8º FESTIVAL ANTENA 2
29 janeiro a 1 fevereiro
sábado | 1 fevereiro | 15h00
Sala Mário Viegas
Teatro São Luiz, Lisboa
Maiores 6 anos
Entrada livre
Transmissão direta em antena e em vídeo streaming na RTP Palco
Conferência
O que ensinar e aprender, de que modo e para quê?
Desafios da escolaridade obrigatória
Convidados
Ariana Cosme (Inspetora-geral da Educação e Ciência)
Nuno Crato (Presidente da “Teresa e Alexandre Soares dos Santos – Iniciativa Educação”)
Joana Rato (Professora Auxiliar na Universidade Católica Portuguesa)
Pedro Santa-Clara (Professor Catedrático de Finanças na Nova School of Business and Economics)
Ana Mira Vaz (Diretora pedagógica do Colégio Pedro Arrupe)
Mário Rocha (Diretor do Agrupamento de Escolas de Cristelo, Paredes)
Moderação de João Paulo Baltazar
Há quem defenda que muitos jovens podem não gostar de estudar, mas adoram aprender. O facto é que, com o aumento exponencial dos recursos e dispositivos digitais e as novas possibilidades abertas pela Inteligência Artificial Generativa, o debate sobre a educação que temos e aquela que desejamos, volta a ganhar fôlego.
A escola deve ser, sobretudo, o palco para uma transmissão de conhecimentos essenciais ou, cada vez mais, um território de descoberta, de colaboração, pensamento crítico, criatividade e desenvolvimento de competências, centrado no aluno?
Nas últimas décadas, o país conseguiu recuperar de um crónico atraso de escolarização, mas estarão as escolas preparadas para responder a um mundo cada vez mais complexo e incerto? Apesar de algumas experiências inovadoras ao longo dos últimos anos, os processos de ensino e aprendizagem pouco mudaram nas escolas portuguesas. O que será aconselhável mudar e em que sentido? Que condições têm de ser garantidas?
O futuro da educação obrigatória: entre o rigor e a ousadia
Texto de João Paulo Baltazar
Os estudos internacionais que avaliam o desempenho dos alunos em Matemática, Ciências e Leitura (PISA, TIMSS e PIRLS) mostram que Portugal tem vindo a piorar desde 2016. Estes dados levam Nuno Crato, presidente da Iniciativa Educação, a defender o regresso a um modelo de maior exigência. “Até ao princípio deste século, nós vencemos a batalha da quantidade, temos os miúdos na escola até ao 12º ano. Mas não ganhámos a batalha da qualidade”. Na conferência Desafios da Escolaridade Obrigatória, realizada no dia 1 de fevereiro no Teatro Municipal São Luiz, em Lisboa, o ex-ministro da Educação sublinhou que “a batalha da qualidade começou a ser ganha a partir de 2000 até 2015, por governos diferentes, partidos diferentes, ministros diferentes, por professores, através de algumas políticas que nos guiaram e orientaram”. Na opinião de Nuno Crato, até 2015 “houve ambição curricular, objetivos precisos, flexibilidade curricular positiva (as escolas podiam acrescentar) e mais avaliação”, mas depois tudo se inverteu e “a escola não está a cumprir o seu papel completamente”.
A Inspetora Geral da Educação e Ciência, Ariana Cosme, prefere “olhar para o copo meio-cheio, comparando-o com o copo vazio” porque quando começou a carreira de professora, há mais de 4 décadas, “via partir da escola crianças com 14 anos para trabalharem nas obras ou nas fábricas”. Atualmente, no entender desta especialista em Ciências da Educação, “a escola portuguesa está de boa saúde e os profissionais todos os dias dão o litro para manter a funcionar agrupamentos com centenas de alunos, muitos não falando português, em escolas de grande diversidade e muito desafiantes”.
Para Pedro Santa-Clara, está na hora de mudar porque “assistir a uma aula é das tarefas mais ineficientes da humanidade”. O economista, dinamizador da escola de programação 42 e do projeto TUMO, entende que “a necessidade de educação é hoje bem diferente do que foi há 200 anos, quando foi inventada a educação massificada”. Hoje, “é muito mais útil para a sociedade termos pessoas com saberes e competências diversas do que o modelo one size fits all da revolução industrial. Há que encontrar um equilíbrio entre o que deve ser obrigatório e opcional”. Pedro Santa-Clara lembrou que “não aprendemos todos ao mesmo ritmo, não somos motivados pelas mesmas coisas, não temos os mesmos interesses nem sequer acordamos o nosso cérebro ás mesmas horas”. Por isso, interessa “aproveitar as tecnologias que nos permitem construir uma experiência de aprendizagem mais motivadora e eficaz”. Este empreendedor considera que “um professor tradicional, na melhor das hipóteses, está dedicado ao aluno mediano, estando a perder 50 por cento dos alunos e a enfastiar os restantes”. Pedro Santa-Clara entende que “esta organização por anos e turmas está obsoleta, seria como só permitir que as pessoas ouvissem música no coreto da sua aldeia” quando a tecnologia já permite outras experiências. E concluiu que “temos de ter um pouco mais de ambição e ousadia”.
Ariana Cosme contrapôs que “aprender na escola é completamente diferente de aprender no TUMO ou nos escuteiros” porque “a responsabilidade de um património cultural acumulado ao longo de séculos, com as novas valências que cada geração acrescenta, é feita com uma prisão que não têm os projetos de educação não-formal”. A escola, defendeu Ariana Cosme, “tem um mandato político que é feito para todos”. Quanto à questão de saber se a escola tradicional pode aprender com esses projetos, a Inspetora Geral da Educação disse que já existem várias escolas que não seguem o modelo instrucionista, mas sublinhou uma convicção: “Aprender Matemática, Geografia ou Físico-Química não tem, não pode ser motivador, tem é que ser significativo. Em tempo escolar, na escola formal não há negociação a esse nível, os alunos não aprendem o que querem. Eu, enquanto professora, tenho que me fazer amar, porque aos quinze anos tudo o que interessa aos jovens está fora da sala”.
As vantagens da autonomia e flexibilidade
A diretora pedagógica do Colégio Pedro Arrupe, em Lisboa, Ana Mira Vaz, partilhou a sua experiência numa escola onde, em dado momento, os profissionais decidiram “reorganizar o tempo, o espaço e a atribuição dos grupos de alunos a professores, aproveitando a flexibilidade das aprendizagens essenciais”. Relativamente ao projeto inicial, “foram partidas paredes e as salas de 60 metros quadrados, pensadas para 25 alunos, foram transformadas em espaços com o dobro do tamanho, aptos para receberem até 50 crianças atribuidas a 3 professores. Esses professores trabalham sempre em equipa e estão alocados apenas a um ano de escolaridade, não andam a saltar agora do 5º B para o 8º C, passam muito mais tempo com os alunos que conhecem de um modo totalmente diferente, podendo mais rapidamente identificar o que eles sabem, de que precisam, que apoios têm de ser dados”. Para Ana Mira Vaz, “a aprendizagem deve ser bem estruturada, sistemática e bem avaliada, mas também experiencial: é preciso que os alunos possam pôr a mão na massa em projetos, que haja debates entre eles sobre temas complexos, que vão aos sítios onde as coisas acontecem e não se fiquem pelos manuais”.
Perspetiva semelhante tem Mário Rocha, diretor do Agrupamento de Escolas de Cristelo, em Paredes. Para combater as taxas de 25 por cento de insucesso e 19 por cento de abandono escolar que se verificavam em 2007, “foi preciso muito empenho, aproveitando a autonomia, mas sobretudo, trabalhando com as comunidades para que as crianças e os jovens quisessem estar na escola e aprender”. Em Cristelo, “muitos jovens ajudam a resolver problemas locais da comunidade. Investigam a origem do problema e sugerem soluções, até ao poder político. E isto é muito mais do que uma área de projeto porque envolve várias disciplinas e convoca vários saberes”. Mário Rocha explicou que a chave do sucesso no agrupamento que dirige “foi uma monitorização muito fina dos fatores de insucesso e um combate, com ousadia, para reconquistar esses alunos”. O mais importante “é dar um propósito à escola: os alunos devem perceber o que vão aprender e para quê” e também “capacitando os professores, usando a autonomia para fazer workshops de partilha, para que eles, por exemplo, leiam não apenas os normativos legais, mas também muito daquilo que a investigação vai revelando” sobre o processo de ensino e aprendizagem.
E o que é que, de essencial, essas investigações têm concluído? Na conferência da Antena 2, Joana Rato, professora auxiliar na Universidade Católica Portuguesa, explicou que “a visão das ciências cognitivas permite-nos perceber que todos nós funcionamos através de um sistema de recompensas, queremos ver um resultado daquilo que estamos a fazer, e quanto mais imediato, melhor”. A psicóloga da educação acrescentou que “têm surgido dados que reforçam a ideia de que, se eu me esforço e vejo que fui bem sucedida, eu vou querer fazer mais e isso vai ajudando a motivar-me… Se eu não sou bem sucedida, eu quero saber porquê para conseguir chegar onde pretendo”. Joana Rato sugeriu que “se colocarmos o foco nos professores, talvez encontremos uma chave para entender a motivação” e citou um estudo recente feito nos Países Baixos sobre a motivação dos alunos para aprenderem História que concluiu que “o que os jovens mais apreciam é o entusiasmo com que os professores lecionam, como é que o professor agarra no seu domínio e o transmite, captando a atenção dos jovens e motivando-os a aprenderem mais”.
Pedro Santa-Clara não se mostrou convencido com esta ideia. “Assentar uma experiência educativa generalizada na bondade de um professor, no facto dele ser inspirado e entusiasmado, não funciona, até porque não estamos a atrair os melhores para a profissão”. Para o dinamizador do projeto TUMO, “temos mesmo de usar a tecnologia, é a garantia de uma experiencia educativa consistentemente boa, seja no centro da cidade ou na periferia”. Joana Rato chamou a atenção para “a quantidade de informações contraditórias que existem no mundo da educação” opinando que “o grande desafio é perceber quais são os dados confiáveis”. Esta investigadora entende que “a ambição tem de ter avaliação de risco: por exemplo, a autoaprendizagem pode funcionar, mas interessa perceber se funciona para todos”. Pedro Santa-Clara respondeu com os dados já apurados com os alunos que frequentam (gratuitamente) o TUMO: “não se encontram diferenças quanto ao ritmo de aprendizagem e o interesse que demonstram entre os alunos de origens socioeconómicas muito diversas”.
Cortar “a meta” com que valor?
O presidente da Iniciativa Educação insistiu nas críticas ao modelo que tem vigorado nos últimos anos, dizendo que “as atuais aprendizagens essenciais não se comparam com o rigor das metas curriculares e são uma das causas deste fiasco porque não são estruturadas e definidas”. Nuno Crato exemplificou: “Enquanto as metas curriculares dizem que os alunos têm de saber dividir polinómios, têm de saber fazer isto e saber fazer aquilo; as aprendizagens essenciais dizem: os alunos têm que entender o triângulo. Por isso, são muito vagas e foi isso que nos trouxe a cair”.
Na opinião de Ana Mira Vaz, as aprendizagens essenciais “não significam mínimas, não quer dizer que eles aprendam pouco, significa que o que aprendem tem de ficar bem aprendido: têm de ser capazes de o dizer pelas suas próprias palavras, de o aplicar a situações novas e com isso criar coisas novas, senão a aprendizagem não está garantida”. A diretora pedagógica do Colégio Pedro Arrupe explicou que esta escola “não tem uma visão romântica da educação”, concretizando: “não basta estar exposto a não sei quantas horas de francês para se aprender francês, como se fosse igual a estar na praia e sair de lá bronzeado”. Ana Mira Vaz sublinhou que “a tecnologia é o nosso maior aliado – todos os alunos e professores têm um tablet e, para cada projeto os professores preparam meticulosamente a aprendizagem e são capazes de identificar sinais de evolução ou dificuldades de aprendizagem”. Desse modo, podem também “reunir um conjunto de dados que, monitorizados, permitem verificar tendências”.
Pedro Santa-Clara defendeu as virtudes do modelo de auto-aprendizagem conduzido por uma plataforma digital. “Não há cá passar com 12, só se passa com 20 – só se passa para o desafio seguinte quando se tem 100 por cento de sucesso na tarefa atual, aquilo que os ingleses chamam mastery learning”. Para este economista, um dos problemas do ensino tradicional é que “pode passar-se para o ano seguinte, no limite com 10 e, por exemplo no caso da matemática, que é muito cumulativa, eu passo para o ano seguinte sem saber metade da matéria”.
Professores e “dadores de aulas”
Durante a conferência da Antena 2, Mário Rocha expressou uma inquietação relacionada com a “sustentabilidade” dos bons projetos educativos. “Como é que conseguimos manter a qualidade da aprendizagem com recursos cada vez mais parcos, com docentes que estão a envelhecer e poucos jovens a entrar na profissão?”. O diretor do Agrupamento de Escolas de Cristelo lembrou que “durante muitos anos, registou-se um decréscimo do número de alunos e muitos dos que se licenciavam em educação iam para o desemprego”, concluindo que “isso teve impacto”.
Joana Rato defendeu que “é preciso valorizar a profissão desde cedo, os professores do primeiro ciclo são essenciais e é aqui que podem surgir os melhores resultados se a formação for melhor”. Esta investigadora alerta para o facto da formação dos professores estar “desatualizada” e deu um exemplo: “As ciências cognitivas têm verificado que, ao nível da atenção e da memória de trabalho, os professores, pensando na aula e no plano de aula, nem sempre respeitam os níveis aceitáveis para que os alunos possam ter o melhor desempenho”. Mário Rocha reforçou: “os jovens professores vão ter de apostar muito no seu desenvolvimento profissional e deste modo ganhar reconhecimento social e auto-estima”. Já a diretora do Colégio Pedro Arrupe fez questão de deixar um alerta:” já não queremos que uma pessoa entre para a profissão com a expectativa de lá ficar a vida toda, porque não é assim em mais nenhuma área”.
Sobre este tópico, Pedro Santa-Clara defendeu que “tem de haver uma transformação muito grande de toda a indústria, o modelo de planeamento central soviético em que não há incentivos, em que os professores não são avaliados, em que o mérito não é premiado e a falta de mérito não é punida convida à mediocridade”. O economista, dinamizador do TUMO, lançou um alerta:” Se virmos os nossos melhores jovens, mais ambiciosos, vão para as profissões mais dificeis, mais exigentes”. E um desafio: “Temos de trazer autonomia e incentivos paa a excelência e encarar a possibilidade de um professor que é mau, sair da profissão e tentar encontrar outra em que seja melhor. Esta coisa de proteger os professores em detrimento dos alunos é uma desgraça social”.
Nuno Crato mostrou-se preocupado com “a qualidade dos professores que vão entrar” porque “há uma grande pressão, uma grande necessidade destes profissionais”. O ex-ministro lamentou o fim do exame de entrada na profissão, notando que “isso não se passa com os médicos ou advogados”. Já a Inspetora Geral da Educação e Ciência disse que é dificil convencer os jovens a abraçarem a profissão de professor, “com greves permanentes e com um voyeurismo sobre as dificuldades nas escolas”. Mas Ariana Cosme notou que, “apesar de existirem problemas nas escolas, ao lado de uma escola com dificuldades, há centenas a funcionarem bem”. Por isso, entende que “este é um desafio de todos, incluindo da comunicação social: divulgar boas práticas, projetos de sucesso e testemunhos de alunos e professores felizes”. Esta especialista em Ciências da Educação sublinhou que “ser dador de aulas é fácil, mas ser professor é profundamente dificil, é uma profissão feita na urgência e na incerteza, trata-se de ajudar a construir gente, muitas vezes contra a vontade do próprio”. Ainda assim, Ariana Cosme reconheceu que “o recrutamento tem de ser nivelado por cima, agora está claramente nivelado por baixo, felizmente com algumas exceções” e concluiu: “é uma profissão que proletarizou-se, mas tem de ser assumida como uma profissão de intelectuais”.
Os desafios da Inteligência Artificial Generativa
Como em outras áreas, os profissionais da educação estão a ser confrontados com avanços velozes da tecnologia. Ana Mira Vaz, manifestou-se “pessimista quanto à generalização da Inteligência Artificial (IA) nas escolas”. E concretizou: “Receio que o fantasma da IA acosse os professores a um lado da barricada e eles se sintam mais uma vez em causa, perguntando se têm o emprego em risco, para além do descontentamento que têm sentido com a falta de respeito ou os problemas nas carreiras”. Para a diretora do Colégio Pedro Arrupe, é cada vez mais importante “apostar na flexibilidade e autonomia, permitir que os professores pensem pelas suas cabeças, sejam desafiados a procurar mais informação e a propor novas abordagens”.
Mário Rocha concorda, mas lembrou que “relativamente aos desafios do digital, há problemas em muitas escolas: rede fraca, computadores que se avariam ou ficam obsoletos e tudo isso enerva e desmobiliza os professores quando estão a tentar trabalhar colaborativamente”. O diretor do Agrupamento de Escolas de Cristelo alertou: “É preciso acautelar todos os pré-requisitos para que uma boa aprendizagem possa acontecer, de facto. Caso contrário, os professores vão resguardar-se nos manuais onde têm garantia de estabilidade”. Ariana Cosme considera que a IA representa um desafio para os professores. “Os dadores de aulas estão ultrapassados pela inteligência do grupo de jovens, mas um professor, um interlocutor nunca poderá ser dispensado”.
Confessando não saber “de que forma a IA vai ser utilizada nas escolas”, Nuno Crato afirmou “a maior abertura, mas com grande ceticismo”, por recear que “a IA possa relegar os professores para segundo plano”. O presidente da Iniciativa Educação fez questão de sublinhar que “a escola tem obrigação, em relação ao país, de definir o que os estudantes vão aprender. Não podem ser eles a escolher, senão só 10 por cento é que escolhia Matemática, ninguém escolhia História ou Literatura, o Camões nem pensar, ia tudo para a banda desenhada. Os alunos têm de ter um currículo nacional, com objetivos nacionais com aquilo que nós sabemos, e que eles não sabem, que é importante saber”.
Pedro Santa-Clara concorda com esta ideia, mas vincou que “relativamente à ferramenta IA, a única escolha que se coloca é saber se vamos ser nós a liderar a entrada e a utilização da IA na escola ou vamos a reboque que é o que está a acontecer neste momento”. O economista disse que a única reação que viu nas escolas até agora foi: “eh, pá que chatice!, já não posso pedir uma redação aos alunos, porque eles vão usar o Chat GPT e eu já não sei avaliar aquilo”.
Em jeito de síntese, a psicóloga da educação Joana Rato lembrou a importância de definir o caminho em função de evidências robustas. “O conceito da educação baseada em evidências existe há vários anos e significa que têm de se fazer revisões sistemáticas dos estudos existentes e com esses dados aprimorar as práticas pedagógicas e as decisões políticas, sustentando-as de forma objetiva e não por opiniões e crenças”.
Ana Mira Vaz | Diretora pedagógica do Colégio Pedro Arrupe, em Lisboa, desde a sua abertura, em 2010. Dedicou-se durante 20 anos ao ensino do Português em escolas públicas, mas esteve sempre ligada a projetos de educação não-formal, como os Leigos para o Desenvolvimento, a Academia Ubuntu, a Academia do Johnson, a Academia TEN ou a Teach for All. Para além da formação em Linguística e Língua Portuguesa e também em Desenho e Ilustração, tem uma pós-graduação em Educação da Interioridade pela Universidade La Salle de Madrid.
Ariana Cosme | Professora na Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto onde coordenou o Observatório de Vida das Escolas. Doutorada em Ciências da Educação pela Universidade do Porto possui o curso de Professora do Ensino Primário. Foi consultora de escolas que se encontram em Territórios Educativos de Intervenção Prioritária (TEIP), escolas com Planos de Inovação, bem como municípios. Foi consultora do Ministério da Educação, no âmbito do Projeto de Autonomia e Flexibilidade Curricular, sendo responsável pelo estudo avaliativo sobre a sua implementação. É autora de artigos e obras relacionadas tanto com a ação e o trabalho docentes como com a organização e gestão do trabalho pedagógico. Atualmente, é a Inspetora Geral da Educação e Ciência para o Ministério da Educação e da Ciência.
Joana Rato | Professora Auxiliar na Universidade Católica Portuguesa e investigadora integrada no NICE Lab – Neuroscience for Innovation, Communication and Education Lab, do CIIS – Centro de Investigação Interdisciplinar em Saúde, onde estuda os mitos no ensino e o papel das funções executivas na aprendizagem. É psicóloga da educação, doutorada em Ciências da Saúde e escreveu o ensaio Mente, Cérebro e Educação (2023, FFMS) e, em coautoria, Quando o Cérebro do Seu Filho Vai à Escola (2017) e Neuromitos (2020). Tem aliado a investigação à divulgação da ciência transdisciplinar.
Mário Rocha | Diretor do Agrupamento de Escolas de Cristelo, Paredes, é Licenciado em Geologia (Ensino de) pela Universidade de Coimbra e Mestre em Ensino da Geologia e Biologia pela Universidade de Aveiro, tendo ainda Formação Especializada em Administração Escolar pela Universidade de Coimbra. Participante no Projeto-Piloto de Inovação Pedagógica e outros projetos pioneiros, como INCLUD-ED, Manuais Digitais, MenSI. Tem refletido, em artigos e palestras, sobre autonomia e flexibilidade curricular, inovação pedagógica, inclusão, mentoring e desafios do digital. Formador de Diretores no domínio da liderança, colaborou, como docente no curso de pós-graduação Formação Especializada em Administração e Organização Escolar, da Escola Superior de Educação de Coimbra, no ano letivo 2023/2024.
Nuno Crato | Presidente da Iniciativa Educação. Professor-investigador do Cemapre/ISEG, Universidade de Lisboa, catedrático de Matemática e Estatística, trabalhou como professor e investigador em Lisboa, Açores, Estados Unidos e Itália. Tem uma extensa e premiada obra de divulgação científica. Presidente da Sociedade Portuguesa de Matemática e Presidente (CEO) do Taguspark, Parque de Ciência e Tecnologia, foi Ministro da Educação e Ciência de 2011 a 2015. Entre outras obras sobre educação, é autor do livro O ‘Eduquês’ em Discurso Directo: Uma Crítica da Pedagogia Romântica e Construtivista (Gradiva 2006), da obra Apología del Libro de Texto (Madrid, Narcea 2024) e coeditor de Improving National Education Systems After COVID-19 (Springer 2025).
Pedro Santa-Clara | Professor Catedrático de Finanças na Nova School of Business and Economics desde 2007. Foi professor de Finanças na Anderson School of Management da UCLA de 1996 a 2009. Tem uma licenciatura em Economia pela Nova SBE e um doutoramento em Finanças pelo INSEAD. Fundou e lidera a Shaken Not Stirred, uma empresa que promove e gere projetos de educação: a 42 Portugal (Lisboa e Porto) e o Tumo, que já funciona em Lisboa e Coimbra e ambiciona chegar a 10 cidades do país.
Fotos Jorge Carmona / Antena 2