Temporada Metropolitan Opera
de Nova Iorque
7 Dezembro | 18h00
Richard Strauss | A mulher sem sombra
Imperatriz: Elza van den Heeve (S)
A mulher do tintureiro: Lise Lindstrom (S)
Ama: Nina Stemme (S)
Barak: Michael Volle (B-BT)
Imperador: Russell Thomas (T)
O Mensageiro de Keikobad: Ryan Speedo Green (BT)
Coro e Orquestra do Metropolitan
Direção de Yannick Nézet-Séguin
O diretor musical do Met, Yannick Nézet-Séguin, sobe ao palco para dirigir o grande épico mitológico de Strauss, uma proeza para orquestra e solistas. Um trio espetacular de sopranos lidera o elenco, com Elza van den Heever como a Imperatriz sobrenatural, Lise Lindstrom como a Mulher do Tintureiro e Nina Stemme como a Enfermeira. Após os recentes triunfos no ciclo do Anel de Wagner e Die Meistersinger von Nürnberg , o barítono Michael Volle é Barak, com o tenor Russell Thomas como o Imperador e o baixo-barítono Ryan Speedo Green como o Mensageiro Espiritual.
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Transmissão em direto
a partir de The Metropolitan Opera de Nova Iorque
Realização e Apresentação: André Cunha Leal
Produção: Susana Valente
A mulher sem sombra (Die Frau ohne Schatten)
Ópera em 3 atos
Música de Richard Strauss
Libreto de Hugo von Hofmannsthal
Quando a obra estreou em Viena em 10 de outubro de 1919, críticos e a plateia não se entusiasmaram (muitos citaram problemas com o libreto complicado e altamente simbólico de Hofmannsthal). Atualmente, esta ópera é considerada por muitos uma das melhores obras, senão a melhor obra de Strauss, pois musicalmente, Die Frau ohne Schatten é uma das partituras mais coloridas e complexas de Strauss, embora seja menos apresentada do que outras óperas suas.
O processo de composição da ópera começou em 1911. Os primeiros esboços de Hofmannsthal para o libreto foram baseados numa peça de Goethe, Conversas de Emigrantes Alemães (1795). Hofmannsthal lida com o material de Goethe livremente, acrescentando a ideia de dois casais, o imperador e a imperatriz que vêm de outro mundo, e o tintureiro e a sua mulher que pertencem ao mundo comum. Hofmannsthal também adicionou porções dos contos de fada dos irmãos Grimm e até citações de Fausto de Goethe. A ópera é concebida como um conto de fadas sobre o amor abençoado pelo nascimento de uma criança. Hofmannsthal, em cartas, compara-a com A Flauta Mágica, de Mozart, que tem um arranjo similar de dois casais.
Strauss e Hofmannsthal trabalharam na música e na letra paralelamente, cada um recebendo inspiração do outro. Strauss ficou satisfeito com o texto de Hofmannsthal, mas pediu-lhe que reescrevesse algumas passagens para efeito dramático. Hofmannsthal resistiu a fazê-lo, estando mais preocupado com o simbolismo subjacente do libreto. A ópera estava terminada em 1915, durante a Primeira Guerra Mundial, mas a sua estreia só ocorreu em 1919, pois Strauss, sabendo que não a veria adequadamente encenada naquela conjuntura, não se esforçou para a apresentar antes do final do conflito.
A difícil génese da ópera está documentada na correspondência entre compositor e o poeta. O próprio Strauss chamou-lhe “filha da dor” (chegou a chamá-la de “Die Frosch”, que em alemão significa “sapo”, uma sigla com Die Frau ohne Schatten). A complexidade do texto e o stress da época de guerra tornaram a sua composição uma tarefa trabalhosa, e Strauss também ficou desapontado com as primeiras produções.
O enredo da ópera passa-se num império mítico das Ilhas do Sul e envolve cinco personagens principais: o Imperador, a Imperatriz, sua ama, Barak, um tintureiro pobre, e a mulher do tintureiro. Um sexto personagem, Keikobad, Rei do Reino Espiritual e pai da Imperatriz, é responsável pela dinâmica da história, mas nunca aparece no palco. A Imperatriz não é humana: ela foi capturada pelo Imperador na forma de uma gazela. Ela assumiu a forma humana, e ele casou com ela, mas ela não tem sombra. Isto simboliza a sua esterilidade. Keikobad decretou que, a menos que a Imperatriz ganhe uma sombra antes do fim da décima segunda lua, ela será reclamada pelo seu pai, e o Imperador transformar-se-á em pedra.
Fotos Met Opera