Lua Cheia – Arte na Aldeia
uma iniciativa da Companhia Peripécia Teatro
De Fevereiro a Julho 2017
Serões culturais em noites de lua cheia, na aldeia de Coêdo
Ao longo de vários meses, em cada Lua Cheia, a aldeia recebe diferentes espectáculos de companhias nacionais de teatro.
A Antena 2 foi até Trás-os-Montes, a Coêdo, conhecer esta iniciativa onde se faz, e se une, cultura e arte.
Uma noite na aldeia marcada pelas tradições de celebração da natureza, mas também pela evocação da aprendizagem e da partlha pela oralidade, e na qual se proporciona, como disse um dos participantes, uma “visão alargada da vida”.
Para ouvir a reportagem de Isabel Meira / Antena 2, em Coêdo, na noite de 11 de Abril, clicar aqui.
Programação:
– a 10 de Fevereiro, a companhia Teatro O Bando com a peça “Ti Miséria”, baseada num conto tradicional galego
– a 12 de Março, a companhia Leirena, com a peça “O Inferno Está a Morrer”
– a 11 de Abril, a companhia Didascália apresenta “Prelúdio, A Mulher Selvagem”
– a 10 de Maio, a companhia Acert apresenta “Um Urso com Poucos Miolos”
– a 9 de Junho, Peripécia Teatro apresenta uma sessão especial, com a projecção ao ar livre do filme “Até ao Canto do Galo”
– a 9 de Julho, o Teatro Regional da Serra do Montemuro apresenta a peça “Exploradores da Serra”
Quando a lua marca a agenda
Ao longo de seis meses a companhia Peripécia Teatro organiza serões culturais na antiga escola primária de Coêdo, atual sede desta companhia teatral, com o objetivo de contribuir para o renascer da da vida cultural e festiva dos meios rurais.
A comunidade é convidada a assistir aos diferentes espectáculos, num ambiente intimista e descontraído, na antiga sala de aula que ainda mantem o quadro de ardósia numa das paredes.
O preço do ingresso é trazer um farnel ‘Bep’, ”bebida e petisco”, que no final do espetáculo é partilhado por todos.
Entre os dois momentos, há também lugar a uma breve tertúlia, na qual artistas e público conversam e trocam opiniões e experiências.
Na sala de espetáculos, em círculo e sentados em fardos de palha, dispõe-se o público: homens e mulheres, com mais ou menos idade, dos 75 anos de muitas luas às apenas 5 luas de vida, com gente da aldeia ou gente de urbes próximas.
Sentam-se as gentes, como nos antigos serões de aldeia em volta de uma lareira, contando histórias, trocando memórias, escutando e aprendendo com quem tem para dizer.
Os artistas sentam-se a par do público, ora confundindo-se ora diferenciando-se, pelas vozes e cantos, pelos gestos expressivos, interpretativos de “Prelúdio, A Mulher Selvagem”, numa encenação despojada de uma visualidade, desnecessária, pela evocação de um imaginário e de simbolismo tão próprios da cultura da ruralidade.
Depois do espetáculo, montam-se as mesas. Traz-se o farnel, a “bebida e petisco” de cada um e de todos, partilhando mais uma vez, outras histórias e memórias de outrora, entre as gentes da aldeia e as que vêm, em animadas conversas com sabores da terra e alumiadas pela Lua Cheia que abraça a aldeia.
Peripécia Teatro
é uma companhia transnacional, fundada em 2004 por dois atores espanhóis e um português – Noelia Domínguez, Angel Fragua e Sérgio Agostinho – e sedeada na escola primária desativada da aldeia de Coêdo, perto da cidade de Vila Real.
Sérgio Agostinho, diretor criativo da companhia.
Reportagem audio de Isabel Meira, fotos de Jorge Carmona, na noite de Lua Cheia de 11 de Abril, na aldeia de Coêdo, em Vila Real.
Edição de LDSantos