7 a 16 Novembro
Guimarães Jazz
Gerald Clayton, piano
Marvin Sewell, guitarra
Harish Raghavan, contrabaixo
Eric Harland, bateria
A edição de 2019 do Guimarães Jazz inaugura-se com a atuação daquele que é um dos grandes músicos de jazz vivos – o saxofonista Charles Lloyd. Na música de Charles Lloyd cabe um mundo feito de memórias musicais que expressam a memória de um povo e um país, e a essa dimensão de universalidade poucos artistas acedem. Um saxofonista superlativo e um compositor sofisticado, Lloyd atravessou, foi e continua a ser um protagonista destacado na edificação do vasto e riquíssimo património musical praticamente da segunda metade da música popular do século XX, tendo tocado com praticamente todos os grandes nomes do jazz, do blues e do rock, desde B.B. King e Howlin’ Wolf até Cannonball Adderley, Don Cherry, Tony Williams e Keith Jarrett, passando pelos Beach Boys e pelos Doors.
Antonio Sánchez, bateria
Chase Baird, saxofone, EWI
John Escreet, piano, fender rhodes
Orlando Le Fleming, contrabaixo
Thana Alexa, voz, eletrónica
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9 Novembro | 17h00
Sébastien Boisseau, contrabaixo
Tom Rainey, bateria
Longe do fulgor criativo da cena jazz da década de 1990 e da efervescência underground dos primeiros anos do pós-milénio, dinamizada por músicos e editoras associadas ao experimentalismo e às tendências de vanguarda, a França encontra-se hoje numa posição de segundo plano no contexto da música europeia. Apesar de tudo, subsistem alguns músicos e projetos interessantes, sendo esse o caso deste trio clássico de piano, contrabaixo e bateria, liderado pelo pianista e compositor Stéphan Oliva, ele próprio uma das figuras de relevo da nova vaga que há trinta anos injetou uma nova dinâmica de vitalidade criativa no jazz francês, e que integra Tom Rainey, um importante baterista norte-americano.
9 Novembro | 21h30
Craig Taborn, piano
O pianista norte-americano de descendência indiana Vijay Iyer (n. 1971, EUA) constitui um exemplo paradigmático das exigências que se colocam a um músico no século XXI. Apesar de possuir formação em violino clássico, Iyer é essencialmente um autodidata com um currículo educativo multidisciplinar que incluiu estudos em matemática, física, cognição musical e, finalmente, em composição e improvisação. Após ter decidido enveredar definitivamente por uma carreira na música, este pianista tem vindo a desenvolver ao longo das últimas décadas um corpo de trabalho notável enquanto compositor, improvisador e colaborador de nomes fundamentais do jazz e da música contemporânea tais como Roscoe Mitchell, Steve Coleman e, mais recentemente, Wadada Leo Smith.
Considerado pela Downbeat um dos visionários da nova vaga do jazz, Craig Taborn (n. 1970, EUA) é certamente um dos mais respeitados pianistas da atualidade, tanto pela qualidade e integridade artística do seu trabalho como pela postura de reserva e distanciamento em relação ao sistema de estrelato que domina a indústria do entretenimento.
10 Novembro | 17h00
A vertente pedagógica do Guimarães Jazz constitui uma das dimensões mais importantes do festival e este projeto de direção da Big Band e do Ensemble de Cordas da ESMAE, atualmente uma das mais prestigiadas instituições académicas especializadas no ensino da música em Portugal, é, a par com as oficinas de jazz, um dos eixos estruturantes dessa vocação formativa.
Rui Rodrigues, percussão
Valter Fernandes, bailarino
Em 2019, a proposta de residência integrada na parceria entre o Guimarães Jazz e a associação Porta-Jazz engloba a colaboração entre dois músicos importantes do jazz português da última década – o guitarrista Miguel Moreira e o baterista Mário Costa –, o saxofonista e clarinetista suíço Lucien Dubuis – um músico importante da cena avant-garde jazzística europeia – e o bailarino Valter Fernandes.
Tobias Delius, clarinete, saxofone tenor
Michael Moore, clarinete, saxofone alto
Thomas Heberer, trompete
Wolter Wierbos, trombone
Mary Oliver, viola, violino
Tristan Honsinger, violoncelo
Ernst Glerum, contrabaixo
Guus Janssen, piano
Han Bennink, bateria
Fundada em 1967 pelo recentemente falecido pianista Misha Mengelberg e pelo enorme baterista Han Bennink, duas das figuras maiores da cena jazzística holandesa, a ICP Orchestra é uma instituição histórica entre as big bands de jazz, distinguindo-se por uma abordagem livre e iconoclasta às fundações do jazz, suportada sobretudo num método aberto de improvisação com regras variáveis. Ao longo dos seus mais de cinquenta anos de atividade, e sendo por natureza um projeto mutante, a orquestra foi, naturalmente, mudando a sua configuração e renovando os seus membros, tendo por ela passado alguns dos músicos mais influentes do jazz europeu, tal como o saxofonista alemão Peter Brötzmann que integrou a primeira formação oficial.
Julius Gabriel, saxofone
Gonçalo Almeida, baixo elétrico
Ao longo da sua existência, o Guimarães Jazz provou ter estado atento às transformações ocorridas na música durante as últimas três décadas, tendo apresentado múltiplos projetos musicais sustentados numa ideia de interseção da linguagem própria, e já canónica, do jazz, com outras músicas e outras latitudes geográficas. Em 2019, o festival dá mais um sinal da sua postura inclusiva, abrindo-se a expressões musicais que vão ainda mais longe na exploração dessa matriz e que, adotando a conceção musical de Miles Davis, encaram o jazz não como um vocabulário mas sobretudo como uma atitude artística. É esse o caso da Sonoscopia, um coletivo de músicos e construtores musicais sedeado no Porto e com uma atividade diversificada na criação e divulgação da música experimental.
Ikizukuri, a proposta da Sonoscopia para esta edição do Guimarães Jazz, é um trio de saxofone, baixo elétrico e bateria, com uma sonoridade elétrica e pulsante, formado por três músicos com abordagens muito distintas à música mas que encontram neste projeto um ponto simultaneamente de equilíbrio e rutura estilística, e uma via de exploração de uma expressão livre e orgânica.
13 Novembro | 21h30
Marilyn Crispell, piano
Carmen Castaldi, bateria
Unanimemente considerado um dos grandes saxofonistas do nosso tempo, Joe Lovano (n. 1951, EUA) é um nome incontornável da música contemporânea em virtude não apenas do historial impressionante de colaborações com nomes fundamentais do jazz dos últimos cinquenta anos, como McCoy Tyner, Hank Jones, Paul Motian ou John Abercrombie, mas também pela sua participação em projetos como a Saxophone Summit, uma all-star band de saxofonistas partilhada com Dave Liebman e Michael Brecker, ou a banda Sound Prints, em coliderança com Dave Douglas.
14 Novembro | 21h30
David Stackenäs, guitarra
Cecilia Persson, piano
Josef Kallerdahl, contrabaixo
Peter Danemo, bateria
Orquestra de Guimarães
Após três altamente gratificantes experiências anteriores com os compositores Marco Barroso, Nels Cline e Léa Freire, e em reconhecimento da competência e dedicação da Orquestra de Guimarães, o Guimarães Jazz volta a propor um projeto colaborativo entre esta banda local e um músico com um trabalho relevante com big bands ou orquestras de jazz.
15 Novembro | 21h30
Gary Versace, orgão
John Ellis, clarinete, saxofone
Hank Roberts, violoncelo, voz
Joe Martin, contrabaixo
Baterista virtuoso e altamente inventivo, Rudy Royston (n. 1970, EUA) é atualmente um dos mais prestigiados instrumentistas da sua geração e um colaborador frequente de grandes figuras desta música, tais como JD Allen, Bill Frisell, Dave Douglas e a Mingus Big Band, entre muitos outros. Compositor eclético, de profunda sensibilidade melódica e rítmica, Royston tem prosseguido uma carreira discreta mas afirmativa a solo e enquanto líder de formação, arquitetando ensembles com diferentes configurações – septeto, trio e quinteto – e com sonoridades adaptadas aos músicos que as compõe, entre os quais os saxofonistas Jon Irabagon e John Ellis e o contrabaixista Yasushi Nakamura, citando alguns dos seus colaboradores mais frequentes.
16 Novembro | 17h00
Russ Johnson, trompete
Scott Hesse, guitarra
Clark Sommers, contrabaixo
Dana Hall, bateria
Na história do jazz, Chicago ocupou desde sempre uma posição particular, uma vez que, sendo uma cidade mais interior e periférica do que, por exemplo, a mais icónica e miscigenada Nova Iorque, logo menos acessível e eventualmente aos músicos em trânsito pelos Estados Unidos da América, foi consolidando ao longo do tempo uma identidade própria, decisivamente moldada pela fortíssima influência da sua comunidade afro-americana, que sempre se preservou.
A edição de 2019 do Guimarães Jazz encerra com o Large Ensemble do saxofonista, compositor e arranjador canadiano Andrew Rathbun, interpretando as suas Atwood Suites, inspiradas na poesia da escritora Margaret Atwood. Rathbun é atualmente um dos nomes proeminentes da nova geração do jazz e, apesar da grande influência do legado do pós-bop na sua música, o trabalho artístico deste saxofonista ensaia aproximações à composição clássica, focando-se na escrita de suites e peças orquestrais e, pontualmente, na revisitação de obras de compositores de música erudita como Ravel e Glück.
Atividades Paralelas
Durante o mês de novembro, Guimarães vive ao ritmo do jazz. Nestas animações musicais, o jazz surge em contextos quotidianos menos previsíveis, procurando envolver a população naquele que é o principal festival da cidade. A música também visita as escolas e vai ao encontro de todos aqueles que queiram desfrutar do festival.
7 a 9 novembro | 14 a 16 novembro
Russ Johnson, trompete
Scott Hesse, guitarra
Clark Sommers, contrabaixo
Dana Hall, bateria
As jam sessions conferem ao Guimarães Jazz uma das suas facetas identificadoras. A sua componente de improvisação revela o lado mais informal do jazz, permitindo que o público a possa ouvir num ambiente mais direto e próximo dos músicos.
11 a 15 novembro