)
Uma das últimas intervenções de Mega Ferreira na rádio foi sobre o último romance de Agustina Bessa Luís, A Ronda da Noite, para ouvir aqui.
Mas também podemos escutá-lo a dizer os seus próprios poemas, em A Vida Breve:
Em A Ronda da Noite e Última Edição, as conversas com Luís Caetano a propósito dos seus livros:
– O essencial sobre Dom Quixote (Imprensa Nacional, 2016) [aqui]
– Santo António, de Lisboa e Pádua, com Marc Sarkis Gulbenkian (Clube do Autor) [aqui]
– Itália – Práticas de Viagem (Sextante, 2017) [aqui]
Ou, noutras conversas
– No Festival Arte nas Adegas, na Ventosa, Torres Vedras, em 2018, com Inês Pedrosa, António Mega Ferreira e Luís Caetano sobre os prazeres da vida e a escrita [aqui]
– N’Os Dias do Desassossego em 2016, da Casa Fernando Pessoa e da Fundação José Saramago, sob o mote "Se a literatura salva?". Uma conversa de António Mega Ferreira e Tiago Rodrigues com moderação de Pedro Santos Guerreiro [1ª parte] [2ª parte]
António Mega Ferreira nasceu em Lisboa a 25 de março de 1949.
Depois de estudar no Liceu Pedro Nunes, licenciou-se em Direito, na Universidade de Lisboa. Estudou Comunicação Social, na Universidade de Manchester. Estreou-se no jornalismo em 1968, como redator do Comércio do Funchal. Foi jornalista no Jornal Novo, no Expresso, em O Jornal e na RTP, onde chefiou a redação da Informação do segundo canal da televisão. Foi chefe de redação do JL – Jornal de Letras, Artes e Ideias.
Foi colunista do Expresso, Diário Económico, Diário de Notícias, O Independente, Público e das revistas Visão e Egoísta.
Foi diretor editorial da Círculo de Leitores, entre 1986 e 1988, tendo criado a revista LER, que também dirigiu. Também fundou a revista Oceanos.
Foi diretor editorial da Círculo de Leitores, entre 1986 e 1988, tendo criado a revista LER, que também dirigiu. Também fundou a revista Oceanos.
Integrou a Comissão Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos, tendo dirigido a candidatura de Lisboa à Exposição Mundial de 1998, de que foi comissário executivo. Foi presidente do Conselho de Administração da Parque Expo, de 1999 a 2002.
Dirigiu a representação de Portugal na Feira do Livro de Frankfurt, em 1997, quando Portugal foi país-tema, e comissariou as exposições Viagem ao século XX (CCB, 1998) e Os Dias de Pascoaes (Amarante, 2002).
De 2006 a 2012, presidiu à Fundação Centro Cultural de Belém. Foi diretor executivo da Orquestra Metropolitana de Lisboa, entre 2013 a 2019.
A 9 de Junho de 1998 foi agraciado pelo Estado português pelos destacados serviços prestados ao País, com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Cristo.
Iniciou a sua carreira literária em 1984, tendo publicado cerca de 40 obras, entre ficção, ensaio, poesia e crónicas.
Em 2001, recebeu o Grande Prémio de Conto Camilo Castelo Branco pela sua obra A expressão dos afectos.
Em 2022, as suas Crónicas Italianas (Sextante Editora, 2021) foram distinguidas com o Grande Prémio de Literatura de Viagens Maria Ondina Braga.
Faleceu hoje, 26 de Dezembro, em Lisboa, aos 73 anos.
Fotos Jorge Carmona / Antena 2