Temporada Gulbenkian Música
24 janeiro | 19h00
Grande Auditório
da Fundação Calouste Gulbenkian
Concerto Imperador
Alexander Melnikov, piano
Orquestra Gulbenkian
Direção de Paweł Kapuła
Programa
Paul Hindemith – Mathis o Pintor (Mathis der Maler)
1. Concerto de anjos
2. Deposição no túmulo
3. Tentação de Santo Antão
Ludwig van Beethoven – Concerto para Piano e Orquestra nº 5, em Mi bemol maior, op. 73, Imperador
1. Allegro
2. Adagio un poco mosso
3. Rondo: Allegro
Após ter interpretado, com Isabelle Faust, sob vigoroso aplauso crítico, a integral de Sonatas para Piano e Violino de Beethoven, o pianista russo Alexander Melnikov mergulha com a Orquestra Gulbenkian no derradeiro Concerto para Piano e Orquestra escrito pelo compositor alemão.
A criação revolucionária de Beethoven, que viria a estabelecer um novo padrão, surge neste programa, dirigido por Paweł Kapuła, na companhia da sinfonia Mathis o Pintor, de Hindemith, baseada na ópera homónima dedicada ao questionamento do papel do artista na sociedade.
Transmissão direta
Apresentação: Pedro Ramos
Produção: Alexandra Louro de Almeida, Zulmira Holstein
Alexander Melnikov | Diplomou-se pelo Conservatório de Moscovo, na classe de Lev Naumov. Destaca-se também um contacto inicial com o lendário pianista Sviatoslav Richter, que o viria a convidar para festivais na Rússia e em França. Foi premiado em eminentes competições como o Concurso Internacional Robert Schumann (Zwickau, 1989), ou o Concurso Rainha Elisabeth (Bruxelas, 1991).
Desde muito cedo, cultivou um interesse particular pelas interpretações de época. As suas maiores influências neste campo incluem Andreas Staier e Alexei Lubimov, bem como as colaborações com agrupamentos como Freiburger Barockorchester, Musica Aeterna ou Akademie für Alte Musik Berlin.
Como solista, atuou com muitas das grandes orquestras mundiais, incluindo a Orquestra do Real Concertgebouw de Amesterdão, a Orquestra do Gewandhaus de Leipzig, a NDR Sinfonieorchester, HR-Sinfonieorchester, a Orquestra Nacional Russa, as Filarmónicas de Munique, de Roterdão e da BBC, ou a Sinfónica NHK de Tóquio, sob a direção de maestros como M. Pletnev, T. Currentzis, C. Dutoit, P. Järvi ou V. Gergiev.
Desenvolve também intensa atividade como músico de câmara, destacando-se as parcerias com o violoncelista Jean-Guihen Queyras ou com a violinista Isabelle Faust.
Na presente temporada apresentou o projeto The Man with the Many Pianos, no qual toca diferentes instrumentos de tecla, em função da época de criação de cada obra. Para além de concertos com a Mahler Chamber Orchestra e com a Deutsche Kammerphilharmonie Bremen, prossegue a sua colaboração com a Camerata Salzburg e a Tapiola Sinfonietta.
Paweł Kapuła | O maestro polaco é um dos mais empolgantes maestros da sua geração, sendo aclamado pelas suas emocionantes, frescas e cativantes interpretações e pela excelente técnica de direção. Sem receio de novos desafios, os seus programas e o seu estilo demonstram um elevado nível de criatividade, conduzindo a presenças recorrentes nos palcos internacionais.
Na temporada 2024/25, Paweł Kapuła estreia-se à frente da Filarmónica do Japão, das Sinfónicas de Xian e Guiyang (China), da Sinfónica de Hamburgo, da Orquestra de Câmara Dinamarquesa e da Robert-Schumann-Philharmonie Chemnitz. Outros compromissos incluem a Orquestra do Ulster, a Orquestra de Câmara Georgiana e a Württembergische Philharmonie Reutlingen.
Em Fevereiro de 2021, Paweł Kapuła foi nomeado Maestro Convidado Principal da Filarmónica da Pomerânia, em Bydgoszcz. A solidez da sua liderança e o refinamento dos seus programas chamaram a atenção de outras orquestras polacas como a Sinfónica da Rádio Nacional de Katowice, a Filarmónica de Varsóvia ou a Filarmónica de Gdansk.
O seu mais recente projeto de gravação com a Filarmónica de Praga – Concertos para Piano de Beethoven – foi lançado recentemente. É também um divulgador da música de compositores polacos menos conhecidos, nomeadamente em gravações para a Rádio Nacional Polaca.
Paweł Kapuła teve as suas primeiras aulas de piano aos sete anos de idade. Estudou direção de orquestra com Tadeusz Strugala e Stanislaw Krawczynski na Academia de Música de Cracóvia. Foi finalista premiado no primeiro Concurso de Direção Adam Kopyciński, em Wrocław, em 2013. É licenciado em musicologia pela Universidade Jaguelónica de Cracóvia.
Orquestra Gulbenkian | Em 1962 a Fundação Calouste Gulbenkian decidiu estabelecer um agrupamento orquestral permanente. No início constituído apenas por doze elementos, foi originalmente designado por Orquestra de Câmara Gulbenkian. Ao longo de mais de cinquenta anos de atividade, a Orquestra Gulbenkian (denominação adotada desde 1971) foi sendo progressivamente alargada, contando hoje com um efetivo de sessenta instrumentistas que pode ser pontualmente expandido de acordo com as exigências de cada programa de concerto. Esta constituição permite à Orquestra Gulbenkian interpretar um amplo repertório que se estende do Barroco até à música contemporânea. Obras pertencentes ao repertório corrente das grandes formações sinfónicas tradicionais, nomeadamente a produção orquestral de Haydn, Mozart, Beethoven, Schubert, Mendelssohn ou Schumann, podem ser dadas pela Orquestra Gulbenkian em versões mais próximas dos efetivos orquestrais para que foram originalmente concebidas, no que respeita ao equilíbrio da respetiva arquitetura sonora.
Em cada temporada, a Orquestra Gulbenkian realiza uma série regular de concertos no Grande Auditório Gulbenkian, em Lisboa, em cujo âmbito tem tido ocasião de colaborar com alguns dos maiores nomes do mundo da música, nomeadamente maestros e solistas. Atua também com regularidade noutros palcos em diversas localidades do país, cumprindo desta forma uma significativa função descentralizadora. No plano internacional, por sua vez, a Orquestra Gulbenkian foi ampliando gradualmente a sua atividade, tendo até agora efetuado digressões na Europa, na Ásia, em África e nas Américas.
No plano discográfico, o nome da Orquestra Gulbenkian encontra-se associado às editoras Philips, Deutsche Grammophon, Hyperion, Teldec, Erato, Adès, Nimbus, Lyrinx, Naïve e Pentatone, entre outras, tendo esta sua atividade sido distinguida, desde muito cedo, com diversos prémios internacionais de grande prestígio.
Fotos Jorge Carmona / Antena 2