1 a 31 Maio
Através da música, percorre ideias, costumes, aspectos políticos, culturais e artísticos de um "ano de muitas luzes, mas também de muitas escuridões".
Paris, no Maio 68 foi a expressão, a explosão de um mundo em transformação, social, cultural, cívica. Foi um ano que marcou e mudou o mundo. E as canções exprimem e ilustram essas convulsões e mudanças ocorridas em diversas partes do globo.
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15 – 21 Maio – O combate pelas raparigas e contra a guerra no Vietname
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16 – 22 Maio – Nanterre na Era do Aquário
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18 – 24 Maio – Corações puros ou pequenos idotas
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19 – 25 Maio – De Gaulle e as pombas
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20 – 28 Maio – Colette Magny e o pico da revolta
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22 – 30 Maio – Depois de Maio
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23 – 31 Maio – O que sobrou do Maio de 68
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A "crise" de maio de 1968 começou como uma contestação estudantil francesa. No entanto, estendeu-se a outros setores sociais, laborais e culturais franceses e teve repercurssões em muitos outros países, dos EUA ao Japão.
Desde Março que se anunciava um mal-estar no seio dos estudantes, com algumas agitações. Contudo, o detonador da crise ocorre em Nanterre, nomeadamente com a ocupação pelos estudantes, da Faculdade de Nanterre. Grupos de esquerda, revoltados "contra a sociedade de consumo", insatisfeitos com o ensino tradicional e a insuficiência de saídas profissionais, decidem opor-se pela "contestação permanente". Em seguida, os estudantes ocupam a Universidade da Sorbonne, a que se segue uma dura intervenção policial.
Geram-se tumultos e focos de tensão, com as primeiras barricadas nas ruas – nomeadamente no Quartier Latin, entrando-se num ciclo de provocação e repressão, com algumas manifestações pacíficas pelo meio.
O conflito alarga-se ao setor social, com manifestações sindicais, acompanhadas de greves que paralisam mais de 10 milhões de trabalhadores franceses.
Entretanto, a 14 de maio, o primeiro-ministro Georges Pompidou declara que a Sorbonne seria reaberta livremente, numa tentativa de apaziguar a situação no meio estudantil, quando nos muros da universidade imperavam slogans como "É proibido proibir!". Os distúrbios nas ruas continuam, e a crise torna-se cada vez mais política que nem mesmo o anúncio de novas eleições legislativas faz terminar a agitação.
A 16 de junho, durante os distúrbios no Quartier Latin, morre um jovem de 17 anos, Gilles Tautin. É o fim da crise estudantil, mas a situação política, essa, continuará agitada. Assim como os reflexos de uma outra consciência cívica, pelo mundo inteiro.
Trabalhou durante três décadas na Valentim de Carvalho e na EMI Valentim de Carvalho, entre 1983 e 2007, como Diretor-geral.
É investigador na área da música popular. É autor de programas na Antena 1 – A Contar e Cena do Ódio -, tendo este último recebido o prémio da Sociedade Portuguesa de Autores.