2 Junho 19h00
Sala Luís de Freitas Branco CCB
Quintas às 7
Maria José Falcão (violoncelo)
A violoncelista Maria José Falcão e a pianista Anne Kaasa juntam-se neste concerto para interpretar um programa do grande repertório da música russa do século XX. Rachmaninov, “o último dos românticos”, compôs os Prelúdios para piano, (inspirados nos Prelúdios de Chopin) no período 1901-1910, numa linguagem pianística inconfundível, densa e colorida. De uma tendência neoclassicista, lírica, elegante e humorística, a Sonata para violoncelo e piano de Prokofiev (1949) é uma obra que leva ao mundo encantado dos contos de fada, enquanto a Sonata de Shostakovitch (1934) abre um universo mais dramático e sombrio. É uma obra brilhante e virtuosa, em que contrasta primitivismo folclórico, sarcasmo mordaz e profunda melancolia.
Realização e Apresentação: André Cunha Leal
Produção: Anabela Luís
Maria José Falcão iniciou os seus estudos musicais aos seis anos de idade na Fundação Musical dos Amigos das Crianças, em Lisboa. Obteve o diploma do Curso Superior de Violoncelo do Conservatório Nacional de Lisboa com as mais altas classificações, após o que iniciou os seus estudos de aperfeiçoamento em Paris com o violoncelista Paul Tortelier. Foi laureada por duas vezes com o Prémio Guilhermina Suggia, uma como solista e outra em formação de música de câmara.
Foi primeiro violoncelo da Orquestra Sinfónica da Emissora Nacional e da Orquestra Gulbenkian. De 1976 a 1990, esteve radicada na Suíça, onde ocupou o lugar de violoncelo solista na Orquestra de Câmara de Lausanne e foi simultaneamente professora no Conservatório de Música desta mesma cidade.
De regresso a Portugal, ingressou de novo na Orquestra Gulbenkian para ocupar o lugar de primeiro violoncelo solista. Leccionou na Fundação Musical dos Amigos das Crianças e é actualmente professora de violoncelo na Escola de Música do Conservatório Nacional de Lisboa. Em 1997, colaborou nos Cursos Internacionais de Verão de Cascais, na classe de aperfeiçoamento de violoncelo, organizados pela Câmara Municipal de Cascais e pela Universidade Nova de Lisboa.
Maria José Falcão é licenciada pela Escola Superior de Música de Lisboa.
Anne Kaasa é uma pianista norueguesa, radicada em Portugal. A revista musical francesa Le Monde de la Musique caraterizou-a como “uma pianista que se destaca no abundante mundo de solistas pela profundidade das suas interpretações, pela fluidez do seu discurso musical e pela delicadeza do seu toucher”.
Apresentou-se como solista com orquestras entre as quais a Orquestra Gulbenkian, Orquestra de la Comunidad de Madrid, Orquestra Sinfónica Portuguesa, Orquestra Nacional do Porto, Filarmónica de Baden-Baden, Orquestra de Craiowa, Orquestra de Granada, Orquestra de Timisoara, Sinfonieta de Lisboa, Orquestra de Câmara de Florença, Orquestra de câmara de Flandres e Orquestra Sinfónica de Moldavia, em colaboração com maestros como José Ramón Encinar, Laurent Petitgirard, Dirk Vermeulen, Yu Feng, Marc Tardue, Georgi Costin, Flávio Chamis, Johannes Willig, Cesário Costa, Vasco Pearce Azevedo, Ernst Schelle e Valentin Doni.
Colaborou em música de câmara com, entre muitos outros, os violoncelistas Truls Mørk e Maria José Falcão e os violinistas Aníbal Lima, Arve Tellefsen e Ragnhild Hemsing.
O repertório de Anne Kaasa estende-se de Bach aos Contemporâneos. Trabalhou com muitos compositores actuais e estreou várias obras dos mesmos, entre os quais: António Pinho Vargas, Philippe Fénelon, Clotilde Rosa, Sérgio Azevedo, Amilcar Vasques Dias, Daniel Schwetz, Pedro Faria Gomes, e Kjell Mørk Karlsen.
Gravou para rádios nacionais em França, Espanha, Eslovénia, Italia, Moldávia, Noruega e Portugal. Gravou a integral das sonatas de Grieg para violino e piano com o violinista Aníbal Lima para EMI Classics. As suas gravações a solo de obras de Grieg e Ravel para as editoras Grave e Saphir foram muito elogiadas pela crítica musical (como Le Monde de la Musique e Repértoire em Paris, La Stampa, em Roma e Aftenposten em Oslo). Na área da música contemporânea gravou obras de Clotilde Rosa para MISO Records e La má de Guido. O seu CD Debussy (2011), gravado em Paris para Saphir, recebeu também excelentes críticas na imprensa musical francesa e na Radio France, inclusive a distinção de 5 Diapasons na prestigiada revista Diapason.