A Antena 2 evoca o cantor Marco Paulo que faleceu hoje, 24 de outubro de 2024, com um concerto gravado há uns meses por um trio de jazz.
Temporada de Concertos Antena 2
17 abril | 19h00
Auditório do Liceu Camões
Entrada gratuita
Pedro Branco toca Marco Paulo
Pedro Branco, guitarra
João Sousa, bateria
Carlos Barretto, contrabaixo
Programa
Apresentação do projeto
Branco toca Marco Paulo
Lutar é viver
Eu tenho dois amores
Sempre que brilha o sol
O resto da vida
Amar é vencer
Toc-toc, quem é?
Anita
Taras e Manias
Joana
Tema para uma Canção
Branco toca Marco Paulo é o mais recente projeto do guitarrista Pedro Branco. O projeto baseia-se numa reinterpretação da vasta obra artística do famoso cantor português Marco Paulo numa formação ainda pouco explorada por Branco, o formato trio de jazz. A ele juntam-se os músicos João Sousa na bateria e Carlos Barretto no contrabaixo.
O projeto começou por se basear numa interpretação de temas exclusivamente do disco Ver e Amar de 1970, disco pouco conhecido do grande público. A esse repertório juntaram-se arranjos de temas sobejamente conhecido tais como Eu tenho dois Amores, Sempre que Brilha o Sol ou Joana.
O objetivo do projeto é juntar duas linguagens musicais bastante distintas no seu propósito bem como na sua estética, mas encontrar nessa dicotomia traços em comum que se convertam em momentos musicais relevantes.
O convite a uma das figuras mais históricas do jazz contemporâneo português Carlos Barretto tem também como objetivo encontrar novas soluções dentro de ideias musicais distantes.
As canções são despidas à sua essência e o resultado final mistura uma improvisação contemporânea com clássicos da cultura pop portuguesa sem perder o sentido de humor e a imprevisibilidade performativa.
Transmissão direta
Apresentação: João Almeida
Produção: Anabela Luís, Cristina do Carmo
Pedro Branco | Natural de Lisboa, estudou com alguns dos melhores músicos de jazz da cena portuguesa (André Fernandes, Afonso Pais, Mário Delgado, Demian Cabaud, Gonçalo Marques, Desidério Lázaro) e participou em diversos workshops e masterclasses (Kurt Rosenwinkel, Aaron Goldberg , Dave Holland, Matt Renzi, David Doruzka, Peter Bernstein).
Formado pela Universidade Lusíada de Lisboa em 2013, tem participado em diversos projetos, não só de jazz (Quarteto Pedro Branco, Trio Reflexões, Jorge Moniz, Then They Flew, Oh! Calcutta!), e tocado em salas como o Hot Club de Lisboa, Café Tati, Fábrica Braço de Prata, Bacalhoeiro e muitos outros.
Em 2013 recebeu a distinção durante a Festa do Jazz São Luiz de Melhor Instrumentista. No ano seguinte foi convidado a integrar o Jacob Sacks Ensemble liderado pelo conceituado pianista nova-iorquino para um concerto no mesmo festival, Festa do Jazz São Luiz 2014, onde regressou em 2015 com o seu próprio grupo, Pedro Branco Trio, formado por dois dos melhores jazzistas portugueses (Demian Cabaud e Marcos Cavaleiro).
Em 2015 montou o seu próprio projecto como líder – Pedro Branco Quarteto – com Allison Philips (trompete), João Hasselberg (contrabaixo) e Luís Candeias (bateria). Fizeram uma digressão por Portugal no verão de 2015 onde tocaram em alguns dos mais prestigiados clubes de jazz de Lisboa e gravaram aquele que será o primeiro disco do grupo. Ainda em 2015 grava três novos discos com projetos diferentes, todos lançados em 2016.
Em 2018 recebeu o prémio Músico Revelação do Ano atribuído pela RTP/Festa do Jazz.
Em 2020, lançou o projeto de dupla co-liderada com João Hasselberg que editou o disco Dancing our Way to Death, que contou com a participação de vários convidados como Afonso Pais, Afonso Cabral (You Can’t Win Charlie Brown), João Paulo Esteves da Silva, João Lencastre e Elina Silova.
Pedro Branco foi também co-líder dos projetos EEL SLAP! e Old Mountain.
Ao longo da sua carreira, atuou com grandes nomes da música improvisada e do universo da música independente em Portugal.
João Sousa | Músico, baterista e compositor nasceu em 1990 em Faro. Em 2017 concluiu o mestrado em música no Royal Conservatory of the Hague onde estudou com o reconhecido mestre holandês Erik Ineke.
Old Mountain é já uma madura parceria entre Sousa e Pedro Branco. Surge em 2016 e desde logo iniciam colaborações com diferentes músicos, George Dumitriu, Demian Cabaud, Nicóló Ricci, João Hasselberg ou Carlos Barreto são alguns exemplos. Old Mountain conta com dois álbuns editados Parallels e This is not our music, carimbo Nischo Records e vários concertos por diversas salas do país.
Integra o coletivo Garfo que em 2021 edita o seu álbum de estreia através da prestigiada clean feed records. Grupo revelação do ano (2021) – prémio RTP/Festa do Jazz, Garfo prepara- se para o seu segundo registo fonográfico. Em 2023 sai Habitat (robalo music), resultado de três dias de residência em Serpa com o grupo composto por Samuel Gapp, João Carreiro e João Sousa.
Paralelamente Sousa faz parte de projetos como, P.S. Lucas, Narciso, Fuchsia Trio, Branco toca Marco Paulo, The Hinge, OJS, Tomás longo “our lady of pleasures”, Esteves, João Espadinha septeto ou Motian & More de Hernâni Faustino.
É co-criador de V.A.G.O. projeto multidisciplinar em parceria com a coreógrafa Raquel Cabral. No final de 2018 integrou o coletivo criado no âmbito da residência artística liderada pelo trompetista Gabrielle Mitelli uma parceria entre a Fundação Árpád Szenes Vieira da Silva e o Instituto Italiano da cultura em Lisboa. Fruto de uma semelhante parceria estabelece ligação com a música do contrabaixista Pietro Paris. Esta resulta num disco até ao final de 2023.
Carlos Barretto | Nasceu em 1957. Com seis anos aprendeu a tocar guitarra, aos dez passou pelo piano, no Conservatório Nacional, e mais tarde optou pelo contrabaixo. Depois de concluir o curso do Conservatório, foi aperfeiçoar a técnica instrumental na Academia Superior de Música de Viena de Áustria, estudando com o mestre Ludwig Streischer.
De regresso a Lisboa ingressou na Orquestra Sinfónica da RDP e participou em concertos de Jazz com vários artistas. Em 1984, mudou-se para Paris, para se dedicar inteiramente à música improvisada, onde teve ocasião de se apresentar em concertos, festivais, clubes de Jazz, emissões de rádio e televisão, com diversos artistas internacionais. Em 1993 regressou, novamente a Lisboa e formou os seus vários grupos, para os quais compõe, gravando vários discos em seu nome.
Horace Parlan, George Cables, Kirk Lightsey, Alain Jean Marie, Mal Waldron, Brad Mehldau, Lee Konitz, Barry Altschul, George Brown, Cindy Blackman, Joe Chambers, Jordy Rossy, Aldo Romano, Don Moye, Richard Galliano, Tony Scott, Glenn Ferris,Steve Grossman, Karl Berger, John Stubblefield, Steve Potts, Steve Lacy, Gary Bartz, Art Farmer, Jack Walrath, Marlon Jordan, John Betsch, Gerard Presencer, são alguns dos músicos com quem Carlos Barretto trabalhou.
Carlos Barretto conta, entre os espectáculos e trabalhos discográficos dos grupos que lidera, com vários CD’s premiados, entre eles Going Up (Challenge/Dargil), melhor CD do ano e Prémio Luís Villas-Boas da Câmara Municipal de Cascais, em 1996; e Olhar (Up Beat), Melhor Disco de Jazz do Ano, em 1999, pela JazzPortugal.net e Prémio Luís Villas Boas.