21 Julho | 21h00
Realização e Apresentação: Reinaldo Francisco
Produção: Susana Valente
Gravação da Antena 2 / RTP
no antigo Picadeiro Real
do Museu Nacional dos Coches, em Lisboa,
Orquestra Metropolitana de Lisboa
Bruno Belthoise, piano
Raquel Camarinha, soprano
Michaël Cousteau, maestro
Raquel Camarinha, soprano
Michaël Cousteau, maestro
Programa
Fernando Lopes-Graça – Sinfonieta (Homenagem a Haydn)
Anne Victorino d’Almeida – Concerto para Piano e Orquestra
Benjamin Attahir – O Pescador e a Lua
Maurice Ravel – Ma mère l’Oye
Proposta do maestro Michaël Cousteau e do pianista Bruno Belthoise para a Saison Croisée France-Portugal 2022 – iniciativa conjunta dos governos dos dois países –, este programa coloca em destaque obras musicais dos dois países.
Numa convergência de estéticas e cruzamentos temáticos, dispõe quatro compositores em espelho: Maurice Ravel e Benjamin Attahir representam França; Fernando Lopes Graça e Anne Victorino d’Almeida representam Portugal, para lá de coincidirem na particularidade de ambos terem fortes afinidades com aquele outro país. Temos, portanto, duas referências da História da Música do século XX, lado a lado com duas figuras com provas dadas na criação musical dos nossos tempos.
Mais sobre este concerto, aqui.
Bruno Belthoise | Concertista, criador e improvisador, é Laureado pela Fondation Laurent-Vibert, e recebe o Prémio da Fondation de France em 1988. Obtém em seguida o Diplôme Supérieur d’Exécution da École Normale de Musique de Paris em 1989 e é "Révélation Classique" de l’ADAMI em 1997.
Solista e membro fundador do Trio Pangea, foram-lhe dedicadas várias obras de compositores contemporâneos como Emmanuel Hieaux, Alexandre Delgado, Bernard de Vienne, Fernando Lapa e Sérgio Azevedo.
É regularmente convidado para participar em festivais em França e no estrangeiro e interpreta um repertório que se estende desde Bach aos compositores do nosso tempo.
Com mais de 30 Cds a sua discografia é um exemplo do seu percurso como intérprete criativo.
Apaixonado pela arte do conto que associa ao seu piano, realizou para o público jovem numerosos concertos narrativos e gravou álbuns para La Librairie Sonore de Frémeaux & Associés.
Nas suas pesquisas de partituras, tem descoberto e divulgado a música de compositores portugueses através de recitais e conferências pelo mundo. O seu trabalho é apoiado por instituições como a Fundação C. Gulbenkian, Instituto Camões, Ministério da Cultura, Antena 2.
Raquel Camarinha | Iniciou os seus estudos musicais aos cinco anos, formando-se em piano e flauta transversal. Fascinada desde sempre pelo canto e pelo teatro, realizou a sua formação vocal e teatral inicial em Portugal, tendo interpretado os seus primeiros papéis operáticos aos 19 anos (Zerlina, Barbarina), em Lisboa. Em seguida aperfeiçoou-se em França e obteve, em 2011, o Mestrado de Canto no Conservatório Nacional Superior de Música e Dança de Paris, na classe de Chantal Mathias, e em 2013 os Diplomas de Artista Intérprete “Canto” e “Reportório Contemporâneo e Criação”.
Desde cedo foi elogiada pela crítica pelo seu timbre fresco e luminoso, assim como inteligência do seu trabalho de atriz: “É o prodígio da voz nua de Raquel Camarinha que mais impressiona. Cantora e atriz, passando por todos os registos da voz humana, ela interpreta em todos os sentidos da palavra.” (resmusica.com)
Raquel Camarinha foi nomeada para os Victoires de la Musique Classique 2017, na categoria “Revelação Artista Lírico”, e laureada em vários concursos nacionais e internacionais: em 2011, 1.º prémio no Concurso Nacional de Canto Luísa Todi e “Melhor Intérprete Feminino” da Armel Opera Competition (Hungria). No mesmo ano, com o pianista Satoshi Kubo, recebeu o “Prix de Duo” do Concours International de Chant-Piano Nadia et Lili Boulanger. Em 2013, foi 1.º Prémio e Prémio do Público no Concurso de Canto Barroco de Froville.
Em palco, Raquel Camarinha interpreta um repertório variado, sendo especialmente considerada pela crítica nas suas interpretações de Mozart (Pamina, Susanna, Zerlina) e de Händel (Morgana, Almirena, Bellezza).
Atuou em quatro temporadas consecutivas no Théâtre do Châtelet, em Paris, nas produções Il re pastore (Mozart), Orlando Paladino (Händel), La pietra del paragone (Rossini) e Carmen la Cubana (Ravel /Renshaw).
Para além dos principais palcos franceses – Chorégies d’Orange, Opéra Comique, Philharmonie de Paris – apresentou-se também noutros países da Europa (Alemanha, Bélgica, Espanha, Hungria, Itália, Lituânia, Holanda, Polónia, Portugal, Suíça) e no Japão. A sua interpretação de La Voix Humaine, de Poulenc, foi elogiada pela crítica como “um espectáculo único e excepcional”.
No domínio da música de câmara, colabora com o pianista Yoan Héreau, interpretando os grandes ciclos do repertório da mélodie francesa e do Lied. Em concerto, colaborou com prestigiados artistas como Renaud Capuçon, Henri Demarquette, Ophélie Gaillard, Hervé Pierre ou Brigitte Fossey, com os ensembles Intercontemporain, Pulcinella, Matheus e Remix e com maestros como T. Sokhiev, D. A. Miller, A. van Beek, R. Benzi, E. Pomàrico, Jean-Claude Malgoire e Jean-Christophe Sinoposi.
É também grande o seu interesse pelo reportório contemporâneo, tendo estreado obras de vários compositores portugueses e estrangeiros, nomeadamente duas óperas de Luís Tinoco, Evil Machines (2008) e Paint Me (2010), além de La Passion de Simone, de K. Saariaho, e Giordano Bruno, de Francesco Filidei.
Desenvolve uma estreita colaboração com o compositor Benjamin Attahir, tendo estreado a ópera Le Silence des Ombres e a peça para voz, violino e orquestra Je / suis / Ju / dith.
Colabora frequentemente com a televisão e rádio em França (France 2, LCI, Arte, France Musique, Radio Classique, RFI) e e em Portugal (RTP2, Antena 2). Em 2014, a France Musique dedicou-lhe uma emissão no âmbito do programa Génération Jeunes Interprètes, de Gaelle Le Gallic. Em disco, Raquel Camarinha gravou para a Naxos obras para soprano e orquestra de Luís Tinoco, assim como um CD de obras contemporâneas para ca
nto e piano intitulado Apparitions.
Michaël Cousteau | O maestro francês estabeleceu-se internacionalmente como um músico de invulgar versatilidade, regendo repertório operístico e sinfónico que vai do barroco em instrumentos de época a obras contemporâneas.
Na Europa, Cousteau foi convidado a reger a Orquestra Nacional de Lyon, a Orquestra Nacional de Montpellier, a Orquestra Sinfónica e Lírica de Nancy e de Lorraine, a Orquestra de Cannes, a Orquestra de Berlim Landes Jungend, a Orquestra Filarmónica do Luxemburgo, a Orquestra da Rádio Kamer da Holanda e Orquestra Sinfónica da Rádio da Holanda. Foi maestro assistente de Gary Bertini na Opéra National de Paris, Zoltan Pesko na Deutsche Oper am Rhein (Düsseldorf), e Emmanuel Krivine na Orquestra Nacional de Lyon e na Orquestra Français des Jeunes (Orquestra Juvenil Nacional Francesa).
Cousteau atua regularmente na China. As suas apresentações como convidado, desde 2012, incluem concertos com a Orquestra da Ópera de Wuhan, a Orquestra Filarmónica de Xiamen e a Orquestra Sinfónica de Shenzhen. Na primavera de 2016, dirigiu a Orquestra Sinfónica Nacional da China no prestigiado Festival de Música Moderna de Pequim e foi convidado pelo Conservatório de Música de Sichuan e pelo Conservatório de Wuhan para conduzir orquestras estudantis e dar masterclasses de regência. Durante 2017, viajou três vezes para Taiwan para dar masterclasses de direção de orquestra nas universidades mais prestigiadas do país e para dirigir a Nova Orquestra Filarmónica de Taoyuan em concerto. Em junho de 2018, dirigiu a Orquestra Filarmónica de Sichuan e, em novembro de 2018, a Orquestra Sinfónica da Academia de Artes Cénicas de Hong Kong.
De 2014 a 2016, dirigiu no Festival Sourat no Líbano, inclusive com a Orquestra Filarmónica Libanesa.
Desde 2006, com o apoio dos Institutos Franceses, dirige a Orquestra Sinfónica Real de Omã, a Orquestra de Câmara de Moscovo, a Orquestra da Rádio da Bielorrússia e a Orquestra Nacional da Bielorrússia e, na Roménia, a Filarmónica Mihail Jora, a Filarmónica Moldova e a Banatul Orquestra Filarmónica, a Orquestra Sinfónica de Bangkok, a Orquestra Sinfónica Nacional do Vietnam , a Orquestra Filarmónica das Filipinas e a Orquestra Sinfónica Nusantara da Indonésia.
Tem-se apresentado regularmente ao longo de sua carreira com renomados solistas instrumentais (Nicholas Angelich, Nguyen Bich Tra, Hung-Kuan Chen, Dana Ciocarlie, Nicolas Dautricourt, Laure Favre-Kahn, Ophélie Gaillard, David Grimal, David Guerrier, Sébastien van Kuijk, Marisa Mercade, Michel et Pascal Moraguès, Bruno et Régis Pasquier, Nicolaï Petrov, Suzanne Ramon, Juliana Steinbach, Raoul Sunico, Georges Pludermacher, Cédric Tiberghien, Chen Xi…) e acompanhando inúmeros cantores (Jean-Noël Briend, Isabelle Calls, Jean-Pierre Furlan, Sophie Marin-Degor, Cécile Perrin, Nikolaï Schukoff, Maryseult Wieczorek…).
Cousteau é conhecido por desenvolver uma programação inovadora que coloca compositores canónicos e menos conhecidos, incluindo elementos locais e ocidentais, em diálogos entre si para abordar questões de importância internacional. Além disso, tem um forte interesse em ressuscitar joias musicais esquecidas, inclusive em instrumentos de época. A sua abordagem artística leva-o a recorrer a artistas do mundo do teatro (Nathalie Bécue, Cyril Bothorel, Yann-Joël Collin, Marc Ernotte…), da dança (Helena Cueto, Emmanuelle Huynh) e do teatro musical (Sophie Boucheron, Vincent Heden, Neima Naouri, Marie Oppert, Julien Salvia…).
Tem dirigido regularmente as orquestras do Conservatório Nacional Superior de Música de Paris (CNSMDP), depois de ter fundado várias orquestras no sistema de conservatórios de Paris onde ensinou direção de orquestra. Deu várias masterclasses em Omã, Tailândia, Indonésia, Filipinas, China e Taiwan.
Ciente da importância de reunir diversas comunidades de músicos, Cousteau atua como Diretor Musical da Orquestra EDF (Electricité de France) desde 2010. Neste sentido, amadores tocam ao lado de músicos profissionais; juntos, realizam mais de dez concertos por temporada nas melhores salas de concerto da França, incluindo Salle Pleyel, Théâtre des Champs-Élysées, a nova Philharmonie em Paris, Halles aux Grains de Toulouse, Corum de Montpellier e muitos outros.
Cousteau aprendeu violoncelo e pianodesde a infância. Durante os seus estudos, foi homenageado com prémios por direção de orquestra, análise musical, orquestração e composição musical no Conservatoire de Reims e no Conservatoire de Paris. Também estudou com Julius Kalmar e Karl Osterreicher (Hochschule für Musik, Viena, Áustria) e participou de masterclasses com Myung Wung Chung (Accademia Chigiana de Sienna, Itália) e Yuri Ahronovitch (Riva Music Festival, Itália). Cousteau foi selecionado por Ton Koopman e Peter Eötvös durante as Kiril Kondrashin Master Classes na Holanda para conduzir a Netherlands Radio Kamer Orchestra no Beurs van Berlage e a Netherlands Radio Symphony Orchestra no Konzertgebouw (Amsterdão).
Cousteau também possui mestrado em história pela Universidade Paris-Sorbonne.
A Orquestra Metropolitana de Lisboa (OML) é pedra angular de um projeto que se estende além do formato habitual de uma orquestra clássica. Quando se apresentou pela primeira vez em público, no Mosteiro dos Jerónimos a 10 de junho de 1992, anunciou o propósito de fazer confluir as missões artística, pedagógica e cívica por intermédio de uma gestão otimizada de recursos e uma visão ampla e integrada de todas as vertentes do fenómeno musical. Sempre apoiada pela Câmara Municipal de Lisboa, por instituições governamentais do Estado e por vários municípios do entorno geográfico, e uma vez completadas quase três décadas de atividade, o valor da aposta é hoje consensualmente reconhecido, não somente pelos resultados alcançados, mas sobretudo pela relevância que tem no atual panorama musical do país.
Constituída por 35 músicos de 10 nacionalidades diferentes, um terço dos quais formados na Academia Superior da Metropolitana (ANSO), a OML é bastante versátil. Multiplica-se com frequência em agrupamentos de música de câmara e junta-se regularmente aos alunos para formar uma orquestra de dimensão sinfónica. Esta plasticidade tem-lhe permitido interpretar um leque de repertório que se estende do barroco à contemporaneidade, passando pela ópera e pelas grandes sinfonias românticas. Já estreou obras de grande parte dos compositores portugueses no ativo e, para lá da música que se reconhece na tradição clássica europeia, toca ainda outros estilos e tradições, tendo já partilhado palco com os Xutos e Pontapés, Carlos do Carmo, Rui Veloso, Mário Laginha, Tito Paris, Sérgio Godinho e muitos outros. Tem conseguido, deste modo, dirigir-se ao público melómano, mas também às famílias e a toda a comunidade escolar, chegar junto das pessoas através do entusiasmo que todos sentimos pela música.
Na vez de concentrar as suas atuações numa única sala de concertos, a OML tem vindo a consolidar uma implantação territorial que irradia a partir da cidade de Lisboa para os concelhos mais próximos, e mais espaçadamente para todo o continente e arquipélagos. Ao longo do seu historial também já tocou em França, Bélgica, Espanha, Cabo Verde, Índia, Tailândia, Coreia do Sul, Japão e China. Conta mais de dois milhares de concertos efetuados em formação orquestral, 16 CD e 1 DVD gravados, para lá de muitas transmissões radiofónicas e televisivas. Tocou com alguns dos mais notáveis solistas nacionais, entre eles Maria João Pires, Sequeira Costa, António Rosado, Artur Pizarro, Pedro Burmester, Elisabete Matos, Gerardo Ribeiro, Vasco Barbosa, Paulo Gaio Lima e Ana Bela Chaves, e também com prestigiados solistas internacionais, como Montserrat Caballé, Jose Carreras, Leon Fleisher e Natalia Gutman. Entre muitos, foi dirigida pelos maestros Enrique Dimecke, Arild Remmereit, Christopher Hogwood, Theodor Guschlbauer, Emilio Pomàrico e, mais regularmente, Nicholas Kraemer, Brian Schembri (Maestro Titular em 2003/2004), Olivier Cuendet, Enrico Onofri e Michael Zilm. As direções artísticas da OML foram sucessivamente confiadas a Miguel Graça Moura – fundador do projeto -, Jean-Marc Burfin, Álvaro Cassuto, Augustin Dumay, Cesário Costa e Pedro Amaral. Pedro Neves é, desde janeiro de 2021, Diretor Artístico e Maestro Titular.
Constituída por 35 músicos de 10 nacionalidades diferentes, um terço dos quais formados na Academia Superior da Metropolitana (ANSO), a OML é bastante versátil. Multiplica-se com frequência em agrupamentos de música de câmara e junta-se regularmente aos alunos para formar uma orquestra de dimensão sinfónica. Esta plasticidade tem-lhe permitido interpretar um leque de repertório que se estende do barroco à contemporaneidade, passando pela ópera e pelas grandes sinfonias românticas. Já estreou obras de grande parte dos compositores portugueses no ativo e, para lá da música que se reconhece na tradição clássica europeia, toca ainda outros estilos e tradições, tendo já partilhado palco com os Xutos e Pontapés, Carlos do Carmo, Rui Veloso, Mário Laginha, Tito Paris, Sérgio Godinho e muitos outros. Tem conseguido, deste modo, dirigir-se ao público melómano, mas também às famílias e a toda a comunidade escolar, chegar junto das pessoas através do entusiasmo que todos sentimos pela música.
Na vez de concentrar as suas atuações numa única sala de concertos, a OML tem vindo a consolidar uma implantação territorial que irradia a partir da cidade de Lisboa para os concelhos mais próximos, e mais espaçadamente para todo o continente e arquipélagos. Ao longo do seu historial também já tocou em França, Bélgica, Espanha, Cabo Verde, Índia, Tailândia, Coreia do Sul, Japão e China. Conta mais de dois milhares de concertos efetuados em formação orquestral, 16 CD e 1 DVD gravados, para lá de muitas transmissões radiofónicas e televisivas. Tocou com alguns dos mais notáveis solistas nacionais, entre eles Maria João Pires, Sequeira Costa, António Rosado, Artur Pizarro, Pedro Burmester, Elisabete Matos, Gerardo Ribeiro, Vasco Barbosa, Paulo Gaio Lima e Ana Bela Chaves, e também com prestigiados solistas internacionais, como Montserrat Caballé, Jose Carreras, Leon Fleisher e Natalia Gutman. Entre muitos, foi dirigida pelos maestros Enrique Dimecke, Arild Remmereit, Christopher Hogwood, Theodor Guschlbauer, Emilio Pomàrico e, mais regularmente, Nicholas Kraemer, Brian Schembri (Maestro Titular em 2003/2004), Olivier Cuendet, Enrico Onofri e Michael Zilm. As direções artísticas da OML foram sucessivamente confiadas a Miguel Graça Moura – fundador do projeto -, Jean-Marc Burfin, Álvaro Cassuto, Augustin Dumay, Cesário Costa e Pedro Amaral. Pedro Neves é, desde janeiro de 2021, Diretor Artístico e Maestro Titular.
Fotos Jorge Carmona / Antena 2