Temporada Concertos Antena 2
15 Dezembro | 19h00
Transmissão direta
a partir do Auditório do
Museu Nacional de Arte Antiga
Concerto à porta fechada
Concerto à porta fechada
Anna Paliwoda & Pedro Costa
Anna Paliwoda, violino
Pedro Costa, piano
Programa
L. v. Beethoven 250 anos do seu Nascimento
Sonata em Ré Maior p/ piano e violino, Op. 12 nº 1
Sonata em Sol Maior p/ piano e violino, Op. 12 nº 3
Sonata em dó menor p/ piano e violino, Op. 30 nº 2
Não há dúvida que as 10 sonatas de Beethoven representam uma
das mais importantes partes do repertório para violino e piano. Além de Mozart, que também escreveu um grande
conjunto de sonatas, também podemos encontrar obras primas por Schumann,
Brahms, Franck, Prokofiev e outros. E como todos os outros géneros que
escreveu, Beethoven conseguiu igualmente criar um modelo que inspirou outros
compositores nos anos que se seguiram. Infelizmente as sonatas não representam
todas as fases da sua carreira como compositor, como por exemplo as suas
sinfonias, sonatas para piano ou quartetos de cordas. Nove das suas dez sonatas
foram escritas antes da Sinfonia Heróica. Quando completou a Sonata Kreutzer
na primavera de 1803, tinha apenas 32 anos: iria viver mais 20 anos e escrever
só mais uma sonata para violino e piano.
No entanto estas sonatas são obras para duo no
melhor que há para esta formação. Estão perfeitamente equilibradas em termos de
escrita idiomática para ambos os instrumentos e mostram como Beethoven começou
a fazer experiências para expandir esta forma: no gracioso mas audaz opus 12, composto no final da década de
1790, ainda se sente a tradição do séc. XVIII: a sonata é escrita primariamente
para teclado com acompanhamento de violino. No entanto, Beethoven anuncia-se
como revolucionário e inovador: A primeira
sonata poderia muito bem uma obra grandiosa de Mozart, mas o humor robusto
da segunda é bastante mais
Haydnesco. A terceira sonata eleva o
género a um expressivo e virtuoso nível ainda antes não visto. Na viragem do
século aparecem mais duas contrastantes sonatas (op.23 e 24, originalmente destinadas a ser publicadas em conjunto).
Ambas as sonatas assumem um carácter individual com a primeira, num tenso e
sombrio lá menor, contra o lirismo generoso da sonata mais conhecida por Primavera. Com as sonatas opus 30, Beethoven move-se para um novo
território. A primeira sonata é
cheia de otimismo com um dos mais sublimes segundos andamentos e a terceira sonata distingue-se pelo seu
carácter direto e bucólico. Mas entre estas duas, a segunda sonata é uma obra prima em dó menor antecipando a
magnificência do seu período médio. Numa obra de um pathos dramático e eventual
tragédia, as linhas entre o classicismo e romantismo começam a se desvanecer.
Em pleno período médio veio a Sonata Op.
47 – Kreutzer. Aqui estamos em plena era de grandiosa expansão que
caracteriza este período de Beethoven. Este "concerto para dois" atinge
vertiginosos níveis de virtuosidade e emoção, parecendo querer atingir algo
completamente diferente das outras sonatas. Nos seus três andamentos somos
levados para três diferentes mundos. Passado uma década surge finalmente a sua
última sonata, a sua magnífica (e talvez mais estranha) sonata op. 96. Aqui o lirismo sublime é ao mesmo tempo profundo e
abstrato, reminiscente do quarto concerto para piano da mesma tonalidade (Sol
Maior). Estamos agora com um pé na última fase de Beethoven, que infelizmente
esta é só alcançada com as suas últimas sonatas para piano e quartetos.
das mais importantes partes do repertório para violino e piano. Além de Mozart, que também escreveu um grande
conjunto de sonatas, também podemos encontrar obras primas por Schumann,
Brahms, Franck, Prokofiev e outros. E como todos os outros géneros que
escreveu, Beethoven conseguiu igualmente criar um modelo que inspirou outros
compositores nos anos que se seguiram. Infelizmente as sonatas não representam
todas as fases da sua carreira como compositor, como por exemplo as suas
sinfonias, sonatas para piano ou quartetos de cordas. Nove das suas dez sonatas
foram escritas antes da Sinfonia Heróica. Quando completou a Sonata Kreutzer
na primavera de 1803, tinha apenas 32 anos: iria viver mais 20 anos e escrever
só mais uma sonata para violino e piano.
No entanto estas sonatas são obras para duo no
melhor que há para esta formação. Estão perfeitamente equilibradas em termos de
escrita idiomática para ambos os instrumentos e mostram como Beethoven começou
a fazer experiências para expandir esta forma: no gracioso mas audaz opus 12, composto no final da década de
1790, ainda se sente a tradição do séc. XVIII: a sonata é escrita primariamente
para teclado com acompanhamento de violino. No entanto, Beethoven anuncia-se
como revolucionário e inovador: A primeira
sonata poderia muito bem uma obra grandiosa de Mozart, mas o humor robusto
da segunda é bastante mais
Haydnesco. A terceira sonata eleva o
género a um expressivo e virtuoso nível ainda antes não visto. Na viragem do
século aparecem mais duas contrastantes sonatas (op.23 e 24, originalmente destinadas a ser publicadas em conjunto).
Ambas as sonatas assumem um carácter individual com a primeira, num tenso e
sombrio lá menor, contra o lirismo generoso da sonata mais conhecida por Primavera. Com as sonatas opus 30, Beethoven move-se para um novo
território. A primeira sonata é
cheia de otimismo com um dos mais sublimes segundos andamentos e a terceira sonata distingue-se pelo seu
carácter direto e bucólico. Mas entre estas duas, a segunda sonata é uma obra prima em dó menor antecipando a
magnificência do seu período médio. Numa obra de um pathos dramático e eventual
tragédia, as linhas entre o classicismo e romantismo começam a se desvanecer.
Em pleno período médio veio a Sonata Op.
47 – Kreutzer. Aqui estamos em plena era de grandiosa expansão que
caracteriza este período de Beethoven. Este "concerto para dois" atinge
vertiginosos níveis de virtuosidade e emoção, parecendo querer atingir algo
completamente diferente das outras sonatas. Nos seus três andamentos somos
levados para três diferentes mundos. Passado uma década surge finalmente a sua
última sonata, a sua magnífica (e talvez mais estranha) sonata op. 96. Aqui o lirismo sublime é ao mesmo tempo profundo e
abstrato, reminiscente do quarto concerto para piano da mesma tonalidade (Sol
Maior). Estamos agora com um pé na última fase de Beethoven, que infelizmente
esta é só alcançada com as suas últimas sonatas para piano e quartetos.
Transmissão direta
Apresentação: Pedro Ramos
Produção: Anabela Luís, Cristina do Carmo
Anna Paliwoda | Nasceu em Katowice (Polónia) em 1992. Iniciou os seus estudos musicais aos 7 anos na Escola de Música Karol Szymanowski em Katowice. Prosseguiu os estudos na Academia de Música Ignacy Jan Paderewski em Poznan, na Polónia. Entre 2013 e 2017 formou-se na Escola de Música Reina Sofía, na classe do violino de Marco Rizzi e na classe de viola de Diemut Poppen. Frequentou masterclasses de Vadim Gluzman, Nils Mönkemeyer, Günter Pichler, Mauricio Fuks.
Foi premiada na categoria de violino em vários concursos, tais como, Concurso Bohdan Warchal em Dolny Kubin, Eslováquia, Concurso de Violino em Sochaczew na Polónia, II Concurso para Jovens Violinistas Tadeusz Wronski para Violín Solo em Tomaszow Mazowiecki na Polónia. Em 2012 foi finalista do XIX Concurso Internacional de Violino Andrea Postacchini de Fermo, Italia.
Foi membro da Orquesta Sinfónica Freixenet, dirigida por Víctor Pablo Pérez, Zubin Mehta, Pablo Heras-Casado, Stefan Lano; Orquesta de Cámara Freixenet, dirigida por András Schiff y Eldar Nebolsin; Camerata Viesgo, dirigida por Gordan Nikolic e Peter Eötvos. Foi também membro do Cuarteto Mendelssohn de BP e do Cuarteto Óscar Esplá de Asisa.
Em 2016 concluiu a licenciatura na Academia de Música de Karol Szymanowski em Katowice.
Em 2017 entrou na Orquesta Sinfónica de Euskadi em San Sebastían integrando o naipe dos primeiros violinos. Tem participado regularmente no Festival Cantabile, apresentando-se em concertos de música de câmara ao lado de solistas como Diemut Poppen, Ivan Monigetti e Christel Lee.
Desde 2018, vive em Lisboa, onde estuda na Escola Superior de Música de Lisboa, na classe de Ana Beatriz Manzanilla e desempenha as funções de chefe de naipe dos segundos violinos na Orquestra Gulbenkian. Em 2019, ganhou o primeiro premio no Concurso de Interpretação do Estoril.
Pedro Costa | Especializado no acompanhamento de canto e música de câmara, Pedro Costa é um pianista português que vive actualmente em Viena (Áustria). Desde 2017 é Pianista Correpetidor da Universidade de Música e Artes Performativas de Graz.
Foi o vencedor de importantes concursos como o Concurso de Interpretação do Estoril, Prémio Jovens Músicos (Música de Câmara), Prémio Helena Sá e Costa, Concurso Louis Spohr para Acompanhamento de Lied em Kassel (Alemanha), Concurso New Tenuto (Bélgica), entre outros.
Atuou como solista com a Orquestra Sinfónica Portuguesa, a Orquestra Metropolitana de Lisboa, Orquestra Filarmonia das Beiras, a Orquestra de Câmara de Cascais e Oeiras, a Orkest der Lage Landen e a Koninklijke Muziekkapel van de Gidsen.
Tem vindo a apresentar-se em diversas salas europeias destacando-se o Wigmore Hall em Londres, o MusikVerein em Vienna, a Große Saal Mozarteum em Salzburgo, Flagey em Bruxelas, Casa da Música no Porto, CCB, Teatro S. Carlos e Fundação Calouste Gulbenkian em Lisboa. Participou igualmente em Festivais Internacionais como o Cistermúsica, Festival ao Largo, Festival Internacional de Música da Póvoa do Varzim, Festival Estoril Lisboa, Europart, Harmos Classical, entre outros.
Dado o seu especial interesse no acompanhamento de Lied, participou em várias edições do International Lied Masterclasses em Bruxelas, onde trabalhou com prestigiados cantores e pianistas, tais como Udo Reinemann, Christianne Stotijn, Anne Sophie von Otter, Peter Schreier, Ann Murray, Christoph Prégardien, Sir Thomas Allen, Mitsuko Shirai, Hartmut Höll, entre outros. Recentemente foi premiado com o Prémio de Melhor Acompanhador no Concurso de Canto Lírico da Fundação Rotária Portuguesa em Lisboa e o 3º Prémio de Piano no International Lied Competition “Helmut Deutsch” em Viena (Áustria).
Juntamente com o oboista Guilherme Sousa e o fagotista Paulo Ferreira fundou o Perspective Trio com o qual alcançaram o primeiro prémio na categoria de Música de Câmara do Prémio Jovens Músicos em 2015.
Celebrando todos os anos as efemérides de vários compositores, mantém intensa atividade com o Trio à la Joie, fundado em 2017 e constituído pela soprano Marina Pacheco e pelo barítono Tiago Matos, e com quem nos últimos dois colaborou no projecto pedagógico Xiquitsi em Maputo (Moçambique).
Nascido em 1989 em Macau, Pedro Costa estudou em Espinho com Fausto Neves e na ESMAE com Luís Filipe Sá. Em 2015 terminou com distinção o Mestrado em Piano no Koninklijk Conservatorium Brussel (Bélgica) com Piet Kuijken. Estudou também num Mestrado especializado em Acompanhamento de Canto na Kunstuniversität Graz (Áustria) na classe de Joseph Breinl e Julius Drake.