Temporada de Concertos Antena 2
3 fevereiro | 19h00
Auditório do Museu do Oriente
Entrada gratuita
Drumming Mallet Quartet
Quarteto de percussão
Pedro Góis
André Dias
João M. Braga Simões
Miquel Bernat
Desenho de som Suse Ribeiro
Programa
Luís Tinoco – Short Cuts (2003-2004)
dois vibrafones e duas marimbas
Igor C. Silva – Sweet Data (2018)
Ivana Ognjanovic – Synthetic Pathetic (2024) [estreia absoluta] *
Vasco Mendonça – Play Off
Carlos Guedes – “Resynthesis” [Time Poem 5)], Time Poetries (2022-2024)
para glockenspiel, 2 vibrafones, marimba, palmas, 2 caxixis, bateria e eletrónica
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* Peça em estreia absoluta,
da compositora vencedora do Prémio da Tribuna Internacional de Compositores (International Rostrum of Composers – IRC),
da qual Antena 2 faz parte.
O Drumming Mallet Quartet, criado pelo Drumming – Grupo de Percussão, é um novo espetáculo artístico que celebra a inovação, a qualidade e a originalidade da música contemporânea portuguesa. Com uma equipa de músicos de excelência formados em Portugal e um programa que integra elementos cénico-espaciais, o projeto não só promove o repertório de percussão, mas também contribui para a formação de novos públicos, tanto em Portugal quanto no estrangeiro.
O Drumming Mallet Quartet não se limita a Portugal; os concertos, que fazem parte da experiência criativa e começam nos Açores, estendem-se a diferentes regiões de Espanha, focando-se em pequenos municípios. Esta itinerância visa democratizar o acesso à música de percussão, atuando como embaixadores da música portuguesa e proporcionando experiências culturais enriquecedoras a comunidades menos expostas a este tipo de repertório.
O Drumming Mallet Quartet apresenta um programa exclusivamente português de obras encomendadas a um grupo de elite de compositores que aceitaram o desafio de escrever para a formação de quarteto de mallets. Esta formação, composta por marimbas, vibrafones e outros instrumentos de percussão, destaca-se pela sua originalidade e pela integração do elemento cénico-espacial como um parâmetro fundamental, funcionando como fio condutor do concerto e de cada peça. A pertinência desta atividade reside na promoção da música contemporânea portuguesa e na exploração de novas possibilidades sonoras e cênicas através dos instrumentos de percussão. O programa visa expandir o repertório para quarteto, contribuindo para a inovação musical e para a afirmação de compositores portugueses no cenário internacional.
A qualidade do Drumming Mallet Quartet é assegurada pela escolha criteriosa do repertório e pela excelência dos intérpretes. As obras são compostas por músicos de renome que trazem uma nova perspectiva a este tipo de formação , explorando sua versatilidade e espetacularidade. A originalidade do projeto também se manifesta na gestão cénico-espacial, que acrescenta uma dimensão visual e narrativa ao espetáculo, enriquecendo a experiência do público.
Os compositores escolhidos para este programa são autores de prestígio que aceitaram o desafio de expandir o repertório de percussão. A direção artística de Miquel Bernat é crucial para a concretização deste projeto, devido à sua vasta experiência e visão inovadora. A opção por um quarteto de permite explorar novas texturas e possibilidades rítmicas, oferecendo uma performance única e envolvente.
A equipa artística, selecionada por Miquel Bernat, é composta por instrumentistas virtuosos e de alto nível, capazes de interpretar o repertório meticulosamente escolhido com precisão e expressividade. A expertise desses músicos assegura a qualidade da performance e a plena realização das intenções artísticas do projeto. Além dos concertos, o projeto inclui ações complementares como conteúdos transmitidos em streaming, permitindo um maior alcance e interação com o público.
O International Rostrum of Composers (IRC) [Tribuna Internacional de Compositores], organizado pelo Conselho Internacional de Música (IMC) criado em 1949 como órgão consultivo da UNESCO, é um fórum internacional de representantes de organizações de radiodifusão que se reúnem com o propósito de trocar e transmitir música contemporânea.
Atualmente, mais de 30 redes de rádio nacionais, entre as quais a Antena 2, participam do Rostrum, apresentando cerca de 60 obras compostas nos cinco anos anteriores. Após as sessões de audição, a assembleia de delegados seleciona e recomenda as obras mais importantes em duas categorias: geral e jovens compositores. Essas e outras obras são apresentadas em concertos e transmitidas após o Rostrum pelas estações de rádio participantes e outras interessadas.
Além disso, todas as obras apresentadas no IRC são disponibilizadas pela European Broadcasting Union (EBU) para a sua ampla rede de membros e associados via satélite. Estes programas de difusão garantem uma excelente cobertura internacional para os compositores.
Desde a fundação do IRC em 1955, cerca de 500 compositores foram promovidos e as suas obras transmitidas milhares de vezes na rede de rádios participantes. Após 65 anos, o IRC continua hoje a ser a plataforma mais importante para a promoção da música contemporânea via transmissão de rádio com cerca de 800 transmissões das obras selecionadas na última temporada. Além disso, o IRC é uma ocasião inestimável para o encontro de colegas de todo o mundo e partilha de música contemporânea.
Transmissão direta
Apresentação: João Almeida
Produção: Anabela Luís, Reinaldo Francisco
Ivana Ognjanovic(1971) | Formou-se em composição na Faculdade de Música, na Universidade de Artes de Belgrado. Concluiu o Mestrado em Composição Multimédia na HfMT (Universidade de Música e Drama de Hamburgo) na Alemanha. Está a fazer o Doutoramento em Composição na Universidade de Artes de Belgrado, Faculdade de Música.
Trabalhou com artistas e músicos como Joanna Mac Gregor, Jennifer Hymer, Ana Sofrenovic, Julia Hening, Marek Choloniewski. As suas composições já foram tocadas na Grécia, Inglaterra, Sérvia, Letónia, Macedónia, Hungria, Alemanha, Japão, Finlândia e EUA.
Tem experiência em multimédia, interações em arte, programação web, música aplicada e performance.
Alguns dos seus projetos: projetos de teatro musical, FalschegelD e Coda, instalação interativa PlayWithMe, street installation Lipanj, som e música para a aplicação Nonobject Book – iPad (MIT-Press), música para os documentários Judenlager Semlin e Anhaltelager Semlin, peça para orquestra,orquestra e eletrónica, eletrónica (Lonesome Skyscraper – 1º prémio do Rostrum), conjuntos de câmara.
Ivana é membro do EBE (European Bridges Ensemble),com quem compôs e executou inúmeras peças, e já teve muitas colaborações com outros artistas.
Pedro Góis | Percussionista com uma ampla e multifacetada carreira na música erudita e contemporânea, é licenciado e mestre em Ensino de Música pela Escola Superior de Música e das Artes do Espetáculo/Escola Superior de Educação (Porto), na classe de Miquel Bernat, Manuel Campos, Nuno Aroso, Rui Gomes e Michael Lauren.
Ao longo da sua trajetória artística, teve o privilégio de colaborar com diversas orquestras e ensembles de variadas formações, incluindo a Orquestra Sinfónica do Porto Casa da Música, Orquestra Gulbenkian, Orquestra Sinfónica Portuguesa, Orquestra Metropolitana de Lisboa, Orquestra de Câmara Portuguesa, Orquestra do Algarve, Orquestra Utópica, Orquestra Clássica de Espinho e a Orquestra Clássica da Póvoa de Varzim, bem como o Ictus Ensemble, Drumming Grupo de Percussão, Pulsat Percussion Group e o Ensemble Contemporâneo da Póvoa de Varzim.
Destaca-se também a sua participação em projetos interdisciplinares com diversas companhias de dança, tais como a Companhia Rosas de Anne Teresa de Keersmaeker, Companhia Paulo Ribeiro, Companhia Instável e Arte Total.
Teve a oportunidade de trabalhar e estabelecer colaborações diretas com compositores de renome internacional, tais como Steve Reich, Helmut Lachenmann, Peter Eötvös, Heinz Holliger, Enno Poppe, Toshio Hosokawa, Jesús Torres, Emmanuel Nunes, António Pinho Vargas, Luís Tinoco, Miguel Azguime, Daniel Bernardes, Pedro Amaral e Vasco Mendonça, entre muitos outros.
Contribuiu para o registo de inúmeras gravações, entre as quais se destacam os álbuns Archipelago de Luís Tinoco, distinguido como o melhor álbum de música erudita/clássica nos Prémios PLAY 2020, Liturgy of the Birds de Daniel Bernardes e Play Off de Vasco Mendonça, ambos merecedores de destaque na imprensa nacional e internacional.
Atualmente, é membro dos Drumming Grupo de Percussão, membro fundador dos Pulsat Percussion Group, reforço regular da Orquestra Sinfónica do Porto Casa da Música, Solista A na Banda Sinfónica Portuguesa e docente na Academia de Música de Costa Cabral.
André Dias | Licenciado em percussão e mestre em Ensino de Música pela ESMAE (Porto), foi distinguido com bolsas de mérito em todas as instituições que frequentou. O trabalho junto de compositores portugueses tem sido uma das premissas da sua atividade artística a solo, participando em projetos inovadores como Cara Ano Zero (Matosinhos) e A.bel – música interativa (INESC-TEC), e estreando dezenas de obras, das quais se destacam Drive_! para multi-percussão e eletrónica de Igor Silva e The Colour of a time para percussão solo, eletrónica e orquestra de Daniel Martinho.
Trabalhou diretamente com compositores internacionalmente aclamados como Peter Eotvos, Rebecca Saunders, Enno Pope, Helmut Lachenman, Heinz Holliger, François Sarhan, Toshio Hosokawa, Unsuk Chin, Jesus Torres, Emmanuel Nunes, Luís Tinoco, António Pinho Vargas, Vasco Mendonça, entre outros. Enquanto solista tocou com a Munchner Symphoniker, Orquestra Sinfónica Portuguesa, Orquestra Gulbenkian, Banda Sinfónica Portuguesa, Orquestra Clássica de Espinho, Orquestra Sinfonieta da ESMAE, Orquestra Sinfónica da AMCC. Também tem desenvolvido um trabalho multidisciplinar, tendo colaborado com várias companhias de dança, como: Companhia Paulo Ribeiro, Companhia Instável e Arte Total, e com o músico de eletrónica e produtor Burnt Friedman. Foi distinguido nos mais variados concursos, dos quais se destacam: 2º prémio no VI International Percussion Competition – Fermo (2008), vencedor do Concurso Helena Sá e Costa (2011), 1º prémio no Prémio Jovens Músicos – 27ª edição, percussão solo – nível superior (2013), ao qual se seguiu o prémio especial European Union of Music Youth Competitions.
Em 2014 foi um dos semi-finalistas do prestigiado Tromp Percussion Competition – Eindhoven e foi selecionado para Lucerne Festival Academy onde interpretou a obra Portugal de Johannes Maria Staud, para percussão solo. Em 2015 foi selecionado para o New Talent (Bratislava), organizado pela European Broadcasting Union, em representação da Antena 2. Já em 2016 alcançou o 1º prémio no I Concurso Internacional da Beira Interior.
Em 2019, com o Drumming GP, participa no disco Archipelago de Luís Tinoco que foi distinguido como o melhor disco de música erudita/clássica nos Prémios PLAY 2020, onde entre várias obras de música de câmara gravou o icónico solo para marimba Mind the Gap. Em 2021 foi-lhe atribuído o título de especialista na área da percussão e música de câmara pelo Instituto Politécnico de Castelo Branco. Atualmente é professor adjunto convidado na Escola Superior de Artes Aplicadas de Castelo Branco(ESART) e leciona na Academia de Música de Costa Cabral e Escola Profissional de Música de Espinho. É membro do Drumming GP e Pulsat Percussion Group, colabora regularmente com a Orquestra Sinfónica do Porto – CdM e é diretor artístico do Concurso Internacional de Percussão – Gondomar e do Festival PercuArt.
João M. Braga Simões | Músico baseado no Porto, membro do Drumming Grupo de Percussão e dos Trash Panda Collective (ensemble que fundou em Amesterdão). A sua atividade profissional tem-se estendido a projetos a solo, de música de câmara e de orquestra e o seu foco principal está na criação, interpretação e disseminação de música nova e no trabalho de comissão com diferentes compositores e intérpretes. Paralelamente à sua atividade concertística é docente na Universidade do Minho. Apresenta- se regularmente com o Drumming GP (maioritariamente em Portugal e Espanha), assim como em recitais a solo e viaja com frequência para os Países Baixos para atuar em alguns dos melhores festivais de música Neerlandeses (como o Gaudeamus, Rewire MF, Sounds of Music Festival, entre outros).
Tem-se inserido cada vez mais nos circuitos de improvisação livre, música exploratória e cruzamentos estéticos através dos trabalhos desenvolvidos com o Trash Panda Collective, a participação em Omniae Large Ensemble, as colaborações regulares com o compositor Igor C. Silva, o projeto desenvolvido com Nuno Aroso e Ikue Mori e o desenvolvimento do seu projeto Melting Music. João participou na criação e gravação do álbum Textures&Lines com Drumming GP, Joana Gama e Luís Fernandes, editado pela Holuzam e considerado o melhor álbum nacional pela Oficína Radiofónica de Rui Miguel Abreu (2020).
Os seus trabalhos discográficos mais recentes são Lumina (álbum do Omniae Large Ensemble – 2021), Peixinho Patriarca Percussão (álbum de documentação da música de Jorge Peixinho e E. Patriarca – 2021) e o novo álbum do Drumming GP de música portuguesa para quarteto de marimbas, lançado em 2023. Completou em 2017 o seu mestrado em Percussão com especialização em New Music no Conservatorium van Amsterdam com o apoio da bolsa de aperfeiçoamento artístico da Fundação Calouste Gulbenkian. O seu percurso académico passou também por Braga e pelo Porto onde concluiu a licenciatura na ESMAE.
Miquel Bernat | Percussionista é um dos maiores dinamizadores da cena internacional, contribuindo fortemente para a divulgação e solidificação da percussão, abrangendo no seu trabalho os mais diversos tipos de música que vai desde o erudito, experimental com electrónica, até ao meio popular e vernacular, interagindo com diversas áreas artísticas.
Estudou nos conservatórios de Valência, Madrid, Bruxelas e Roterdão, e frequentou o Aspen Summer Music Course nos Estados Unidos da América. Foi laureado com o Prémio Extraordinário Final de Curso dos conservatórios de Madrid e de Bruxelas, o Prémio Especial no Gaudeamus na Holanda em 1993, bem como o segundo prémio do Aspen Nakamichi Competition (EUA).
Músico de grande versatilidade, tocou na Orquestra Ciutat de Barcelona e Royal Concertgebouw Orchestra de Amesterdão. Foi membro do Duo Contemporain de Roterdão e fundador do Ictus Ensemble de Bruxelas, com o qual tem vindo a fazer variados espectáculos (em alguns deles tocando como solista) com a coreógrafa A. T. de Keesrmaeker da Cia. Rosas, entre outros.
Solista em diversos recitais por todo o mundo, destacam-se as estreias mundiais dos Concertos de Percussão de David del Puerto, César Camarero, Luis de Pablo, Mauricio Sotelo e Joan Guinjoan, como solista com a Orquesta de Cadaqués, Orquestra Nacional do Porto, Orquesta de la Comunidad de Madrid, Orquesta Sinfónica de Murcia, Orquesta de la Radio Television Española (RTVE), Borusan Orchestra de Istambul, Cyprus Symphony Orchestra, MusikFabrik, Remix Ensemble, etc.
Estreou no IRCAM/Centre George Pompidou de Paris Mantis Walk in a Metal Space de Javier Alvarez, primeiro concerto mundial de Steel Drums, com o Ictus Ensemble, e destaca-se a sua participação como solista com o conceituado barítono Spyros Sakkas na música cénica Oresteia de Iannis Xenakis em festivais e salas como Radio France de Montpellier, Estambul Festival, Cyprus Festival, Auditorio Nacional de Madrid, Cité de la Musique de Paris, etc.
Fundou no Porto o Drumming-GP, um dos grupos de percussão mais dinâmicos da cena internacional, com uma grande receptividade crítica. O Drumming-GP foi grupo residente do Porto 2001/Capital Europeia da Cultura, tendo vindo a apresentar-se no Brasil, África do Sul, Itália, Espanha, França, Bélgica e nas maiores salas de Portugal.
A sua carreira como pedagogo traduz-se na docência nos Conservatórios de Música de Roterdão e Bruxelas e na Universidade de Aveiro. Criou o primeiro curso superior de Percussão de Portugal na ESMAE do Porto. É também professor na ESMUC de Barcelona.
Tem sido convidado como professor nos International Summer Course for New Music de Darmstadt (Alemanha), no El Sistema de Orquestras de Venezuela (FESNOJIV), no Instrumenta de Oaxaca (México), em CIVEBRA de Brasília e UNICAMP de Campinas (Brasil), entre outros.
Um dos seus mais recentes projetos tem consistido na criação de uma coleção de Estudos de Concerto para Marimba, em estreita colaboração com compositores conceituados, que publicou em 2017 na Editorial Tritó de Barcelona e obteve a Beca Red Leonardo para Investigadores e Criadores Artísticos de 2016 da Fundação BBVA para sua difusão.
Miquel Bernat é um apaixonado pela criação actual, assim como, um dos exponentes mais comprometidos com a expansão da arte da percussão.