8 Julho | 19h00
MAAT / Central Tejo, Lisboa
Entrada Livre
Mn’JAM
M – Melissa Oliveira (AU/PT), Voz, Loops
JAM – João Artur Moreira (PT), Turntables, Arte Visual
Casey Benjamin (USA), Saxofones
Virxilio da Silva (ES), Guitarra Elétrica
Matt Adomeit (USA), Contrabaixo
Péter Somos (HU), Bateria
Programa
– Intro (by JAM)- Garden Walls (by JAM)
– One Body and Soul (by JAM)
– Pensamentos (by Melissa Oliveira)- A song of Double Pendular Swing (by JAM)
– Fragments (by JAM)
– Odd Times of Tyrants (by Melissa Oliveira)
– Use Me (Bill Withers, arr by Melissa Oliveira)
Mn’JAM experiment é o nome dado ao coletivo liderado pela M (cantora e “looper”), e pelo JAM (compositor, eletrónica e arte visual). É uma “experiencia” multi-media onde a parte musical e visual estão ao mesmo nível.
A conjunção e correlação entre som e imagem faz desta performance uma experiência marcadamente sinestética, levando a que este projeto esteja na vanguarda de um novo conceito e forma de ver a performance musical através de uma reinvenção de papéis performativos e possibilidades de interação e improvisação.
Um projeto que, depois de variados workshops sobre inovação e uso de novas tecnologias associadas à música (em sitios tão variados como Cairo, Nepal, Chicago ou Hamburgo), conta recentemente com um
canal YouTube onde M e JAM explicam em detalhe todos os “truques”, conceitos e processos que estão por detrás desta experiência.
O fio condutor desta “experiencia” é a improvisação e tudo o resto é passível de ser integrado e experimentado, dando aso a uma mistura entre elementos espontâneos e racionalmente pré-compostos, à inclusão de instrumentos acústicos, elétricos e eletrónicos, ritmos urbanos com melodias tradicionais, loops vocais e solos de guitarra elétrica, discussões entre os turntables e a bateria, etc.
Convém referir que a parte visual segue as mesmas regras que a musical, ou seja, para além de elementos pré-compostos, a arte visual é também fruto de improvisação espontânea e momentânea – dado que o JAM o consegue manipular ao vivo luzes e projeções visuais através de uma série de botões e manípulos – permitindo que este atue como uma espécie de “músico visual”, improvisando, acompanhando, influenciando e interagindo visualmente com as musicas em tempo real.
Resumindo, a conjunção e correlação entre som e imagem faz desta performance uma experiência marcadamente sinestética, levando a que este projeto esteja na vanguarda de um novo conceito e forma de ver o jazz através de uma reinvenção de papeis performativos e possibilidades de interação e improvisação. O projeto Mn’JAM experiment lançou o seu álbum de estreia Live with a Boom em 2016 gravado no Boom Studios (Porto) e têm atuado em espaços e festivais de jazz pelo mundo fora – tais como: So What’s Next na Holanda, Mladi Ladi Jazz Festival na República Checa, Jazzmandu no Nepal, Cairo Jazz Festival no Egito, Mozaic Jazz festival na Roménia, Jazzahead 2018 na Alemanha, Kolkata Jazz festival na Índia, B10 Live na China, Saravah no Japão, Devonport Festival na Tasmânia, Sopot Jazz Festival na Polónia, Kimmel Center for the Performing Arts (Filadélfia), ShapeShifter Lab (Nova Iorque), Old Town School of Folk Music (Chicago), etc.
Transmissão direta
Realização e Apresentação: João Almeida
Produção: Anabela Luís
M – Melissa Oliveira nasceu na Austrália tendo vindo para Portugal aos 13 anos. Começou os seus estudos na área da música clássica num conservatório e mais tarde descobriu o mundo do jazz. Em 2007 ingressa na ESMAE em jazz (voz) e em 2009 é-lhe concedida uma bolsa para estudar na conceituada Berklee College of Music em Boston. Enquanto esteve em Boston gravou o seu primeiro CD intitulado In my garden que conta com a participação de Greg Osby e Jason Palmer. Em 2011 foi admitida no mestrado em canto jazz no Royal Conservatory of the Hague, na Holanda, terminando o mesmo em 2013 onde já explorava a inserção de novas tecnologias no jazz como é o caso da loop station. Esta tendência de experimentação e inclusão de novas tecnologias deu aso ao projeto musical Mn’JAM experiment e ao reconhecimento por parte da marca TC-Helicon da maneira inovadora e “jazzística” como utiliza o seu looper atribuindo-lhe o título de “embaixadora” desta marca e propondo-lhe que conceba uma série de palestras/workshops sobre a maneira como utiliza o mesmo.
Depois de uma tentativa frustrada de se auto-ensinar bateria, aos 13 anos,
JAM (
João Artur Moreira) decidiu abandonar a “metodologia” (ou falta desta) autodidata e render-se a uma aprendizagem mais académica deste instrumento começando por ingressar na Escola de Jazz do Porto, onde, a partir dos 13 anos, estudou bateria com Koen van Esch. Depois de vários anos a ter aulas de combo (com Hugo Raro e Pedro Barreiros), piano (com Susana e Pedro Costa) e mais tarde improvisação (com Alberto Jorge), conciliando sempre estas atividade com estudos na área da ciência e engenharia, JAM decidiu, em 2006, aliar estes dois mundo e rearranjou elementos de percussão eletrónica de maneira a criar um novo instrumento com o qual teve oportunidade de frequentar o New England Conservatory em Boston onde, para além de instrumentista, começou a revelar uma apetência natural para composição (ao contrário do que havia acontecido com a bateria).
Em 2010 JAM gloriosamente “decidiu” voltar à Europa (depois de ter esgotado todas as poupanças que tinha) tendo sido o único candidato a ser convidado para ingressar no curso de “Jazz Composition” no Rotterdam Conservatory (Codarts) – ano letivo 2010/2011. Nesta nova jornada académica, JAM não só reforçou as noções que tinha de escrita para ensembles tradicionais, como também se viu completamente imiscuído no mundo dos “new media”, estudando e criando a fundo música eletrónica (muito influenciado por noções Stockhausenianas) mas também estudando artes visuais digitais com Jan Bas (um pioneiro holandês neste campo) e outras modalidades interdisciplinares dentro do prisma das artes contemporâneas.
Nos últimos anos, JAM tem sido profissionalmente e academicamente desafiado neste campo, não só através de um Mestrado em “New Audiences and Innovatice Practice” como também da sua tese – onde estudou o fenómeno da conjunção da musica ao vivo com a arte visual digital e também através de projetos musicais tais como o Mn’JAM experiment do qual é um dos demiurgos.
Casey Benjamin é um saxofonista americano, vocoderista, teclista, produtor e compositor. É membro da Robert Glasper Experiment que ganhou um Grammy de Melhor Álbum de R&B pelo seu álbum
Black Radio. Fez dupla com o vocalista Nicky Guiland, no funk pop new wave HEAVY, e tocou com Q-Tip (rapper), Mos Def, Stefon Harris. Em 2011, foi o tecladista/saxofonista da digressão do projeto solo de Patrick Stump.
Benjamin é natural do bairro Sul da Jamaica (Southside), Queens, em Nova Iorque. Freqüentou a Fiorello H. LaGuardia High School of Music & Art and Performing Arts e a New School for Jazz and Contemporary Music em Manhattan.
Virxilio da Silva começou os seus estudos no Seminario Permanente de Jazz de Pontevedra (Galiza), onde estudou durante 5 anos com professores tais como Paco Charlín e Abe Rábade. Mais tarde, terminou os seus estudos em jazz na ESMAE, Portugal, em 2010. Em 2015, concluiu o Europen Jazz Master ́s Degree (EUJAM) na prestigiada Conservatorium van Amsterdam, Conservatoire Supérieur de Musique et Dance de Paris e Rhythmic Music Conservatory of Copenhagen.
Lançou o seu primeiro álbum com o grupo S.O.S. Trio em 2005 e em 2009 grava outro álbum com o Walter Smith III, Marcus Gilmore, Derek Nievergelt e Xan Campos.
Nos últimos anos tem tido uma carreira internacional recheada de colaborações com artistas tais como Jonathan Blake, Ambrose Akinmusire, Logan Richardson, Darren Barret, Orrin Evans, Derek Nievergelt, Paco Charlín, Abe Rábade, Perico Sambeat, Brannen Temple, Cris Kase, Jim McNeeley, Michael Lauren, Edward Pérez, Mark Whinfield Jr., Arturo Serra, Xan Campos, Iago Fernández, Masa Kamaguchi, Iago Vázquez, Myron Walden e Riccardo del Fra, entre outros.
Descendendo de uma longa linhagem familiar de músicos,
Péter Somos tem vindo a estabelecer-se como músico profissional desde os 15 anos. Acabou os estudos superiores em bateria jazz com nota 20 e
suma cum laude.
Ao longo da sua carreira conta já com participações com pessoas/projetos como Besh o droM, Charlie Horvath, Abel Marcel Calderon, Lars Kutschke, Roni Eytan, The Authentic Light Orchestra, Nadishana, Gadi Lehavi, Joszko Broda, Ralph Kaminski, Krzysztof Scieranski, etc. Atuou em diversos festivais como o Sziget (HU), Exit (SR), Orange Warsaw, Meskie Granie, Opener (PL), Womad (UK), Shanghai World Music Festival (CH), Kolkata Jazz Festival (IN), WOMADelaide (AUS), e em locais como Argentina, México, Dubai ou Coreia do Sul.
Matt Adomeit começou por brincar com o mandolim, aos 10 anos, tocando por cima de discos e de todo o tipo de música que havia espalhada na casa de infância, em Hartford, Connecticut. O seu estudo formal de música começou alguns anos mais tarde, depois de ter descoberto o contrabaixo e a versatilidade que este possuía. A capacidade de tocar tanto jazz como clássico, assim como a possibilidade de exprimir as suas raízes folk foram fatores determinantes na escolha e permanência do contrabaixo.
Querendo expandir as suas fronteiras para além do repertório e experiências alocados aos seus estudos em Jazz Performance, Matt concorreu e foi aceite na Oberlin Orchestra, que tocou no Carnegie Hall in New York no inverno de 2013. Tem também tocado em espaços igualmente prestigiados tais como o Severence Hall em Cleveland, ou o Kennedy Center em Washington D.C.
Academicamente, concluíu o Europen Jazz Master ́s Degree (EUJAM) no prestigiado Conservatorium van Amsterdam na Holanda. No mundo do jazz, Matt partilhou o palco com inúmeros artistas de renome incluindo Jamey Haddad, Dave Liebman, Paul Samuels, Alon Yavnai, tocando regularmente com o guitarrista e compositor português André Santos e em inúmeros espaços ao longo do Midwest americano incluindo Nighttown (Cleveland), Close Up 2 (Chicago) e o Dirty Dog Café (Detroit).
Contudo, é na composição que Matt melhor expressa todos os seus diversos interesses. Conta já com composições interpretadas por uma grande variedade de bandas incluindo a banda de Hip-Hop / Gospel / Rock de seu nome Knomadik ou ainda o sexteto “deturtle”, um grupo que combina um trio de jazz com o trio de cordas clássico – o qual já conta com uma atuação no NPR onde uma destas suas composições foi apresentada. Caso não esteja ao contrabaixo, poderemos encontrar Matt a brincar com cães, ou a comer chocolate ou ainda agarrado a um mandolim (tal como no principio da sua infância).
Fotos Jorge Carmona / Antena 2