Letra Original:
Adieux de l’hôtesse arabe (Victor Hugo)
Puisque rien ne t’arrête en cet heureux pays,
Ni l’ombre du palmier, ni le jaune maïs,
Ni le repos, ni l’abondance,
Ni de voir, à ta voix, battre le jeune sein
De nos soeurs dont, les soirs, le tournoyant essaim
Couronne un côteau de sa danse,
Adieu, beau voyageur! Hélas adieu!
Oh! que n’es-tu de ceux
Qui donnent pour limite à leurs pieds paresseux
Leur toit de branches ou de toiles!
Qui rêveurs, sans en faire, écoutent les récits,
Et souhaitent le soir, devant leur porte assis,
De s’en aller dans les étoiles!
Hélas! Adieu! Adieu! beau voyageur!
Si tu l’avais voulu, peut-être une de nous,
Ô jeune homme, eût aimé te servir à genoux
Dans nos huttes toujours ouvertes;
Elle eût fait, en berçant ton sommeil de ses chants,
Pour chasser de ton front les moucherons méchants,
Un éventail de feuilles vertes.
Si tu ne reviens pas, songe un peu quelque fois
Aux filles du désert, soeurs à la douce voix,
Qui dansent pieds nus sur la dune,
Ô beau jeune homme blanc, bel oiseau passager,
Souviens-toi, souviens-toi, car peut-être, ô rapide étranger,
Ton souvenir reste à plus d’une!
Hélas! Adieu! Adieu! bel étranger!
Hélas! Adieu! Souviens-toi!
Tradução para Português:
Despedidas da estalajadeira árabe (Victor Hugo)
Já que nada te detém neste maravilhoso país,
Nem sombra de palmeira nem o amarelo milho,
Nem o repouso, nem a abundância,
Nem de ver como o coração das nossas irmãs ao som da tua voz bate,
Quando elas à noite movendo-se em círculo dançam à volta da colina,
Adeus, belo viajante! adeus!
Oh! por que não és tu um daqueles, cujos cansados pés se detêm
Debaixo de um telhado de ramos ou lonas;
Nem um daqueles sonhadores que só ouvem contos
E à noite, sentando-se diante da porta, desejam
Subir até às estrelas?
Adeus! Adeus, belo viajante!
Se tu tivesses querido, teria talvez uma de nós
Gostado, jovem homem, de te servir de joelhos
Nas nossas cabanas sempre abertas
E com o seu canto embalar o teu sono, teria feito um leque de folhas verdes
Para da tua fronte os incómodos mosquitos afastar.
Se tu não regressares, pensa algumas vezes
Nas filhas do deserto, irmãs de doce voz
Que descalças dançam sobre a duna,
Ó belo jovem branco, bela ave passageira,
Lembra-te, lembra-te, porque talvez, ó rápido passageiro,
Te lembres de mais do que uma!
Adeus! Adeus, belo estrangeiro
Adeus! Lembra-te!