Maria Luisa Tavares, Mezzo-soprano
Lucinda Gerhardt, Mezzo-soprano
João Rodrigues, Tenor
Armando Possante, Barítono e direção
Tiago Bentes do Rosário, Piano
Neste concerto comemoramos as três décadas de carreira do Grupo Vocal Olisipo. A interpretação de Madrigais sempre fez parte do nosso repertório e as obras de Monteverdi surgem recorrentemente em momentos importantes da história do grupo. O equilíbrio perfeito entre palavra e música, entre exteriorização e intimismo e, sobretudo, entre escrita solística e de ensemble faz com que seja um género que nos agrada sobremaneira e ao qual voltamos sempre que possível. Foi cantando madrigais que decidimos formar o grupo, que fomos premiados em vários concursos internacionais e que conhecemos alguns dos grupos e cantores que, sendo referências mundiais, sempre nos inspiraram e nos ajudaram a compreender as complexidades da sua interpretação. É o caso dos grupos ingleses Hilliard Ensemble e The King’s Singers e do soprano Jill Feldman, especialistas cujos ensinamentos são muitas vezes recordados nos nossos ensaios.
Ao selecionar o repertório para esta comemoração não poderíamos evitar o ciclo Lamento d’Arianna, recriação a 5 vozes do lamento final da ópera L’Arianna, entretanto desaparecida. Este sentido lamento da princesa Ariana após ser abandonada por Teseu para morrer na ilha deserta de Naxos tem-nos acompanhado ao longo dos anos e foi cantado por nós em muitos concertos em vários países, tendo-nos inclusive valido primeiros prémios em concursos internacionais.
A obra que interpretaremos na segunda parte do concerto não tem a mesma ligação histórica, sendo uma obra que estreámos há poucos meses e em apenas um concerto. A sua escolha celebra a nossa relação com a música contemporânea portuguesa. Ao longo das últimas décadas tivemos o privilégio de estrear dezenas de obras encomendadas aos maiores compositores a trabalhar em Portugal. Nesta ocasião apresentaremos o Te Deum em Louvor da Paz (no centenário do fim da I Grande Guerra) de Eurico Carrapatoso. Na semana em que se comemora o centenário da assinatura do armistício esta obra torna-se particularmente relevante, A celebração jubilante do fim da guerra no texto litúrgico do Te Deum é intercalada com três lamentos, com poemas da autoria de Rimbaud, Apollinaire e Pessoa, aqui designados pelo compositor como Pavana para um Infante Dormindo, Pavana para uma Infanta Distante e Pavana para um Infante Defunto. Nestes poemas é-nos dada toda a dimensão trágica das vidas perdidas de tantos e tantos infantes.Com estes dois grandes momentos de música celebramos 30 anos de Olisipo. Partimos agora para os próximos 30.
Gravação para posterior transmissão
Produção: Anabela Luís
Em Julho de 2002 apresentou em estreia absoluta a obra Qualbî ‘arabî de Luís Tinoco, num concerto encomendado pelo Festival Internacional de Música da Costa do Estoril.
Efetuou inúmeras atuações na área de Lisboa, bem como por todo o continente e Açores, destacando-se as participações no Ciclo Acarte “Novos Compositores, Novos Intérpretes”, Festival Manuel Cardoso, Festival de Música das Caldas da Rainha, Festival Música em São Roque, Festival Internacional de Órgão de Lisboa, Festival de Internacional de Música de Mafra, Festival Internacional de Música de Leiria, Festival Internacional de Música da Costa do Estoril, Festival Internacional de Música de Alcobaça, Festival dos Capuchos e Porto 2001.
Em Março de 1998 colaborou com o agrupamento Capela Real e a “Mark Morris Dance Groupe” em três espectáculos realizados para o Festival dos 100 Dias no Grande Auditório do Centro Cultural de Belém.
Iniciou a sua carreira internacional em 1991, tendo desde então realizado concertos em festivais de vários países, nomeadamente Alemanha (Eurotreff Musik e A Capella), Bélgica (Flanders Festival), Bulgária, Finlândia, Inglaterra, Itália (La Fabbrica del Canto) e Polónia (Festival Internacional de Música de Câmara de Kamien Pomorski).
Participou, em Julho de 1999, como convidado especial no Festival 500, que teve lugar em St. John’s no Canadá. No decorrer deste festival, o grupo orientou diversos workshops para coros vindos de todo o mundo.
Em 1994 e 1996 teve a oportunidade de trabalhar com dois dos mais prestigiados ensembles mundiais da actualidade – “Hilliard Ensemble” e “The King’s Singers”- visando um aperfeiçoamento técnico e artístico. Trabalhou também interpretação de ópera barroca com Jill Feldman em 1998 e 1999.
Conquistou já diversos prémios em concursos, nomeadamente o Primeiro Prémio nos concursos International May Choir Competition em Varna, Bulgária (1997), Tampere Choir Festival na Finlândia (1997), 36º Concorso Internazionale C.A.Seghizzi em Gorizia, Itália (1997) e 5º Concorso Internazionale di Riva del Garda em Itália (1998) e uma menção honrosa no Concurso da Juventude Musical Portuguesa (1995).
Gravou o Officium Defunctorum de Estêvão de Brito, as Matinas de Natal de Estêvão Lopes Morago para a editora Movieplay, Cantatas Maçónicas de Mozart para a EMI e, em 2005, Tenebrae para a Diálogos, com música de Francisco Martins e Manuel Cardoso, e Magnificat em Talha Dourada, de Eurico Carrapatoso, para a mesma editora.