Temporada Gulbenkian Música
23 fevereiro | 19h00
Grande Auditório
da Fundação Calouste Gulbenkian
Requiem de Fauré
Christina Landshamer, soprano
Julie Boulianne, meio-soprano
Stéphane Degout, barítono
Coro Gulbenkian
Orquestra Gulbenkian
Direção de Matthew Halls
Programa
Claude Debussy – Prélude à l’après midi d’un faune
Ernest Chausson – Poème de l’amour et de la mer, op. 19
Gabriel Fauré – Requiem, op. 48
Depois do grande sucesso da estreia na Gulbenkian Música em 2023, quando dirigiu a Missa Solemnis de Beethoven, o maestro Matthew Halls regressa para liderar o Coro e a Orquestra Gulbenkian num programa preenchido com obras dos compositores franceses Debussy, Chausson e Fauré.
A par de uma bem-sucedida carreira como organista, Halls tem-se afirmado como um dos mais reputados maestros internacionais, com um interesse particular pela música barroca. Gravou discos premiados, com obras de Händel e J. S. Bach, destacando-se a abordagem de excelência ao repertório coral.
Transmissão direta
Apresentação: Pedro Ramos
Produção: Alexandra Louro de Almeida, Reinaldo Francisco
Matthew Halls | Desde setembro de 2022, é Maestro Principal e Diretor Artístico indigitado da Filarmónica de Tampere, na Finlândia, iniciando essas funções em 2023/24.
Como maestro convidado, Matthew Halls dirige regularmente, entre outras, a Orquestra de Cleveland, a Sinfónica de Seattle, a Sinfónica da Islândia, a Sinfónica de Viena, a Sinfónica da Rádio Finlandesa, a Sinfónica de Dallas e a Orquestra de Câmara de Los Angeles. Destaques recentes incluem a Sinfonia nº 2 de Mahler, com a Sinfónica de Toronto, a estreia americana da 4ª Sinfonia de James MacMillan, com a Sinfónica de Pittsburgh (previamente, dirigiu a estreia mundial do European Requiem de MacMillan) e a sua estreia à frente da Sinfónica de Chicago.
O percurso artístico de Matthew Halls inclui a música antiga e as interpretações de época, tendo sido um dos primeiros maestros convidados a dirigir o Concentus Musicus Wien de Nikolaus Harnoncourt. A sua discografia inclui Concertos para Cravo de J. S. Bach, dirigidos a partir do teclado, a primeira gravação de Parnasso in Festa, de G. F. Händel (Prémio Stanley Sadie), além da Oratória de Páscoa e da Oratória da Ascensão de J. S. Bach. No domínio da ópera, o seu repertório estende-se de Ariodante de Händel até Madama Butterfly de Puccini.
Christina Landshamer | Nasceu em Munique. Estudou com Angelica Vogel na Academia de Música e Drama de Munique e com Konrad Richter e Dunja Vejzovie na Universidade de Música de Estugarda. Venceu o Concurso Kissinger da Rádio da Baviera “La Voce” e foi também premiada no Concurso Internacional Bach e no concurso da Sociedade de Concertos de Munique.
Cantora versátil, Christina Landshamer é muito solicitada para atuar em concerto, ópera ou recital, tendo colaborado com muitas das principais orquestras europeias e norte-americanas, sob a direção de maestros como Daniel Harding, Kent Nagano, Roger Norrington, Stéphane Denève, Christian Thielemann, ou Ricardo Chailly.
Nas últimas temporadas colaborou, entre outras, com a Sinfónica de Pittsburgh e o maestro Manfred Honeck (Sinfonia n° 2 de Mahler), a Filarmónica de Nova loque e Alan Gilbert (Messias de Hãndel e Sinfonia n° 4 de Mahler), a NDR Elbphilharmonie Orchestra e Thomas Hengelbrock (A Criação de Haydn), a Konzerthausorchester Berlin e Vladimir Jurowski (Requiem de Mozart), a Orchestre des Champs-Élysées e Philippe Herreweghe (9ª Sinfonia de Beethoven), ou a Orquestra do Gewandhaus de Leipzig, sob a direção de Herbert Blomstedt (Missa em Si menor de J. S. Bach) e também Trevor Pinnock (As Estações de Haydn).
Christina Landshamer estreou-se nos palcos de ópera em Estugarda, seguindo-se Estrasburgo e Berlim (Komische Oper). No Theater an der Wien cantou o papel de Clarice, em Il mondo della luna, de Haydn, sob a direção de Nikolaus Harnoncourt. No Festival de Salzburgo interpretou Frasquita, em Carmen de Bizet, com a Filarmónica de Berlim e Simon Rattle. Outros destaques neste domínio incluem: Pamina, em A flauta mágica de Mozart, na Ópera de Amesterdão; Ánnchen, em Der Freischütz de Weber, com a soprano Anna Netrebko e o maestro C. Thielemann, em Dresden; Almirena, em Rinaldo de Händel, no Festival de Ópera de Glyndebourne; O Cavaleiro da Rosa, de R. Strauss, em Chicago; Susanna, numa nova produção de As bodas de Fígaro, de Mozart, no Theater St Gallen, na Suíça.
Christina Landshamer dedica-se também com paixão à canção de câmara. O seu primeiro CD (Robert Schumann e Viktor Ullmann), com o pianista Gerold Huber, foi lançado em 2016 pela Oehms Classic.
Julie Boulianne | A mezzo-soprano franco-canadiana é elogiada pela agilidade e poder expressivo da sua voz e das suas interpretações. Domina um vasto repertório, com especial relevância nas óperas de Mozart e Rossini. Entre os seus projetos em agenda incluem-se Oktavian (Der Rosenkavalier) no La Monnaie de Bruxelas; Charlotte (Werther) na Ópera Estadual de Viena; Donna Elvira (Don Giovanni) no Quebeque; Dorabella (Così fan tutte) na Royal Opera House – Covent Garden. Fará também parte do elenco da estreia de La Beauté du Monde, de Julien Bilodeau, em Montreal.
Nas últimas temporadas, Julie Boulianne apresentou-se com a Royal Opera House numa digressão ao Japão (Siébel, em Fausto de Gounod), cantou Robin-Luron na produção de Laurent Pelly de Le Roi Carotte, de Offenbach, com a Ópera de Lyon, e interpretou ainda: Rosina (O barbeiro de Sevilha) com a Ópera de Vancouver, e Dorabella (Così fan tutte), no Théâtre du Capitole de Toulouse e em Glyndebourne.
Presença regular na Metropolitan Opera de Nova Iorque, interpretou neste palco vários papéis: Siébel (Faust), Stéphano (Romeu e Julieta), sob a direção de Plácido Domingo; Diane (Iphigénie en Tauride), dirigida por Patrick Summers; Assistente de Cozinha (Rusalka), com Renée Fleming; e Ascanio(Les Troyens), com o maestro Fabio Luisi. Estreou-se como Miranda numa nova produção de The Tempest, de Thomas Adès, sob a direção do compositor, no Festival de Ópera do Quebeque. Outros papéis do seu vasto repertório incluem Lazuli (L’Étoile de Chabrier), Cherubino (As bodas de Figaro), o papel principal em Cendrillon de Massenet; o papel principal em La Cenerentola; eFragoletto, em Les Brigands de Offenbach.
Em concerto, Julie Boulianne colaborou, entre outros, com Franz Welser-Möst e a Orquestra de Cleveland (A Raposinha Matreira); Charles Dutoit e a Sinfónica de Boston (L’enfant et les sortilèges), e Marin Alsop e a Sinfónica de Baltimore (Sonho de uma Noite de Verão de Mendelssohn). Estreou-se no Saito Kinen Festival Matsumoto (Nagano, Japão), em Jeanne d’Arc au bûcher, de Honegger, e cantou a Missa de Nelson, de J. Haydn, no Mostly Mozart Festival, sob a direção de Nézet-Séguin. Com Roger Norrington e a Orchestra of St. Luke interpretou, no Carnegie Hall, a Missa Solemnis de Beethoven. Colaborou ainda com a Sinfónica do Colorado (Messias de Händel), com Les Violons du Roy (Theresienmesse de J. Haydn), com o Festival de Ópera do Quebeque (A Danação de Fausto de Berlioz), com a Orquestra do Iowa (Sinfonia nº 2 de Mahler), com a Orquestra Metropolitana de Montreal (Paixão segundo São Mateus de J. S. Bach), e com Pinchas Zukerman e a National Arts Centre Orchestra, em Ottawa (9ª Sinfonia de Beethoven). Outros destaques incluem Shéhérazade, de Ravel, com Emmanuel Villaume e a Sinfónica de Utah, a Missa em Si menor de J. S. Bach, com a Sinfónica de Atlanta, a Sinfonia nº 3 de Mahler, com a Filarmónica de Calgary, e a Missa da Coroação de Mozart, com a Sinfónica de Cincinnati.
Julie Boulianne diplomou-se pela Schulich School of Music da McGill University de Montreal. Recebeu primeiros prémios nos concursos Canadian Music Competition e Joy of Singing Competition, em Nova Iorque. Foi também distinguida com o International Vocal Arts Institute’s Silverman Prize, e o Prix de la Chambre des Directeurs, para a Mais Promissora Carreira, no Concurso Internacional de Canto de Montreal.
Stéphane Degout | Estudou no Conservatório Nacional Superior de Música de Lyon e foi membro da Ópera de Lyon. Estreou-se no no Festival d’Aix-en-Provence em 1999. Desde então, apresentou-se na Ópera de Paris, na Royal Opera House – Covent Garden, na Staatsoper Berlin, no Théâtre de la Monnaie, no Theater an der Wien, na Ópera Lírica de Chicago, na Metropolitan Opera, no Scala de Milão, na Ópera da Baviera e nos festivais de Salzburgo, Glyndebourne e Ravinia. O seu repertório inclui Hippolyte et Aricie (Thésée), Alceste (Hercule), Iphigénie en Tauride (Oreste), As bodas de Figaro (Conde Almaviva), Faust (Valentin), Le comte Ory (Raimbaud), Tannhäuser (Wolfram), Werther (Albert), Don Carlos (Rodrigue), Les Troyens (Chorèbe), L’Orfeo e Il ritorno d’Ulisse in Patria de Monteverdi e Pelléas et Mélisande de Debussy.
A sua dedicação permitiu-lhe estrear papéis operáticos em obras como La Dispute, de Benoît Mernier, e Au Monde e Pinocchio de Philippe Boesmans. Recentemente, interpretou O Rei numa nova produção de Lessons in Love and Violence de George Benjamin (Londres, Amesterdão, Lyon, Chicago, Barcelona).
Em 2012 foi-lhe atribuído em França o título honorífico Chevalier des Arts et des Lettres, em reconhecimento do seu significativo contributo para o enriquecimento da herança cultural francesa. Em 2012 e 2019 foi nomeado “Artista Lírico do Ano” nos prémios Victoires de la Musique Classique.
Stéphane Degout é também reconhecido pelas suas interpretações da mélodie francesa e do Lied alemão. Trabalhou sob a orientação de Ruben Lifschitz e realizou várias digressões internacionais. Para além de várias gravações de ópera em DVD, gravou CDs para a B Records (Histoires Naturelles) e para a Harmonia Mundi (Enfers, Harmonie du Soir e Les Nuits d’été), todos eles premiados. Mais recentemente, a Harmonia Mundi lançou o álbum Mélodies et Lieders, com Simon Lepper.
Coro Gulbenkian | Fundado em 1964, o Coro Gulbenkian conta presentemente com uma formação sinfónica de cerca de cem cantores, podendo atuar também em grupos vocais mais reduzidos.
Apresenta-se tanto como grupo a cappella como em colaboração com a Orquestra Gulbenkian ou com outros agrupamentos para a interpretação das grandes obras do repertório clássico, romântico ou contemporâneo. Na música do século XX tem apresentado, frequentemente em estreia absoluta, inúmeras obras contemporâneas de compositores portugueses e estrangeiros.
Tem sido igualmente convidado para colaborar com as mais prestigiadas orquestras mundiais, entre as quais a Philharmonia Orchestra de Londres, a Freiburg Barockorchester, a Orquestra do Século XVIII, a Filarmónica de Berlim, a Sinfónica de Baden‑Baden, a Sinfónica de Viena, a Orquestra do Real Concertgebouw de Amesterdão, a Orquestra Nacional de Lyon, a Orquestra de Paris ou a Orquestra Juvenil Gustav Mahler.
Orquestra Gulbenkian | Em 1962 a Fundação Calouste Gulbenkian decidiu estabelecer um agrupamento orquestral permanente. No início constituído apenas por doze elementos, foi originalmente designado por Orquestra de Câmara Gulbenkian. Ao longo de mais de cinquenta anos de atividade, a Orquestra Gulbenkian (denominação adotada desde 1971) foi sendo progressivamente alargada, contando hoje com um efetivo de sessenta instrumentistas que pode ser pontualmente expandido de acordo com as exigências de cada programa de concerto. Esta constituição permite à Orquestra Gulbenkian interpretar um amplo repertório que se estende do Barroco até à música contemporânea. Obras pertencentes ao repertório corrente das grandes formações sinfónicas tradicionais, nomeadamente a produção orquestral de Haydn, Mozart, Beethoven, Schubert, Mendelssohn ou Schumann, podem ser dadas pela Orquestra Gulbenkian em versões mais próximas dos efetivos orquestrais para que foram originalmente concebidas, no que respeita ao equilíbrio da respetiva arquitetura sonora.
Em cada temporada, a Orquestra Gulbenkian realiza uma série regular de concertos no Grande Auditório Gulbenkian, em Lisboa, em cujo âmbito tem tido ocasião de colaborar com alguns dos maiores nomes do mundo da música, nomeadamente maestros e solistas. Atua também com regularidade noutros palcos em diversas localidades do país, cumprindo desta forma uma significativa função descentralizadora. No plano internacional, por sua vez, a Orquestra Gulbenkian foi ampliando gradualmente a sua atividade, tendo até agora efetuado digressões na Europa, na Ásia, em África e nas Américas.
No plano discográfico, o nome da Orquestra Gulbenkian encontra-se associado às editoras Philips, Deutsche Grammophon, Hyperion, Teldec, Erato, Adès, Nimbus, Lyrinx, Naïve e Pentatone, entre outras, tendo esta sua atividade sido distinguida, desde muito cedo, com diversos prémios internacionais de grande prestígio.
Fotos Jorge Carmona / Antena 2