11 junho | 21h00
Grande Auditório
Realização e Apresentação: Reinaldo Francisco
Produção: Susana Valente
Gravação pela RTP / Antena 2
no Grande Auditório da Fundação Gulbenkian, em Lisboa
a 16 de Dezembro de 2023
Temporada de Música Gulbenkian
Jordi Savall | Istambul 1700
Hespèrion XXI
Nedyalko Nedyalkov, kaval
Yurdal Tokcan, oud
Hakan Güngör, kanun
Özata Ayan, tambur
Dimitri Psonis, santur e saz
Fahrettin Yarkın, percussão
David Mayoral, percussão
Jordi Savall, rabeca, viola da gamba e direção
Programa
Istambul 1700
Dimitrie Cantemir (1673-1723) – O Livro da Ciência e da Música
A música do Império Otomano em diálogo com as tradições sefardita, arménia e oriental
Jordi Savall é um dos mais prestigiados estudiosos da música antiga, investindo muito do seu trabalho tanto no aperfeiçoamento da execução das peças, quanto na construção de uma narrativa que coloca as obras no seu contexto histórico.
Em Istambul 1700, a partir do Livro da Ciência e da Música de Dimitrie Cantemir, Savall revisita a riqueza de uma cidade onde confluíam culturas como a otomana, a arménia e a sefardita.
“Sou de Barcelona”, disse Savall ao Financial Times numa explicação da sua música. “Uma cidade aberta ao Mediterrâneo. Em que, quando avançamos para o mar, vemos a imensidão do horizonte”.
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Jordi Savall | Ao longo de mais de 50 anos de carreira, difundiu pelo mundo joias musicais há muito esquecidas ou negligenciadas. As suas atividades como concertista, maestro, pedagogo, investigador e criador de novos projetos musicais e culturais situam-no entre os principais artífices da revalorização da música histórica.
Com Montserrat Figueras, fundou os agrupamentos Hespèrion XXI (1974), La Capella Reial de Catalunya (1987) e Le Concert des Nations (1989). A contribuição essencial para o filme Tous les Matins du Monde, de Alain Corneau (prémio César para a melhor banda sonora), a intensa atividade de concertos (cerca de 140 por ano), as gravações (seis álbuns por ano) e a fundação da editora discográfica Alia Vox, com Montserrat Figueras, em 1998, são a prova de que a música antiga não tem que ser elitista, podendo cativar públicos diversificados de todas as idades.
Jordi Savall gravou e editou mais de 230 discos que receberam numerosos galardões, incluindo os prémios Midem, ICMA e Grammy. Os seus programas tornaram a música num instrumento de aproximação e de paz entre culturas e povos, tendo juntado no palco músicos árabes, israelitas, turcos, gregos arménios, afegãos, mexicanos e norte-americanos. Em 2008 foi designado Embaixador da União Europeia para o Diálogo Intercultural. Conjuntamente com Montserrat Figueras, foi nomeado “Artista para a Paz” no âmbito do programa Embaixadores de Boa Vontade da UNESCO.
Recebeu doutoramentos honorários pelas Universidades de Évora, Barcelona, Lovaina e Basileia, o título de Chevalier de la Légion d’Honneur, o Praetorius Musikpreis, a Medalha de Ouro da Generalitat de Catalunya, o Prémio Helena Vaz da Silva e o prémio Léonie Sonning, considerado o prémio Nobel da música. É membro Honorário da Royal Philharmonic Society, da Royal Swedish Academy of Music e da Accademia Nazionale di Santa Cecillia.
Hespèrion XXI | O valor mais importante da música antiga reside na sua capacidade universal de transmitir sensibilidades, emoções e ideias ancestrais. Com um repertório que se estende do séc. X ao séc. XVIII, o Hespèrion XXI procura, de forma permanente, novos pontos de encontro entre Oriente e Ocidente, dando expressão a uma vontade de integração e de recuperação do património musical internacional.
Em 1974, em Basileia, Jordi Savall e Montserrat Figueras, em conjunto com Lorenzo Alpert e Hopkinson Smith, fundaram o Hespèrion XX com um objetivo comum: o estudo, a interpretação e a difusão do repertório anterior ao séc. XIX, a partir de premissas novas, nomeadamente os critérios históricos e os instrumentos originais. A partir de 2000, o agrupamento passou a designar-se Hespèrion XXI, sendo hoje uma referência nestes domínios. O valor do seu trabalho de recuperação de obras, partituras e instrumentos é incalculável. A investigação rigorosa proporciona novas informações e compreensão sobre o conhecimento histórico de cada período e as requintadas interpretações permitem ao público desfrutar livremente da delicadeza estética e espiritual das obras.
Desde o início, o Hespèrion XXI adotou uma orientação artística inovadora, encarando a música antiga como um campo de experimentação musical e procurando atingir os mais elevados níveis de autenticidade e de expressividade nas suas interpretações.
O seu vasto repertório inclui peças sefarditas, romances castelhanos e peças do Século de Ouro espanhol e da Europa das Nações. Graças ao trabalho de numerosos músicos que têm trabalhado com o grupo ao longo dos anos, o Hespèrion XXI continua a desempenhar um papel fundamental na recuperação e reavaliação do património musical. Gravou mais de 60 álbuns e apresenta-se em todo o mundo, incluindo os mais importantes festivais de música antiga.
Fotos Jorge Carmona / Antena 2 (2019)