A 17 de janeiro de 1963,
Robert Filliou instaura esta data como o milionésimo aniversário da arte, ao escrever na sua
L’histoire de l’art chuchotée:
“Tudo começou num 17 de janeiro 1.000.000 anos atrás. Um homem agarrou numa esponja seca e deixou-a cair num balde de água. Quem foi este homem, não é importante. Ele está morto, mas a arte está viva.”
E a arte deve voltar ao povo ao qual pertence.
Assim, a 17 de Janeiro de 1973 (também data do aniversário do artista), Robert Filliou organiza pelas ruas de Aachen, na Alemanha, celebrações deste aniversário da arte, desejando que este dia houvesse feriados escolares, licença remunerada para os trabalhadores de todo o mundo e festividades espontâneas e alegres ao redor do globo.
As rádios europeias exibem neste dia de aniversário os seus programas mais experimentais e surpreendentes, escapando muitas vezes às regras da comunicação convencionais. Nesta emissão pode-se esperar um pouco de tudo: música, sons, ruído, eletrónica, palavras retrabalhadas e até silêncios em contextos plenos de significado. Nesta emissão, trata-se de fazer da rádio uma forma de arte… e o céu é limite.
Aniversário da Arte
17 Janeiro 19h00
A transmissão em direto de Portugal para o Art’s Birthday realiza-se a partir da Miso Music Portugal (O’culto da Ajuda) através da
Antena 2 e em directo para a
UER (União Europeia de Radiodifusão), com o compositor Rui Dias apresentando o seu Concerto para improvisadores e orquestra de laptops, numa atuação ao vivo a partir das 21h20.
Rui Dias – Concerto para improvisadores e orquestra de laptops
EME – Electroacoustic Music Ensemble
Improvisadores:
Carlos Zíngaro, violino; Gilberto Bernardes, saxofone; Joana Sá, piano; Filipe Lopes, Luís Lopes, electronicsOrquestra de Laptops:
António Branco, Francisco Matos, Gonçalo Carneiro, Gonçalo Ferreira, Henrique Couto, Hugo Santos, João Soares, Luís Cardoso, Paulo Oliveira, Rita Moreira
Direção de Rui Dias
Explorando as especificidades da orquestra de laptops como meio de expressão musical, esta peça introduz vários aspectos conceptuais e técnicos tornados possíveis pelo uso da mediação por computador com comunicação por rede entre o “maestro” e os performers, para criar um paradigma musical que pode ser descrito como um cruzamento entre o indeterminismo e o serialismo. Pensada como um estudo de alguns dos recursos e potencial da utilização de ligação em rede na orquestra de laptops, está dividido em seis secções, cada uma explorando diferentes possibilidades musicais da utilização do computador como mediador, que “ouve” todos os eventos tocados pela orquestra de laptops, e adapta algoritmicamente as possibilidades de alturas e dinâmicas. Utiliza um software especificamente desenvolvido para esta peça, programado no ambiente Max/MSP.
Transmissão direta
Produção: Susana Valente / Cristina do Carmo