Temporada Gulbenkian Música
13 Outubro | 19h00
Grande Auditório
da Fundação Calouste Gulbenkian
5ª Sinfonia, de Tchaikovsky
Jay Campbell, violoncelo
Orquestra Gulbenkian
Direção de Aziz Shokhakimov
Programa
Maurice Ravel – Ma mère l’Oye (suite)
Andreia Pinto Correia – Concerto para Violoncelo e Orquestra *
Piotr Ilitch Tchaikovsky – Sinfonia nº 5, em Mi menor, op. 64
* Estreia absoluta – Encomenda da Fundação Calouste Gulbenkian
Compositora em destaque na criação contemporânea, Andreia Pinto Correia estreia neste programa o seu Concerto para Violoncelo e Orquestra. Foi composto para o virtuosismo ímpar de Jay Campbell, violoncelista elogiado pelo Washington Post pelas suas interpretações “delicadas, pungentes e profundamente tocantes”. Meses antes de Pinto Correia chegar com uma outra composição à Filarmónica de Los Angeles, pela mão de Gustavo Dudamel, a primeira audição deste seu novo concerto é dirigida em Lisboa pelo jovem maestro uzbeque Aziz Shokhakimov, juntamente com a Sinfonia nº 5 de Tchaikovsky.
Transmissão direta
Apresentação: Pedro Ramos
Produção: Alexandra Louro de Almeida, Reinaldo Francisco
Jay Campbell | O jovem violoncelista explora um largo e diversificado universo musical. Tem sido reconhecido pela abordagem de repertório antigo e moderno, com a mesma curiosidade e comprometimento, tendo as suas atuações sido consideradas “eletrizantes” pelo New York Times e “delicadas, pungentes e profundamente comoventes” pelo Washington Post.
Único músico que recebeu duas bolsas de estudo Avery Fisher Career Grants, como solista (2016) e como membro do JACK Quartet (2019), estreou-se em concerto com a Filarmónica de Nova Iorque em 2013. Em 2016 trabalhou com Alan Gilbert nos concertos Ligeti Forward, integrados na New York Philharmonic Biennale no Metropolitan Museum of Art. In 2017 foi Artista Residente no Festival de Lucerna, onde estreou o concerto para violoncelo Das Ding Singt, de Luca Francesconi. Em 2018 apresentou-se com a Deutsches Symphonie-Orchester Berlin, na Berliner Philharmonie. Gravou concertos para violoncelo de George Perle e Marc-Andre Dalbavie, com a Sinfónica de Seattle. Em 2022 regressou à Filarmónica de Los Angeles para estrear dois concertos, de Wadada Leo Smith e Inti Figgis-Vizueta. Em 2023-2024 estreia o novo concerto Reverdecer, de Andreia Pinto Correia, com a Orquestra Gulbenkian, apresentando-se depois com a Orquestra Sinfónica do Estado de São Paulo, no Brasil.
Um dos principais interesses artísticos de Jay Campbell é a colaboração com os novos músicos criadores, tendo trabalhado com Catherine Lamb, John Luther Adams, Marcos Balter ou Tyshawn Sorey, entre muitos outros. A sua associação com John Zorn deu origem a dois discos com novas obras para violoncelo, nomeadamente Hen to Pan (2015) e Azoth (2020). Como músico de câmara, Jay Campbell é violoncelista do JACK Quartet, do Junction Trio, com o violinista Stefan Jackiw e o pianista Conrad Tao, e do coletivo multidisciplinar AMOC.
Aziz Shokhakimov | Diretor Musical da Orquestra Filarmónica de Estrasburgo e Diretor Artístico da Orquestra Filarmónica Tekfen (Turquia). Entre 2015 e 2021, foi Kapellmeister na Deutsche Oper am Rhein. Como maestro convidado, dirigiu a Sinfónica da Rádio da Baviera, a NDR Elbphilharmonie Orchester, a Sinfónica WDR (Colónia), a Filarmónica da Radio France, a hr-Sinfonieorchester Frankfurt, a Sinfónica de Houston, a Sinfónica de Toronto e a Sinfónica de Seattle, entre outras prestigiadas orquestras.
No domínio da ópera, na temporada passada, Shokhakimov estreou-se com a Ópera Nacional de Paris, em Lucia de Lammermoor. A temporada 2023-2024 inclui a sua estreia com a Bayerischer Staatsoper, na direção de A Dama de Espadas de Tchaikovsky. Com a Filarmónica de Estrasburgo dirigirá uma nova produção de Lohengrin na Ópera do Reno. Como Kapellmeister na Deutsche Oper am Rhein, dirigiu novas produções de A Dama de Espadas, Madama Butterfly, Salome e Tosca.
Aziz Shokhakimov tem uma relação especial com o Festival de Salzburgo, onde foi distinguido com o prestigiado Prémio para Jovem Maestro, em agosto de 2016. Regressou em 2017 para dirigir o concerto dos laureados, à frente da Sinfónica da Rádio de Viena, e em 2019 para dirigir na Cerimónia de Abertura do Festival de Salzburgo, com a violinista Patricia Kopatchinskaja.
Aziz Shokhakimov nasceu em 1988 em Tashkent, no Uzbequistão. Aos seis anos ingressou na Escola de Música Uspensky, onde estudou violino, viola e direção de orquestra. Aos treze anos dirigiu a Sinfonia n.º 5 de Beethoven e o Concerto para Piano n.º 1 de Liszt, à frente da Sinfónica Nacional do Uzbequistão. No ano seguinte dirigiu a sua primeira ópera, Carmen, na Ópera Nacional do Uzbequistão. Foi Maestro Assistente da Sinfónica Nacional do Uzbequistão, tendo assumido as funções de Maestro Principal em 2006. Em 2010 foi segundo classificado no Concurso Internacional Gustav Mahler, em Bamberg.
Orquestra Gulbenkian | Em 1962 a Fundação Calouste Gulbenkian decidiu estabelecer um agrupamento orquestral permanente. No início constituído apenas por doze elementos, foi originalmente designado por Orquestra de Câmara Gulbenkian. Ao longo de mais de cinquenta anos de atividade, a Orquestra Gulbenkian (denominação adotada desde 1971) foi sendo progressivamente alargada, contando hoje com um efetivo de sessenta instrumentistas que pode ser pontualmente expandido de acordo com as exigências de cada programa de concerto.Esta constituição permite à Orquestra Gulbenkian interpretar um amplo repertório que se estende do Barroco até à música contemporânea. Obras pertencentes ao repertório corrente das grandes formações sinfónicas tradicionais, nomeadamente a produção orquestral de Haydn, Mozart, Beethoven, Schubert, Mendelssohn ou Schumann, podem ser dadas pela Orquestra Gulbenkian em versões mais próximas dos efetivos orquestrais para que foram originalmente concebidas, no que respeita ao equilíbrio da respetiva arquitetura sonora.
Em cada temporada, a Orquestra Gulbenkian realiza uma série regular de concertos no Grande Auditório Gulbenkian, em Lisboa, em cujo âmbito tem tido ocasião de colaborar com alguns dos maiores nomes do mundo da música, nomeadamente maestros e solistas. Atua também com regularidade noutros palcos em diversas localidades do país, cumprindo desta forma uma significativa função descentralizadora. No plano internacional, por sua vez, a Orquestra Gulbenkian foi ampliando gradualmente a sua atividade, tendo até agora efetuado digressões na Europa, na Ásia, em África e nas Américas.
No plano discográfico, o nome da Orquestra Gulbenkian encontra-se associado às editoras Philips, Deutsche Grammophon, Hyperion, Teldec, Erato, Adès, Nimbus, Lyrinx, Naïve e Pentatone, entre outras, tendo esta sua atividade sido distinguida, desde muito cedo, com diversos prémios internacionais de grande prestígio.
Fotos Jorge Carmona / Antena 2