Temporada Gulbenkian Música
19 janeiro | 19h00
Grande Auditório
da Fundação Calouste Gulbenkian
Pétrouchka
Denis Kozhukhin, piano
Orquestra Gulbenkian
Direção de Robert Treviño
Programa
Gabriel Fauré – Pelléas et Mélisande, op. 80
Maurice Ravel – Concerto para Piano, para a mão esquerda, em Ré maior
Igor Stravinsky – Pétrouchka [1947]
– Scherzo à la russe [1945/46]
A estreia na Gulbenkian Música de um dos grandes talentos norte-americanos dos últimos anos. A rápida ascensão de Robert Treviño está ligada à sua muito ovacionada direção da Orquestra Nacional Basca, com a qual gravou dois álbuns dedicados a Ravel, elogiados pela excelência das interpretações; no caso de Ravel 2, considerado pelo El Mundo como “uma gravação que vai ocupar um lugar muito destacado na discografia raveliana”. Para além de obras de Fauré e Stravinsky, dirige o Concerto para Piano, para a mão esquerda, de Ravel, que assinala também o regresso do pianista Denis Kozhukhin ao Grande Auditório.
Transmissão direta
Apresentação: Pedro Ramos
Produção: Alexandra Louro de Almeida, Zulmira Holstein
Denis Kozhukhin | Vencedor da edição de 2010 do Concurso Rainha Elisabeth, em Bruxelas, o pianista belga afirmou-se como um dos melhores pianistas da sua geração. Tecnicamente irrepreensível, combina com inteligência o brilho e o poder das suas interpretações com um apurado sentido da forma e uma abordagem artística muito pessoal. Atua com muitas das principais orquestras europeias e norte-americanas e a sua presença é regular em festivais de música como o Intonations, o BBC Proms, o Festival de Música de Câmara de Israel ou os festivais de Verbier, Gstaad, Grafenegg e Dresden.
Para além da sua estreia com a Orquestra Gulbenkian, a temporada 2022/23 inclui colaborações com a Orquestra Nacional Dinamarquesa, a NDR Radiophilharmonie, a hr-Sinfonieorchester, a Sinfónica da Rádio de Viena, a BBC Scottish Symphony, a Sinfónica Nacional da Bélgica, a Sinfónica de Indianapolis e a Borusan Istanbul Philharmonic Orchestra, entre outras. Apresenta-se também nos festivais de Tsinandali (Geórgia) e do Castelo Elmau (Alemanha), e em recitais no Carnegie Hall, no Cadogan Hall, no De Singel, no Megaron de Atenas e no Festival de Piano de Lille.
A mais recente gravação de Kozhukhin, as Variações Sinfónicas de César Franck, com a Filarmónica do Luxemburgo e o maestro Gustavo Gimeno, foi lançada em 2020, juntando-se a anteriores álbuns que incluem peças para piano de Mendelssohn, Grieg, Haydn, Brahms e Prokofiev, bem como concertos de Tchaikovsky, Grieg, Ravel e Gershwin.
No domínio da música de câmara, Kozhukhin colabora com, entre outros, Janine Jansen, Jörg Widmann, Julian Rachlin, Vadim Repin, Leonidas Kavakos, Michael Barenboim, Vilde Frang, Renaud e Gautier Capuçon, Elena Bashkirova, Radovan Vlatkovic, Emmanuel Pahud, Alisa Weilerstein, Nicolas Alstaedt, Julian Steckel, Pablo Ferrández e Alexandra Conunova.
Denis Kozhukhin estudou na Escuela Superior de Música Reina Sofía, em Madrid, com Dmitri Bashkirov e Claudio Martínez Mehner. Completou os seus estudos na Academia de Piano do Lago Como, onde recebeu os ensinamentos de Fou Ts’ong, Stanislav Yudenitch, Peter Frankl, Boris Berman, Charles Rosen e Andreas Staier. Estudou também com Kirill Gerstein em Estugarda. Recentemente, trabalhou com o pianista e maestro Daniel Barenboim.
Robert Treviño | Emergiu rapidamente como um dos mais entusiasmantes maestros americanos da nova geração. É Diretor Musical da Orquestra Nacional Basca e Maestro Convidado Principal da Orquestra Sinfónica Nacional da RAI. Na presente temporada, dirige a Orquestra Nacional Basca em Salzburgo, estreia-se na Ópera de Zurique e na Teatro La Fenice de Veneza, dirige pela primeira vez a Orquestra Gulbenkian e volta a colaborar com a Dresdner Philharmonie, a Sinfónica de Basileia, a Sinfónica SWR de Estugarda, a Sinfónica NDR de Hanôver, a Gürzenich Orchester de Colónia e a Orquestra Nacional do Capitólio de Toulouse.
Robert Treviño dirigiu outras grandes orquestras, incluindo a Sinfónica de Londres, a Royal Philharmonic, a Filarmónica de Londres, a City of Birmingham Symphony, a Filarmónica de Munique, a Sinfónica da Rádio de Berlim, a Orquestra do Gewandhaus de Leipzig, a Sinfónica MDR de Leipzig, a Sinfónica de Bamberga, a Sinfónica de Viena, a Orquestra do Tonhalle de Zurique, a Orquestra de Paris, a Filarmónica do Scala de Milão e a Filarmónica de Helsínquia. Dirigiu também várias orquestras fora da Europa, nomeadamente nos Estados Unidos da América, bem como a Sinfónica do Estado de São Paulo e a Filarmónica de Osaka. Apresentou-se também em festivais relevantes como o Festival Mahler de Leipzig, o Festival Mahler de Milão ou o Festival Puccini, em Itália.
As gravações de Robert Treviño para a editora Ondine incluem as Sinfonias de Beethoven, dois álbuns dedicados a Ravel, um álbum Rautavaara e o disco Americascapes, uma seleção de peças americanas pouco conhecidas, distinguido pela Presto Music em 2021 e listado para um prémio Gramophone. Um ciclo das Sinfonias de Bruch, com a Sinfónica de Bamberga, foi lançado pela CPO, tendo recebido elogiosas críticas. Em 2023 foi lançada a nova gravação Respighi – Roman Trilogy, com a Orquestra Sinfónica Nacional da RAI.
Orquestra Gulbenkian | Em 1962 a Fundação Calouste Gulbenkian decidiu estabelecer um agrupamento orquestral permanente. No início constituído apenas por doze elementos, foi originalmente designado por Orquestra de Câmara Gulbenkian. Ao longo de mais de cinquenta anos de atividade, a Orquestra Gulbenkian (denominação adotada desde 1971) foi sendo progressivamente alargada, contando hoje com um efetivo de sessenta instrumentistas que pode ser pontualmente expandido de acordo com as exigências de cada programa de concerto. Esta constituição permite à Orquestra Gulbenkian interpretar um amplo repertório que se estende do Barroco até à música contemporânea. Obras pertencentes ao repertório corrente das grandes formações sinfónicas tradicionais, nomeadamente a produção orquestral de Haydn, Mozart, Beethoven, Schubert, Mendelssohn ou Schumann, podem ser dadas pela Orquestra Gulbenkian em versões mais próximas dos efetivos orquestrais para que foram originalmente concebidas, no que respeita ao equilíbrio da respetiva arquitetura sonora.
Em cada temporada, a Orquestra Gulbenkian realiza uma série regular de concertos no Grande Auditório Gulbenkian, em Lisboa, em cujo âmbito tem tido ocasião de colaborar com alguns dos maiores nomes do mundo da música, nomeadamente maestros e solistas. Atua também com regularidade noutros palcos em diversas localidades do país, cumprindo desta forma uma significativa função descentralizadora. No plano internacional, por sua vez, a Orquestra Gulbenkian foi ampliando gradualmente a sua atividade, tendo até agora efetuado digressões na Europa, na Ásia, em África e nas Américas.
No plano discográfico, o nome da Orquestra Gulbenkian encontra-se associado às editoras Philips, Deutsche Grammophon, Hyperion, Teldec, Erato, Adès, Nimbus, Lyrinx, Naïve e Pentatone, entre outras, tendo esta sua atividade sido distinguida, desde muito cedo, com diversos prémios internacionais de grande prestígio.
Fotos Jorge Carmona / Antena 2