Risto Joost, um dos jovens maestros em trajetória marcadamente ascendente nos últimos anos, dirige a Orquestra Gulbenkian e o pianista Raúl da Costa, emparelhando tonalmente a obra com o Requiem, em Ré menor, uma das incontornáveis criações de Mozart.
Risto Joost | A versatilidade do jovem maestro estónio Risto Joost tem sido reconhecida nos domínios do concerto e da ópera.
Maestro em Residência na Ópera Nacional da Estónia, ocupou já as posições relevantes de Maestro Principal da Orquestra de Câmara de Tallinn e de Diretor Artístico do Coro da Rádio MDR de Leipzig. Desde 2020/21, é Diretor Artístico e Maestro Principal do Teatro Vanemuinel, em Tartu, na Estónia.
Como maestro convidado, dirigiu a Filarmónica de Helsínquia, a Filarmónica de Bergen, a Orquestra da Ópera Norueguesa, a Filarmónica de Tampere, a Tapiola Sinfonietta, a Sinfónica de Trondheim, a Filarmónica dos Países Baixos, a Filarmónica de Dortmund, a Sinfónica da Rádio de Praga, a Filarmónica Janáček, a Filarmónica de Brno, a Orquestra de Câmara de Lausanne, a Orquestra de Câmara dos Países Baixos, a Orquestra do Teatro La Fenice, a Sinfónica Nacional da Letónia e a Sinfónica Nacional da Estónia, entre outras orquestras. Além disso, colaborou com o RIAS Kammerchor, o SWR Vokalensemble, o Coro da Rádio de Berlim, o Coro da Rádio Sueca e o Coro de Câmara Filarmónico da Estónia. No domínio da ópera, dirigiu mais de vinte estreias.
Pelas suas atividades artísticas na Estónia e no estrangeiro, foi distinguido no seu
país com o Prémio de Música (2016) e com o Prémio Jovem Figura Cultural da República da Estónia (2011). Foi também premiado nos concursos de direção Malko (2015) e Jorma Panula (2012).
Risto Joost estudou na Academia de Música da Estónia e na Universität für Musik und darstellende Kunst Wien. Em 2008 concluiu uma pós-graduação em direção de orquestra, com Jorma Panula, no Royal College of Music, em Estocolmo. Foi Diretor Artístico do Birgitta Festival Tallinn, em 2017 e 2018.
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Raúl da Costa | Nasceu na Póvoa de Varzim em 1993, onde iniciou os seus estudos musicais aos 7 anos de idade com Luís Amaro de Oliveira e Emília Coelho, ingressando, posteriormente, na Academia de Música S. Pio X, em Vila do Conde, onde estudou com Álvaro Teixeira Lopes.
Desde muito novo é presença recorrente em palcos de renome nacional, com destaque para os recitais a solo nas salas mais emblemáticas do país, como no Theatro Circo de Braga, Coliseu do Porto, Teatro Municipal Rivoli, Casa da Música, Palácio da Bolsa no Porto, Palácio Nacional da Ajuda em Lisboa, Centro Cultural de Belém, Jardins de Inverno do Teatro São Luiz, entre muitos outros.
É também de salientar o sucesso obtido em diversos festivais internacionais de música, como no Festival de Música de Saint Pére de Rodes, Espanha, Dias da Música em Lisboa, Festival Internacional de Música da Póvoa de Varzim, Madeira Liszt Festival, Hommage à Yehudi Menuhin em Paris, Masters In Perfomance at Kronberg Academy, entre muitos outros palcos por toda a Alemanha, França, Polónia, Inglaterra, Áustria, Rússia, Ucrânia, Suécia, Espanha, Holanda…
Com um vasto repertório de Bach a Zimmerman, a música de câmara sempre ocupou um lugar importante na sua carreira, nomeadamente as colaborações com Christoph Poppen, Juliane Banse, Bruno Monsaingeon e Valeriy Sokolov.
Aos 12 anos de idade fez a sua estreia com orquestra na Casa da Música, interpretando o Concerto de Carlos Seixas. Desde então, tem colaborado com maestros como Theodore Kuchar, Joseph Swensen, Stefan Blunier, Martin Andre, Vladimir Lande, Vitaliy Protasov, a par de orquestras como a Orquestra Sinfónica do Porto Casa da Música, a Orquestra Filarmónica Janacek ou a Orquestra Sinfónica do Estado da Sibéria.
É detentor de 1.
os prémios em diversos concursos nacionais e internacionais, destacando- se o Concurso Internacional de Piano em San Sebastian, o Concurso Scriabin em Paris, o Concurso Santa Cecília no Porto e no Concurso Young Pianist of the North em Newcastle, Inglaterra, onde ao 1.º prémio lhe foi atribuído o título “Young Pianist of the North”. Com apenas dezasseis anos, foi premiado no 1.º Concurso da União Europeia, em Praga, onde foi representar Portugal. Entre outros prémios, recebeu em 2016 o 1.º prémio e todos os prémios especiais do
concurso internacional ZF-Musikpreis.
Teve oportunidade de trabalhar com mestres como Dmitri Bashkirov, Ferenc Rados, Galina Eguiazarova, Tatiana Zelikman, Roger Muraro, Boris Berezovsky ou Maria João Pires.
Por sua vez, já orientou masterclasses de piano em Portugal, nomeadamente na Guarda e em Chaves.
Foi bolseiro da Yamaha Musical Foundation of Europe, da Yehudi Menuhin Live Music Now Foundation, e da Fundação Calouste Gulbenkian. Em 2011 iniciou os seus estudos na Hochschule für Musik, Theater und Medien, em Hannover, na classe do reconhecido professor e pedagogo Karl-Heinz Kämmerling e Prof. Bernd Goetzke. Raúl também fez parte do corpo docente desta prestigiada universidade. Atualmente, estuda na Hochschule für Musik Hanns Eisler, com Kirill Gerstein.
Assumiu em 2018 o cargo de Diretor Artístico do Festival Internacional de Música da Póvoa de Varzim.
Ilse Eerens | A soprano belga Ilse Eerens estudou no Instituto Lemmens, em Lovaina, e na Academia da Ópera Nacional Holandesa. Recebeu o Prémio Arleen Auger no Concurso Internacional de Canto de’s-Hertogenbosch, e foi 3.ª classificada no Concurso Internacional da ARD (2006). O seu repertório estende-se do Barroco até à contemporaneidade.
Os destaques das atuações incluem La Damoiselle élue, de Debussy, com a City of Birmingham Symphony, obras de Schubert, Mozart, Bruckner e Mahler, no Festival de Takefu, no Japão, e Lobgesang, de Mendelssohn, com a MDR Sinfonieorchester Leipzig. Sendo uma convidada regular do La Monnaie, em Bruxelas, interpretou nesse palco Lucio Silla (Celia), Un ballo in maschera (Oscar) e Guillaume Tell (Jemmy), papel que repetiu no Concertgebouw de Amesterdão, e ainda Cendrillon (Noémie) de Massenet, Oedipe (Antigone) de Enesco, e Le Grand Macabre (Amanda) de Ligeti, papel que também interpretou no Teatro Colón de Buenos Aires, no Teatro dell’Opera di Roma e no Festival de Adelaide, na Austrália. Recentemente regressou ao La Monnaie como Pamina, numa nova produção de Romeo Castelucci de A flauta mágica, e estreou-se no papel de Mélisande (Pelléas et Mélisande) no Stadttheater Klagenfurt.
Em 2019 interpretou o Requiem de Mozart, com o Coro e a Orquestra Gulbenkian, no mesmo ano de As Estações de J. Haydn com a Orquestra do Século XVIII, a 9.ª Sinfonia de Beethoven, com a Het Gelders Orkest, e a Paixão segundo São Mateus de J. S. Bach, com a MDR Sinfonieorchester.
Marianne Beate Kielland | Estudou na Academia Norueguesa de Música com Svein Bjørkøy. Posteriormente foi também aluna de Oren Brown e Barbara Bonney. Iniciou a sua carreira internacional na Staatsoper Hannover e, ao longo das últimas décadas, afirmou-se como uma das principais cantoras escandinavas. O seu repertório de concerto é vasto, estendendo-se do século XVII até à música contemporânea.
As apresentações de Kielland incluem muitos dos principais palcos da Europa, da América do Norte e do Japão. Colabora regularmente com grandes orquestras e com importantes agrupamentos de música antiga, sob a direção de maestros como Herbert Blomstedt, Leonardo García Alarcón, Rinaldo Alessandrini, Fabio Biondi, Thomas Dausgaard, Fabio Luisi, Michel Corboz, Juanjo Mena, John Fiore, Philippe Herreweghe, Manfred Honeck, René Jacobs, Andrew Manze, Marc Minkowski, Vasily Petrenko, Daniel Reuss, André de Ridder, Helmut Rilling, Christophe Rousset, Jukka-Pekka Saraste, Jordi Savall, Masaaki Suzuki, Thomas Søndergård e Robin Ticciati.
Marianne Beate Kielland é muito solicitada para interpretar papéis de ópera barroca, entre os quais: Merope, em L’oracolo in Messenia de Vivaldi (numa extensa digressão com a orquestra Europa Galante); Mensageira e Proserpina, em L’Orfeo de Monteverdi; Fernando, em La fede nei tradimenti de A. Ariosti; Apollo, em Terpsichore de Händel; Ercole, em Il più bel nome de Caldara; ou Aronn, em Il Faraone Sommerso de Francesco Fago.
Realizou mais cinquenta gravações. Em 2012 foi nomeada para os Grammy, na categoria de “Melhor Álbum Vocal Clássico”, pela gravação de Veslemøy Synsk, que inclui obras de Edvard Grieg e Olav Anton Thommessen. Colabora regularmente com o pianista Nils Anders Mortensen.
Marcos Fink | Nasceu em Buenos Aires, no seio de uma família eslovena. As atuações da sua família (Quarteto Fink) motivaram-no a seguir a carreira musical e a cantar em coros desde muito cedo. Estudou com Ivan Ivanov e Victor Srugo e participou em masterclasses de Phillipe Huttenlocker, Wolfgang Schöne, Erik Werba e Aldo Baldin. Em 1988 recebeu uma bolsa de estudos para aperfeiçoar a sua formação vocal com Heather Harper e Robert Sutherland, em Londres.
Depois das primeiras atuações na Argentina, mudou-se para a Europa em 1990, tendo nesse ano concretizado a sua estreia no Festival de Salzburgo. Convidado pelo Landestheater de Salzburgo, integrou os elencos de várias óperas de Mozart durante a temporada do bicentenário da morte do compositor austríaco.
Marcos Fink aborda um repertório eclético que, ao longo da sua carreira, tem interpretado em colaboração com grandes orquestras mundiais e sob a direção de maestros como Michel Corboz, Hans Graf, Leopold Hager, Alain Lombard, Semyon Bychkov, Uwe Mund, Milan Horvat, Pinchas Steinberg, Anton Nanut, Lior Shambadal ou René Jacobs.
Realizou muitas gravações de ópera, de obras corais e de Lieder, tendo recebido numerosos prémios. Foi distinguido com o Prešernov sklad 1999, prémio de cultura da Eslovénia. O CD Canciones argentinas (Harmonia Mundi), com a sua irmã Bernarda Fink e a pianista Carmen Piazzini, foi nomeado para os Grammy, em 2006, na categoria de “Melhor Interpretação Vocal Clássica”, e para os BBC Music Awards em 2007.
Recentemente participou em produções de A flauta mágica (Sarastro) de Mozart, em Aix-en-Provence; La Perichole (Don Andrès de Ribeira) de Offenbach, em Bordéus; Der Geduldige Socrates (Sócrates) de Telemann; Agrippina (Claudio) de Händel (com gravação nomeada para os Grammy); Acis and Galatea (Polifemo) de Händel; Rappresentazione d’anima e di corpo (Mondo) de Cavalieri, na Ópera de Berlim; Don Chisciotte in Sierra Morena (Sancio Pansa) de Francesco Bartolomeo Conti; e Platée (Júpiter) de Rameau, no Concertgebouw de Amesterdão.
@ Jorge Carmona / Gulbenkian Música
Coro Gulbenkian | Fundado em 1964, conta presentemente com uma formação sinfónica de cerca de cem cantores, podendo atuar também em grupos vocais mais reduzidos. Apresenta-se tanto como grupo a cappella como em colaboração com a Orquestra Gulbenkian ou com outros agrupamentos para a interpretação das grandes obras do repertório clássico, romântico ou contemporâneo. Na música do século XX tem apresentado, frequentemente em estreia absoluta, inúmeras obras contemporâneas de compositores portugueses e estrangeiros. Tem sido igualmente para colaborar com as mais prestigiadas orquestras mundiais, entre as quais a Philharmonia Orchestra de Londres, a Freiburg Barockorchester, a Orquestra do Século XVIII, a Filarmónica de Berlim, a Sinfónica de Baden‑Baden, a Sinfónica de Viena, a Orquestra do Real Concertgebouw de Amesterdão, a Orquestra Nacional de Lyon, a Orquestra de Paris ou a Orquestra Juvenil Gustav Mahler.
O Coro Gulbenkian tem participado em importantes festivais internacionais, tais como: Festival Eurotop (Amesterdão), Festival Veneto (Pádua e Verona), City of London Festival, Hong Kong Arts Festival, Festival Internacional de Música de Macau, ou Festival d’Aix-en-Provence. Em 2015 participou, em Paris, no concerto comemorativo do Centenário do Genocídio Arménio, com a World Armenian Orchestra dirigida por Alain Altinoglu.
A discografia do Coro Gulbenkian está representada nas editoras Philips, Archiv / Deutsche Grammophon, Erato, Cascavelle, Musifrance, FNAC‑Music e Aria‑Music, tendo ao longo dos anos registado um repertório diversificado, com particular incidência na música portuguesa dos séculos XVI a XX. Algumas destas gravações receberam prestigiados prémios internacionais. Entre 1969 e 2020, Michel Corboz foi o Maestro Titular do Coro. As funções de Maestro Adjunto e de Maestro Assistente são desempenhadas por Jorge Matta e Inês Tavares Lopes, respetivamente.
@ Jorge Carmona / Antena 2
Orquestra Gulbenkian | Em 1962 a Fundação Calouste Gulbenkian decidiu estabelecer um agrupamento orquestral permanente. No início constituído apenas por doze elementos, foi originalmente designado por Orquestra de Câmara Gulbenkian. Ao longo de mais de cinquenta anos de atividade, a Orquestra Gulbenkian (denominação adotada desde 1971) foi sendo progressivamente alargada, contando hoje com um efetivo de sessenta instrumentistas que pode ser pontualmente expandido de acordo com as exigências de cada programa de concerto.Esta constituição permite à Orquestra Gulbenkian interpretar um amplo repertório que se estende do Barroco até à música contemporânea. Obras pertencentes ao repertório corrente das grandes formações sinfónicas tradicionais, nomeadamente a produção orquestral de Haydn, Mozart, Beethoven, Schubert, Mendelssohn ou Schumann, podem ser dadas pela Orquestra Gulbenkian em versões mais próximas dos efetivos orquestrais para que foram originalmente concebidas, no que respeita ao equilíbrio da respetiva arquitetura sonora.
Em cada temporada, a Orquestra Gulbenkian realiza uma série regular de concertos no Grande Auditório Gulbenkian, em Lisboa, em cujo âmbito tem tido ocasião de colaborar com alguns dos maiores nomes do mundo da música, nomeadamente maestros e solistas. Atua também com regularidade noutros palcos em diversas localidades do país, cumprindo desta forma uma significativa função descentralizadora. No plano internacional, por sua vez, a Orquestra Gulbenkian foi ampliando gradualmente a sua atividade, tendo até agora efetuado digressões na Europa, na Ásia, em África e nas Américas.
No plano discográfico, o nome da Orquestra Gulbenkian encontra-se associado às editoras Philips, Deutsche Grammophon, Hyperion, Teldec, Erato, Adès, Nimbus, Lyrinx, Naïve e Pentatone, entre outras, tendo esta sua atividade sido distinguida, desde muito cedo, com diversos prémios internacionais de grande prestígio.