A 13ª edição do OUT.FEST chega mais uma vez à cidade do Barreiro, entre os dias 6 e 9 de Outubro, celebrando a música experimental em todas as suas vertentes estéticas (música improvisada, electrónica, jazz, música clássica contemporânea, novas linguagens), e juntando na sua programação a história, o presente e o futuro da criação musical de vanguarda, mas também celebrando a cidade que é parte integrante do Festival.
O OUT.FEST – Festival Internacional de Música Exploratória do Barreiro, que teve a sua primeira edição em 2004, e tem uma identidade bem vincada, dá renovadamente a prioridade artística a músicos que desenvolvem trabalhos de bravura, criatividade, progressismo e coerência artística – independentemente de estilos e correntes estéticas.
Decorrendo em vários espaços da cidade, o OUT.FEST traz uma das bandas fundamentais da história do jazz – de todo o jazz – nas últimas décadas, no trio britânico de Evan Parker, Barry Guy e Paul Lytton, para o seu primeiro concerto em Portugal em 15 anos; os pontas-de-lança da tradição de rock psicadélico nipónico Acid Mothers Temple, como sempre liderados pelo virtuoso Hendrixiano Makoto Kawabata; o regresso de Peter Kember (metade dos seminais Spacemen 3) que é igual a dizer Sonic Boom, apresentando aqui o seu trabalho a solo enquanto E.A.R. (Experimental Audio Research), bem como um projecto de workshop a divulgar mais à frente; o lendário Lê Quan Ninh, percussionista, compositor e improvisador francês, que para além de um espectáculo a solo vem também desenvolver um workshop; Foodman, vindo de Yokohama/Tokyo, que se estreia em Portugal na sua primeira digressão pela Europa, depois de se ter tornado uma revelação da música electrónica; os Tropa Macaca, de Joana da Conceição e André Abel, que actuam pela terceira vez no festival, tendo lançado este Verão o seu novo álbum Vida, pela relevante editora britânica Trilogy Tapes; e, finalmente, Ondness, heterónimo de Bruno Silva, incansável músico com percurso internacional amplamente editado nos últimos anos, e que abrange inúmeras referências da composição, da improvisação, da electrónica e da música ambiente.
Mas outros nomes completam o cartaz desta 13ª edição do OUT.FEST; Jamal Moss, histórico produtor contra-corrente de Chicago, é um dos destaques da programação, com duas actuações que ilustram o seu amplo espaço de trabalho: a solo enquanto Hieroglyphic Being, e numa formação inédita com o vibrafonista britânico Orphy Robinson, o trompetista nacional Yaw Tembé e o histórico Evan Parker, subindo também ele, por duas vezes ao palco da edição de 2016 do festival.
De Espanha vem o pianista Agustí Fernandez, nome grande do jazz europeu finalmente em estreia por terras barreirenses, e para o contingente britânico desta edição um reforço de peso: a produtura de origem nigeriana Klein, talvez um dos mais destacados nomes emergentes no plano internacional do ano que corre, em estreia absoluta em Portugal. A Alemanha volta a estar representada no festival, e desta vez, pela mais recente colaboração entre duas autênticas lendas vivas de todas as músicas inovadoras do globo – falamos do duo de Jaki Liebezeit, imortal baterista dos Can, e Hans-Joachim Irmler, fundador dos Faust e actualmente dínamo de uma das duas formações que carregam esse mítico nome.
No que diz respeito a músicos nacionais, o festival acolhe o regresso do guitarrista Manuel Mota, no seu primeiro solo absoluto em edições do OUT.FEST, bem como a estreia no festival de Polido e dos Gume; já Van Ayres apresenta-se a solo em antecipação do seu novo disco, e André Gonçalves regressa, mais de 10 anos após a sua última apresentação no Barreiro, com dois dos mais interessantes discos de electrónica ambiental do último ano na bagagem.
Por fim, estreia nacional também para a nova colaboração do norte-americano Eric Douglas Porter (aka Afrikan Sciences) com a francesa Gael Segalen – o duo, baptizado Les Gracies, desenvolve uma residência de recolhas sonoras no território da Baía do Tejo, tendo ainda acesso irrestrito ao arquivo sonoro do projecto Sons do Arco Ribeirinho Sul, e integra os sons da cidade no espectáculo que apresenta.
@Vera Marmelo
Programação Concertos
6 Outubro | 21h30
Velvet Be Jazz Club / Escola de Jazz do Barreiro
Bilhete 10€ ou Passe Global 25€
Agustí Fernandez (Espanha)
Pianista nascido em Palma de Maiorca cujas mãos se libertam das convenções do jazz para tocar o desconhecido e o improviso com uma sensibilidade ímpar, sensibilidade essa que o levou a inúmeras colaborações e a compor afincadamente nos domínios do teatro, da dança e do cinema. Com enorme projeção fora da sua terra natal, Agustí Fernandez tem assinado um trabalho duradouro e sempre pertinente ao longo de mais de três décadas, abençoado por encontros com gente tão ilustre quanto Derek Bailey, Joe Morris, Mats Gustaffson e com alguma regularidade com Evan Parker – tendo inclusivamente gravado com o trio que se encontra também neste OUT.FEST – e em discos a solo onde alinha o movimento irascível de Cecil Taylor com o decoro desafiante da música contemporânea – foi estudante de Iannis Xenakis – numa linguagem plena de urgência e compromisso.
Lê Quan Ninh (França)
Percussionista francês ativo enquanto intérprete no plano da música clássica contemporânea, bem como um agente dinâmico no mundo da livre improvisação, em que se estabeleceu como um aclamado solista e muito requisitado colaborador. Graduou-se com distinção no Conservatoire de Versailles e formou em 1986 os Quatuor Hêlios, que até à sua extinção em 2012 interpretou ao vivo e gravou, entre outros compositores, as peças para percussão de John Cage. Atua regularmente em formações que integram a música improvisada acústica e electroacústica com outras disciplinas como a arte performativa, a dança, o cinema experimental ou a fotografia. Tem uma vasta discografia em CD publicada em diversas editoras e lançou em 2014 o livro Improviser Librement. Abécédaire d’ une experience.
Na noite de abertura do O.F, o norte-americano Jamal Moss (que irá também actuar no sábado dia 8 como Hieroglyphic Being, a sua alteridade operante na música electrónica de dança) aceitou o convite do festival para com uma formação portentosa e em estreia absoluta canalizar as suas celebradas incursões pela música tocada e improvisada ao vivo, sob o signo do free jazz e de fusão e da sua devotada relação pessoal com a música e obra de Sun Ra. Com ele estarão Orphy Robinson, vibrafonista e multi-instrumentista britânico de descendência jamaicana, o saxofonista Evan Parker, e Yaw Tembé, trompetista nascido na Suazilândia e radicado em Lisboa há já vários anos.
7 Outubro | 21h30
Auditório Municipal Augusto Cabrita
Bilhete 15€ ou Passe Global 25€
Sonic Boom / Experimental Audio Research (Reino Unido)
Pete “Sonic Boom” Kember é um instigador e um lendário navegador do psicadelismo no campo do rock, desde que formou os indomáveis Spacemen 3 em 1982. Para além dos concertos intensos que sulcaram memórias e personalidades criativas desde então, tem vindo a produzir uma quantidade muito substancial de música que marcou, indelevelmente, a produção sonora independente dos anos 80 em diante. Ao longo de discos notáveis enquanto Spectrum e Experimental Audio Research (E.A.R.), Kember mantém-se permanentemente na procura de novas formas de comunicação da transcendência, explosão metafísica e comunicação cósmica através de som, de ritual e dehipnose. Na última década tem vindo a ser redescoberto pelas gerações mais jovens também por força do seu trabalho de estúdio com Panda Bear em ‘Tomboy’ e ‘Panda Bear Meets The Grim Reaper’ e de produtor em ‘Congratulations’ dos MGMT.
Evan Parker, Barry Guy & Paul Lytton (Reino Unido)
Banda essencial da história do jazz e da música improvisada, há mais de três décadas tem vindo a desenhar, com maior ou menor regularidade de edição discográfica ou actividade ao vivo, novas possibilidades de expressão e de forma em música. Três músicos de absoluta eleição, cada um deles uma sumidade no seu instrumento – Evan Parker em saxofone soprano e tenor; Barry Guy no contra-baixo; Paul Lytton na bateria. Em cada álbum e a cada concerto, utilizam a profunda familiaridade que têm enquanto working band, bem como o facto de continuarem desde sempre a buscar simplesmente o novo, o funcional, mas também o metafísico, a melodia, o ritmo, e as possibilidades e -ausêncio de- limites de todos estes campos, e quaisquer outros que entretanto possam vir a inventar. Virtuosos e humanos em igual medida, a única vez que tocaram em Portugal, no Jazz em Agosto de 2001, deram um concerto perfeito, essa coisa quase impossível de ser avistada. Expectativas muito altas para o regresso desta banda-chave da música instintiva.
Klein (Reino Unido)
Klein é uma jovem de 19 anos nigeriana sediada em Londres que lançou em Fevereiro o seu primeiro disco “Only”, disponível no bandcamp e em pens USB estilo bijuteria em forma de coração pela editora Howling Owl. A sua música é vívida, fluída, insubmissa, diferente, de agora, em forma de peças narrativas abstractas e sucintas de fidelidade caseira que compõe por edição e justaposição de elementos sonoros múltiplos e labirínticos, a maioria registados em gravações aleatórias de momentos da sua vida. O produto estético que entrega não esconde o gosto e o gozo pela história recente da música popular urbana e seus modelos femininos afro-americanos e britânicos, mas há uma particular apetência emocional pela cultura nigeriana de música de igreja, da pregação, da congregação, entretanto já processada e transformada pela suas ideias e sensibilidade artística promissoras.
8 Outubro | 21h30
Adao – Associação Desenvolvimento Artes Ofícios
Bilhete 15€ ou Passe Global 25€
Hieroglyphic Being (EUA)
Singularíssimo produtor de música electrónica e de dança, bem como reputado DJ, Jamal Moss é um músico cujo percurso não encontra paralelo nos meios bem amplos onde tem vindo a funcionar de há quase duas décadas. Filho de Chicago, onde entrou pela primeira vez num clube pela mão de Ron Hardy aos 12 anos, cruza informação artística e humana entre o techno, o house, a electrónica abstracta, o ruído, o jazz (e o free, via Sun Ra) com a maior das naturalidades, funcionando tão bem numa pista de dança mais exigente como no museu de arte contemporânea. Também editor, tendo fundador a importante Mathematics Records, apresenta-se no OUT.FEST para duas performances – uma no seu registo mais habitual, para um live set na ADAO a 8 de Outubro; e dois dias antes, no Velvet Be Jazz Club, concentrado no seu trabalho de música improvisada mais ligado ao free jazz e ao seu cruzamento com fontes electrónicas. Uma honra absoluta tê-lo pelo Barreiro em estadia alongada, depois de ter feito parte de uma longínqua edição da nossa instalação interactiva ‘Ouvido Raro’.
Tropa Macaca (Portugal)
A Tropa Macaca são André Abel e Joana da Conceição, sediados em Lisboa e publicamente ativos há pouco mais de uma década. A sua música é fruto de uma subjectividade de um casal, tendo sido nomeada após concertos ao vivo como ‘ real rock’ em Hamburgo, ‘ troço do além’ em São Paulo ou cuspida em cima no finado Espaço – Centro de Desastres nos Anjos. Contam com discografia publicada em editoras de música criativa como a Ruby Red, Qbico, Siltbreeze e Software, e editaram este Verão o LP “Vida”na londrina The Trilogy Tapes. Composto por 4 ritos com a sua singular densidade e respiração psicodinâmica, é o novo episódio desta música rica em texturas harmónicas e tremor e balanço mediúnico, uma balada techno infinita composta por frases graciosas em guitarra e paisagem aural tocada por um sistema de electrónica original.
Acid Mothers Temple (Japão)
Comitiva lendária da longa tradição de rock psicadélico pesado vindo do Japão, esta turma terrorista positivista é comandada pelo guitarrista eléctrico maior Makoto Kawabata. Fundador dos Mainliner, que produziram o clássico para a eternidade ‘ Mellow Out’ , que redefiniu o que pode ser o rock apontado para o futuro. Com os Acid Mothers Temple, uma das milhentas designações para este grupo, Kawabata e os seus companheiros de viagem têm feito estrada sem parar há já imensos anos, sendo de há bastante tempo a esta parte uma máquina solar e multicolor da festa rock’ n’roll direccionado à estratosfera. Pura alegria e vertigem, de uma das bandas mais respeitadas e reverenciadas desta música em qualquer parte do mundo, acrescentando novos capítulos à bíblia que Hendrix escreveu, e que Haino, Fushitsusha ou Les Rallizes Dénudés ajudaram a completar.
Ondness (Portugal)
Projecto atualmente mais evidenciado de Bruno Silva, cada vez mais uma das figuras mais estabelecidas, criativas e ativas na comunidade de música independente lisboeta. Com Ondness, o Bruno tem viajado regularmente pela Europa em digressões regulares, para além de manter uma atarefada agenda de edição discográfica, em vários selos espalhados pelo mundo. Este seu trabalho, particularmente concentrado na criação de ambientes, estados de espírito, ecossistemas e paisagismos, utilizando várias fontes electrónicas, sampling e processamento, teve recentemente parte do seu espólio revistado e reorganizado pelo trio de Gabriel Ferrandini, Hernani Faustino e Pedro Sousa, que apresentaram um show na ZDB que evidenciou as valências de narrativa, construção e composição destas peças misteriosas e estranhas que vai erigindo.
Manuel Mota (Portugal)
Manuel Mota é um músico versado em guitarra eléctrica e acústica, licenciado em arquitectura e reservado artista visual (desenhos e vídeo). Com trabalho público desde 1989, o músico avança com a sua hermenêutica para a guitarra tocada em ‘fingerstyle’ em finais da década de 90, radicado na afiliação nos blues e no jazz e após anos de pesquisa e afeto pela música da escola minimalista norte-americana. Fez parte da banda de Sei Miguel por vários anos, filiou-se em formações como os Curia e Rodrigo Amado Wire Quartet, e tem mantido um duo com o baterista Afonso Simões. Nos últimos anos, dividindo o seu tempo entre a Ericeira e Bruxelas, têm rareado os seus concertos a solo por cá, não se ressentindo contudo a publicação discográfica no seu selo editorial Headlights, tendo os seus mais recentes títulos em CD “Sete” e “Exodus” sido lançados há um ano.
Foodman (Japão)
食品まつり a.k.a Foodman a.k.a Takahide Higuci é um produtor de música e artista visual vindo de Tokyo. A sua abordagem renascentista à música é possívelmente o toque mais desconcertante do seu trabalho, lidando ativamente com varias formulações sonóras e generos como o techno, house, pop, footwork, musica concreta, percussão eletrónica crua e uma interpretação criativa e selvática da melodia, harmonia e do timbre. A sua atuação no OUT.FEST está integrada na sua primeira tour europeia, depois de lançar o seu trabalho em labels como a Digitalis, Good Enuff, Melting Bot ou Orange Milk, a qual lançou o seu último trabalho, “Ez Minzoku”.
Van Ayres (Portugal)
Van Ayres apresta-se a lançar “Sorry Stars”. Após o que se conhecia dos espetáculos a solo por Lisboa e relatos das suas temporadas a centro-norte na Europa, bem como o trabalho já apresentado pelo duo que mantém com Rabu Mazda, o disco de estreia do jovem Rafael é motivo para ter a nossa máxima atenção. Animado por um cio em estar vivo e poder expressar-se criativamente em qualquer que seja a forma que a sua intuição o guia, a sua música tende a reflectir as suas ideias artísticas e experiência de vida – com o seu quê de delirante, não tanto activista ou corporativa. Nota-se que pensa também sobre a sustentabilidade para o seu trabalho quando comparado com os padrões de produto de consumo cultural em voga, sendo que tem a noção das brechas nos estados das coisas, lugares, regras, e que são essas brechas que aproximam práticas estéticas e sociais no tempo em que vive e que tem para viver.
Gume (Portugal)
Gume é um quinteto formado há cerca de um ano e meio em Lisboa por Pedro Monteiro no contrabaixo, Guilherme Parreira na bateria, Miguel Monteiro no saxofone alto, Yaw Tembe no trompete e André David na guitarra eléctrica. O trabalho da banda arquiteta-se em torno de uma ideia de groove, à imagem de proposições no campo do jazz por Miles Davis, Don Cherry, Ornete Coleman ou Steve Coleman, e atribuem à spoken word um lugar importante no seu vocabulário, evocativa do proto-hip hop dos The Last Poets ou da poesia e tecnologia dub de Linton Kwesi Johnson, na forma como a integram.
Polido (Portugal)
Trajectória solitária em ascensão paulatina de João Polido Gomes, que após alguns anos com sede no Porto onde estabeleceu ligações à crew da Monster Jinx, tem paragem em Lisboa antes de encetar novo arranque para Berlim. Nessa cartografia, POLIDO foi recolhendo ensinamentos basilares em torno do cut-up e do sampling, como que a seguir a linhagem da musique concrete ao hip-hop, para os espalhar por entre a poeira techno de Theo Parish ou Moodyman com vista a uma música feita de texturas arenosas e contemplação lo-fi. No ano em que editou ‘Find Meaning When You Lack Authority’, tem também colaborado frequentemente com MMMOOONNNOOO, deixando um rasto de ótimas impressões e expetativa contínua.
Les Graciés (EUA / França)
Les Graciés é o duo constituído pela francesa Gaël Segalen e o norte-americano Afrikan Sciences, que após cerca de 4 anos de trabalho em conjunto lançaram finalmente há cerca de dois meses o seu álbum homónimo na escocesa Firecraker Recordings. A sua música electrónica exploratória aposta na convergência de fontes inusitadas e formas segmentadas, elegantemente complexa mas alicerçada numa poliritmia de cumplicidades, cujo o tempo está à mercê da improvisação e as mutações em tempo real da arquitectura do groove que sempre procuram. A sua actuação no OUT.FEST decorre de uma residência artística prévia de curta-duração no Barreiro, em que irão captar sons na cidade e em particular no Parque Empresarial da Baía do Tejo, recorrendo também com livre acesso ao arquivo do projecto Sons do Arco Ribeirinho Sul.
Irmler + Liebezeit (Alemanha)
Encontro-sonho entre duas das figuras mais imponentes no epicentro desse acontecimento iluminado e ímpar que teve lugar na Alemanha dos anos 70 e que usualmente é apelidado de krautrock. Fundador dos Faust, Hans-Joachim Irmler passou a liderar uma das duas formações com esse mesmo nome aquando a cisão em 2004, acumulando também funções no Faust Studio e enquanto mentor da prolífica editora Klangbad, numa demonstração de superlativa actividade. Baterista único, Jaki Liebezeit foi o motor que propulsionou a nave dos Can até ao espaço sideral, num acerto mimético em expansão até aos dias de hoje. Juntos, são um combo em constante exploração da simbiose entre os teclados cósmicos e fracturantes de Irmler e as batidas circulares e hipnóticas de Liebezeit, ao encontro de mundos inexplorados, com a mesma verve e sentido de descoberta que desenhou alguns dos seus trabalhos mais valorosos.
9 Outubro | 17h30
Convento da Madre de Deus da Verderna
Entrada Livre
André Gonçalves (Portugal)
André Gonçalves é um artista multimédia sediado em Lisboa, também reconhecido como o inventor e impulsionador por detrás da ADDAC System – Instruments for Sonic Expression, uma das mais prestigiadas produtoras de módulos de sintetizador Eurorack a nível internacional. Possui um currículo amplo nos campos da apresentação de instalações sonoras em contextos expositivos e no de concertos e colaborações ao vivo, e encontramos uma discografia marcante ao reunirmos os diversos pseudónimos individuais e formações colectivas em que se projectou. Lançou o desafiante “Musica Eterna” – cujo próprio nome é todo um programa e descreve maravilhosamente a sua electrónica etérea e de grande beleza – no ano passado, um novo disco a solo volvida uma década, disponível exclusivamente numa app desenhada para correr em iOS (iPhone/iPod touch e iPad) ao qual seguiu este ano “Currents & Riptides” na editora Shhpuma.
Outras Atividades:
6 Outubro | 15h00-19h00
Oficinas Addac System (Lisboa)
Entrada livre mediante inscrição e pedido de informações para: workshops@outra.pt
Seminário / Workshop – Peter Kember (Sonic Boom) (Reino Unido)
7 Outubro | 10h30 (Grupo 1) e às 16h00 (Grupo 2)
Escola de Jazz do Barreiro
Entrada livre mediante inscrição prévia para: workshops@outra.pt
Workshop – Lê Quan Ninh (França)
@Vera Marmelo
Para mais informações sobre o OUT.FEST, clicar aqui.