No âmbito da celebração do 10º Aniversário do Concerto Aberto, a Antena 2 convida, para o terceiro dos quatro concertos comemorativos, o Segue-me à Capela. Tem sido uma das missões deste programa apresentar novos músicos e agrupamentos musicais, difundindo os seus trabalhos de modo mais amplo; é o caso deste septeto vocal, estreante nos Concertos Abertos, embora já tenha alguns anos de existência.
Auditório Caixa Geral Depósitos,
Segue-me à Capela
S.João de Alpalhão
Se fores ao S.João
S. João de Idanha
As armas do meu adufe
Ovelhudas
En tu puerta
Meu amor
Embalo
Meninas vamos à Murta
Pêra
Macelada
Cântico dos Foliões
Ó meu S.João Baptista
Sra do Almortão
S. João perdeu
Ana se bem me queres
Alvíssaras
Vos Omnes
Encomendação das almas
Bendito e Louvado das trovoadas
Olé ó Sra Mãe
Sachadeiras
Minha mãe dos trabalhos
Sra novia
Hija mia
Dai la dou
Aboio
Realização e Apresentação: André Cunha Leal
Produção: Anabela Luís
Mas, sobretudo, gostamos de cantar juntas, com quem quiser seguir-nos, sempre a capella…
“a grande sementeira da esperança” (Manuel Louzã Henriques)Cantamos sons antigos e sons novos dessa arte fugidia com que se embala os meninos, se encomenda a alma, se evoca o divino e o terreno, se espanta a fadiga, se anima o corpo. Cantigas amadurecidas de vida, que se revelam totais e de pungente singeleza, como o amanhecer singular da primeira primavera; cantigas que são histórias, narrativas de vida, uma herança forjada por tantos portugueses, na sua expressão mais universal e instintiva – o canto a capella das mulheres que se juntam para trabalhar, rezar, festejar e sonhar.“…em noite orvalhada de S. João a colher o novo e a afugentar o velho…” (João Curto)
Em Dezembro de 2015, lançámos o segundo disco, “San’Joanices, paganices e outras coisas de mulher”, um CD-livro dividido em 7 capítulos – tal como 7 são os dias da semana, as fases lunares, os pecados mortais, as notas musicais – com o nome de artes fugidias: artes, porque da arte de cantar se trata, fugidias porque, nunca imutáveis, abrem-se a novas explorações e experiências musicais.
O grupo Segue-me à Capela trabalha uma perspetiva da música tradicional portuguesa construída a partir da voz. E se por voz se pretende dizer canto, pretende-se, também, que a voz seja o instrumento de construção de ambientes sonoros do trabalho, da romaria, da folia.
O repertório é constituído por cantares tradicionais recolhidos por Michel Giacometti, José Alberto Sardinha e GEFAC. Reproduzem-se os arranjos vocais registados nas recolhas – umas vezes. Outras vezes esses arranjos são acrescentados das linhas melódicas, das harmonias que a herança musical não enjeita.
Os instrumentos do grupo são as vozes. Foi precisamente o fascínio pelo mais ancestral instrumento musical que motivou o surgimento deste projeto de recriação da música tradicional portuguesa. Os instrumentos – sobretudo de percussão – e os elementos cénicos utilizados nos espetáculos servem o papel condutor da voz, reforçando os climas gerados a partir do canto.
Todos os instrumentos de percussão utilizados pertencem à cultura popular portuguesa, assumindo especial protagonismo o adufe, instrumento tradicional feminino da Beira Baixa.