Os padrinhos da Nouvelle Vague
Espaço Nimas, Lisboa
A partir de 1 de Setembro
Teatro Campo Alegre, Porto | TAGV, Coimbra | Theatro Circo de Braga | Auditório Charlot, Setúbal | Centro de Artes e Espectáculos, Figueira da Foz
O produtor Paulo Branco esteve à conversa com Luís Caetano e Inês N. Lourenço, em A Força das Coisas, sobre o ciclo Cinema Francês 1930-60 | Os Grandes Mestres ou Os padrinhos da Nouvelle Vague, dedicado a grandes realizadores do cinema francês dos anos 30, 40 e 50, que tiveram grande influência na geração da Nouvelle-Vague, e nos amantes da 7ª arte, em geral.
Concebido por Paulo Branco e organizado pela Leopardo e
Medeia Filmes, este ciclo compreende 16 filmes, vários deles inéditos em sala em Portugal, 16 obras-primas essenciais não só para a história do cinema francês, como para o entendimento da história da Sétima Arte, filmes que “mudaram a nossa vida e mudaram o cinema”, e que agora são apresentados em versões digitais restauradas, legendadas em português.
Dividido em 4 partes, o ciclo procura, acima de tudo, reunir estes filmes com os espetadores portugueses, e assim lembrar-lhes da herança francesa que estes carregam consigo, uma herança cinemática iluminada nas “suas expressões mais conscientes”, numa expressão de Serge Daneye, mudando as formas do cinema e por isso influenciando outros cineastas.
Dos 16 filmes de 10 dos maiores realizadores franceses entre 1936 e 1960, Paulo Branco destaca três obras essenciais, e menos conhecidas do público português, de Jean Renoir, o “maior cineasta do mundo”, como o proclamou François Truffaut: “O Crime do Sr. Lange” (1936) – que marca a regular colaboração com o cinema de um grande escritor francês, Jacques Prévert -, “French Cancan” (1954) e “Elena e os Homens” (1956); quatro filmes de dois grandes e “verdadeiros cineastas”, como se lhes referiu os Cahiers du Cinéma, e que, vindos do teatro, inventaram uma nova linguagem para o cinema, Sacha Guitry – com “Mon Père avait raison” (1936) e “La Poison” (1951) – e Marcel Pagnol – com “La Femme du boulanger” (1938) e “La Fille du puisatier” (1940). O destaque vai também para Max Ophüls, um refugiado alemão que fugiu ao nazismo e posteriormente se naturalizou francês, com “Le Plaisir” (1952) e Madame De…” (1953). De Jacques Becker é projetada a obra-prima “Casque d’or/Aquela Loura” (1952), de Robert Bresson, “Pickpocket / O Carteirista” (1959), de Jean-Pierre Melville “Deux Hommes dans Manhattan / Dois Homens em Manhattan” (1959), uma singular homenagem à estética do film noir americano, e de Louis Malle o seu primeiro filme “Ascenseur pour l’échafaud / Fim-de-semana no Ascensor” (1958). Finalmente, de Georges Franju, “Olhos Sem Rosto”, uma obra que veio desconstruir os modelos documentais vigentes, “recusando fronteiras entre o documentário e a ficção” e de Jean Cocteau, o grande inspirador secreto dos cineastas franceses, “Le Testament d’Orphée / O Testamento de Orfeu”(1960),
De 12 de Julho a 1 de Agosto
– Deux Hommes dans Manhattan / Dois Homens em Manhattan (1959), de Jean- Pierre Melville
– Les Yeux Sans Visage / Olhos Sem Rosto (1960), de Georges Franju
– Madame de… (1953), de Max Ophüls
–
Le Crime de Monsieur Lange / O Crime do Sr. Lange (1936), de Jean Renoir
De 2 a 22 de Agosto
– La Femme du Boulange / A mulher do Padeiro (1938), de Marcel Pagnol
– Elena et les Hommes / Elena e os homens (1956), de Jean Renoir
– Ascenseur pour L’échafaud / Fim-de-Semana no Ascensor (1958), de Louis Malle
– Casque D’or / Aquela Loura (1952), de Jacques Becker
Ingrid Bergman e Jean Marais em Elena e os homens (1956)
De 23 de Agosto a 12 de Setembro
Touchez pas au Grisbi / O Último Golpe (1954), de Jacques Becker
Mon Père avait raison (1936), de Sacha Guitry
Le Testament d’Orphée / O Testamento de Orfeu (1960), de Jean Cocteau
Pickpocket / O Carteirista (1959), de Robert Bresson
De 13 de Setembro a 3 de Outubro
La Fille du Puisatier (1940), de Marcel Pagnol
La Poison (1951), de Sacha Guitry
French Cancan (1954), de Jean Renoir
Le Plaisir / O Prazer (1952), de Max Ophüls
Sessão especial L’atalante / O Atalante, de Jean Vigo (1934)