Temporada Gulbenkian Música
10 Novembro | 19h00
Grande Auditório
da Fundação Calouste Gulbenkian
Sibelius, Chopin e Beethoven
Alexandra Dovgan, piano
Orquestra Gulbenkian
Direção de Risto Joost
Programa
Jean Sibelius – En Saga, op. 9
Fryderyk Chopin – Concerto para Piano e Orquestra n.º 2, em Fá menor, op. 21
Ludwig van Beethoven – Sinfonia n.º 7, em Lá maior, op. 92
Após as estreias fulgurantes na anterior temporada Gulbenkian Música, o maestro Risto Joost e a pianista Alexandra Dovgan regressam ao Grande Auditório para se juntarem à Orquestra Gulbenkian na interpretação do Concerto para Piano n.º 2 de Chopin.
Alvo dos maiores elogios por parte de Grigory Sokolov, que lhe prevê um futuro grandioso, Alexandra Dovgan é, ainda adolescente, um dos maiores talentos pianísticos mundiais. Trevor Pinnock, outro dos seus admiradores, afirma que Dovgan “descobre uma afinidade natural com as composições que interpreta, imbuindo a música de quietude, esplendor e respiração”.
Transmissão direta
Apresentação: Pedro Ramos
Produção: Alexandra Louro de Almeida, Reinaldo Francisco
Alexandra Dovgan | Nasceu em 2007 no seio de uma família de músicos. Iniciou os seus estudos musicais aos quatro anos de idade. Aos cinco anos o seu raro talento permitiu-lhe ingressar de imediato na Escola Central de Música do Conservatório de Moscovo, onde estuda atualmente com a professora Mira Marchenko. Foi premiada em competições internacionais, incluindo o Concurso Internacional de Piano Vladimir Krainev, em Moscovo, o Concurso Internacional para Jovens Pianistas “Astana Piano Passion” e o Concurso Internacional de Televisão para Jovens Músicos “The Nutcracker”. Tinha apenas dez anos quando recebeu o “Grande Prémio” do 2.º Concurso Internacional “Grand Piano Competition”, com direção artística de Denis Matsuev.
Apesar de ser ainda muito jovem, Alexandra Dovgan já se estreou em algumas das mais prestigiadas salas de concertos: em 2018 tocou no concerto de abertura do Festival Internacional de Piano do Teatro Mariinsky, em São Petersburgo, com Denis Matsuev e Valery Gergiev. Em 2019 apresentou-se pela primeira vez na Philharmonie de Berlim e no Concertgebouw de Amesterdão, no âmbito das Meesterpianisten Series de Marco Riaskoff. Em julho do mesmo ano, impressionou de novo o público e a crítica com um recital no Festival de Salzburgo. O ano terminaria com um recital no Théâtre des Champs-Élysées, em Paris.
Apesar da pandemia, no outono de 2020 apresentou-se em vários concertos: regressou a Salzburgo para tocar com a Mozarteum Orchestra, sob a direção de Trevor Pinnock; em Liubliana tocou com a Filarmónica Eslovena e Philipp von Steinaecker; e em Lugano tocou com a Orchestra della Svizzera e François Leleux. Em 2021 destacam-se recitais no Konzerthaus de Viena, no Prinzregententheater de Munique, no Théâtre des Champs-Élysées, no Tonhalle de Zurique, no Festival de Piano do Vale do Ruhr (Duisburg), no Festival Internacional de Piano de Brescia e Bergamo, e ainda em Turim, Milão, Basileia e Copenhaga, entre outras cidades. Concertos com orquestra incluíram a Filarmónica de Estocolmo e o maestro Ton Koopman, a Sinfónica de Barcelona e Kazushi Ono, a Orquestra de Câmara de Basileia e Umberto Benedetti Michelangeli. Em junho de 2021, Gustavo Dudamel convidou-a a tocar o Concerto para Piano n.º 2 de Beethoven, com a Mahler Chamber Orchestra, em Burgos.
Para além da desenvoltura técnica e de uma sonoridade de extrema beleza e precisão, Alexandra Dovgan é uma pianista com grande carisma em palco, transmitindo uma distinta personalidade e uma grande espontaneidade criativa.
Risto Joost | A versatilidade do jovem maestro estónio tem sido reconhecida nos domínios do concerto e da ópera. Maestro em Residência na Ópera Nacional da Estónia, ocupou já as posições relevantes de Maestro Principal da Orquestra de Câmara de Tallinn e de Diretor Artístico do Coro da Rádio MDR de Leipzig. Desde 2020/21, é Diretor Artístico e Maestro Principal do Teatro Vanemuinel, em Tartu, na Estónia.
Como maestro convidado, Risto Joost dirigiu a Filarmónica de Helsínquia, a Filarmónica de Bergen, a Orquestra da Ópera Norueguesa, a Filarmónica de Tampere, a Tapiola Sinfonietta, a Sinfónica de Trondheim, a Filarmónica dos Países Baixos, a Filarmónica de Dortmund, a Württembergisches Kammerorchester Heilbronn, a Sinfónica da Rádio de Praga, a Filarmónica Janáček, a Filarmónica de Brno, a Orquestra de Câmara de Lausanne, a Orquestra de Câmara dos Países Baixos, a Orquestra do Teatro La Fenice, a Sinfónica Nacional da Letónia e a Sinfónica Nacional da Estónia, entre outras orquestras. Além disso, colaborou com o RIAS Kammerchor, o SWR Vokalensemble, o Coro da Rádio de Berlim, o Coro da Rádio Sueca e o Coro de Câmara Filarmónico da Estónia. No domínio da ópera, dirigiu mais de vinte estreias. O seu repertório estende-se do Barroco até à música contemporânea.
A discografia de Risto Joost inclui três álbuns (Ondine) dedicados ao compositor estónio Tõnu Korvits: You are Light and Morning, com a Orquestra de Câmara de Tallinn e o Coro de Câmara Filarmónico da Estónia; Hymns to the Nordic Lights, com a Sinfónica Nacional da Estónia; e Moorland Elegies. Gravou também obras de J. Haydn, Peeter Vähi e Arvo Pärt.
Pelas suas atividades artísticas na Estónia e no estrangeiro, Risto Joost foi distinguido no seu país com o Prémio de Música (2016) e com o Prémio Jovem Figura Cultural da República da Estónia (2011). Foi também premiado nos concursos de direção Malko (2015) e Jorma Panula (2012).
Risto Joost estudou na Academia de Música da Estónia e na Universität für Musik und darstellende Kunst Wien. Em 2008 concluiu uma pós-graduação em direção de orquestra, com Jorma Panula, no Royal College of Music, em Estocolmo. Em 1999 fundou o coro de câmara Voces Musicales/Voces Tallinn, na Estónia. Foi Diretor Artístico do Birgitta Festival Tallinn, em 2017 e 2018.
Orquestra Gulbenkian | Em 1962 a Fundação Calouste Gulbenkian decidiu estabelecer um agrupamento orquestral permanente. No início constituído apenas por doze elementos, foi originalmente designado por Orquestra de Câmara Gulbenkian. Ao longo de mais de cinquenta anos de atividade, a Orquestra Gulbenkian (denominação adotada desde 1971) foi sendo progressivamente alargada, contando hoje com um efetivo de sessenta instrumentistas que pode ser pontualmente expandido de acordo com as exigências de cada programa de concerto.Esta constituição permite à Orquestra Gulbenkian interpretar um amplo repertório que se estende do Barroco até à música contemporânea. Obras pertencentes ao repertório corrente das grandes formações sinfónicas tradicionais, nomeadamente a produção orquestral de Haydn, Mozart, Beethoven, Schubert, Mendelssohn ou Schumann, podem ser dadas pela Orquestra Gulbenkian em versões mais próximas dos efetivos orquestrais para que foram originalmente concebidas, no que respeita ao equilíbrio da respetiva arquitetura sonora.
Em cada temporada, a Orquestra Gulbenkian realiza uma série regular de concertos no Grande Auditório Gulbenkian, em Lisboa, em cujo âmbito tem tido ocasião de colaborar com alguns dos maiores nomes do mundo da música, nomeadamente maestros e solistas. Atua também com regularidade noutros palcos em diversas localidades do país, cumprindo desta forma uma significativa função descentralizadora. No plano internacional, por sua vez, a Orquestra Gulbenkian foi ampliando gradualmente a sua atividade, tendo até agora efetuado digressões na Europa, na Ásia, em África e nas Américas.
No plano discográfico, o nome da Orquestra Gulbenkian encontra-se associado às editoras Philips, Deutsche Grammophon, Hyperion, Teldec, Erato, Adès, Nimbus, Lyrinx, Naïve e Pentatone, entre outras, tendo esta sua atividade sido distinguida, desde muito cedo, com diversos prémios internacionais de grande prestígio.
Fotos Jorge Carmona / Antena 2