Temporada Metropolitan Opera
de Nova Iorque
17 maio | 18h00
Richard Strauss | Salomé
Salomé: Elza van den Heever (S)
Jokanaan: Peter Mattei (B-BT)
Herodes: Gerhard Siegel (T)
Herodíade: Michelle DeYoung (S)
Narraboth: Piotr Buszewski (T)
Coro e Orquestra do Metropolitan
Direção de Yannick Nézet-Séguin
O maestro Yannick Nézet-Séguin dirige as suas primeiras apresentações no Met da notável ópera dramática em um ato, de Strauss, que recebe uma nova produção na companhia após 20 anos. Claus Guth, um dos principais diretores de ópera da Europa, confere à história bíblica — já filtrada pela bela e estranha imaginação da peça de Óscar Wilde — um cenário psicologicamente perspicaz da era vitoriana, rico em simbolismo e subtis nuances de escuridão e luz.
A nova encenação é protagonizada pela soprano Elza van den Heever, no papel da heroína abusada e desequilibrada que exige a cabeça de Jochanaan (João Baptista), cantada pelo célebre barítono Peter Mattei. O tenor Gerhard Siegel interpreta o padrasto lascivo de Salomé, o Rei Herodes, com a mezzo-soprano Michelle DeYoung como sua esposa, Herodíade, e o tenor Piotr Buszewski como Narraboth.
A história desta incendiária e poderosa ópera ancora-se num breve relato bíblico: uma jovem princesa da Judeia dança para o seu padrasto Herodes e escolhe como recompensa a cabeça do profeta João Batista. Este tema cativou a imaginação de gerações de artistas visuais, mas as suas possibilidades foram talvez melhor concretizadas na tragédia de Oscar Wilde de 1891 (cuja encenação foi proibida em vários países). A composição de Strauss combina a grandiosidade dos épicos wagnerianos com o foco e a ímpeto emocional das curtas óperas veristas italianas.
A nova produção desta temporada atualiza a ação, do tempo do rei Herodes Antipas, tetrarca da Galileia, no início do primeiro século d.C., para a era vitoriana.
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Transmissão em direto
a partir de The Metropolitan Opera de Nova Iorque
Realização e Apresentação: André Cunha Leal
Produção: Susana Valente
Salomé
Ópera em um ato
Música de Richard Strauss (1864-1949)
Libreto de Hedwig Lachmann (1865-1918), baseado na peça homónima de Oscar Wilde escrita em 1891-1892, e que se baseia em passagens do Evangelho segundo São Mateus (14:3-11) e São Marcos (6:21-28).
Salomé estreou a 9 de dezembro de 1905 no Teatro de Ópera (Hofoper) em Dresden, renomeado como Ópera Semper. A receção por parte do público foi algo controversa, pelo erotismo e violência do argumento e da encenação.
Também em termos musicais, Strauss rompera com as convenções harmónicas, fazendo com que a ópera fosse cantada em diversas tonalidades simultâneas.
Gustav Mahler, à época, entusiasmado declarou-a “Uma obra forte e genial, que definitivamente está entre as mais significativas que a nossa época criou”, e tenta a sua estreia em Viena, mas desiste, face ao veto da censura.
Desde o compasso inicial, a partitura de Strauss anuncia-se exótica, iconoclasta e absolutamente envolvente. Grande parte da magia da obra vem do fosso da orquestra: a famosa Dança dos Sete Véus ocorre a cerca de dois terços da ópera e, embora a maioria das outras passagens notáveis da orquestra estejam mais integradas na envolvente partitura do que a dança, não são menos memoráveis.
Apesar de toda a maravilha da orquestra, a ópera exige muito dos cantores, especialmente os dos papéis principais. Os seus trechos estendem-se das escalas mais agudas às mais graves da voz feminina, trabalhando com e, às vezes, contra a enorme orquestra. Com os seus desafios musicais e dramáticos, destaca-se como um dos papéis operísticos mais desafiantes e emocionantes.
Fotos Evan Zimmerman / Met Opera