3 Novembro 16h00
Auditório do
Entrada Livre
Music for a While | Solistas da Metropolitana
Ana Paula Russo, soprano
Jérôme Arnouf, trompa
Sérgio Charrinho, trompete
Savka Konjikusic, piano
Programa
Henry Purcell (1659-1695) – Trumpet Tune and Air (data desconhecida)
Henry Purcell – Music for a While, canção do drama heróico Oedipus (1692)
Henry Purcell – If Music be the food of love, Z. 379 (ca. 1690)
Henry Purcell – 2 andamentos da Sonata para Trompete em Ré Maior, Z. 850 (1695)
Henry Purcell – Fairest Isle, ária da ópera King Arthur, Z. 628/38 (1691)
Georg Friedrich Händel (1685-1759) – Silent Worship (adaptação de Arthur Somervell da ária Non lo dirò col labbro da ópera Tolomeo / 1728; 1928)
Georg Friedrich Händel – 3 andamentos da Sonata Op. 1/5, HWV 363b (1730; original para flauta, transcrição de Varasdy Frigyes e Orbán György)
Joseph Haydn (1732-1809) – The Wanderer, Hob. XXVIa:32 (1794-95)
Joseph Haydn – The Mermaid’s Song, Hob.XXVIa:25 (1794)
Malcolm Arnold (1921-2006) – Fantasia para Trompa, Op. 88 (1966)
Arnold Cooke (1906-2005) – Rondó em Si Bemol Maior para Trompa e Piano (1966)
Roger Quilter (1877-1953) – Come Away, Death, das Three Shakespeare Songs, Op. 6/1 (1905)
Benjamin Britten (1913-1976) – Salley Gardens, das Songs from the British Isles, Vol. 1/1
Ludwig van Beethoven – 4 canções tradicionais da Escócia e Irlanda (adaptações para soprano e trompete)
I. Auld lang syne, tradicional escocesa, WoO 156 (1816-1818)
II. Behold my Love how Green the Groves, tradicional escocesa, Op. 108 (1815-1818)
III. Sweet power of song, tradicional irlandesa, WoO 152 (1810–13)
IV. Music, Love and Wine, tradicional escocesa, Op. 108 (1815-1818)
De ouvido atento às Ilhas britânicas – «Uns instantes de música!», é o que nos propõem os
Solistas da Metropolitana, desta vez acompanhados por uma voz de soprano que se distingue de todas as outras, a de Ana Paula Russo.
O mote é dado por uma canção composta em 1692 pelo compositor inglês Henry Purcell. Music for a While ouvia-se então como interlúdio da representação teatral de Rei Édipo, o texto de Sófocles.
As palavras do poema lembram-nos como a música nos pode aliviar e libertar de quaisquer tormentos (nem que seja por alguns instantes, acrescentamos nós). Para isso, juntam-se aqui outras canções que nos transportam para a mesma geografia.
Para lá de Purcell, juntam-se melodias de outros compositores que também dispensam apresentações. É o caso de Silent Worship, a célebre adaptação inglesa de uma ária de ópera de Händel, ou da Canção da Sereia, uma das cançonetas que Haydn publicou em Londres em 1794, entre várias outras inspiradas em culturas tradicionais daquela região e assinadas por Britten e Beethoven.
As honras da casa são feitas pela trompete, pela trompa e pelas harmonias sempre fundamentais do piano.
Gravação para porterior transmissão
Produção: Anabela Luís
Ana Paula Russo | Nasceu em Beja. Completou o Curso Superior de Canto do Conservatório Nacional, estudou em Salzburgo e Lucerna com Elisabeth Grümmer e H. Diez e trabalhou com Gino Becchi, C. Thiolass, Regine Resnick e Marimi del Pozo. Licenciou-se em Canto pela Escola Superior de Música de Lisboa.
Como solista, tem atuado em inúmeros concertos de Lied, Ópera e Oratória no nosso país e no estrangeiro. Destacam-se, nomeadamente, trabalhos para a Fundação Gulbenkian, RTP/RDP e Europália-91 (em Bruxelas), espetáculos no âmbito da Lisboa-94 / Capital Europeia da Cultura e a participação nos festivais de música dos Capuchos, Leiria, Estoril, Algarve, Póvoa de Varzim, Figueira da Foz e Internacional de Macau. Dos muitos concertos e recitais, destacam-se obras como
O Livro dos Jardins Suspensos de A. Schönberg,
Les Noces de Stravinsky,
Les Illuminations de Britten, a
Cantata Op. 29 de A. Webern, obras de A. Chagas Rosa, os
Carmina Burana de C. Orff e as operetas
Monsieur Choufleuri… e
Bataclan de J. Offenbach.
Em 1988 obteve o 1º Prémio de Canto no Concurso da Juventude Musical Portuguesa e no Concurso Olga Violante. No mesmo ano, em Barcelona, foi finalista no Concurso Tenor Viñas. Em 1990 foi laureada nos Concursos Internacionais de Oviedo e Luísa Todi. Em 1989 representou Portugal, através da RTP, no concurso Cardiff Singer of the World.
Gravou para CD uma coletânea de canções de Natal para canto e guitarra e um programa de peças musicais relacionadas com o Palácio da Ajuda. Em 1996 foi a soprano-solista das gravações para CD da obra
Matutino dei Morti de J. D. Bomtempo. Em 1999 integrou o elenco que gravou para CD a ópera de M. Portugal
Le Donne Cambiate, no papel de Condessa Ernesta.
No Festival de Macau de 1992 interpretou, com grande sucesso, o papel de Rosina em
O barbeiro de Sevilha de Rossini. A sua carreira tem tido um relevo especial no âmbito da ópera e música cénica, podendo ser referidos os papéis de Oscar (
O Baile de Máscaras), Marie (
A Filha do Regimento), Ninette (
O Amor das Três Laranjas), Musetta (
La Bohème), Adele (
O Morcego), Clorinda (
La Cenerentola), Condessa Ernesta (
As Damas Trocadas), Hanna (
A Viúva Alegre), Najade (
Ariadne auf Naxos), Cunegonde (
Candide), Vespetta (
Pimpinone), Eurydice (
Orfeu nos Infernos), Rouxinol (na ópera homónima de Stravinsky) e The English Cat (
Henze), entre muitos outros.
Em abril de 1998 integrou o elenco que fez a estreia mundial da ópera
Os Dias Levantados de A. Pinho Vargas, gravada posteriormente em CD para a EMI.
Foi escolhida para desempenhar um dos papéis principais da ópera
Corvo Branco de Philip Glass, levada à cena na Expo ’98 e no Teatro Real de Madrid e, em julho de 2001, no New York State Theatre (Lincoln Center – Nova Iorque).
Em 2004, no 10º aniversário da morte do compositor, interpretou o soprano solista do
Requiem de F. Lopes-Graça, versão recentemente editada em CD. Em 2006 lançou um CD com composições ibero-americanas para canto e guitarra com o título
Melodia Sentimental. Em 2009 gravou um CD de árias e duetos dedicado ao repertório cantado pela cantora Luísa Todi. Gravou também em CD a
Missa Grande de Marcos Portugal. Em 2011 participou na estreia mundial da ópera
A Rainha Louca de Alexandre Delgado e, já em março de 2012, cantou na estreia moderna da ópera
O Basculho de Chaminé de Marcos Portugal.
É professora de Canto na Escola de Música do Conservatório Nacional.
Jérôme Arnouf | Nasceu em Bordeaux, em 1971. Obteve a Medaille d’honneur de la ville de Bordeaux, no Conservatório Nacional daquela região.
Na Royal Academy of Music, em Londres, estudou com Richard Watkins e Michael Thompson, obtendo um diploma académico. As suas experiências profissionais com a trompa natural levaram-no a tocar com a Orchestra of the Age of Enlightenment, King’s Consort, Hanover Band, La Chapelle Royale, Glyndbourne Festival, Mahler Chamber Orchestra, entre outras.
Atualmente, é 2º trompa da Orquestra Metropolitana de Lisboa.
Sérgio Charrinho | Natural de Lisboa, iniciou estudos musicais com o pai. Ingressou em 1993 no Conservatório Regional de Portalegre, onde estudou com José Pereira. Prossegue a sua formação na Escola Profissional de Artes da Beira Interior em 1996, com Fernando Jorge Ribeiro. Em 1999, entra no Conservatório Hector Berlioz em Paris, tendo como formador Bruno Nouvion. Participou em masterclasses com Bruno Nouvion, José Augusto Carneiro, Clément Garrec, Allan Vizzuti, Matthias Hofs, Phillipe Legris, John Miller, Michael Sachs, Quinteto Barquisimetal e Quinteto Canadian Brass.
Fez estágios com orquestras académicas em Portugal e França. Desempenhou durante três anos as funções de 1º Trompete Solo na Orchestre de la Cité International Universitaire de Paris, sob a direção de A. MacDonnel. Em 2000 estreou uma peça para dois trompetes de P. Klanac e fez um estágio de música de câmara com direção de Devy Erlih sobre música de A. Jolivet. Participou, em 2002, numa homenagem ao compositor G. Enescu, na embaixada da Roménia em Paris, onde gravou para a televisão romena a peça Legende para trompete e piano. Gravou para a RTP o programa Sons da Música exibido em 2007, dedicado ao trompete.
Em 2001 venceu o concurso da Antena 2/RTP Prémio Jovens Músicos em música de câmara com o quinteto de metais Harmon-Brass. Em 2002 ganhou o concurso para 1º Trompete na Orquestra do Algarve.
Apresentou a solo, com a Orquestra Metropolitana de Lisboa, o Concerto para trompete e piano de Chostakovich, o Concerto para trompete e orquestra de J. Haydn, o Concerto Brandenburguês nº 2 de J. S. Bach (2004 e 2013) e Quiet City de A. Copland.
Com a Orquestra de Câmara de Sintra, apresentou o Concerto em Ré Maior de G. Torelli e o Concerto em Do menor de A. Marcello. Com a Camerata Amicis, interpretou o Concerto para trompete e orquestra de J. B. G. Neruda.
Foi professor na Escola Profissional de Artes da Beira Interior e na Escola Profissional de Música de Espinho e tem dirigido diversas master classes de trompete em Portugal.
É membro fundador do quinteto de trompetes Almost6, com o qual gravou o cd Sopros em Laboratório, editado em 2012.
Desempenha as funções de 1º Trompete na Orquestra Metropolitana de Lisboa desde janeiro de 2003 e é professor na Academia Nacional Superior de Orquestra.
Savka Konjikusic | Pianista de origem sérvia, acabou os estudos superiores na Academia Superior de Arte de Novi Sad, onde trabalhou com R. Jovicic e Velislava Palacorova. Prosseguiu os seus estudos no Conservatório Real de Haia, onde concluiu o Mestrado com o pianista Naum Grubert e com Tan Crone (Música de Câmara). Participou em master classes de piano com Arbo Valdma, Konstantin Bogino, Gyorgy Sebok e Vladimir Tropp. Durante os seus estudos, ganhou vários prémios em concursos nacionais.
Apresenta-se regularmente em recitais a solo e em formações de música de câmara em Portugal e no estrangeiro, nas mais prestigiadas salas de concerto, entre elas, o
Concertgebouw em Amsterdão. Muitos dos seus concertos foram transmitidos pela rádio e pela televisão.
Colaborou com vários artistas de renome internacional, tais como Maria João Pires, Hansjorg Schellenberger e Françoix Leleux.
Participou em vários festivais internacionais de música, entre eles, Laken Festival (Holanda),
Bemus Festival (Sérvia) e Aix-en-Provence (França). Gravou, em 2008, um CD para a etiqueta P&B com obras de Chopin e Scriabin e, em 2014, com Cremeloque Trio para a Solomusica.
Desde 1992, é pianista associada na Orquestra Metropolitana de Lisboa. Como docente, exerce funções de professora e pianista acompanhadora na Metropolitana e na Escola de Música do Conservatório Nacional.
Fotos Jorge Carmona / Antena 2
(nas Biografias)