Os efeitos da pandemia da Covid-19 no mundo da cultura
Profissionais e organizações uniram-se em grupos nas redes sociais, para criar mecanismos de resposta imediata, como a entrega de cabazes alimentares a trabalhadores que precisam de ajuda. Ao mesmo tempo, procuram chamar a atenção para problemas estruturais que se arrastam há décadas no setor da cultura.
Uma em cada quatro pessoas que trabalham na cultura em Portugal desempenha a sua atividade por conta própria. Os dados constam da nota estatística do Eurostat, divulgada pelo Gabinete de Estratégia, Planeamento e Avaliação Culturais (GEPAC), assinalando que “esta proporção é significativamente superior à que se verifica para o total do emprego”.
No contexto da União Europeia, Portugal surge quase no fim da lista – é o quarto país com menor peso de emprego cultural no total do emprego (3,3%). Abaixo estão apenas a Roménia, a Bulgária e a Eslováquia.
Mas a precariedade no setor da cultura é um conceito ao mesmo tempo tão enraizado e tão pouco sustentado em números concretos. Pouco se sabe sobre os trabalhadores da cultura em Portugal.
A ministra da cultura promete resolver “de uma vez por todas” o estatuto profissional da cultura. Graça Fonseca garante que até ao final do ano será possível encontrar soluções para questões como a intermitência, as contribuições para a Segurança Social ou o estatuto fiscal perante as Finanças.