22 e 23 Outubro | 21h00
Teatro São Luiz
Sala Luís Miguel CintraRetrato Miguel Azguime 60 anos
Sala Luís Miguel CintraRetrato Miguel Azguime 60 anos
O Teatro São Luiz recebe dois concertos em torno da música do compositor Miguel Azguime que, em 2020, completa 60 anos. A 22 de outubro, sobem ao palco o Sond’Ar-te Electric Ensemble e a jovem soprano Camila Mandillo, sob a direção do maestro Pedro Neves e com Miguel Azguime como narrador, para interpretarem um programa monográfico. A 23 de Outubro é a vez da apresentação da ópera Itinerário do Sal, uma das mais relevantes e originais obras de Azguime, para voz, vídeo e electrónica.
22 Out. | Sond’Ar-te Electric Ensemble interpreta Miguel Azguime
Pedro Neves, maestro
Camila Mandillo, soprano
Miguel Azguime, recitante
Sílvia Cancela, flauta
Nuno Pinto, clarinete
Vítor Vieira, violino
Filipe Quaresma, violoncelo
Elsa Silva, piano
João Dias, percussão
Paula Azguime, sound design
@ Jorge Carmona / Antena 2
23 Out. | Ópera | Itinerário do Sal
@ Jorge Carmona / Antena 2
Programa
Miguel Azguime (1960) Ícone I – dorna de madeira e escada de madeira
Intermezzo da ópera A Laugh to Cry – soprano & piano (2013)
De Part et d’Autre – flauta, clarinete, piano, violino, violoncelo & live electronics (2011) Trabalho Poético I: árvore – soprano, flauta, clarinete, piano, violino, violoncelo & live electronics (2016)
sobre poema homónimo de Carlos de Oliveira
De Part et d’Autre – flauta, clarinete, piano, violino, violoncelo & live electronics (2011) Trabalho Poético I: árvore – soprano, flauta, clarinete, piano, violino, violoncelo & live electronics (2016)
sobre poema homónimo de Carlos de Oliveira
Mestre Gato ou o Gato de Botas – recitante, flauta, clarinete, piano, violino, violoncelo & live electronics (2009)
texto de Charles Perrault “eroticamente revisitado” por Miguel Azguime
texto de Charles Perrault “eroticamente revisitado” por Miguel Azguime
@ Jorge Carmona / Antena 2
23 Out. | Ópera | Itinerário do Sal
Miguel Azguime, composição, textos e performance
Paula Azguime, desenho de som, electrónica em tempo real, encenação e vídeo
Perseu Mandillo, realização vídeo e vídeo em tempo real
André Bartetzki, programação vídeo
Miso Studio, desenvolvimento tecnológico
Perseu Mandillo, realização vídeo e vídeo em tempo real
André Bartetzki, programação vídeo
Miso Studio, desenvolvimento tecnológico
Reflexão sobre a Criação e a Loucura, a ópera multimédia Itinerário do Sal gira em torno da linguagem, da palavra-sentido e da palavra-som; ambas tratadas como dimensões da voz, da voz enquanto extensão do corpo e ambas totalmente integradas na construção cénica como projeção tangível da ressonância das palavras através do som e da imagem. Áudio, Vídeo e processamento eletrónico em tempo real associados à projeção espacial da voz, da poesia, do gesto, da música e do traço, desenvolvem uma polifonia de sentidos, um contraponto de significados, uma exuberância de emoções. Um performer/autor em palco talha ao vivo novos trilhos na música eletrónica; o som, a luz, as imagens e o movimento como que desenhados, pintados ou esculpidos, desafiam de forma poderosa, intensa e emocionante as convenções e os limites entre Música, Teatro e Ópera.
@ Jorge Carmona / Antena 2
No palco, o compositor, o poeta, o ator, juntos, num só, conduzem-nos através do seu mundo interior, que é decerto o do criador, mas que é também e simultaneamente a imagem e à imagem de tantos outros itinerários, caminhos, inspirações, demandas… do seu itinerário pessoal a que chama de Sal – o mesmo Sal que representa a sua resistência, a sua vontade, a sua essência e a sua multiplicidade; uma substância fundamental, manifestação de conhecimento e de sabor.
@ Jorge Carmona / Antena 2
Miguel Azguime | Nasceu em 1960 em Lisboa. Distinguido pela sua versatilidade e por possuir um vasto leque de recursos dentro do idioma contemporâneo, o seu universo musical reflecte uma abordagem que se baseia nas suas capacidades multifacetadas enquanto compositor, performer e poeta. Esta sua tridimensionalidade desafia concomitantemente uma certa visão quase mística da arte. Os inícios do seu percurso musical são marcados pela participação em várias formações de jazz e improvisação, pelos estudos de flauta barroca e de percussão (com Catarina Latino e Gaston Sylvestre) e também pela participação em vários cursos de composição, por exemplo nos Cursos de Verão de Darmstadt; tendo também frequentado seminários com Emmanuel Nunes e estudado a título privado com Tristan Murail em Paris.
Um momento decisivo do seu percurso como criador ocorreu em 1982, e nasceu do contacto com o flautista Pierre-Yves Artaud (professor de Paula Azguime), que desenvolveu consideravelmente novas técnicas instrumentais na flauta e que activamente propiciou a composição de novas obras para flauta em colaboração estreita com os compositores. Este tipo de abordagem marcou fortemente o Miso Ensemble, um duo de flauta e percussão, criado por Paula e Miguel Azguime em 1985, que desde o início se distinguiu pela procura de uma outra forma de fazer música, pela procura de um outro som e timbre, de um outro tipo de organização sonora, através do uso de amplificação e de meios electrónicos. O Miso Ensemble construiu um percurso singular no panorama musical português que se evidencia pela originalidade dos programas apresentados em concerto e pela diversidade das obras criadas para o duo.A partir dos anos 90, Paula e Miguel Azguime enquanto dupla artística, começaram a desenvolver a sua actividade também no estrangeiro, com colaborações várias com outros intérpretes; altura também em que Miguel Azguime iniciou uma transição na escrita composicional, de uma forma mais livre no seio do Miso Ensemble para uma forma mais rigorosa de escrita para outros músicos e outras formações, com a utilização quase sistemática de meios electrónicos em tempo real. Conjuntura esta que propiciou a afirmação de Miguel Azguime enquanto compositor.
Deste período destacam-se peças como Une Aile Pourvu qu’Elle Soit du Cygne para piano de 1993; Yuan Zhi Yuan de 1997, encomenda da Fundação Oriente para 2 cantores solistas, grupo instrumental tradicional chinês e coro, obra que reflecte o interesse particular de Miguel Azguime pela filosofia milenar chinesa; “Para Lá dos Mares” conjunto de peças electroacústicas composta para o Pavilhão do Conhecimento dos Mares da Expo 98; De l’Étant qui le Nie para piano e electrónica em tempo real de 1998, encomenda do Ministério da Cultura. Paralelamente a um gradual reconhecimento nacional e internacional das suas obras, apresentadas nos festivais dedicados à criação musical e interpretadas por ensembles, solistas e maestros de relevância em Portugal e pelo mundo inteiro, Miguel Azguime permanece dedicado à promoção e difusão da música contemporânea e em particular de compositores portugueses tanto como fundador da Miso Music Portugal, como diretor artístico da editora independente Miso Records e do Festival Música Viva desde 1992, assim como fundador do Miso Studio e do Sond’Ar-te Electric Ensemble.
Em 1995 desenvolveu também a Orquestra de Altifalantes, um projecto sem precedentes no panorama musical português e dedicado exclusivamente à interpretação da música electroacústica. Enquanto investigador tem trabalhado no âmbito do desenvolvimento da música por computador em tempo real, dando preleções e cursos neste campo.
Em 2003, juntamente com Paula Azguime, fundou o Centro de Investigação & Informação da Música Portuguesa, uma plataforma de comunicação e base de dados online com informação detalhada sobre o património musical português do presente para o passado, incluindo documentos, edição e distribuição de partituras; projecto de utilidade pública que reflecte uma preocupação com a perenidade e o conhecimento do património musical português e que afirma ao mesmo tempo a defesa perseverante e interventiva da criação musical contemporânea e subjacentemente uma reflexão sobre o papel da Arte e do criador na nossa sociedade. Em 2006 Miguel Azguime foi compositor residente da DAAD em Berlim, contexto que propiciou a criação e produção da ópera multimédia Itinerário do Sal, e que constitui, de certo modo, o culminar de um processo de integração entre escrita poética e escrita musical e que conduziu também a uma nova forma de colaboração criativa no seio do Miso Ensemble, com o desenvolvimento, implementação e consolidação de processos criativos conjuntos, iniciados com Paula Azguime para as obras Yuan Zhi Yuan e O Centro do Excêntrico do Centro do Mundo de 2002 que envolvem, encenação e imagem; e mais recentemente, a ópera infantil, A Menina Gotinha de Água sobre o poema original de Papiniano Carlos composta para o Coro Infanto-Juvenil da Universidade de Lisboa em 2010 e a nova ópera A Laugh to Cry cuja estreia decorreu no dia 27 de Setembro de 2013 durante o Festival Internacional de Música Contemporânea Outono de Varsóvia seguida de uma digressão à Suécia em Outubro. A ópera foi encomendada pelo Festival Internacional de Música Contemporânea Outono de Varsóvia com o apoio da Ernst von Siemens Music Foundation.
Um momento decisivo do seu percurso como criador ocorreu em 1982, e nasceu do contacto com o flautista Pierre-Yves Artaud (professor de Paula Azguime), que desenvolveu consideravelmente novas técnicas instrumentais na flauta e que activamente propiciou a composição de novas obras para flauta em colaboração estreita com os compositores. Este tipo de abordagem marcou fortemente o Miso Ensemble, um duo de flauta e percussão, criado por Paula e Miguel Azguime em 1985, que desde o início se distinguiu pela procura de uma outra forma de fazer música, pela procura de um outro som e timbre, de um outro tipo de organização sonora, através do uso de amplificação e de meios electrónicos. O Miso Ensemble construiu um percurso singular no panorama musical português que se evidencia pela originalidade dos programas apresentados em concerto e pela diversidade das obras criadas para o duo.A partir dos anos 90, Paula e Miguel Azguime enquanto dupla artística, começaram a desenvolver a sua actividade também no estrangeiro, com colaborações várias com outros intérpretes; altura também em que Miguel Azguime iniciou uma transição na escrita composicional, de uma forma mais livre no seio do Miso Ensemble para uma forma mais rigorosa de escrita para outros músicos e outras formações, com a utilização quase sistemática de meios electrónicos em tempo real. Conjuntura esta que propiciou a afirmação de Miguel Azguime enquanto compositor.
Deste período destacam-se peças como Une Aile Pourvu qu’Elle Soit du Cygne para piano de 1993; Yuan Zhi Yuan de 1997, encomenda da Fundação Oriente para 2 cantores solistas, grupo instrumental tradicional chinês e coro, obra que reflecte o interesse particular de Miguel Azguime pela filosofia milenar chinesa; “Para Lá dos Mares” conjunto de peças electroacústicas composta para o Pavilhão do Conhecimento dos Mares da Expo 98; De l’Étant qui le Nie para piano e electrónica em tempo real de 1998, encomenda do Ministério da Cultura. Paralelamente a um gradual reconhecimento nacional e internacional das suas obras, apresentadas nos festivais dedicados à criação musical e interpretadas por ensembles, solistas e maestros de relevância em Portugal e pelo mundo inteiro, Miguel Azguime permanece dedicado à promoção e difusão da música contemporânea e em particular de compositores portugueses tanto como fundador da Miso Music Portugal, como diretor artístico da editora independente Miso Records e do Festival Música Viva desde 1992, assim como fundador do Miso Studio e do Sond’Ar-te Electric Ensemble.
Em 1995 desenvolveu também a Orquestra de Altifalantes, um projecto sem precedentes no panorama musical português e dedicado exclusivamente à interpretação da música electroacústica. Enquanto investigador tem trabalhado no âmbito do desenvolvimento da música por computador em tempo real, dando preleções e cursos neste campo.
Em 2003, juntamente com Paula Azguime, fundou o Centro de Investigação & Informação da Música Portuguesa, uma plataforma de comunicação e base de dados online com informação detalhada sobre o património musical português do presente para o passado, incluindo documentos, edição e distribuição de partituras; projecto de utilidade pública que reflecte uma preocupação com a perenidade e o conhecimento do património musical português e que afirma ao mesmo tempo a defesa perseverante e interventiva da criação musical contemporânea e subjacentemente uma reflexão sobre o papel da Arte e do criador na nossa sociedade. Em 2006 Miguel Azguime foi compositor residente da DAAD em Berlim, contexto que propiciou a criação e produção da ópera multimédia Itinerário do Sal, e que constitui, de certo modo, o culminar de um processo de integração entre escrita poética e escrita musical e que conduziu também a uma nova forma de colaboração criativa no seio do Miso Ensemble, com o desenvolvimento, implementação e consolidação de processos criativos conjuntos, iniciados com Paula Azguime para as obras Yuan Zhi Yuan e O Centro do Excêntrico do Centro do Mundo de 2002 que envolvem, encenação e imagem; e mais recentemente, a ópera infantil, A Menina Gotinha de Água sobre o poema original de Papiniano Carlos composta para o Coro Infanto-Juvenil da Universidade de Lisboa em 2010 e a nova ópera A Laugh to Cry cuja estreia decorreu no dia 27 de Setembro de 2013 durante o Festival Internacional de Música Contemporânea Outono de Varsóvia seguida de uma digressão à Suécia em Outubro. A ópera foi encomendada pelo Festival Internacional de Música Contemporânea Outono de Varsóvia com o apoio da Ernst von Siemens Music Foundation.