14 Dezembro | 18h00
Programa Mezza-Voce
Apresentação e Realização: André Cunha Leal
Produção: Susana Valente
Gravação da RTP / Antena 2
no Grande Auditório
do Centro Cultural de Belém,
nos Dias da Música,
a 28 de Abril de 2019
Ana Quintans, soprano I
Claire Debono, soprano II
Carlo Vistoli, contratenor
Marcel Beekman, tenor
André Henriques, barítono
Claire Debono, soprano II
Carlo Vistoli, contratenor
Marcel Beekman, tenor
André Henriques, barítono
La Paix du Parnasse / Javier Aguirre & António Carrilho
Emmanuel Resche-Caserta, concertino
Diego Fernandéz Rodriguez, contínuo
António Carrilho, direção musical
Emmanuel Resche-Caserta, concertino
Diego Fernandéz Rodriguez, contínuo
António Carrilho, direção musical
Programa
Henry Purcell (c.1659-1695) – The Fairy Queen
The Fairy Queen, apesar de ser frequentemente descrita como ópera, é, em verdade, uma «semiópera», género muito popular no barroco inglês, constituído por uma peça teatral (falada) com cenas musicais, chamadas «masques», interpoladas. Neste caso, o libreto é derivado da peça de Shakespeare, Sonho de uma Noite de Verão.
A obra foi estreada em 1692, após um longo período de preparação para a encenação, durante o qual Purcell continuou a alterar a música, fazendo com que haja várias versões da mesma, sem que nenhuma seja definitiva. A partitura existente perdeu-se após a morte do compositor, sendo redescoberta apenas no século XX. É provável que uma encenação completa, com toda a música, durasse umas quatro horas.
No contexto da semiópera, em que a música é em grande parte independente da acção cénica, era tradicional as intervenções musicais serem feitas por personagens ou sobrenaturais ou pastorais ou, eventualmente, bêbedos: este último fenómeno vê-se na cena do poeta bêbedo no primeiro acto, cena adicionada após o grande sucesso da estreia. Todas as masques em The Fairy Queen são apresentadas ou por Titania ou por Oberon, e o tema de cada uma tem uma relação com a acção cénica. Assim, Purcell cria uma espécie de «comentário» paralelo à peça de Shakespeare, explorando os temas da noite, do sono, do encanto e do amor.
The Fairy Queen é considerada talvez a melhor obra de Purcell para palco, contendo não só melodias altamente memoráveis e por consequência frequentemente interpretadas fora do contexto original, mas mostrando um sentido harmónico extremamente subtil (sobretudo nos coros) e um uso refinadíssimo de contraponto. Além disso, a grande coerência da música, notável dadas as circunstâncias da composição, faz dela uma das obras-primas do barroco inglês.
Ivan Moody / CCB
Fotos Jorge Carmona / Antena 2