Nos dias 17, 18 e 19 de setembro realiza-se a 15ª edição do Festival Jovens Músicos, organizado pela Antena 2 e pelo Serviço de Música da Fundação Calouste Gulbenkian. Este Festival é o culminar da 38ª edição do Prémio Jovens Músicos.
Durante três dias decorrem 11 eventos, dos quais 4 concertos nos Auditórios da Fundação Gulbenkian, transmitidos em direto em antena e em vídeo online na RTP Palco, aqui.
15º Festival Jovens Músicos 2025
Entrada livre
(mediante o levantamento de ingresso na bilheteira
da Fundação Gulbenkian e sujeita à lotação da sala)
A maior celebração de novos talentos na área da música em Portugal
O Festival Jovens Músicos está de regresso à Fundação Calouste Gulbenkian dando a conhecer a dimensão de jovens talentos distinguidos nas várias categorias que estiveram a concurso na 38ª edição do Prémio Jovens Músicos – instrumentos solistas, música de câmara e agrupamentos vocais.
O PJM é um evento com características únicas no panorama musical português, por incentivar, promover e divulgar o trabalho de jovens intérpretes. E, pela primeira vez em quatro décadas deste projeto, criámos uma nova categoria dedicada à prática da música coral. Foi um primeiro passo num processo que procuraremos aprofundar num futuro próximo.
Por outro lado, continuámos a não esquecer a nova música fazendo encomendas a jovens compositores e dando especial destaque à obra de autores nacionais de diferentes gerações. Voltámos, portanto, a associar-nos à Sociedade Portuguesa de Autores na realização da 14ª edição do Prémio de Composição SPA – Antena 2 e a obra vencedora será ouvida em estreia mundial neste festival.
Ao longo de três dias ouviremos também anteriores laureados PJM, que se apresentarão como solistas convidados ou integrados nos agrupamentos e orquestras que se associam a este evento cuja programação inclui ainda espaços de debate e de formação de âmbito comunitário. Sendo natural que, num concurso de jovens músicos, o principal foco de atenção seja dado aos que trabalham arduamente para alcançar um nível artístico de excelência, acreditamos, no entanto, que é também nosso dever aproveitar a dinâmica deste prémio para dar visibilidade àqueles que, em contextos de maior adversidade, não abdicam de fazer música e de procurar nesta arte um sentido, um caminho de esperança e de realização pessoal. Neste contexto, sob o mote Ressonâncias, dedicaremos um dia deste festival a projetos comunitários e participativos, dando voz a outras formas de superação, inclusão e de integração através da música.
Continuamos a alargar horizontes e fortalecer laços com instituições como a EMCY (European Music Competitions of Youth), Círculo Richard Wagner, Maison du Portugal – André de Gouveia (Cité Internationale Universitaire de Paris) e o Camões – Centro Cultural Português em Paris, intensificando oportunidades de aprendizagem e de apresentação dos nossos laureados em concertos públicos no estrangeiro. Também pela primeira vez na história do PJM, um dos jovens músicos laureados será eleito para participar no concurso Eurovision Young Musicians, em representação da RTP – Rádio e Televisão de Portugal, que decorrerá em Erevan, Arménia, em 2026.
Num contexto nacional, destaco também o esforço de descentralização que continuamos a desenvolver, levando o PJM a diferentes regiões do país. Depois de Coimbra em 2018, Castelo Branco em 2019, Sardoal em 2022, Loulé em 2023, e Guimarães em 2024, na presente edição fomos recebidos em Leiria, no Teatro José Lúcio da Silva e no Teatro Miguel Franco, com o muito generoso apoio do Município.
E, naturalmente, não podemos deixar de referir a estreita colaboração com a Fundação Calouste Gulbenkian e a Casa da Música, que mais uma vez nos receberam com um louvável profissionalismo e espírito de iniciativa.
Salientamos e agradecemos ainda o precioso apoio do Serviço de Bolsas Gulbenkian e das direções e equipas de produção do Serviço de Música e Orquestra Gulbenkian, na concretização do Festival Jovens Músicos, e ainda as generosas colaborações da Fundação GRoW @ Annenberg, Fundação Aga Khan de Portugal, Orquestra de Câmara Portuguesa, Projeto DME e Lisboa Incomum.
Agradecemos, também, à Gestão dos Direitos dos Artistas por, mais uma vez, se associar ao PJM na atribuição do Prémio GDA/PJM, para a categoria de Música de Câmara, e a todos os solistas e agrupamentos convidados que nos honram com a sua participação.
Com Presidência Honorária de Maria Teresa de Macedo e, na edição deste ano, sendo Presidente Ana Telles e Vice-Presidente César Viana, o Júri do PJM integrou ainda um prestigiado conjunto de profissionais e docentes especializados nas diferentes disciplinas que estiveram a concurso. A todos um sentido obrigado pelo seu inestimável contributo.
Na expectativa de que o PJM possa continuar a abrir novos horizontes de formação e de carreira, resta-nos desejar aos jovens músicos as maiores felicidades neste início de novo ano académico e profissional.
Luís Tinoco
Diretor Artístico
Prémio e Festival Jovens Músicos
Programação
Ver/descarregar toda a programação do festival, AQUI.
4ª feira | 17 Setembro
15h00 | Auditório 2
Cerimónia de Entrega dos Prémios
da 38ª edição do Prémio Jovens Músicos
@ Jorge Carmona / Antena 2
17h00 | Auditório 2
Transmissão direta na Antena 2 e RTP Palco
Lançamento de CD
ClandesTrio | Grupo laureado em Música de Câmara, nível superior, 2023
Leonardo Guedes, violino
Guilherme Duque, clarinete
Duarte Bento, piano
Apresentação por Vanessa Pires em conversa com os intérpretes
Oradora convidada: Sara Ross
Programa
Béla Bártok – Contrasts, I. Verbunkos
Paul Schoenfield – Trio para Violino, Clarinete e Piano, IV. Kozatske
@ Jorge Carmona / Antena 2
18h00 | Grande Auditório
Transmissão direta na Antena 2 e RTP Palco
Concerto de Abertura
Ensemble Bonne Corde | Ensemble Leida
Lamentos Sacro-Profanos | Pocket Portraits
Ensemble Bonne Corde
Diana Vinagre, violoncelo barroco & direção artística
Ana Quintans, soprano
Marta Vicente, contrabaixo barroco
Josep Maria Marti Duran, tiorba e guitarra barroca
Fernando Miguel Jalôto, cravo & órgão Leida
Direção de Mariana Dionísio
Programa
Lamentos Sacro-Profanos
Pietro Antonio Locatelli – Largo, do Concerto XI a 5 op. 1, em dó menor
(arranjo para violoncelo e baixo contínuo)
Georg Friederich Händel – “Credete al mio dolore”, ária de Morgana da ópera Alcina, HWV 34
Antonio Caldara – Chiacona, das Suonate da camera a due violini, con il basso continuo, op. 2 n.º 12 em sib maior
(arranjo para 2 violoncelos e baixo contínuo)
Georg Friederich Händel – “Oh Sleep, why dost thou leave me?”, da oratória Semele HWV 58
(arranjo para tiorba solo)
Georg Friederich Händel – Larghetto, da Trio Sonata op. 2 n.º 5 em sol m, HWV 390
(arranjo para 2 violoncelos e baixo contínuo)
Joseph Hector Fiocco – Première Lamentation du Jeudi
I. De Lamentatione Jeremiae Prophetae
II. Teth. Defixae sunt in terra
III. Jod. Sederunt in terra
IV. Defecerunt prae lacrimis
soprano, 2 violoncelos obbligati e baixo contínuo
Ao longo da história da música ocidental, o Lamento transpôs fronteiras entre o sagrado e o profano, afirmando-se pela sua força expressiva e assumindo um lugar central no período barroco. Desde a prática madrigalesca e as lamentações litúrgicas, até à ópera, a cantata e a música instrumental, tornou-se um recurso privilegiado para a expressão da dor, da perda e da contemplação em planos diversos. Em Lamentos Sacro-Profanos, obras de Locatelli, Händel, Caldara e Fiocco revelam a versatilidade deste meio, capaz de servir tanto o drama teatral como a meditação espiritual, enquanto veículo pictórico de afetos e emoções universais
Leida
Mariana Dionísio, direção
Beatriz Nunes, Filipa Franco, Leonor Arnaut, Mariana Dionísio, Nazaré da Silva, Henrique Coelho, Hugo Henriques, João Neves, vozes
Programa
Pocket Portraits
Mythological Portraits
I. Framing II. Weaving III. Figuring
Suite Caleidoscópica
I – Circundar
II – Refratar
III – Cruzar
Bacharolle
Purple Green
Postlude
Leida foi concebida por Mariana Dionísio para funcionar como um instrumento a 8 vozes.
Cada peça é um conjunto de premissas de parametrização e limitação que as tornam, consequentemente, sub-instrumentos. É nesses sub-instrumentos onde improvisam ou interpretam as peças que escreveu.
21h00 | Grande Auditório
Transmissão direta na Antena 2 e RTP Palco;
transmissão diferida na RTP 2 (21 setembro)
Concerto com Jovem Músico do Ano 2024
Pedro Moreira, oboé | Laureado com o Prémio Maestro Silva Pereira / Jovem Músico do Ano 2024
Jovem Orquestra Portuguesa
Telmo Costa e Vasco Ferrão, maestros assistentes
Direção de Pedro Carneiro
Programa
Francisco Lima da Silva (Compositor JOP 2025) – Bliss (not) *
Richard Strauss – Concerto em Ré Maior para Oboé e Pequena Orquestra
Johannes Brahms – Sinfonia nº 2, em Ré Maior, op. 73
* com o apoio da Ernst von Siemens Music Foundation
A Jovem Orquestra Portuguesa (JOP) regressa ao Festival Jovens Músicos, com um programa que celebra novos talentos e grandes obras do repertório sinfónico. Sob a direção de Pedro Carneiro, o concerto conta com a participação de Pedro Moreira, Jovem Músico do Ano 2024, como solista no Concerto para Oboé de Richard Strauss.
O programa inclui ainda Bliss (not), de Francisco Lima da Silva, compositor JOP 2025, com o apoio da Ernst von Siemens Music Foundation e a Sinfonia n.º 2 de Johannes Brahms.
5ª feira | 18 Setembro
16h30 | Auditório 2
Transmissão direta na Antena 2 e RTP Palco
Momento musical + Mesa redonda
Abertura: Momento musical
Zabya Abo Aljadayel, voz
Almada (المدى – ‘O Horizonte’)
Criação original de Zabya, representando as culturas partilhadas luso-árabes
Canções em árabe e português
Zabya Abo Aljadayel é uma cantora versátil que cruza as tradições musicais árabe, portuguesa e de outras geografias. O seu repertório aproxima expressões culturais e cria pontes entre as tradições do Oriente e do Ocidente. Pela sua voz, Zabya partilha o seu legado e a sua viagem criativa pessoal.
Tema da Mesa: Música: Desenvolvimento e Inclusão
Convidados
Marco Martin (Coordenador da Fundação Aga Khan Portugal em Sintra)
Helena Lima (Orquestra Geração)
Pedro Carneiro (Orquestra de Câmara Portuguesa)
Moderação de Ana Telles (Presidente do Júri do Prémio Jovens Músicos 2025)
18h00 | Grande Auditório
Transmissão direta na Antena 2 e RTP Palco
Concerto dos Laureados de Música de Câmara 2025
TakitEPME | nível médio
Alexandre Barbosa, Gaspar Costa e Miguel Coelho, percussão
Kodu Percussion Group | nível superior
Francisco Guerreiro, Ismael Gouveia e Jaime Pereira, percussão
BEYRA – Ensemble Instrumental da Beira Interior | grupo convidado
Leonardo Guedes, violino
Bernardo Ferreira, violoncelo
Rodrigo Teixeira, piano
Programa
TakitEPME
Alejandro Viñao – Relative Riffs – The Riff Within
Kodu Percussion Group
António Pinho Vargas – Estudos e Interlúdios – Estudo Cromático
Iannis Xenakis – Okho
BEYRA
Pedro Lima – Como se fosse um filho
Dimitri Chostakovich – Piano Trio nº1, em dó menor, op.8 (1º andamento, Andante)
21h00 | Grande Auditório
Transmissão direta na Antena 2 e RTP Palco;
transmissão diferida na RTP 2 (28 setembro)
Concerto dos Solistas Laureados 2025
Beatriz Li Rosão, violino
Duarte Maia, clarinete
Guilherme Sousa, saxofone
Telmo Rocha, trompa
Teresa Macedo Ferreira, viola
Orquestra Gulbenkian
Direção de Pedro Neves
Programa
Grażyna Bacewicz – Abertura para Orquestra
Duarte Maia, clarinete
Aaron Copland – Concerto para Clarinete
Guilherme Sousa, saxofone
Alexandre Glazounov – Concerto
Telmo Rocha, trompa
Richard Strauss – Concerto nº 2
Beatriz Li Rosão, violino
Piotr IlitchTchaikovski – Concerto para Violino em ré maior, op.35
Teresa Macedo Ferreira, viola
William Walton – Concerto para Viola
Carlos Lopes – Rasgos de Luz | Obra vencedora do Prémio de Composição SPA/Antena 2 (2025) [estreia mundial]
6ª feira | 19 Setembro
17h00 | Auditório 2
Artistas da Comunidade Ismaili
Sarkosh Ensemble | Simurg Ensemble e Dança Aspak
Parceria com Fundação Aga Khan
[1ª parte]
Sarkosh Ensemble
Ustad Mohammad Murad Sarkhosh
Zainab Sarkhosh
Mustafa Sarkhosh
Murtaza Sarkhosh
Karamat Akseer
Programa
Sitar & Rubab [interpretado por Zainab Sarkhosh]
Rubab Ensemble [interpretado por Murtaza, Karamat, Mustafa]
Ensemble Song [Murad, Karamat, Murtaza, Mustafa, Zainab]
[2ª parte]
Grupos de dança
Simurg Ensemble (danças 1 e 2)
Irina Sobirova
Muqaddas Mamadnazarbekova
Sabrina Vatabshoeva
Shoira Mawji
Dança Aspak (dança 3)
Irina Sobirova
Murtaza Sarkhosh
Programa
Simurg [coreografia coletiva inspirada na mitologia Persa e herança Pamiri]
Rapo [criada por Irina Sobirova, com base em tradições Pamiri/Persas]
Aspak [dança tradicional Tajique que simboliza a graça e energia de um cavalo]
O Sarkosh Ensemble, fundado em 2013 por Ustad Mohammad Murad Sarkhosh, é o primeiro ensemble oficial de música do Pamir, dedicado a preservar o património ancestral e a apresentar, em todo o mundo, a riqueza da música Pamiri. Reconhecido internacionalmente desde a estreia no Uzbequistão (2013), o grupo atuou em festivais e salas de referência, incluindo o Carnegie Hall, o Kennedy Center e a Casa da Música (Porto).
O ensemble apresenta música pamiri autêntica, destacando a resiliência das tradições culturais afegãs e criando pontes entre Oriente e Ocidente através do som e do património.
O Simurg Ensemble é um coletivo de bailarinas dedicado a preservar e a reimaginar as tradições de dança das culturas do Pamir, Persa e da Ásia Central. O grupo integra movimentos, simbolismos e trajes autênticos que traduzem a essência do seu património, criando coreografias que dialogam com temas universais de identidade, migração e unidade. Simurg inspira-se na mitologia Persa e na herança Pamiri, simbolizando renascimento, migração e a força das mulheres. Pelo movimento, o grupo encarna a transformação e a busca intemporal por unidade e autodescoberta.
A Dança Aspak tem raízes nas tradições populares Tajiques, frequentemente apresentada em casamentos e festivais, refletindo alegria, liberdade e uma forte ligação à natureza. Nesta versão, Irina e Murtaza dão vida à narrativa através de movimentos expressivos, trajes coloridos e música autêntica. Apresentada em dueto, Aspak encarna a vitalidade e o espírito do cavalo, expressando força, harmonia e continuidade cultural.
18h00 | Sala 1
Corpos Sonoros II
Performance / criação comunitária
Coordenação: Jaime Reis e Beatriz Costa
Corpos Sonoros é um projeto de criação comunitária, iniciativa do Projeto DME / Lisboa Incomum, que nesta edição se apresenta no Festival Jovens Músicos 2025. Cruza a arte sonora, escultura, instalação e performance comunitária. Destinado ao público em geral, sem requisitos musicais específicos, para quem preza a criação e tiver curiosidade em novas formas de escutar e criar.
@ Projecto DME/ Carolina Néu
19h00 | Grande Auditório
Transmissão direta na Antena 2
Concerto Ressonâncias
Notas de Contacto
Orquestra Participativa
Direção de Pedro Carneiro
Programa
[1º parte]
Notas de Contacto
Maresia (inspirada na obra orquestral de Debussy, La Mer)
[2ª parte]
Orquestra Participativa
Pedro Carneiro – Meditação
A Orquestra Participativa apresenta a obra Meditação, de Pedro Carneiro, para celebrar o Festival Jovens Músicos, no Grande Auditório da Fundação Gulbenkian. Esta Orquestra Participativa é formada por todos os músicos e não músicos, profissionais e amadores, alunos e entusiastas, de todas as idades, que nela quiserem participar com os seus instrumentos e a sua voz. Juntos nesta orquestra democrática, espontânea, e também efémera, vamos fazer o Grande Auditório da Fundação Gulbenkian ressoar e vibrar em sintonia e harmonia.
Para abrir o concerto, Notas de Contacto, ensemble inclusivo de pessoas com deficiência cognitiva e intelectual (programa solidário OCP) apresenta a sua mais recente criação, Maresia, que explora as sonoridades próprias do mar, o seu movimento cíclico, a sua profundidade, tendo como inspiração a obra orquestral de Debussy, La Mer.
