22 Novembro a 7 Dezembro
Idanha-a-Nova
Concertos | Cinema | Exposição | Natureza | Gastronomia
A 8ª edição do Fora do Lugar volta a Idanha-a-Nova, com música, histórias, passeios, filmes, conversa, troca e aprendizagem, bagagem de cá e de lá e descoberta em lugares inesperados…
Este Festival Internacional de Músicas Antigas é hoje um dos projectos culturais mais relevantes na área da música na região de Idanha, pondo em diálogo diferentes formas e tempos da música desafia a uma atitude perante as músicas antigas, abordando, de um forma inovadora, os diálogos decorrentes dos conceitos binómios de erudito/popular e antigo/contemporâneo.
Idanha-a-Nova assume atualmente uma significativa dimensão patrimonial, sendo desde 2015, Cidade Criativa da UNESCO, considerada Reserva da Biosfera em 2016, e pelo seu Geopark Naturtejo da Meseta Meridional, o primeiro geoparque em Portugal e a primeira classificação UNESCO da região.
Sob a direção artística de Filipe Faria, este festival é o resultado da parceria entre a produtora Arte das Musas e o Município de Idanha-a-Nova (e com o apoio do Ministério da Cultura e da Direcção Geral das Artes), e assume-se como uma proposta do mundo rural virado para o país, para a Península Ibérica e para a Europa.
A 29 de novembro, o festival vai até à aldeia de Toulões, com o Ensemble Allettamento, de Mario Braña Gómez e Elsa Pidre Carballa, a uma viagem através da música dos séculos XVI e XVII. E no dia seguinte é a vez dos Milo Ke Mandarini Quartet (Espanha, Grécia) com música mediterrânea e da Noite Cheia do Festival que conta ainda com exposições, concertos, gastronomia e cinema documental.
O último fim de semana começa com o Concerto Campestre (Portugal), em Segura, e encerra, no dia seguinte, novamente em Idanha-a-Velha, com a cantora e tocadora de ‘oud’ Waed Bouhassoun (Síria), com uma música muito ligada às suas raízes e como expressão da sua própria identidade.
O festival promove ainda um conjunto de outras actividades paralelas.
Entrada livre
29 Nov. | 21h30
Entrada livre
Idanha-a-Nova
Centro Cultural Raiano
Milo ke Mandarini Quartet
Espanha Grécia
Entrada livre
Entrada livre
22 Nov. | 21h30
Idanha-a-Velha, Antiga Sé
Entrada livre
Alternative History Quartet
Inglaterra Suécia Argentina EUA
Programa
Al son de los arroyuelos
No dormía
So ell encina
Under the greenwood tree (William Shakespeare (1564-1616))
E.J. Moeran e Philip Heseltine (também conhecido como Peter Warlock) eram companheiros de bebida e partilharam algum tempo uma casa na década de 1920, sensivelmente na época em que as peças de hoje à noite foram compostas. “River God’s Song” e “Under the Greenwood Tree” são da suite coral de Moeran “Songs of Springtime”, enquanto “Oh Fair Enough are Sky and Plain” começou por ser um dos muitos arranjos de A.E. Housman para voz e piano. Ambos os compositores foram atraídos pelo verso medieval e renascentista – “River God’s Song” e “Sleep” são da autoria de John Fletcher (1579-1625) – e Heseltine editou The Sackbut, uma das primeiras publicações sobre música antiga. Moeran, Dunhill e Pope estudaram no Royal College of Music, em Londres. Pope, que também era cantor e pianista, ganhou uma bolsa para trabalhar com Nadia Boulangier em Paris, onde os seus estudos foram interrompidos pela invasão alemã de 1940. Tendo sobrevivido à guerra, sucumbiu aos Irmãos de Plymouth, uma ordem cristã evangélica com pouca importância para a música, além de melodias de hinos entoadas com fervor. Embora tenha deixado o movimento em 1971, a sua carreira nunca recuperou e o músico deixou uma colecção substancial de músicas e canções corais inéditas que remontam à idade de ouro da música inglesa do início do século XX. Os três genuínos compositores renascentistas no programa são Thomas Campion (1567-1620), John Danyel (1564-1626) e o esquivo Mr. Picforth, todos eles poetas, cantores e tocadores de alaúde.
O próprio Sting gravou a música de John Dowland e Peter Warlock. Homens da Renascença, todos eles. A excepção a toda esta mistura (ou, talvez, adulteração) da história é Arvo Pärt, mas, ao manter a prática renascentista, Pärt fica frequentemente satisfeito por fazer o arranjo das suas próprias obras para quem estiver disponível para tocá-las. “Pari Intervallo” foi originalmente concebida como uma peça para órgão, tendo surgido posteriormente sob muitas formas diferentes, e tem uma notável semelhança com “In Nomine” do desconhecido Mr. Picforth. A versão para dois alaúdes que ouvirá esta noite recebeu a bênção do compositor (“Toquem mais rápido…!”).
23 Nov. | 21h30
Ladoeiro, Saipol/Hortas d’Idanha
Entrada livre
Karoliina Kantelinen, voz, kantele, flautas de madeira, tambor xamânico
Finlândia
Programa
Ecos da Carélia | Paisagens e Emoções da Natureza Finlandesa
1. Soittelemma Soutusalmen Suorimaista (Yoik), Trad. Viena Karelia/Karoliina Kantelinen (K.K.)
2. Karon Joiku (Yoik de_of Karo), K.K.
3. Gatzi-Ma K.K.
4. Kaunis Katriina (Balada sobre a bonita Katriina_Ballad about beautiful Katriina), K.K.
5. Kehto (Berço_Cradle), K.K.
6. Um Lamento/A Lament Trad. Skolt Sámi/Lapónia/K.K.
7. Maan Maria (Mãe Terra Maria_Mother Earth Maria), Trad./K.K.
8. Poikien virsi (Yoik sobre cantar_Yoik about singing), Trad. Viena Karelia/K.K.
9. Yoik da viúva/Widow’s Yoik Trad. Viena Karelia/K.K.
10. Iänyeni (Feitiço do lobo_Wolf’s spell), K.K.
11. En mie huoli K.K./Jan Schulte-Tigges
12. Ellös huolta huomisesta (Não te preocupes com o amanhã_Don’t worry about tomorrow), K.K.
3. Uma música sobre uma rapariga que não aceita homem algum. Todos os rapazes da aldeia são bêbados ou feios.
4. A bela Katriina procura um pretendente, mas não existe nenhum à altura. Um homem forte do norte deseja conquistar o coração de Katriina. Começa, então, a sua longa viagem para ver Katriina, mas o mar é mais poderoso do que o forte cavaleiro.
5. Uma canção de embalar para uma criança falecida. A mãe canta para o filho para este voltar ao seu ventre.
6. Nesta canção, inspirei-me num lamento escolto sobre as saudades da terra perdida.
8. Esta canção caracteriza-se por uma verdadeira fusão. Podemos ouvir os diferentes componentes do yoik carélio, uma melodia de jouhikko (lira curvada) acompanhada de kantele.
9. Um yoik de mexerico sobre um rapaz que gosta de uma viúva.
10. Esta canção refere-se ao processo de encontrar uma voz própria. Ao mesmo tempo, é um feitiço para proteger os lobos dos caçadores.
11. Canção sobre raparigas da aldeia que escolhem os rapazes mais bonitos.
12. Esta é uma canção para proteger de preocupações e tristeza.
Karoliina Kantelinen é cantora e etnomusicóloga especializada em diferentes estilos de canto étnico. Formas de cantar étnicas e bluegrass, bem como uma voz clássica e naturalmente expressiva, ressoam do mesmo instrumento. Com a sua voz inconfundível de ampla extensão vocal, é também conhecida por ser uma cantora cuja capacidade única abrange uma variedade de emoções, desde a angústia à sensibilidade compassiva. Como missão musical, Karoliina Kantelinen revitalizou e dominou a tradição perdida dos antigos yoiks e lamentos de Viena Karelia.
Conhecida por desafiar as antigas ideias e conceitos relativos à interpretação de yoiks carélios, Kantelinen usa os estilos tradicionais fino-úgricos como inspiração para novas composições contemporâneas de base popular. Compõe, igualmente, para diversos ensembles.
Kantelinen é uma doutorada recém-formada em Música pelo Departamento de Música Folclórica da Sibelius-Academy. Estudou igualmente canto clássico no conservatório de Nápoles e formou-se na Universidade de Helsínquia (Mestre em Musicologia).
Tem uma longa carreira como solista, tendo realizado digressões a solo no Japão, Alemanha, Suíça, França, Bélgica, Espanha, Canadá, Sérvia e em muitos outros países. Em 2017 e 2018, Kantelinen apresentou-se com o grupo Värttinä no espectáculo Terra de Kalevala, na Ópera Nacional Finlandesa. Em 2013, realizou concertos nas Salas de Concertos e de Música de Câmara da Filarmónica de Berlim, com a sua composição sinfónica “Karelia Yoik” (Kantelinen-Kähler). No verão de 2010, foi escolhida para representar a Finlândia no festival EBU, no âmbito do TFF Rudolstadt. Karoliina Kantelinen faz-se acompanhar por kanteles de 10 e 14 cordas e por diversas flautas tradicionais, que a própria toca.
29 Nov. | 21h30
Toulões, Junta de Freguesia
Entrada livre
Ensemble Allettamento
Espanha
Programa
L´Anghisciola
Sarabanda
La Molza
Preludio
Giga
Adagio
Tempo di gavotta
Presto
Andante
Presto
Allegro
Largo
Allegro
Allegro con Brio
Adagio
Allegro
O Triunfo do diálogo é um convite para uma viagem através da evolução da música para violino e violoncelo nos séculos XVII e XVIII. Através do repertório musical proposto neste programa, os espetadores podem ver de que forma a comunicação entre os dois instrumentos mudou ao longo do tempo.
Embora o compositor sugira que ambos os instrumentos devam tocar a linha de baixo, o autor afirma claramente no prefácio a sua preferência pelo violone enquanto instrumento de acompanhamento, na medida em que é “mais adequado e garante um melhor efeito”.
Um novo estilo de diálogo entre o violino e o violoncelo surge em meados do século XVIII. O violoncelo abandona progressivamente o papel de acompanhamento e assume a sua própria identidade. O público terá a oportunidade de observar esta evolução em dois compositores contemporâneos, C. Tessarini e G.B. Platti.
Com o compositor italiano G.B. Cirri, a música torna-se mais homogénea entre estes dois instrumentos e, juntamente com o grande desenvolvimento técnico do violoncelo, o diálogo ficou, por fim, consolidado.
Concerto Secreto
Turquia Portugal
30 Nov. | 21h30
Idanha-a-Nova
Centro Cultural Raiano
Espanha Grécia
Carlos Ramírez, sanfona, gurdy, bağlama, lavta, yaylı tanbur
Isabel Martín, voz, bendir, pandeiret, pandeiro quadrado
Miriam Encinas, Laffitte flauta de bisel, viella, dilruba, bendir, pandeiro quadrado
Christos Barbas, ney, kaval, tsambouna, lavta, flauta de bisel
Programa
Puncha-Puncha/Nihavent Yürük Trad. Sefardita, Carlos Ramírez 2014
Cantharellus Espanha, La Vera, 2016, Carlos Ramírez
La Molinera Espanha, Salamanca, Carlos Ramírez 2016
Manyana i manyana Trad. Sefardita, Carlos Ramírez & Isabel Martín 2016
Dendritsi Grécia, Trácia, Trad.
Nana Espanha, Zamora, Trad.
Petrounino Bulgária, Trad.
Baile Sanabrés Espanha, Zamora, Trad.
Em 2016, lançaram o primeiro álbum, La vereda de la gitana, um nome que se refere ao percurso de 3 km que une as suas próprias aldeias de Sonseca e Mazarambroz, em Toledo (Espanha). Grandes mestres como Eliseo Parra, Efrén López e Christos Barbas colaboraram neste álbum. Este novo projeto inclui canções sefarditas, melodias mediterrânicas tradicionais e música com raízes ibéricas, além das suas próprias composições, deixando espaço para a improvisação e expressando, deste modo, uma relação muito pessoal e íntima com estes tipos de melodias. As suas músicas foram tocadas em algumas das mais conhecidas estações de rádio de Espanha, com críticas muito positivas.
Este álbum foi apresentado em formato de quarteto (com a participação de Miriam Encinas e Christos Barbas) em festivais nacionais e internacionais, como Les Nuits du Laberinthe (Genebra, Suíça, 2017), Xàbia Folk (Alicante, Espanha, 2017), WOMAD (Cáceres, Espanha, 2018) Polirritmia (Valência, Espanha, 2018), Music Sundays (Creta, Grécia, 2018) e Roots and Sprouts (Leipzig, Alemanha, 2018).
6 Dez. | 21h30
Segura, Associação D.C.R. Segurense
Entrada livre
Concerto Campestre
Portugal
César Nogueira, violino barroco
Baile de los dichos diabolos
Folias Echas para N. Sra. Dona Tarolina de Carallenos
Andante
Allegro assai
Está bem, pronto, terás a tua chaconne, apesar da ópera já tresandar a música Okay, fine, you’ll have your chaconne, even though the opera is already overflowing with music.
Este termo, que no nosso idioma pode significar hoje em dia “festa alegre e ruidosa” tem um significado musical muito específico. Refere-se a um tipo de número musical que é baseado numa sequência harmónica que se repete, sobre a qual um ou mais instrumentos melódicos improvisam ou realizam variações mais ou menos virtuosas do tema inicial. Há quem diga que a sua origem é especificamente portuguesa, mas se tal pode não ser consensual certo é que a sua origem é definitivamente ibérica a julgar pelas “follies d’espagne” que Marin Marais mandou imprimir no seu segundo livre de peças de viola da gamba em 1701.
Este programa pretende trazer um pouco deste ambiente de fim de festa de outros séculos num formato de bolso, sendo ele próprio um grande “ostinato”, no qual “obstinadamente” e repetidamente apresentamos vários destes “ostinatos” que tantos compositores da época inspiraram.
7 Dez. | 21h30
Idanha-a-Velha, Antiga Sé
Entrada livre
Waed Bouhassoun, Voz, oud
Síria
Safar | As Almas Reencontradas
“Vou buscar inspiração à minha cultura e à sua poesia e espiritualidade. As notas que toco no meu oud – que nunca me abandona – são palavras que, quando reunidas, formam uma
linguagem por meio da qual posso expressar a minha alegria, o meu amor, a minha dor e também a do meu país, que sofre e está a ser dilacerado. A música é essencial para mim. Dá ritmo a todos os momentos do meu dia e da minha vida. Vivo com música e para
a música. Não me imagino a existir sem ela. É a minha ligação à minha terra natal, à minha família e aos meus amigos. É tudo para mim.”
Waed Bouhassoun é oriunda do sul da Síria e nasceu numa aldeia perto de Sweida, no seio de uma família de amantes da música: o pai deu-lhe um pequeno oud quando tinha apenas sete anos de idade. Provém da mesma região que os cantores Asmahan e Farid El Atrache, e desde muito cedo foi exposta a “outras formas de música que não as do seu país natal”, já que, em criança, os pais levaram-na para morar durante dois anos no Iémen, onde descobriu a música local em encontros de mulheres. Continuou a estudar o seu instrumento e, de seguida, entrou no Conservatório de Damasco, na época fortemente influenciado pela música ocidental.
Em 2009, gravou o seu primeiro CD, La Voix de l’Amour, na colecção do Instituto do Mundo Árabe, e, no mesmo ano, recebeu o prémio Coup de Coeur da Académie Charles Cros. Em 2014, gravou o seu segundo CD a solo para a Buda Musique em Paris: L’Âme du luth é um álbum para voz e oud, no qual executa as suas próprias composições para os poemas de Adonis, Al Hallaj, Qays Ibn al-Mulawwah (conhecido como o Louco por Layla), Ibn Zaydun, Sohrawardi e Ibn Arabi. Este álbum também ganhou um prémio Coup de Coeur da Académie Charles Cros em 2015.
Assim, quando a Cité de la Musique lhe pediu para participar num ciclo de homenagem a Oum Kalthoum, ela preparou, com a companhia de um pequeno ensemble, uma jornada musical das canções mais antigas às canções da década de 1960, para um concerto que esgotou assim que começou a venda de bilhetes, e que foi novamente apresentado, com o mesmo sucesso, na TAP – Scène Nationale de Poitiers, em Maio de 2017.
Em Setembro de 2016, assistiu-se ao lançamento de La Voix de la Passion, o seu terceiro CD com a Buda Musique, que Waed Bouhassoun gravou com Moslem Rahal, o seu antigo colega do conservatório de música de Damasco e um virtuoso do ney. O som harmonioso do ney é apreendido como uma segunda voz que combina na perfeição com os ornamentos da voz de Waed Bouhassoun. Com Moslem Rahal, ela explora a poesia da língua nabateia do sul da Síria, a poesia oral dos beduínos, textos que não são bem conhecidos pelo público – mesmo pelo sírio – que lhe permitem revelar o poder da sua voz. Este trabalho foi apresentado em concerto pela primeira vez no Anfiteatro da Ópera de Lyon e, de seguida, no Théâtre de la Ville – Les Abbesses, em Paris, em Novembro de 2016.
Em 2017, por iniciativa do Festival de Saint-Denis, tocou com a violoncelista Ophélie Gaillard enquanto parte de um diálogo musical, na companhia de Moslem Rahal e da percussionista Michèle Claude. O concerto resultante desta colaboração foi apresentado no dia 9 de Maio na abertura do Festival Métis – Plaine Commune.
Em Maio de 2018, novamente a pedido da Filarmónica, deu um concerto a solo no espírito dos salões de música com um repertório da década de 1930. Nessa ocasião, tocou um instrumento da coleção do Museu da Música: o Nahat oud, assim baptizado em homenagem ao mestre fabricante de instrumentos de Alepo.
Além da carreira a solo, Waed Bouhassoun trabalha regularmente com Jordi Savall e o seu ensemble Hespérion XXI, tanto em concertos como na gravação de CD. Em 2013, participou na gravação do CD Orient-Occident II – Hommage à la Syrie e, em 2016, nos dois CD Ramon Llull e Granada. Novamente com Jordi Savall, contribui activamente para a implementação do seu projecto Europe Creative Orpheus XXI – Music for Life and Dignity, visando a transmissão do património musical às novas gerações, e realiza workshops de música para crianças refugiadas e deslocadas, com o propósito de as manter em contato com as suas raízes culturais.
Em 2019, assistiu-se ao lançamento de Safar: Les âmes retrouvées, o seu quarto CD com a Buda Musique, gravado em colaboração com Kudsi Erguner, Moslem Rahal e Rusan Filiztek.
Hoje em dia, Waed Bouhassoun vive em Paris e trabalha na sua tese em etnomusicologia.