A Antena 2 transmite em direto a 7ª edição do Festival Robalo Antena 2. Um festival que revela a diversidade e vitalidade da música improvisada contemporânea inspirada no jazz, onde atuam e se juntam músicos de várias gerações e proveniências, incluindo a estreia de projetos originais.
Festival Robalo Antena 2
15 a 19 julho | às 18h00 e às 19h30
Transmissões diretas
a partir do Auditório do
Liceu Camões, em Lisboa
Entrada Livre
O 7º Festival Robalo Antena 2 segue a linha dos festivais anteriores: trata-se de um conjunto de concertos de Jazz e de música improvisada que refletem o panorama atual desta arte performativa. Esta proposta inclui grupos constituídos na sua maioria por músicos nacionais, muitos músicos jovens e também alguns nomes consagrados. Alguns dos concertos são lançamentos de discos editados na Robalo ou primeiras apresentações nacionais de discos lançados recentemente nesta editora.
O primeiro dia começa com um solo de piano de Bram de Looze , um pianista belga contemporâneo muito versátil mas que muitas vezes se apresenta a solo (e tem três discos editados neste contexto). Segue-se um trio muito recente de intrépidos jovens improvisadores que estarão em residência a preparar novo disco na semana anterior a este concerto . Este grupo é liderado pelo baterista Diogo Alexandre, inclui o saxofonista José Soares, o contrabaixista Zé Almeida e tem como convidado o próprio Bram de Looze.
No segundo dia apresenta-se o duo de Mia Dyberg e Asger Thomsen, uma rara oportunidade de ouvir no nosso país dois músicos nórdicos com uma importância crescente no panorama do jazz e da música improvisada que se faz neste momento na Europa. Segue-se o grupo Panoply, de John O’Gallagher, Michael Formanek e Jeff Williams, um trio de músicos norte-americanos com contribuições importantes no Jazz, que desde há alguns anos não só vivem no nosso país como têm colaborado com uma série de músicos nacionais.
A meio da semana acontecerá o lançamento do novo disco do grupo “Analogik” do contrabaixista Zé Almeida. Uma música muito original para uma formação invulgar com Mariana Dionísio na voz, Adèle Viret no violoncelo e João Pereira na bateria (aqui a substituir o baterista original Samuel Ber). Trata-se de uma música muito atual e que mistura de forma subtil a escrita com a improvisação e influenciada não só pelo jazz contemporâneo mas também por músicas oriundas do leste da Europa. O concerto seguinte apresentará o resultado de uma residência de três dias de um sexteto muito jovem de músicos com a cantora Sara Serpa. Este grupo é constituído por um dos nomes mais interessantes da novíssima geração: Maria Fonseca no trompete, Marta Rodrigues na guitarra, Luan Maziero no piano, Zé Pedro Jorge no contrabaixo e Maria Carvalho na bateria.
Na quinta-feira será a vez do duo da própria Sara Serpa com o guitarrista André Matos apresentar o seu recente disco para a Robalo. Estarão muito bem acompanhados pelo conhecido pianista norte americano Aaron Parks (também a residir em Portugal) e pelo omnipresente baterista João Pereira. Este é um disco que tem tido excelente receção da parte da crítica e que é aqui apresenta pela primeira vez em Portugal.
Segue-se um outro lançamento da Robalo , desta vez do grupo “Free celebration” do baterista João Lencastre, um músico que estado na origem de algum do jazz mais criativo que se faz por cá. Este novo projeto apresenta uma releitura de alguns temas clássicos (e menos clássicos) dos compositores Thelonious Monk, Herbie Nichols e Ornette Coleman. João Lencastre apresenta-se muito bem acompanhado por Pedro Branco na guitarra, João Bernardo: nos sintetizadores, Nelson Cascais no contrabaixo e João Pereira também na bateria.
Finalmente o último dia do festival apresenta-se o grupo muito original “Sonic Tender” do guitarrista João Carreiro, do pianista Guilherme Aguiar e do baterista João Valinho. Estes músicos exploram motivos e pequenos gestos musicais de forma minuciosa , conseguindo texturas sónicas muito originais. O concerto final do festival fica a cabo dos Old Mountain, o grupo do guitarrista Pedro Branco (desta feita apresentando-se como pianista) e do baterista João Sousa. Regressam aqui ao festival (este grupo apresentou-se na primeira edição) para apresentar o seu disco recente com José Soares no saxofone e a dupla João Hasselberg e Hernâni Faustino no contrabaixo.
Gonçalo Marques
Diretor artístico do Festival
Programa [Sumário]
15 julho | 18h00
Bram de Looze
Bram de Looze, piano
15 julho | 19h30
ASA + Bram de Looze
José Soares, saxofone
Zé Almeida, contrabaixo
Diogo Alexandre, bateria
Bram de Looze, piano
16 julho | 18h00
Mia Dyberg / Asger Thomsen
Mia Dyberg, saxofone
Asger Thomsen, contrabaixo
16 julho | 19h30
Panoply
John O’Gallagher, saxofone
Michael Formanek, contrabaixo
Jeff Williams, bateria
17 julho | 18h00
Zé Almeida Analogik
Zé Almeida, contrabaixo
Mariana Dionísio, voz
Adèle Viret, violoncelo
João Pereira, bateria
17 julho | 19h30
Ensemble Robalo Jovem
Sara Serpa, direção
Maria Fonseca, trompete
Marta Rodrigues, guitarra
Luan Maziero, piano
Zé Pedro Jorge, contrabaixo
Maria Carvalho, bateria
18 julho | 18h00
Sara Serpa & André Matos
Feat. Aaron Parks e João Pereira
Sara Serpa, voz
André Matos, guitarra
Aaron Parks, piano
João Pereira, bateria
18 julho | 19h30
Free celebration
João Lencastre, bateria
Ricardo Toscano, sax alto
Pedro Branco, guitarra
João Bernardo, sintetizadores
Nelson Cascais, contrabaixo
João Pereira, bateria
19 julho | 18h00
Sonic tender
João Carreiro, guitarra
Guilherme Aguiar, piano
João Valinho, bateria
19 julho | 19h30
Old Mountain
Pedro Branco, piano
João Sousa, bateria
José Soares, saxofone
João Hasselberg, contrabaixo
Hernâni Faustino, contrabaixo
Programação
15 julho | 18h00
Bram de Looze
Bram de Looze, piano
Bram De Looze é um pianista belga com uma visão musical singular, conhecido pelos seus projetos de piano solo como pelas suas colaborações com músicos de renome internacional.
Enquanto jovem, De Looze destacou-se no grupo LABtrio, uma colaboração com a baixista Anneleen Boehme e o baterista Lander Gyselinck. Depois de passar um ano na New School For Jazz And Contemporary Music em Nova York, De Looze lançou criou um septeto e lançou o disco, Septych (Clean Feed Records 2015). De Looze teve oportunidade de trabalhar com músicos como Joey Baron (MiXMONK – Baron / De Looze / Verheyen), Stéphane Galland (The Mystery of KEM feat. Ravichandra Kulur) e mais recentemente, Eric McPherson (Jackie Mclean, Andrew Hill, Pharaoh Sanders, Fred Hersch) e o baixista alemão Felix Henkelhausen (Jim Black, Nate Wooley, Lotte Anker). A sua carreira a solo arrancou com Piano e Forte (2016), projecto em que abordou instrumentos históricos numa perspectiva contemporânea aliada à integração de sistemas de afinação alternativos. De destacar também os discos Switch The Stream (2018) e Color Talk (2020) e o seu último disco a solo lançado este ano.
15 julho | 19h30
ASA + Bram de Looze
José Soares, saxofone
Zé Almeida, contrabaixo
Diogo Alexandre, bateria
Bram de Looze, piano
ASA, grupo formado por jovens músicos respeitados e emergentes da cena jazz portuguesa e internacional, traz uma proposta musical cativante. Co-liderada por José Soares no saxofone, Zé Almeida no contrabaixo e Diogo Alexandre na bateria, a ASA baseia-se na composição coletiva e na improvisação, onde as ideias líricas, rítmicas e uso de técnicas estendidas germinadas em residências artísticas culminam em momentos musicais profundos e minuciosos. Na sua próxima tour europeia, a banda conta com a participação especial do renomado pianista belga Bram De Looze, que acaba de lançar um dos seus mais apreciados álbuns, Spoting Gateways. Esta colaboração promete adicionar uma dimensão única à experiência musical oferecida pelo grupo. Com planos de gravar o álbum em março e lançá-lo em setembro/outubro, a banda está pronta para encantar os ouvintes com sua fusão de talento, criatividade e energia contagiantes.
José Soares | Iniciou os estudos musicais na Sociedade Filarmónica Santanense, no concelho da Figueira da Foz. Em 2001 ingressou no Conservatório de Música David de Sousa (Figueira da Foz), na classe de José Firme; em 2007 entra para a Escola Profissional de Música de Espinho (EPME), onde estuda com Francisco Ferreira, Gilberto Bernardes e Fernando Ramos. Prosseguiu os estudos musicais na Escola Superior de Música e Artes do Espetáculo (ESMAE), na área de saxofone jazz com Mário Santos, estudando também com Nuno Ferreira, Abe Rábade, Michael Lauren e Paulo Perfeito, entre outros. Ingressou no Conservatório de Amsterdão e concluiu aí o mestrado. Ao longo do seu percurso musical frequentou classes de aperfeiçoamento e workshops com Arno Bornkamp, Jean-Yves Formeau, Mário Marzi, Ralph Alessi, Tony Malaby, Drew Gress, John Escreet, Lars Dietrich, Chris Lightcap, Gary Versace, Gerald Cleaver e Gijs van Dijk. Foi finalista do Concurso Nacional de Instrumentos de Sopros em Oliveira de Azeméis (2008, 2009 e 2010) e vencedor do Prémio Jovens Músicos (27ª edição), na categoria Jazz, com o Eduardo Cardinho Quinteto.
Zé Almeida | Nascido em 1999, frequentou o curso completo de Jazz da Escola de Jazz Luís Villas Boas, onde estudou com o contrabaixista Francisco Brito e o trompetista Luís Cunha. Em 2017 ingressou na Licenciatura em Contrabaixo Jazz na Escola Superior de Música de Lisboa, onde estudou com Nélson Cascais, Bernardo Moreira, Pedro Moreira, Afonso Pais, André Fernandes e Gonçalo Marques e que concluiu em 2021. Estudou também esporadicamente com Petter Eldh e Demian Cabaud e integrou a edição de 2020 do projeto de intercâmbio musical MEDINEA, orientado pelo saxofonista Fabrizio Cassol. Integra o quinteto de Nazaré da Silva, VALE, Apophenia (grupo com o qual gravou o álbum de estreia), Magma, o projeto John Eltons (com Óscar Graça e André Silva), Maria Solita (de Maria Villanueva), entre outros. Colabora frequentemente com o grupo Kumpanhia Algazarra e já tocou com músicos como André Fernandes, Diogo Alexandre, João Mortágua, Óscar Graça, John O’ Gallagher, Xan Campos, Peter Evans, Gonçalo Marques, entre outros.
Diogo Alexandre | Baterista e compositor português nascido em 1998, em Leiria. Caracteriza-se pela sua forma ousada de tocar o instrumento, cuja sua voz raramente passa despercebida independentemente do contexto musical em que se insere, talvez um reflexo da sua vontade de se extrapolar a ele próprio e de elevar os parâmetros da música e da improvisação. Recentemente lançou o seu álbum de estreia, Pipe Tree distinguido pela Jazz.pt como um dos melhores discos do ano. Ao longo da sua carreira tem vido a colaborar com alguns dos mais sonantes nomes da cena musical jazz e improvisada, tais como André Fernandes, Pedro Melo Alves, Bram de Looze, Ben Van Gelder, Fabrizio Cassol, João Mortágua, João Barradas. Galardoado desde muito cedo com os prémios: Músico revelação 2020 – RTP/FJ; Revelação do ano (2021) – JazzLogical; 1.º Lugar – Prémio Jovens Musicos 2019 – RTP/Antena 2; Diogo Alexandre constrói um sólido percurso neste momento a partir de Bruxelas onde vive há cerca de dois anos.
16 julho | 18h00
Mia Dyberg / Asger Thomsen
Mia Dyberg, saxofone
Asger Thomsen, contrabaixo
A saxofonista alto dinamarquesa Mia Dyberg e o baixista Asger Thomsen trabalham juntos há mais de 10 anos – principalmente no projeto de trio de Dyberg, que lançou dois álbuns pela editora portuguesa Clean Feed. Ao longo dos anos, desenvolveram uma sensibilidade cinética para a interação musical espontânea, mas apesar de terem ensaiado extensivamente e até lançado um álbum em duo Desolate Blossom em 2017, nunca se apresentaram publicamente como um duo até agora. Dyberg e Thomsen estão, portanto, extremamente entusiasmados por mergulharem num fluxo livre sónico na Robalo Jazz Antena, onde irão explorar a rica potencialidade de duas mentes abstractas numa formação de saxofone/baixo sem bateria.
Mia Dyberg | A saxofonista que vive em Berlim, atua nos campos do jazz e da improvisação livre. A sua expressão melódica única deriva de experiências sonoras e da melancolia escandinava. Compõe para o Mia Dyberg Trio, que toca free jazz com motivos narrativos e grooves de time-stretch. A Clean Feed Records lançou Ticket! que recebeu 4 estrelas da Downbeat Magazine. É membro fundador do coletivo de improvisação dadaísta Klub Demboh e toca regularmente com Axel Dörner e Michael Griener, entre outros. Mia Dyberg é uma saxofonista que está bem dentro da improvisação livre. Mas não sem ter “cabeça e cauda” no que faz. A forma de tocar de Dyberg é controlada e fácil de compreender. Ela tem um controlo total do livre, mas também tem um bom sentido da história do jazz” – Jan Granlie, Salt Peanuts.
Asger Thomsen | Baixista e compositor que vive em Copenhaga, Dinamarca. Trabalha principalmente no domínio da música improvisada contemporânea. Com uma abordagem física, orientada para o pormenor e uma paleta rica de sons – muitas vezes reforçada pelo uso de técnicas alargadas não convencionais -, procura o contraste e o movimento dinâmico na sua música. Thomsen estabeleceu-se como um improvisador versátil na cena de Copenhaga e faz digressões internacionais. Trabalha frequentemente em contextos ad hoc com outros improvisadores e com projetos como Rhizom, Engel/Thomsen e um projeto a solo. Além disso, também organiza a série de concertos DIY Absolute Music em Copenhaga. “Thomsen tem um forte instinto para a estrutura, que assegura a direção e a coesão, mesmo durante os momentos de maior fluidez da música.” – Bill Meyer, Downbeat.
16 julho | 19h30
Panoply
John O’Gallagher, saxofone
Michael Formanek, contrabaixo
Jeff Williams, bateria
John O’Gallagher | “Um saxofonista alto de timbre seco e temperamento ousado” – The New York Times
John O’Gallagher é considerado um dos saxofonistas altos e compositores mais convincentes da cena jazzística internacional. Radicado em Nova Iorque há trinta anos e atualmente a residir em Lisboa, é conhecido pelos seus projetos como líder e como sideman, tendo trabalhado em vários grupos com artistas como Joe Henderson, Maria Schneider, Kenny Wheeler, Ben Monder, Tyshawn Sorey, Michael Formanek, Billy Hart, Tony Malaby, Drew Gress, Tom Rainey, Rudresh Mahanthappa, Mike Gibbs, Thomas Morgan, Jeff Williams, Kris Davis, Dan Weiss, Paul Dunmall, Peter Evans, Rudy Royston, e muitos outros. Participou em mais de 75 CD’s, dos quais três foram nomeados para Juno, dois para Grammy e um para um Grammy Award. A revista Downbeat declarou que as suas gravações como líder “têm todas o requintado cunho melódico de O’Gallagher […] uma majestade rude permeia a música”. É o autor do livro Twelve-Tone Improvisation publicado pela Advance Music e é um músico convidado em vários conservatórios e universidades internacionais.
Jeff Williams | Com uma carreira de mais de cinquenta anos, o baterista Jeff Williams tornou-se conhecido na década de 1970 pelas suas associações com Stan Getz, Lee Konitz e Dave Liebman’s Lookout Farm. Nos anos 90, andou em digressão com Joe Lovano e Tom Harrell, e com o grupo Universal Language de Lovano. Depois disso, Jeff começou a escrever e a liderar os seus próprios grupos, que contaram com a participação de uma variedade de músicos, incluindo Gonçalo Marques e John O’Gallagher. Os álbuns de Jeff como líder incluem sete lançamentos na editora Whirlwind Recordings, incluindo o recente Road Tales, juntamente com o recém-descoberto In Duo (com Dave Liebman), lançado em janeiro de 2024.
Michael Formanek | Nascido em São Francisco em 1958, atuou em inúmeros contextos ao longo das décadas, incluindo com mestres como Gerry Mulligan e Stan Getz, Freddie Hubbard e Fred Hersch. Entre os seus pares, o contrabaixista colaborou estreitamente com Tim Berne, tendo gravado um álbum em duo com o saxofonista (Ornery People) e atuado extensivamente na icónica banda Bloodcount de Berne nos anos 90. Formanek também lançou um LP a solo – Am I Bothering You? – através da etiqueta Screwgun de Berne em 1998. Thumbscrew, um trio colaborativo com Formanek e Halvorson ao lado do baterista Tomas Fujiwara, lançou quatro álbuns elogiados através da Cuneiform. As primeiras gravações de Formanek como líder incluíram uma série de lançamentos de quartetos e septetos para a Enja de 1990 a 1996. Como sideman, gravou com Uri Caine, Dave Burrell, Jane Ira Bloom, Gary Thomas, Jack Walrath, Joe Maneri, Harold Danko, Lee Konitz, Freddie Redd, Art Pepper, Chet Baker e até Elvis Costello, além de participar em álbuns de parceiros frequentes como Berne, Halvorson, Fujiwara, Malaby, o multi-reedista Marty Ehrlich, o trompetista Dave Ballou, o saxofonista Ellery Eskelin, o baterista Devin Gray e a pianista Angelica Sanchez. De 2001 a 2018, Formanek ensinou baixo de jazz e história do jazz no Peabody Institute da Universidade Johns Hopkins em Baltimore, onde também dirigiu a Peabody Jazz Orchestra. Continua a dar aulas particulares na área de Nova Iorque e realiza workshops e masterclasses a nível internacional. Michael Formanek recebeu uma bolsa de estudo para 2023 do Conselho de Artes do Estado de New Jersey.
17 julho | 18h00
Zé Almeida Analogik
Zé Almeida, contrabaixo
Mariana Dionísio, voz
Adèle Viret, violoncelo
João Pereira, bateria
Zé Almeida | Nascido em 1999, frequentou o curso completo de Jazz da Escola de Jazz Luís Villas Boas, onde estudou com o contrabaixista Francisco Brito e o trompetista Luís Cunha. Em 2017 ingressou na Licenciatura em Contrabaixo Jazz na Escola Superior de Música de Lisboa, onde estudou com Nélson Cascais, Bernardo Moreira, Pedro Moreira, Afonso Pais, André Fernandes e Gonçalo Marques e que concluiu em 2021. Estudou também esporadicamente com Petter Eldh e Demian Cabaud e integrou a edição de 2020 do projeto de intercâmbio musical MEDINEA, orientado pelo saxofonista Fabrizio Cassol. Integra o quinteto de Nazaré da Silva, VALE, Apophenia (grupo com o qual gravou o álbum de estreia), Magma, o projeto John Eltons (com Óscar Graça e André Silva), Maria Solita (de Maria Villanueva), entre outros. Colabora frequentemente com o grupo Kumpanhia Algazarra e já tocou com músicos como André Fernandes, Diogo Alexandre, João Mortágua, Óscar Graça, John O’ Gallagher, Xan Campos, Peter Evans, Gonçalo Marques, entre outros.
Adèle Viret | Violoncelista que trilha um caminho eclético, explorando o lugar do violoncelo dentro de múltiplas estéticas musicais. Nascida em 1999, estudou violoncelo clássico desde muito jovem com Hélène Silici, Nadine Pierre e Matthieu Lejeune e atualmente está no mestrado no Conservatório Real de Bruxelas. Ao mesmo tempo, afirma-se no mundo profissional em projetos de música improvisada, jazz e world music. Embalada desde a infância pela música do pai, contrabaixista de jazz, desde muito jovem desenvolveu o sentido de improvisação e composição. A sua curiosidade leva-a a ingressar e iniciar projetos mesclando estética e disciplinas (dança, literatura, teatro). Apresentou-se ao lado de artistas como Magic Malik, Fabrizio Cassol, B.C. Manjunath e Amir Elsaffar. Em 2019 cria N’Être, dueto de violoncelo e dança cuja música e coreografia são compostas em conjunto pelos dois artistas. No mesmo ano juntou-se à rede Medinea (Orquestra Juvenil do Mediterrâneo) que reúne jovens artistas da bacia do Mediterrâneo para criar um repertório original. Profundamente marcada pela experiência de criação intercultural, criou o seu próprio coletivo Mosaïc com músicos búlgaros, franceses, portugueses e tunisinos cujos primeiros concertos tiveram lugar na Tunísia em setembro de 2022. Participa também na 3ª temporada da Orchester National de Jazz des Jeunes e integra os grupos Abhra e Afriquatuors, cujos respectivos álbuns foram lançados no outono de 2022. Atua também no cenário internacional, ao lado de Jawa Manla “Distant Roots” na Holanda, Apophenia e Zé Almeida Analogik Quartet em Portugal e toca com o belga banda Aka Moon para um show memorável comemorando seus 30 anos de carreira e para a digressão do seu novo álbum Quality of Joy. 2023 marca o início dos seus projetos mais pessoais com os primeiros concertos da sua banda Adèle Viret Quartet (Oscar Viret – trompete, Wajdi Riahi – piano, Pierre Hurty – bateria), o renascimento do TriumViret, trio familiar com Oscar Viret e Jean- Philippe Viret (contrabaixo), bem como a criação de uma peça para violoncelo solo encomendada pelos Les Ateliers du Violoncelle que foi estreada no dia 15 de março.
Mariana Dionísio | A sua formação inicial foi em piano clássico pelo Conservatório Nacional de Música de Lisboa, posteriormente estudou voz no curso de jazz da Escola Superior de Música de Lisboa e apresentou-se várias vezes como intérprete com repertório contemporâneo. Nos vários projectos aos quais se tem proposto pode encontrar-se, como exemplo, trabalho com electrónica e voz processada, exploração do texto ou palavra e procura da fusão tímbrica e textural com outro instrumento (normalmente em duo). Atualmente, desenvolve e participa em vários projetos onde improvisação livre e composição direcionada sobretudo à experimentação e exploração do potencial vocal, estão muito presentes, salientam-se os duos com João Almeida e com João Pereira e ainda o seu trabalho com o grupo vocal LEIDA que dirige.
17 julho | 19h30
Ensemble Robalo Jovem
Sara Serpa, direção
Maria Fonseca, trompete
Marta Rodrigues, guitarra
Luan Maziero, piano
Zé Pedro Jorge, contrabaixo
Maria Carvalho, bateria
A Robalo resolveu convidar para este festival a cantora e compositora Sara Serpa para dirigir um conjunto de jovens instrumentistas estudantes de Jazz. A ideia é desafiar estes jovens com situações musicais em que estejam menos habituados, cumprindo assim uma das missões da Robalo, a de proporcionar a jovens músicos experiências pedagógicas no âmbito do Jazz atual e da música improvisada contemporânea. Este grupos estará em residência nos dias anteriores ao concerto e o resultado será ouvido em primeira mão neste concerto.
18 julho | 18h00
Sara Serpa & André Matos
Feat. Aaron Parks e João Pereira
Sara Serpa, voz
André Matos, guitarra
Aaron Parks, piano
João Pereira, bateria
Sete anos depois do último registo, a vocalista Sara Serpa e o guitarrista André Matos consolidaram a sua parceria em 2023 com Night Birds (Robalo Music), um álbum magnético e arrebatador. Serpa é amplamente aclamada como uma das principais vocalistas da sua geração e foi distinguida como Vocalista do Ano em 2020 pela NPR. Matos tem sido elogiado como “um dos mestres da melodia” pelo New York Music Daily. Juntos, a sua música é descrita como “decididamente de outro mundo e totalmente original” (The Classical Arts) e “uma união musical perfeita” (Público). Numa coleção de composições originais, improvisações e uma bagatelle de Bartok, os doze temas de Night Birds propõem uma reflexão sobre as sociedades aceleradas do mundo moderno, questionando o consumo, exploração e destruição de ecossistemas naturais. Neste concerto Serpa e Matos têm o prazer de contar com o pianista Aaron Parks, músico de renome internacional, e João Pereira, baterista que toca em Night Birds e com um historial já grande no jazz português.
Sara Serpa | Natural de Lisboa, é uma cantora, compositora e improvisadora que, através da sua prática e performance, explora o uso da voz como um instrumento. Desde que se mudou para Nova Iorque em 2008, tem trabalhado no campo do jazz, música improvisada e experimental. A literatura, o cinema, as artes visuais, a natureza e a história inspiram-na no processo criativo e no desenvolvimento da sua música. Descrita pelo New York Times como “uma cantora de uma postura elegante e cosmopolita” e pela revista JazzTimes como “uma mestra de paisagens sem palavras”, Sara Serpa iniciou a sua carreira discográfica e de intérprete com personalidades do jazz como o pianista nomeado para um Grammy, Danilo Perez, o pianista Ran Blake, vencedor de um Guggenheim e MacArthur Fellow, e Greg Osby.
Como líder, produziu e lançou dez álbuns, sendo os mais recentes Intimate Strangers (2021) e Recognition (2020). Recognition é um trabalho multidisciplinar singular que traça o legado histórico do colonialismo português em África através da imagem em movimento e do som. Recognition conta com Zeena Parkins (harpa), Mark Turner (saxofone) e David Virelles (piano). Intimate Strangers, uma colaboração com o escritor nigeriano Emmanuel Iduma, é uma performance musical interdisciplinar que retrata as viagens do escritor por vários países africanos, com a participação de Sofía Rei, Aubrey Johnson (voz), Matt Mitchell (piano) e Qasim Naqvi (sintetizador modular). Sara Serpa foi votada 2020 NPR Jazz Vocalist, Rising Star-Female Vocalist 2019 pela Downbeat Magazine Critics Poll, e ensina na The New School em Nova Iorque. Entre 2019-2022 foi Artista em Residência no Park Avenue Armory, em Nova Iorque, e recebeu a Bolsa de Artista NYFA 2022, 2022 Copland’s Recording Fund, 2022 e 2021 USArtists Grant da Mid-Atlantic Foundation for the Arts, 2021 Herb Alpert/Ragdale Prize in Composition, 2020 New York City Women’s Fund, 2019 Chamber Music America New Jazz Works Grant 2019. Sara Serpa tem estado empenhada na igualdade de género na música e é co-fundadora (juntamente com a também cantora Jen Shyu) da Mutual Mentorship for Musicians (M³), uma organização criada para apoiar e promover mulheres e músicos não binários. Serpa colaborou com uma vasta gama de músicos, incluindo Ingrid Laubrock, Erik Friedlander, John Zorn, Nicole Mitchell, André Matos, Okkyung Lee, Guillermo Klein, Linda May Han Oh, Kris Davis, Okkyung Lee, Sofía Rei, Chris Tordini, Caroline Davis, Angelica Sanchez, Thomas Morgan, Dan Weiss, Jacob Sacks, Malika Zarra, Erica Lindsay, Matt Mitchell, Zeena Parkins, Mark Turner, David Virelles, Tyshawn Sorey, Leo Genovese, Ben Street, Adam Cruz, Demian Cabaud, Fabian Almazan, Aya Nishina, Ashley Fure, Andreia Pinto Correia, Derek Bermel. Apresentou a sua própria música na Europa, Austrália, América do Norte e do Sul, cantando em festivais internacionais como o Nortb Sea Jazz Festival, Bergamo Jazz Festival, Festa do Jazz, Panama Jazz Festival, Festival de Jazz de Montevideo, Wangaratta Jazz Festival, Adelaide Festival, Sopot Jazz Festival ou em salas como Bimhuis, Casa da Música, Village Vanguard, Jazz Standard, The Stone, Brooklyn Academy of Music, Metropolitan Museum of Art, Lincoln Center, Met Breuer, Kennedy Center for the Arts, entre outros.
André Matos | O guitarrista português, natural de Sintra e residente em Nova-Iorque desde 2008, tem editados em seu nome 11 álbuns. Os últimos 8 – Múquina (2016), Nome De Guerra (2017), Earth Rescue (2020), Casa (2021), Estelar (2021), Roam Free (2021), Ritual (2022) e Limbo (2022), fazem parte dum ciclo de guitarra solo ao qual o guitarrista se tem dedicado nos últimos anos. Neste ciclo, Matos explora as possibilidades da guitarra eléctrica e acústica, num contexto que combina composições e improvisações dentro de parâmetros muito próprios, resultando numa sonoridade vincadamente pessoal. De enorme relevância são também as variadas colaborações dentro do Jazz, que o guitarrista tem ao longo dos anos desenvolvido. Destas, destacam-se a parceria com a cantora Sara Serpa, com quem editou três álbuns amplamente reconhecidos pela imprensa, Primavera (2014), All The Dreams (2016) e Night Birds (2023). Nos últimos três anos, Matos tem-se desdobrado em registos colaborativos como comprovam os projetos Marmota (duo com Gonçalo Marques), New Moon (duo com Nathan Blehar), Wandering Souls (duo com Jeremy Udden), Potions (trio com Yoon Sun Choi e Jeong Lim Yam) e Sumo (duo com João Carreiro). É também de salientar o trio Directo ao Mar (2022), liderado por Matos e que inclui João Hasselberg e João Pereira.
Aaron Parks | Nascido em Seattle, Washington, começou a tocar piano ainda jovem e aos 14 anos já estava a estudar na Universidade de Washington, aos 16 anos ele transferiu-se para a Manhattan School of Music. Nesta escola estudou com o pianista Kenny Barron e recebeu vários prémios, chegando a ser nomeado Cole Porter Fellow de 2001 pela American Pianists Association. Aos 18 anos junta-se ao grupo de Terence Blanchard e posteriormente gravou quatro álbuns com o trompetista veterano, incluindo Bounce de 2003, Flow de 2005, a trilha sonora do filme Inside Man de Spike Lee de 2006 e a obra vencedora do Grammy de Blanchard em 2007, A Tale of God’s Will (A Requiem para Katrina). Entretanto Parks lançou vários álbuns em seu próprio nome, incluindo a sua estreia no Blue Note em 2008, Invisible Cinema. Parks, e gravou também com Christian Scott, Kendrick Scott, Ambrose Akinmusire e Kurt Rosenwinkel. Foi parte integrante do James Farm Quartet com Joshua Redman, Matt Penman e Eric Harland. Posteriormente assinou contrato com a ECM e lançou o seu primeiro disco de piano solo nesta editora Arborescence no Outono de 2013. Find the Way, seu segundo ano na ECM, foi lançado no final da primavera de 2017 e conta com o baixista Ben Street e o baterista Billy Hart na seção rítmica e foi inspirado em parte (de acordo com Parks) pela música de Alice Coltrane e Shirley Horn.
João Pereira | Nascido em Lisboa, é músico, compositor e performer presente numa miríade de estilos e contextos criativos. O seu percurso académico passou pelo Conservatório Metropolitano de Música de Lisboa, Conservatório Nacional, Escola do Hot Clube de Portugal, Escola Superior de Música de Lisboa e Conservatoire National de Musique et de Danse de Paris. Tocou bateria com artistas como Mário Laginha, Maria João, Jacob Sacks, Sara Serpa, Bill McHenry, Norma Winstone, Tonan Quito, Masa Kamaguchi, Mike Gibbs, John O’Gallagher, Enrique Oliver ou Miguel Moreira. Colabora regularmente com André Fernandes, André Matos, Ricardo Toscano, Norberto Lobo, Gonçalo Marques, Practically Married, Paula Diogo, Filipe Melo e toca em bandas como Lucifécit, Tracapangã, ¡Golpe!, Pororó e Peachfuzz. É membro fundador da editora, promotora e coletivo Robalo Music e programador do jazz às quintas no Café Dias.
18 julho | 19h30
Free celebration
João Lencastre, bateria
Ricardo Toscano, sax alto
Pedro Branco, guitarra
João Bernardo, sintetizadores
Nelson Cascais, contrabaixo
João Pereira, bateria
O projeto “Free Celebration”, liderado por João Lencastre, celebra a música de três músicos e compositores responsáveis por definir, cada um a seu modo singularizante, a forma do jazz que se avizinhava: Thelonious Monk, Herbie Nichols e Ornette Coleman. Desde logo, a formação surpreende ao apresentar duas baterias: ao lado de Lencastre está João Lopes Pereira. Juntam-se o saxofonista Ricardo Toscano, o guitarrista Pedro Branco, o contrabaixista Michael Formanek e, com um som mais eletrónico, junta-se João Bernardo, nos sintetizadores. Sabendo perfeitamente o cânone que os inspira, estes músicos nunca se vergam no entanto a esse considerável peso, nunca se deixam ofuscar pelo brilho intenso da história, mas partem no seu próprio caminho com a confiança de quem sabe que o que está a fazer é válido e até necessário. Escritos antigos, aqui reimaginados com novas cores, novos arranjos, novas texturas, novos ritmos, novas improvisações, um exemplo de classe celebratória que sabe viver entre a verdade dos sons acústicos e a qualidade inebriante que advém da eletricidade que alimenta a guitarra e os teclados.
João Lencastre | Ao longo de mais de 20 anos enquanto profissional, teve por várias vezes a oportunidade de tocar nos principais festivais e salas do país, tendo tocado também a nível internacional um pouco por todo o mundo, incluindo EUA, República Checa, Inglaterra, Brasil, Alemanha, Polónia, Espanha, Macau, Rússia, Holanda ou Panamá. Tocou e gravou com músicos de renome como David Binney, Bill Carrothers, André Fernandes, Mário Franco, Thomas Morgan, Leo Genovese, Michael Formanek, Jacob Sacks, Phil Grenadier, André Matos, Rodrigo Amado, Eivind Opsvik, Masa Kamaguchi, Drew, Gress, Benny Lackner, João Paulo Esteves da Silva, Nelson Cascais, John O’Gallager, Noah Preminger, Rodrigo Pinheiro, Sara Serpa, Blasted Mechanism, Tiago Bettencourt, entre muitos outros. Lencastre tem dez discos editados em seu nome, todos eles muito bem recebidos, não só a nível nacional mas também internacional, destacando-se críticas muito positivas em algumas das mais prestigiadas revistas, jornais e sites da especialidade, incluindo Modern Drummer, Downbeat, Expresso, Jazz Times, Ipslon,Jazz.PT, Jazzwise, All About Jazz, NYC Jazz Record, entre várias outras.
Em 2022 venceu a categoria de “melhor álbum de jazz” com Unlimited Dreams, um prémio atribuído pela Vodafone/Prémios Play, e recebeu o prémio RTP/Festa do Jazz de “músico do ano”. Safe in Your Own World foi votado para a lista mensal “The best Jazz on Bandcamp” por Dave Summer em outubro de 2022.
Ricardo Toscano | A subida do músico ao primeiro patamar do jazz nacional foi rápida, mas apenas porque o seu invulgar talento e a sua forte personalidade musical marcaram esse ritmo muito naturalmente quando era ainda muito jovem. Na verdade, Toscano tem feito o seu percurso com tempo: se foi em 2011 que ganhou o Prémio Jovens Músicos, só em 2018 lançou o seu disco de estreia, Ricardo Toscano 4tet, com o grupo que formou em 2013. Esse álbum foi considerado o mais importante do ano em Portugal, levando depois o músico às principais salas do País, como a Casa da Música, o Centro Cultural de Belém ou o Tivoli BBVA, bem como aos festivais de topo na área do jazz e não só, como foi o caso do NOS ALIVE. Pelo caminho foi chamando a atenção dos melómanos internacionais e de jazzmen de outros países, o que levou a que fizesse uma digressão com figuras como Ali Jackson (Wynton Marsalis, Joshua Redman) e Géraud Portal (Ari Hoenig, Gary Bartz). Podemos ouvir uma clara influência da herança afro-americana dos mestres do alto na sua música como a expressividade e romance de Johnny Hodges, a agilidade de Charlie Parker, o som destemido de Jackie McLean. Em 2022 lançou o segundo disco Chasing Contradictions. Esse álbum foi considerado um dos álbuns do ano pela crítica e também foi reconhecido pelos Prémios Play como o melhor álbum do ano.
Pedro Branco | Guitarrista português que tanto se move na área da música improvisada como da música alternativa independente. Membro da banda You Can’t Win, Charlie Brown e fundador do projeto iconoclasta Old Mountain, participa nos mais variados projetos com nomes tão díspares como Tiago Bettencourt, Mazgani, Tipo, Noiserv ou Hernâni Faustino e João Lencastre. Na sua recente discografia note-se o seu primeiro disco a solo A Narrativa Épica do Quotidiano, o disco a meias com Tape Junk “Bolero” ou o seu projeto iconoclasta Branco toca Marco Paulo.
João Bernardo | Pianista/compositor natural de São Miguel, Açores. Iniciou os estudos de música aos 7 anos de idade no Conservatório Regional de Ponta Delgada onde, aos 15 anos, começou a estudar Jazz com Michael Ross. Nos anos seguintes participou em diversos workshops de Jazz nacionais onde aprendeu com músicos como Mulgrew Miller, Danilo Perez, Steve Nelson, Greg Osby e Leo Tardin. Aos 18 anos mudou-se para Lisboa para ingressar na escola de jazz do Hot Clube de Portugal e mais tarde na Escola Superior de Música de Lisboa onde se licenciou em Música – Piano Jazz e foi mestrando em Performance. Durante este período estudou com os pianistas Óscar Graça e João Paulo Esteves da Silva. Foi vencedor do prémio de destaque de Melhor Instrumentista na XVI edição do Festival de Jazz do São Luiz.
Desde 2017 que é professor e educador de música. Atualmente leciona na escola de Jazz do Hot Clube de Portugal. Foi, entre 2017-2023, assistente convidado da Escola Superior de Dança de Lisboa como pianista acompanhador. Editou, em 2020 e 2022, dois discos de autor em duo com o guitarrista Augusto Baschera intitulados Grey City e Tempos e Lugares.
Nelson Cascais | É hoje uma referência no cenário do jazz português. Além de contrabaixista dotado de um som extremamente individual e de um apurado sentido de interação, Nelson Cascais é um dos mais distintos compositores do jazz contemporâneo, qualidade à qual se junta a capacidade de, enquanto líder, fazer aflorar as mais importantes virtudes dos seus companheiros de grupo. Por outro lado, como fruto da sua versatilidade e fiabilidade, a atividade de Nelson Cascais como sideman tem sido preenchida com colaborações em estúdio e atuações ao vivo, em Portugal e no estrangeiro, com algumas das mais importantes figuras do jazz nacional e internacional como Robin Eubanks, Bernardo Sassetti, Jerome Richardson, Rick Margitza, Benny Lackner, Perico Sambeat, Ricardo Toscano, Maria João, Stefano D’Anna, Ivan Padduart, Antonio Faraó, John Ellis, Aaron Goldberg, Mark Lotz, Markku Ounaskari, Kari Ikonen, Jorge Pardo, Jarmo Savolainen, Stefanno D’Anna, Carlos Martins, Mário Laginha, Salvador Sobral, entre outros. Atualmente integra os grupos Liftoff, João Lencastre “Communion” e Neighbour Lizard. Desenvolve vários trabalhos em nome próprio dos quais se destacam Nelson Cascais Quinteto, Sexteto e Decateto, The Mingus Project, Roda Viva e The Amplectors. Com os seus próprios projetos, para os quais compõe música original, gravou os discos Ciclope, Nine Stories, Guruka, The Golden Fish, A Evolução da Forma e Remembrance: The Poetry of Emily Brontë. Leciona no curso de jazz da Escola Superior de Música de Lisboa.
João Pereira | Nascido em Lisboa, é músico, compositor e performer presente numa miríade de estilos e contextos criativos. O seu percurso académico passou pelo Conservatório Metropolitano de Musica de Lisboa, Conservatório Nacional, Escola do Hot Clube de Portugal, Escola Superior de Música de Lisboa e Conservatoire National de Musique et de Danse de Paris. Tocou bateria com artistas como Mário Laginha, Maria João, Jacob Sacks, Sara Serpa, Bill McHenry, Norma Winstone, Tonan Quito, Masa Kamaguchi, Mike Gibbs, John O’Gallagher, Enrique Oliver ou Miguel Moreira. Colabora regularmente com André Fernandes, André Matos, Ricardo Toscano, Norberto Lobo, Gonçalo Marques, Practically Married, Paula Diogo, Filipe Melo e toca em bandas como Lucifécit, Tracapangã, ¡Golpe!, Pororó e Peachfuzz. É membro fundador da editora, promotora e coletivo Robalo Music e programador do jazz às quintas no Café Dias.
19 julho | 18h00
Sonic Tender
João Carreiro, guitarra
Guilherme Aguiar, piano
João Valinho, bateria
Sonic Tender é um trio de músicos lisboetas que explora a junção de fontes sonoras num só corpo. A ideia do trio tem sido explicar elementos musicais específicos até à exaustão, conseguindo novas texturas e uma música com narrativas muito lentas , quase hipnótica. Esta será a apresentação do disco de estreia Odd Objects do qual João Esteves da Silva escreve no Free Jazz Blog: “It is far too early to make any kind of definitive judgement on such idiosyncratic music, but I do believe Aguiar, Carreiro and Valinho have struck gold here, (…) an uncharted territory may well have been found(ed).”
Guilherme Aguiar | Nasceu nas Caldas da Rainha em 1991. É um compositor, pianista e artista transmédia a viver em Lisboa. Iniciou os seus estudos no conservatório das Caldas da Rainha, mais tarde frequentou o curso de Jazz do Hot Clube de Lisboa. Concluiu os seus estudos em 2017 na ESML (Escola Superior de Música de Lisboa) em piano, onde também ingressou no curso de composição e pertenceu ao Laboratório de Música Mista José Luís Ferreira. Atualmente, colabora com vários grupos musicais no âmbito da improvisação e da composição.
João Carreiro | Nascido em Lisboa, estudou no Conservatório Regional Silva Marques, no Hot Clube de Portugal e na Escola Superior de Música de Lisboa, onde se licenciou em guitarra jazz.
O seu percurso tem sido entre o jazz e a música improvisada, com particular foco na exploração sónica da guitarra. Em Junho de 2022 lançou o seu primeiro disco como líder Pequenos desastres, em quinteto com Gonçalo Marques, Albert Cirera, Demian Cabaud e João Lopes Pereira, editado pela Robalo Music. Desenvolve colaborações com vários músicos integrando projectos como Sonic Tender, Sumo, Living with a couple, Rodrigues/Carreiro/Furioso e Gapp/Carreiro/Sousa. É membro fundador da associação Robalo Music.
João Valinho | Natural dos subúrbios de Sintra, iniciou o seu percurso na música após a conclusão dos seus estudos em Belas Artes, procurando concebê-la nas suas práticas experimentais, com atividade no panorama fulgurante da música criativa de Lisboa, bem como em abordagens interdisciplinares com a dança e o teatro. Projetos em curso: MOVE (Yedo Gibson e Felipe Zenícola), Rodrigo Amado Refraction Quartet, Fashion Eternal, Rodrigo Brandão Outros Espaço, Anthropic Neglect e Sonic Tender. Atuações em festivais incluem: Jazz em Agosto 2021, 2022, 2024, Oct-Loft Jazz Fest 2023 (China), SESC Mirada 2022 (Brazil), Serralves em Festa 2023, Guarda in Jazz 2021, Portalegre JazzFest 2023.
19 julho | 19h30
Old Mountain
Pedro Branco, piano
João Sousa, bateria
José Soares, saxofone
João Hasselberg, contrabaixo
Hernâni Faustino, contrabaixo
Old Mountain é o projeto predileto dos músicos Pedro Branco e João Sousa. Depois de dois discos Parallels e This Is Not Our Music (2020), dezenas de convidados e outras tantas de anos de concertos e amizade surgem agora com a sua nova metamorfose com Branco a trocar a guitarra pelo piano e dois contrabaixos a juntarem-se à aventura. Juntos ou separados tanto Branco como Sousa já tocaram com alguns dos mais importantes nomes do jazz quer nacional como internacional, tendo partilhado palcos com nomes como Drew Gress, Jacob Sacks, Tony Malaby, Leo Genovese, George Dumitriu, João Paulo Esteves da Silva, Demian Cabaud ou Ricardo Toscano, entre tantos outros. O novo disco Another State of Rhythm saiu em Fevereiro pela editora Clean Feed e conta com a participação do histórico saxofonista norte-americano Tony Malaby e dos contrabaixistas João Hasselberg e Hernâni Faustino. A música vive entre o fervor e a criatividade da música improvisada e o lirismo e nostalgia das composições tão próprias do duo. Para o concerto deste festival contam com a presença do já companheiro de longa data, o saxofonista alto José Soares.
Pedro Branco | Guitarrista português, por vezes pianista, que tanto se move na área da música improvisada como da música alternativa independente. Membro da banda You Can’t Win, Charlie Brown e fundador do projeto iconoclasta Old Mountain, participa nos mais variados projetos com nomes tão díspares como Tiago Bettencourt, Mazgani, Tipo, Noiserv ou Hernâni Faustino e João Lencastre. Na sua recente discografia note-se o seu primeiro disco a solo A Narrativa Épica do Quotidiano, o disco a meias com Tape Junk “Bolero” ou o seu projeto iconoclasta Branco toca Marco Paulo.
João Sousa | Músico, baterista e compositor nasceu em 1990, em Faro. Em 2017, concluiu o mestrado em música – variante jazz no Royal Conservatory of the Hague onde estudou com o reconhecido mestre holandês Erik Ineke. Durante esse período tocou com os saxofonistas Ben van den Duncan e Simon Rigter, com o pianista Johan Clement e gravou dois discos enquanto “sideman”. Integra o coletivo GARFO que em 2021 edita o seu álbum de estreia através da prestigiada Clean Feed Records. Grupo revelação do ano (2021) – prémio RTP/Festa do Jazz, GARFO prepara- se para o seu segundo registo fonográfico ainda este ano. Em 2023 saiu Habitat (Robalo Music), resultado de três dias de residência e gravação na Serpa como grupo composto por Samuel Gapp, João Carreiro e João Sousa. Paralelamente, Sousa faz parte de projetos como P.S. Lucas, Narciso, Fuchsia Trio, Branco toca Marco Paulo, The Hinge, OJS, Tomás longo “our lady of pleasures”, Esteves, Marta Rodrigues Quinteto, João Espadinha Septeto ou Motian & More de Hernâni Faustino. É cocriador de V.A.G.O. projeto multidisciplinar em parceria com a coreógrafa Raquel Cabral. No final de 2018 integrou o coletivo criado no âmbito da residência artística liderada pelo trompetista Gabrielle Mitelli uma parceria entre a Fundação Árpád Szenes Vieira da Silva e o Instituto Italiano da Cultura em Lisboa. Fruto de uma semelhante parceria estabelece ligação com a música do contrabaixista Pietro Paris que resultou num disco e uma tour em Itália em 2023.
Programa Satélite
5 julho | Penhasco
19h00 | João Paulo Esteves da Silva + Hugo Carvalhais
João Paulo Esteves da Silva, piano
Hugo Carvalhais, contrabaixo
20h00 | Luís Vicente trio
Luís Vicente, trompete
Filipe Louro, contrabaixo
Pedro Melo Alves, bateria
11 julho | Café Dias
19h00 | Marmota + Teresa Sobral
Teresa Sobral, voz
Gonçalo Marques, trompete
André Matos, guitarra
12 julho | Sociedade Musical Capricho Setubalense
22h00 | Sumo
João Carreiro, guitarra
André Matos, guitarra
13 julho | Penhasco
18h00 | Marques / Cabaud 4tet featuring O’Gallagher & Williams
Gonçalo Marques, trompete
Demian Cabaud, contrabaixo
John O’Gallagher, saxofone
Jeff Williams, bateria
19h00 | Ziv Taubenfeld Trance Moods
Ziv Taubenfeld, clarinete baixo
Margaux Oswald, piano
Michael Formanek, contrabaixo
João Sousa, bateria
14 julho | Penhasco – Lota especial
17h00 | Marta Rodrigues Quinteto
Marta Rodrigues, voz
Duarte Ventura, vibrafone
Miguel Meirinhos, piano
Gonçalo Naia, contrabaixo
João Sousa, bateria
18h00 | Não Confundir Com
Nazaré da Silva, voz
João Gato, saxofone
Zé Almeida, contrabaixo
19h00 | Garfo
João Almeida, trompete
Bernardo Tinoco, saxofone
João Fragoso, contrabaixo
João Sousa, bateria
20h00 | Jerry the Cat – DJ set
21 julho | Penhasco [festa encerramento festival]
17h00 | Umbra
Carolina Duarte, violino
Madalena Rato, percussão
18h00 | Bruno Santos + Hernâni Faustino
Bruno Santos, guitarra
Hernâni Faustino, contrabaixo
19h30 | Almeida/Dionísio/Pereira
João Almeida, trompete
Mariana Dionísio, voz
João Pereira, bateria
20h15 | Margarida Campelo – DJset