Temporada de Concertos Antena 2
2 outubro | 19h00
Auditório do Liceu Camões
Entrada gratuita
Quarteto de Areia
Walter Areia, contrabaixo e direção musical
Iúri Oliveira, percussão
Giordanno Barbieri, piano e sintetizador
Yedo Gibson, saxofones
Programa
Walter Areia – Maracatu de Baque Etéreo
Alain Oulman – Alfama
Walter Areia – A Jóia do Universo
Carlos Paredes – Escadas do Quebra Costas
Walter Areia – After War
Walter Areia – A Zundapp de Vavá
Enquanto sobe e desce as ladeiras e os palcos de Lisboa a levar o seu curioso contrabaixo de 3 cordas em concertos com vários artistas, Walter Areia, que também é compositor, continua a espalhar a sua música. Composições em nome próprio, como também releituras de temas que fazem parte do seu universo multicultural, formam o repertório do seu novo trabalho, o Quarteto de Areia, onde o maracatu da sua terra natal pode estar de mãos dadas ao sentimento do fado herdado de sua mãe, como também à liberdade do jazz, que estudou na sua formação como músico, e que na prática, pode resultar numa versão afro-brasileira de Alfama do Alain Oulman, ao lado de um “currulao” colombiano chamado Mi Buenaventura, e é desta profusão de elementos que se alimenta o músico neste seu novo projeto, pois como costuma falar: “Poderia ter uma única bandeira mas não a tenho, minha bandeira é um cerzido do meu pai Brasil com minha mãe Portugal e toda essa imensidão cultural que vem pelo meio”
Transmissão direta
Apresentação: João Almeida
Produção: Anabela Luís, Cristina do Carmo
Walter Areia | Nascido em Pernambuco, integrou por 14 anos, a Mundo Livre S/A, banda precursora do movimento Mangue Beat do Recife, com a qual recebeu, em 2005, das mãos do então ministro da Cultura, Gilberto Gil, a Ordem do Mérito Cultural. Em 2012, foi galardoado com o Prémio da Música Brasileira. Areia também tem colaborado com nomes internacionais, tais como o guitarrista norueguês Steinar Aadnekvam, o maestro e saxofonista colombiano Antonio Arnedo e o co-inventor do Afrobeat, o africano Tony Allen; além de ter dividido o palco com ilustres artistas brasileiros: Arto Lindsay, Naná Vasconcelos, Alceu Valença, Nação Zumbi, DJ Dolores.
Em simultâneo, Areia segue com a sua música, e em 2011 gravou um álbum com seu Grupo de Música Aberta criando um conceito particular de improvisação modal, e que em 2014 se transforma num registo audiovisual (DVD), podendo ser visto presentemente nos grandes canais de streaming, por exemplo o Amazon Prime Video. Em 2016, o músico luso-brasileiro, resolve aproximar-se mais definitivamente da herança cultural da mãe portuguesa e passa a viver em Lisboa, onde faz colaborações importantes com músicos tais como Mara, Karlos Rotsen, Espírito Nativo, Carlos Menezes, Fred Martins, Pierre Aderne (Rua das Pretas), Larry John McNally, Matteo Saggese.
Iúri Oliveira | Multi-percussionista, compositor, pesquisador, sonoplasta e produtor musical. Formado na The Rhythm Studio (London School of Popular Music) e na Drumdrumdrum na Holanda, atualmente um intérprete ativo numa ampla variedade de instrumentos, tradições rítmicas e estilos de percussão, Iúri Oliveira é hoje um dos mais criativos, expressivos e estudiosos nomes da música portuguesa, envolvendo-se numa vasta pluralidade de sonoridades, do Fado à World Music, do Latin Jazz à Fusão, da Pop às sonoridades sul-americanas e da música eletrónica à improvisação livre. Com uma mente e espírito de sonoplasta, o músico destaca-se pela sua abordagem inovadora, assente numa sonoridade própria e rica em técnicas abrangentes que o levaram a trabalhar com músicos e compositores de diversos géneros musicais, de muitas partes do mundo, e também com realizadores em bandas sonoras para cinema. A lista de artistas com quem gravou e tocou ao vivo é imensa, incluindo alguns dos mais importantes nomes e projetos da música portuguesa, lusófona e global, tais como Sara Tavares, Lura, Django Bates, Julian Arguelles, Ana Moura, Aline Frazão, Selma Uamusse, Firmino Pascoal, Dino D ́Santiago, Ana Laíns, Branko, EU.CLIDES, Cesária Évora Orchestra, Orquestra de Jazz de Espinho, Markandeya, Angélique Kidjo, João Barradas, Cuca Roseta, Rita Vian, Julinho KSD, Criatura, Paulo de Carvalho, Madonna, entre muitas e muitos outros.
Giordanno Barbieri | Iniciou os seus estudos de piano aos 4 anos, na sua terra natal, Santo António da Patrulha (Rio Grande do Sul). Estudou com os pianistas Paulo Dorfman, Michel Dorfman e Rafael Vernet e concluiu o Bacharelado em Música Popular pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Frequenta atualmente o Mestrado em Jazz da Escola Superior de Música de Lisboa. Ingressou no meio profissional da música aos 14 anos, ainda em Santo António da Patrulha, tendo-se mais tarde estabelecido em Porto Alegre. Gravou e tocou com diversos artistas do sul do Brasil e eixo Rio – São Paulo, em espetáculos e nos principais festivais de música do país.
Já dividiu o palco com Serginho Moah, Claus e Vanessa, Chimarruts, Wilson Paim, Ana Lonardi, Juliano Barreto, Bella Stone, Aretha Lima, Luiza Caspary, Zé Caradípia, Chico Saratt, Banda Melody, João Lucas e Marcelo (USA tour), Cadica Danças e Ritmos (China Tour), Samba Grego, Família Sarará, ou Christian Chávez (México), entre outros. Em 2016, mudou-se para Los Angeles, onde trabalhou em apresentações e gravações com alguns artistas como James East, Grecco Buratto, Sônia Santos e Prince Alonzo. Atualmente a viver em Lisboa, trabalha com diversos artistas nacionais.
Yedo Gibson | Saxofonista brasileiro radicado em Amsterdão, conhecido pelo seu trabalho colaborativo com Susana Santos Silva e Vasco Trilla (no trio Fish Wool), Luís Lopes, Gonçalo Almeida, Luís Vicente e Luc Ex (na banda Naked Wolf). Gibson segue o trabalho inovador do saxofonista John Butcher ou do trompetista Axel Dörner, e com as suas próprias técnicas estendidas inventivas e altamente pessoais, ele produz uma série de improvisações melódicas de free jazz densas e rápidas misturadas com sons estranhos e sobrenaturais dos seus saxofones soprano, alto e tenor, fazendo-os cantarem, chilrear, gritar, gemer ou conversar em multifónicos lúdicos.
Fotos Jorge Carmona / Antena 2