18 abril | 19h00
Auditório do Liceu Camões
Entrada gratuita
Zeca Afonso – Estudos musicais para dois violoncelos
Pedro do Carmo, violoncelo
Lluïsa Paredes, violoncelo
Eva Aguilar, violoncelo e composição
Programa
10 Canções de Zeca Afonso arranjadas para dois violoncelos
O Avô Cavernoso (1972)
Balada do Outono (1960)
De Sal de Linguagem Feita (1979)
Era um Redondo Vocábulo (1973)
Canção de Embalar (1968)
Ó Ti Alves (1972)
Agora (1985)
Canção Vai… e Vem (1963)
Cantar Alentejano (1971)
Venham Mais Cinco (1973)
Nesta apresentação oficial do projeto Zeca Afonso – Estudos Musicais para dois violoncelos, são interpretadas dez canções de Zeca Afonso, arranjadas para dueto de violoncelos. As canções, tal como o percurso do cantautor, são contrastantes: partindo do fado à incorporação de diferentes ritmos africanos, conjugando improvisação e experimentação com vários elementos expressivos da música tradicional portuguesa.
Este projeto visa fundir o legado musical de Zeca Afonso com a herança histórica do violoncelo, a partir dos ensinamentos do violoncelista Paulo Gaio Lima. A sua vontade era tocar e disseminar a música de José Afonso de uma forma global, que pudesse incluir na sua prática musical do dia a dia enquanto professor de violoncelo. O facto destes arranjos serem duetos para violoncelo é a sua inspiração na prática dos antigos mestres violoncelistas que, ao comporem estudos para os seus alunos, incluíam uma segunda voz de acompanhamento, tocada pelo próprio mestre (num fraterno gesto de apoio para com o aluno, no momento de grande pressão característico da performance).
Este projeto é apoiado pela DGArtes, no âmbito das Comemorações Oficiais dos 50 anos do 25 de Abril.
Concerto gravado pela Antena 2
Produção: Anabela Luís, Cristina do Carmo
Pedro do Carmo (2001) | Iniciou os estudos musicais em violoncelo aos 5 anos de idade na Academia de Música de Lisboa na classe de Daniela de Brito. Prossegue os estudos na Escola Superior de Música de Lisboa (ESML), onde estudou com Paulo Gaio Lima e posteriormente com Levon Mouradian, acabando a licenciatura no HKU Utrechts Conservatorium com Jeroen den Herder. Foi na ESML que aprofundou a vertente de Música de Câmara com Paulo Pacheco, e em Utrecht com Sebastian Koloski e Viola de Hoog (ensemble de música antiga). Ao longo do percurso académico, teve a oportunidade de trabalhar com nomes conceituados do violoncelo, tais como Xavier Gagnepain, Johannes Moser, Maria de Macedo, Tsuyoshi Tsutsumi, Claudio Bohórsquez, Filipe Quaresma, Lluis Claret, Vivien Mackie, Leonid Gorokhov, Job ter Haar, Ophélie Gaillard, Marc Coppey, Gideon den Herder ou Kyril Zlotnikov.
Tem realizado vários recitais, destacando-se a sua prestação a solo na Fundação Franz Schubert / Academia dos Violoncelos de Santa Cristina, promovidos por Maria de Macedo; na Cello Academie Zutphen, Países Baixos; no recital final da Masterclass de Johannes Moser, Teatro Nacional de São Carlos. Também participou em diversos concursos, sendo vencedor do 1º Prémio do Concurso Vecchi-Costa na sua segunda edição.
Foi membro da Jovem Orquestra Portuguesa entre 2017 e 2020, com a qual fez várias digressões, nomeadamente a Berlim (atuando no festival Young Euro Classic, na prestigiada Konzerthaus Berlin) e à Roménia (no Festival Vară Magică, Bucareste), bem como várias apresentações pelo país. Integrou a Jovem Orquestra de Espanha (JONDE), através do programa MusicExchange.
Participou nos Encontros Internacionais de Música Antiga da Casa de Mateus, trabalhando com músicos de renome nesta área, como Jacques Ogg, Peter Croton ou Job ter Haar. Tem aprofundado a prática de música contemporânea e música mista, sendo membro da academia do Sond’Ar-te Electric Ensemble, guiada pelo compositor Miguel Azguime e pelo maestro Pedro Neves. É também o violoncelista do ConcrèteLab Ensemble.
Atualmente, Pedro estuda com Jeroen den Herder na Codarts Rotterdam, em mestrado. É co-fundador do FIMC- Festival Internacional de Música de Câmara, Associação Musical. Paralelamente, e em conjunto com Eva Aguilar e Lluïsa Paredes, desenvolve o projeto “Zeca Afonso- Estudos Musicais para dois violoncelos”, financiado pela Direcção-Geral das Artes, em parceria com as Comemorações Oficiais dos 50 anos do 25 de abril.
Lluïsa Paredes(1999) | Nasceu em Girona, na Catalunha (Espanha). Iniciou os estudos musicais aos 6 anos na Escola de Música de Sant Gregori (Willems education) em piano, começando no ano seguinte os estudos em violoncelo na mesma instituição. Em 2011 entrou no Conservatori de Música Isaac Albéniz de Girona, onde estudou violoncelo com Josep Bassal, piano com Carles Lama e aulas de canto com Carmen Rodríguez. Estudou também a técnica de composição Contraponto com Miquel Sunyer, ganhando o gosto pelos arranjos e composições musicais para o seu instrumento de eleição, o violoncelo.
Em 2017 inicia uma nova etapa da sua carreira artística em Lisboa, onde ingressa na licenciatura em performance na Academia Nacional Superior de Orquestra com os professores Paulo Gaio Lima e Marco Pereira, terminando em 2020. Aqui integrou projetos com a Orquestra Metropolitana de Lisboa, enquanto reforço.
Para além do percurso académico, participou em vários projetos artísticos de diversas áreas, tais como o filme Absència, e em 2014 e o filme El nostre llarg silenci; participação em espetáculos de teatro com o grupo “Cor de Teatre”, como Ombres i llums; a composição original da banda sonora do documentário A la recerca del jo, em 2018; a participação no espetáculo Entre el tot i el res.
Atualmente frequenta o mestrado em performance na Codarts Rotterdam (Países Baixos), onde estuda com Jeroen den Herder.
Eva Aguilar (2002) | Jovem artista portuguesa, licenciada em composição pela Escola Superior de Música de Lisboa, segundo orientação de Luís Tinoco, Carlos Caires e Jaime Reis. Paralelamente, enquanto intérprete, estuda canto e violoncelo e integra o Coro Juvenil da Universidade de Lisboa, dirigido por Erica Mandillo, tendo participado em festivais em Vesoul, Turim, Basileia, Estrasburgo, Zurique, Perpignan, Bilbao, Cork, Amsterdão e concertos na Fundação Calouste Gulbenkian (com a pianista Maria João Pires), Casa da Música, Centro Cultural de Belém, Teatro São Luiz, Assembleia da República, Panteão Nacional, entre outros.
Entre 2020 e 2023, selecionada pelo Plus-Minus Ensemble (UK), Divertimento Ensemble (IT), Ensemble Orbis (FR), HERMESensemble (BE), Centre Henri Pousseur (BE), Festival MIXTUR (ES), BoCA Sub 21 – Biennial of Contemporary Arts, Arte no Tempo, Sentidos Ilimitados, Projecto DME, Companhia de Dança de Almada, Companhia Nacional de Bailado (PT), para escrever obras tocadas em espaços/eventos como: Festival Dialogues (Edimburgo), Festival Rondò 22 (Milão), Festival DME (Lisboa Incomum), Festival Música Viva (O’Culto da Ajuda), COMPOTA (espectáculos de improvisação multidisciplinar), Centro de Arte Contemporânea de Almada, Teatro Aveirense, Estúdios Victor Córdon, Aula Magna da Reitoria da Universidade de Lisboa, Iglesia de San Juan Bautista (Pasaia/Leioa), Castelo de Alden-Biesen (Limburgo), Pôle Pixel – GRAME – centre national de création musicale (Lyon), entre outros.
Recentemente convidada para ser ‘Compositora em residência’ na Jovem Orquestra Portuguesa, com uma nova obra a ser estreada na Konzerthaus (Berlim), em 2024.