A BoCA – Bienal de Arte Contemporânea pretende proporcionar diálogos entre as artes visuais, as artes cénicas, a música e a performance, concebendo uma série de atividades continuadas ao longo de cada dois anos, compostas por residências artísticas, programação, produção, circulação nacional e internacional, e programa educativo onde dialogam diversas expressões artísticas, e dando a ver o que por vezes é invisível em Portugal e trazendo de outros países o que ainda não chegou cá.
Nesta sua 2ª edição, tem Braga como cidade convidada, propondo mais uma vez a
descentralização da oferta cultural através da expansão da representatividade e visibilidade dos artistas e dos seus projectos a nível local, nacional e internacional.
Em 2019, a BoCA solidifica a sua linha programática, expandindo a sua colaboração com
diversas instituições e equipamentos culturais e artísticos: teatros, museus, galerias, centros culturais mas também discotecas, igrejas e espaço público. Programação que continua e se alarga na encomenda de novas criações de artistas que desenvolvem linguagens extradisciplinares; no desafio para a criação de novas obras em territórios estrangeiros àqueles de que os autores são especialistas; na apresentação de obras que revelam novas e marginais identidades de artistas internacionais; e na recontextualização espacial de criações existentes, potenciando novas leituras, também elas com o obetivo de ser inclusivas de públicos de circuitos e sensibilidades diversos.
Durante mês e meio, 52 artistas ocupam os 37 espaços de apresentação, em Lisboa, Porto e Braga, com obras de escalas e formatos diversos, das quais 22 em estreias mundiais e 15 estreias nacionais, com ênfase nas políticas de identidade, de raça e de género, e continua a refletir sobre as dimensões do ritual e do sagrado do tempo presente.
Os artistas residentes da BoCA no biénio 2019-2020 são Marlene Monteiro Freitas, Horácio Frutuoso, Diana Policarpo e Gerard & Kelly.
Nomes a que se juntam mais 48, dos quais: Marina Abramovic com a instalação Spirit House, inaugurada em 1997, no Matadouro das Caldas da Rainha e não mais exposta em Portugal; a estreia absoluta de Beyoncé Mass, de Yolanda Norton, celebração religiosa de adoração feminina que usa a música e a vida pessoal de Beyoncé como uma ferramenta que promove um discurso de empoderamento sobre os marginalizados e esquecidos, particularmente as mulheres negras – as suas vidas, os seus corpos e as suas vozes; Gonçalo M. Tavares & Os Espacialistas propõem Os Animais e o Dinheiro, três conferências-performance sobre as potencialidades artísticas do quotidiano; o conceituado fotógrafo Wolfgang Tillmans dá o seu primeiro concerto em Portugal, Volmir Cordeiro apresenta a sua nova coreografia e interpretação baseada na poesia de Bertolt Brecht sobre a guerra, em ‘Rua’; Jonathan Saldanha apresenta-se no Teatro de S. Carlos; as INMUNE estão, pela 1a vez no Porto, na Mala Voadora e Maus Hábitos; Tânia Bruguera apresenta o seu trabalho pela primeira vez em Lisboa, através de uma nova instalação pensada para o espaço público; o coro Gulbenkian interpreta Stimmung, uma das mais notáveis obras de Karlheinz Stockhausen na discoteca Lux.
Participam também artistas como Pedro Barateiro, Angélica Liddell, Gabriel Ferrandini, Mariana Tegner Barros, Milo Rau, João Pais Filipe, João Pedro Rodrigues & João Rui Guerra da Mata, Ryan Trecartin, Otolith Group, Joana da Conceição, Kukuruz Quartet, Volmir Cordeiro, Maria Trabulo, Adolfo Luxúria Canibal, ou ainda Rui Chafes com Vera Mantero, com uma performance Comer o Coração adaptada ao espaço cénico da Sala Garrett do Teatro D. Maria II, em Lisboa.
Destaque também para o o projecto de formação e criação musical Sente-me, Ouve-me, Vê-me, concebido por John Romão, diretor artístico de BoCA, que parte da série homónima de Helena Almeida, de 1978-1979, e visa homenagear através da música contemporânea uma das maiores artistas do século XX e XXI. Em parceria com 3 universidades de música, de 3 cidades (Lisboa, Porto e Braga) e reunindo 3 curadores (Ana Cristina Cachola, Delfim Sardo, Filipa Oliveira) e 2 compositores (Dimitrios Andrikopoulos e Diogo Alvim) que assinam a tutoria do projecto, Sente-me, Ouve-me, Vê-me é exemplar nos diálogos que promove entre diferentes artes, e no incentivo à criação artística, objetivos maiores desta Bienal de Arte Contemporânea – BoCA.
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